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Cogumelos da Amazônia que produzem a própria luz e só brilham no escuro começam a ser desvendados pela ciência

Leia matéria de Ana Lúcia Azevedo para O Globo, publicada em 21/04:

O brilho da biodiversidade ilumina a noite da Amazônia. Novas espécies de cogumelos bioluminescentes, que produzem a própria luz e só brilham na escuridão, têm sido descobertas por cientistas, num trabalho pioneiro. São criaturas ainda pouco conhecidas, que podem revelar alguns dos mecanismos que produzem a variedade das formas de vida amazônica e fazer avançar a tecnologia desenvolvida a partir desta riqueza natural.

De dia, eles passam quase despercebidos. É à noite que se revelam e transformam o chão da mata em céu de estrelas. Vários desses fungos já eram conhecidos pelos povos da floresta. Na região de São Gabriel da Cachoeira, município na fronteira do Amazonas com a Colômbia e a Venezuela, eles são os “iluminadores” das trilhas usadas pelo povo Baniwa nas noites sem luar.

— Os fungos são o princípio e o fim da vida na floresta — afirma a micologista (especialista em fungos) Noemia Ishikawa, líder do Grupo de Pesquisas Cogumelos da Amazônia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). [Ela foi membra afiliada da Academia Brasileira de Ciências no período 2009-2014].

Maioria feminina

O grupo liderado por Ishikawa descobriu cerca de 30 espécies (com e sem bioluminescência) nos últimos 12 anos. A mais recente, chamada Mycena lamprocephala, acaba de ser descrita na revista científica Phytotaxa, num estudo que teve como principal autora a micologista Célia Soares, outra integrante do grupo, composto quase que só por mulheres.

São elas que se embrenham pelas trilhas à noite em busca das chamadas “luzes vivas”. O cogumelo descrito por Soares não se mostra com facilidade de dia e levou três anos para ser classificado.

A pesquisadora Noemia Ishikawa com cogumelo de forma insólita; esporos são tão abundantes que formam nuvens. | Foto: Michael Dantas

É uma minúscula criatura (o “chapeuzinho” mede menos de 10 mm) marrom, sem charme aparente, que se multiplica em folhas e galhos mortos. Mas à noite, ele emite luz verde, em pulsos, como uma pequena estrela. Como esses cogumelos se aglomeram em grande número, formam tapetes de luz.

(…)
 
Ishikawa começou a investigar os cogumelos que brilham fascinada pelo que lhe mostraram os povos originários da Amazônia. Para várias culturas, os cogumelos e suas luzes da noite tanto são aliados nas trilhas quanto suscitam mistérios espirituais. A ciência também se deparou com enigmas.

— Não sabemos, por exemplo, por que brilham. Pode ser para se defender ou para atrair alguma outra criatura que os beneficiem. Estamos começando a arranhar a superfície de mistérios tão grandes quanto a própria floresta — diz Ishikawa.

Micoturismo

Ela e seu grupo têm realizado ainda um outro tipo de trabalho com os fungos, o micoturismo, para gerar renda para comunidades amazônicas. O nome alude à micologia, o estudo dos fungos. E tem funcionado.

Os visitantes aprendem, por exemplo, a conhecer os fungos comestíveis. A riqueza de formas, aromas e sabores de fungos da Amazônia impressiona quem pensa que prato com cogumelo se resume a shitake e três ou quatro espécies encontradas em supermercados.

Também são levados a ver fungos que “explodem” ao ser tocados, lançando nuvens de esporos no ar.

Ishikawa diz que por trás do micoturismo e da identificação de espécies há também o esforço de formar cientistas especializados altamente qualificados na própria Amazônia.

— Nosso grupo faz desde análises moleculares à taxonomia (classificação de organismos). Também temos um forte trabalho de campo, quase todo feito por mulheres. São expedições pesadas, de muitos dias de caminhada pela selva, como a feita na Cabeça do Cachorro (Amazonas). Mostramos que é possível — frisa Ishikawa.

Leia a matéria na íntegra no site de O Globo

Reunião Magna da ABC 2024: veja o programa e inscreva-se!

Em 2024, a Reunião Magna da ABC 2024 já tem local e data: dias 7, 8 e 9 de maio, no Museu do Amanhã, Rio de Janeiro. 

O tema é “Inteligência Artificial e as Ciências: Oportunidades e Riscos“. Os coordenadores do evento são a Acadêmica Elisa Reis e o vice-presidente da ABC para a Região  Minas Gerais e Centro-Oeste, Virgílio Almeida

Já temos nomes destacados nas conferências magnas e nas sessões!

Veja a programação e inscreva-se aqui.

Conheça aqui os palestrantes!

 

EVENTO COM TRADUÇÃO SIMULTÂNEA E EMISSÃO DE CERTIFICADOS DE PARTICIPAÇÃO PRESENCIAL.

 


SERVIÇO
• Data: 07 – 09/05/2024
• Formato: Presencial
• Local: Museu do Amanhã – RJ.
• Informações: Gabriella Fialho de Mello. E-mail: gfmello@abc.org.br. Tel: (21) 3907-8100 r. 8148

 

*A imagem que compõe o logotipo da Reunião Magna 2024 da ABC foi gerada via inteligência artificial. A composição foi efetuada por um humano. =)

Conheça os palestrantes da Reunião Magna da ABC!

O principal evento da Academia Brasileira de Ciências, a Reunião Magna, está chegando. Será realizada nos dias 7, 8 e 9 de maio, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro.

A agenda está quase fechada, com a maioria dos palestrantes confirmados. As Conferências Magnas, que são seis, já estão todas confirmadas!

No dia 7 de maio, 3a feira, teremos o sociólogo NICK COULDRY, da London School of Economics, cuja pesquisa é voltada para estudos de mídia e comunicações, cultura e poder, e teoria social. Hoje, a construção da realidade é cada vez mais influenciada por algoritmos e processos de dados que rastreiam nossas atividades em plataformas online ou ao usar objetos “conectados” (a “internet das coisas”). Será que a teoria social pode revelar como, mesmo quando nos sentimos mais autênticos e conectados aos outros, ainda podemos estar profundamente envolvidos nas engren,agens do poder? 

No mesmo dia, contaremos com a presença do vice-presidente do Google, VINTON CERF. Ele é um dos arquitetos da Internet moderna, tendo co-projetado o protocolo TCP/IP que define como os computadores se comunicam em um sistema em rede. Desde 2005 ele trabalha no Google, onde agora é responsável pelo desenvolvimento de negócios do setor público para produtos e serviços avançados baseados na Internet. Ele é membro do Comitê Consultivo da NASA e do Comitê de Visitas para Tecnologia Avançada do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA. 

 

No dia 8 de maio, 4a feira, a primeira Conferência Magna será apresentada pela professora de Ciência da Computação da Universidade de Princeton, MARGARET MARTONOSI. Seu trabalho inclui a ferramenta de modelagem de energia amplamente utilizada Wattch e o projeto de rede de sensores móveis ZebraNet da Universidade de Princeton para o design e implantação real de coleiras de rastreamento de zebras no Quênia. 

Na mesma data, contaremos com a palestra de MATTHIAS SCHEFFLER, físico teórico alemão da Sociedade Max-Planck. Ele é especialmente conhecido por suas contribuições para a teoria do funcional da densidade e para a mecânica quântica de muitos elétrons, bem como por seu desenvolvimento de abordagens multiescala. Nos últimos anos, ele tem se concentrado cada vez mais em conceitos em métodos científicos centrados em dados e no objetivo de que os dados da ciência dos materiais devem ser “encontráveis e prontos para a inteligência artificial”. 

 

Finalmente, no dia 8 de maio, 5a feira, a primeira Conferência Magna será do cientista da computação RANVEER CHANDRA, diretor de Pesquisa para a Indústria e o CTO de AgriFood na Microsoft. Lidera o Grupo de Pesquisa em Redes na Microsoft Research, em Redmond, nos EUA. Anteriormente, Ranveer foi cientista-chefe da Microsoft Azure Global. Sua pesquisa foi incorporada em diversos produtos da Microsoft, incluindo wi-fi virtual no Windows 7 em diante, wi-fi de baixo consumo de energia no Windows 8, perfis de energia no Visual Studio, baterias definidas por software no Windows 10 e o protocolo do controlador sem fio no XBOX One. Ele iniciou o Projeto FarmBeats na Microsoft em 2015 e também liderou o projeto de pesquisa de bateria e o projeto de redes de espaços em branco na Microsoft Research, tendo implementado a primeira rede de espaços em branco urbana do mundo. 

A última Conferencista Magna é a antropóloga KARIN STRIER, professora da Universidade de Wisconsin-Madison. É uma autoridade internacional sobre o macaco muriqui do norte, ameaçado de extinção, que ela estuda desde 1982 na Mata Atlântica brasileira. Sua pesquisa de campo pioneira e de longo prazo tem sido fundamental para os esforços de conservação desta espécie e tem sido influente na ampliação das perspectivas comparativas sobre a diversidade comportamental e ecológica dos primatas. Atualmente, ela é co-presidente da Rede InterAmericana de Ciências (IANAS), junto com Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências.

 


Veja a programação e conheça todos os palestrantes

O EVENTO É GRATUITO, MAS REQUER INSCRIÇÃO, EM FUNÇÃO DA LOTAÇÃO DO AUDITÓRIO DO MUSEU DO AMANHÃ

INSCREVA-SE AQUI

Por que cientistas criticam programa federal que prevê R$ 1 bi para reverter fuga de cérebros

Leia matéria de Roberta Jansen para o Estadão, publicada em 20/4:

O anúncio do programa do CNPq, órgão de fomento à pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia, para repatriar cientistas brasileiros vivendo no exterior caiu como uma bomba no meio acadêmico, uma parte dele em greve por reivindicação salarial.

  • O novo programa federal oferece bolsas de valores de R$ 10 mil a R$ 13 mil e verba para montar laboratório, além de plano de saúde e auxílio aposentadoria.
  • O objetivo declarado é combater a “fuga de cérebros”, dando aos cientistas incentivos para voltarem ao Brasil.

Cientistas de diversas instituições de pesquisa do País, além de entidades representativas da classe, como a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), consideram a repatriação de talentos uma iniciativa importante, mas criticaram a nova bolsa.

Ao Estadão, o presidente do CNPq, [o Acadêmico] Ricardo Galvão, disse que essa é uma iniciativa em meio a diversas outras do governo federal cujo objetivo é melhorar a infraestrutura das universidades e instituto federais e a indústria, abrindo vagas de emprego.

Afirmou ainda entender a revolta dos pesquisadores, por conta do sucateamento da ciência nos últimos anos, mas explicou que o montante não é suficiente para resolver o problema.

(…)

Após uma década sem aumento, as bolsas de pós-graduação foram reajustadas no ano passado. A do mestrado foi de R$ 1,5 mil para R$ 2,1 mil e a do doutorado, de R$ 2,2 mil para R$ 3,1 mil. As bolsas de pós-doutorado subiram de R$ 4,1mil para R$ 5,2 mil. O valor total para todo o Brasil é de R$ 2,3 bilhões.

Já o novo programa, para trazer de volta mil expatriados, tem bolsas de R$ 10 mil a R$ 13 mil, além de verba para laboratório, plano de saúde e auxílio de aposentadoria, com investimento total de R$ 1 bilhão.

Na análise dos críticos, não faz sentido concentrar tanto recurso nos pesquisadores que estão no exterior e tão pouco nos que trabalham aqui.

(…)

“O momento agora é de reconstruir a ciência com o material humano que está aqui no Brasil, gente que se formou aqui e gente que estudou lá fora e retornou por conta própria”, afirmou a bióloga Ana Lúcia Tourinho, da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), que fez doutorado na Universidade de Harvard, nos EUA. “Precisamos valorizar essas pessoas que estão aqui para que, daqui a dez anos, os pesquisadores que estão no exterior tenham vontade de voltar para cá. Hoje, não tem ninguém querendo voltar.”

Este é um outro ponto crucial levantado pelos críticos. Embora as bolsas do novo programa sejam muito mais altas do que as oferecidas por aqui, elas não seriam competitivas para pesquisadores brasileiros empregados em universidades nos Estados Unidos, Canadá ou Europa. Seriam atrativas apenas para os alunos que estão terminando a pós-graduação fora e não têm convite para trabalhar por lá.

“Nesse caso, não é repatriação de cérebros, né? Serão mesmo as melhores cabeças que estamos trazendo?”, questiona a biomédica Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC). “Já temos aqui no Brasil muitos doutores que estão sem emprego, por que não contratar essas pessoas, então? Dar esse valor de bolsa para elas? Vamos trazer mais gente para ficar sem emprego? O valor das bolsas daqui aumentou, mas ainda está muito aquém da necessidade dos estudantes, não oferece plano de saúde nem tíquete refeição. As nossas universidades estão sem concurso e sem previsão de crescimento.”

(…)

Leia a matéria na íntegra no Estadão

Em palestra a empresários, ganhadores do Prêmio Nobel destacam a importância da pesquisa básica

Leia matéria de José Tadeu Arantes para Agência Fapesp, publicada em 19/4:

“Tem sido energizante e também exaustivo”: assim o escocês David MacMillan, Prêmio Nobel de Química em 2021, resumiu suas impressões sobre a visita ao Brasil. Depois de participar de um evento na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e de outro na Universidade de São Paulo (USP), MacMillan iniciava sua última apresentação no país, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista, em São Paulo. Junto com ele, estavam o francês (nascido no Marrocos) Serge Haroche, Prêmio Nobel de Física de 2012, e a norueguesa May-Britt Moser, Prêmio Nobel de Medicina de 2014.

Sempre acompanhados pelo neurocientista Adam Smith, diretor científico da Nobel Prize Outreach, o serviço de divulgação da Fundação Nobel, os três ganhadores do Prêmio Nobel participaram de uma rodada de eventos enfeixados pelo título “Creating our future together with Science” (Criando o nosso futuro juntos com a ciência).

O ciclo, promovido pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) em parceria com a Fundação Nobel, com apoio da Fapesp, não visou explorar em profundidade os temas que levaram esses três pesquisadores a receber a mais prestigiosa premiação do mundo. Mas trazê-los para um contato informal com a comunidade universitária, no caso da Uerj e da USP, e com tomadores de decisões, no caso da Fiesp. O fio condutor foi a valorização da ciência, em um contexto de negacionismo, que se espalhou pelo mundo como uma pandemia.

Na contramão dessa tendência, Haroche citou algumas grandes realizações da ciência nos anos recentes, como a comprovação experimental da existência das ondas gravitacionais e a torrencial descoberta de exoplanetas. O problema, segundo o veterano pesquisador, já com 79 anos, é que ocorre atualmente uma forte predominância de projetos ambiciosos, de cima para baixo, enquanto deveria ser criado um ambiente que favorecesse uma ciência de baixo para cima. “Os resultados, às vezes, vêm de áreas inesperadas. A história nos dá muitos exemplos de pesquisas básicas que, tempos depois, propiciaram grandes aplicações tecnológicas. O princípio físico do laser foi visualizado por Einstein em 1916. Hoje, o laser é um componente fundamental do sistema mundial de comunicações. Precisamos estimular a ciência básica em todas as direções possíveis e esperar que as aplicações venham. E, antes da ciência, necessitamos de educação básica. Para isso, é imprescindível garantir bons salários para os professores”, disse.

Nessa trilha de valorização dos resultados recentes da ciência, MacMillan lembrou as pesquisas destinadas a retardar o processo de envelhecimento, que avançaram muito nas últimas décadas. E, diante de uma plateia formada majoritariamente por pessoas ligadas ao segmento empresarial, enfatizou a necessidade de interação e colaboração entre a academia e a indústria, afirmando que seu grupo de pesquisa, na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, mantém atualmente pelo menos 15 acordos de colaboração com empresas farmacêuticas. “Obtivemos da indústria um aporte de US$ 100 milhões para a pesquisa”, contou.

Além de uma conversa até certo ponto informal entre os três cientistas, animada pelo diretor científico Smith, May-Britt Moser participou também de um painel sobre “Como aumentar a diversidade na ciência”. Com a presença de interlocutores brasileiros, o painel destacou as limitações que ainda existem para a participação de mulheres, negros e grupos minoritários no processo científico. “Existe, infelizmente, uma situação pendular no mundo. Na Noruega, as universidades eram muito abertas para o mundo todo. Agora, estão mais fechadas, voltando-se, principalmente, para estudantes europeus”, falou.

Mas, perguntada sobre o que diria para uma menina que, como ela mesma na infância, manifestasse muita curiosidade científica, Moser foi enfática: “Por que eu deveria dizer para uma menina algo diferente do que eu diria para um menino? Precisamos quebrar essas caixas, esses rótulos. Embora eu ame ser avó, não quero ser definida como avó. Vivam uma vida sem rótulos. Sejam anjos de luz!”, clamou. E fez questão de repetir a fórmula: “Vivam uma vida sem rótulos. Sejam anjos de luz!”.

Entre vários convidados, participaram do encontro na Fiesp Erika Lanner, CEO e diretora do Nobel Prize Museum em Estocolmo (Suécia); Helena Nader, presidente da Academia Brasileira de Ciências; Marco Antonio Zago, presidente do Conselho Superior da FAPESP; Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente da FAPESP, e Pedro Wongtschowski, membro do Conselho Superior da FAPESP e do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Fiesp. Zago ressaltou a importância da “liberdade de pesquisa e a responsabilidade das agências de fomento para uma ciência realmente criativa”.


Leia a matéria original, aberta, no site da Agência Fapesp

Crise na pós-graduação: evasão de pesquisadores prejudica ciência nacional

Leia matéria de Júlia Giusti para o Correio Braziliense, publicada em 21/4:

As condições de estudo e trabalho de pesquisadores da pós-graduação stricto sensu no Brasil, o que inclui mestrado e doutorado, são precárias e estimulam a evasão. É o que apontam especialistas, que avaliam que os principais fatores que levam ao abandono dos programas são valores insuficientes das bolsas de pesquisa, falta de direitos sociais, como aposentadoria, e má absorção desses profissionais no mercado de trabalho após a conclusão dos cursos.

Esse cenário de evasão da pós-graduação gera impactos na produção científica do país, que, segundo dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), é realizada por mestrandos e doutorandos em 90% dos casos.

O assunto foi debatido na Comissão de Educação do Senado, em março, a pedido da senadora Teresa Leitão (PT-PE), que destaca a necessidade de “investimento financeiro, políticas de aprimoramento da pós-graduação e melhores condições de estudos para execução da pesquisa”.

Em 2023, as bolsas de mestrado e doutorado da Capes e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) foram reajustadas. Os valores, que estavam congelados desde 2013, sofreram aumento de 40%. Com isso, bolsas de mestrado passaram de R$ 1.500 para R$ 2.100, enquanto as de doutorado subiram de R$ 2.200 para R$ 3.100.

O orçamento da Capes em 2023 foi 50% maior do que em 2022. No primeiro ano do atual governo, a agência investiu R$ 5,4 bilhões na pós-graduação e em programas de formação de professores. No ano anterior, os valores totalizaram R$ 3,6 bilhões.

(…)

Segundo [a Acadêmica] Denise de Carvalho, presidente da Capes, o interesse em cursar mestrado e doutorado diminuiu nos últimos anos, o que foi motivado pelo baixo valor das bolsas antes dos reajustes e também pelos cortes em ciência e tecnologia entre 2019 e 2022, que chegaram a uma redução de 87%. Com aumento das bolsas e o fim da pandemia de covid-19, porém, o ingresso na pós-graduação voltou a crescer.

“Em vez de continuarem estudando, as pessoas entraram no mercado de trabalho menos qualificadas por falta de esperança de que teriam financiamento para continuar os seus estudos”, explica. “Agora, os pesquisadores ingressam com a perspectiva de que podem continuar se qualificando profissionalmente”.

(…)

A presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, comenta que a desvalorização do mestrado e doutorado no Brasil é decorrente da importância dada à ciência no país: “Em outras regiões do mundo, como nos Estados Unidos e na Europa, eles acreditam na relevância da ciência, o que se dá através de investimentos. No Brasil, a ciência ainda é vista como gasto”.

(…)

Leia a matéria na íntegra no Correio Braziliense. 

Repercussão dos Diálogos Nobel Brasil

Confira aqui a repercussão dos Diálogos Nobel Rio e São Paulo 2024 na grande mídia e em mídias locais:

Agência Fapesp, 19/4
Em palestra a empresários, ganhadores do Prêmio Nobel destacam a importância da pesquisa básica

Agência Fapesp, 19/4
Três ganhadores do Prêmio Nobel encontram estudantes no RJ e em SP

Folha de S.Paulo, 19/4
Interesse em ciência ajuda democracias em todo o mundo, diz Nobel de Medicina

Valor Econômico, 17/4
Ganhadores do Nobel debatem financiamento da ciência

 Veja Saúde, 17/4
May-Britt Moser: a vencedora do prêmio Nobel que investiga a memória

Agência Brasil, 17/4
Nobel de Química estimula alunos da USP a seguirem carreira científica

Futuro da Saúde, 17/4
May-Britt Moser, vencedora do Nobel de Medicina: “Diversidade enriquece o trabalho científico”

TV Brasil, 17/4
Ciência em debate: estudantes encontram vencedores do Prêmio Nobel

Rede TVT, 17/4
Ganhadores do prêmio Nobel se reúnem com estudantes para incentivar formação de novos cientistas

Valor Econômico, 16/4
Veja o que vencedores do Nobel defendem para criação de futuro mais desenvolvido e justo

Rádio Nacional, 16/4
Ganhadores do Nobel de Medicina, Física e Química estão no Brasil

Bahia Notícias, 16/4
Dra. Jaqueline Goes participa de evento com ganhadores do Prêmio Nobel no Rio de Janeiro

Anota Bahia, 16/4
Cientista baiana se reuniu com ganhadores do Prêmio Nobel em evento no Rio de Janeiro

Tribuna do Sertão, 16/4
Ganhadores do Nobel de Medicina, Física e Química estão no Brasil

Bahia Social Vip, 16/4
Cientista baiana Jaqueline Goes se reúne com ganhadores do Prêmio Nobel em evento

Alo Alo Bahia, 16/4
Cientista baiana Jaqueline Goes participa de evento com ganhadores do Prêmio Nobel

Bandnews, 15/4
Academia Brasileira de Ciências promove encontro com três premiados pelo Nobel

 

Artigos, entrevistas e matérias anteriores ao evento:

Rádio Unesp, 16/4 – áudio aqui

Tribuna do Agreste, 16/4
Ganhadores do Nobel de Medicina, Física e Química estão no Brasil

Folha de S.Paulo, 15/4
Computador quântico ainda está distante, diz ganhador do Nobel

O Globo, 15/4
Dicas do Nobel David MacMillan para jovens cientistas: “seja autêntico e suba um degrau de cada vez”

Fogao.net, 14/4
Vencedor de Prêmio Nobel de Química visita Botafogo e se impressiona: “serei torcedor para sempre”

De olho na cidade, 14/4
UEFS vai ter representante em evento com ganhadores do Prêmio Nobel

Botafogo Futebol e Regatas, 13/4
Botafogo recebe vencedor de Prêmio Nobel de Química para visitar a sede da General Severiano

O Globo, 12/4
Nobel no Brasil: como a ciência pode trazer soluções para os desafios atuais
Por Erika Lanner e Adam Smith (Nobel Prize Outreach)

Diplomacia Business, 11/4
Três ganhadores do Prêmio Nobel encontram estudantes no Rio e em SP

Notícias Univale, 11/4
Médicos formados pela Univale participam de encontro com vencedores do Prêmio Nobel

Estadão, 10/4
Ciência e sociedade: um diálogo necessário
Por Helena Nader (ABC), Marco Antonio Zago (Fapesp) e Pedro Wongtschowski (Fiesp)

Finep, 10/4
Finep e ABC trazem três Prêmio Nobel para debater o papel da ciência para o desenvolvimento do Brasil

Notícias Uerj, 10/4
Três ganhadores do Prêmio Nobel participam de evento presencial e gratuito na Uerj; inscrições estão abertas

IG-Coluna de Lu Lacerda, 10/4
Pela primeira vez três ganhadores do Prêmio Nobel estarão juntos no Rio

Notícias da UFSC, 5/4
Pesquisadoras da UFSC participam de encontro com vencedores do Prêmio Nobel

Jornal Floripa, 5/4
Pesquisadoras da UFSC participam de encontro com vencedores do Prêmio Nobel

Jornal da USP, 4/4
USP recebe vencedores do Prêmio Nobel de Medicina, Química e Física para debater os desafios da ciência

Conferência Livre: Juventudes e Ciência!

No dia 25 de abril a Conferência Livre – Juventudes e Ciência, um evento on-line que discutirá estratégias para superar os desafios enfrentados pelos pesquisadores na área de Ciência, Tecnologia e Inovação.

 

Veja a programação:

09h | Os Desafios para os Jovens Doutores na Consolidação de suas Carreiras Acadêmicas

Mediador: Walter Beys (ABC)
Relator: Amurabi de Oliveira (ABC)

Apresentadores:

  • Ana Chies Santos (UFRGS)
  • Raquel Minardi (UFMG)
  • Thaiane Oliveira (UFF)
  • Helder Nakaya (USP)

 

11h | O Engajamento dos Jovens em CT&I

Mediadora: Thaiane Oliveira (ABC)
Relatora: Priscilla Olsen (ABC)

Apresentadores:Rodrigo Toniol

  • Priscila Duarte (ANPG e CNCTI)
  • Vanessa Fagundes (INCT, CPCT)
  • Luana Bonone (MCTI)

 

14h | Desafios e Estratégias para a Absorção de Recém-Doutores no Mercado de Trabalho

Mediador: Rodrigo Toniol (ABC)
Relator: José Rafael Bordin (ABC)

Apresentadores:

 

O evento tem apoio da Academia Brasileira de Ciências, da Associação Nacional dos Pós-Graduandos, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação  (MCTI).

Sua participação é fundamental! 💡

Inscreva-se em https://bit.ly/abc_ciencias 

Assista em abc.org.br/transmissao

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