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Adalberto Val: Fascínio pelos peixes da Amazônia

*Entrevista publicada na Pesquisa Fapesp

No fim dos anos 1970, para acompanhar a futura mulher, Vera Maria Fonseca de Almeida, o biólogo paulista Adalberto Luis Val mudou-se de São Carlos, no interior paulista, para Manaus, capital do Amazonas. Logo ficou fascinado pela diversidade e pelos mecanismos de adaptação biológica dos peixes da Amazônia. Por ali vivem cerca de 3 mil espécies, desde os minúsculos Priocharax manus, de 15 milímetros, até o pirarucu (Arapaima gigas), com 3 metros de comprimento.

Aos poucos, com o grupo que criou no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Val identificou os insuspeitos mecanismos fisiológicos e bioquímicos de várias espécies, especialmente do tambaqui (Colossoma macropomum), que capta o ar com os lábios na superfície da coluna-d’água, e do pirarucu, que tem uma bexiga natatória modificada, com a qual absorve oxigênio do ar quando emerge à superfície.

Nos últimos anos, diante das mudanças na região, como a expansão populacional, a poluição e o desmatamento, agravadas pelo aquecimento global, ele começou a ver se os peixes poderiam sobreviver a outra reviravolta ambiental, como as que passaram ao longo de milhões de anos. Descobriu que algumas espécies são mais resistentes que outras, mas de modo geral os organismos aquáticos são bastante sensíveis a variações de temperatura. Essa descoberta explica a mortandade de peixes e botos na seca que atingiu a Amazônia em 2023, quando a água chegou a 40,9 graus Celsius (ºC).

Val e Vera têm dois filhos, Fernando e Pedro, também pesquisadores. Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (INCT-Adapta), membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e ganhador do Prêmio Fundação Bunge na categoria Vida e Obra em 2023, ele conversou em junho com Pesquisa FAPESP.

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Confira a entrevista completa na revista Pesquisa Fapesp.

‘Estou apavorado. Ninguém previa isso; é muito rápido’, diz Carlos Nobre sobre crise climática

*Texto originalmente publicado no Estadão

Referência internacional em estudos sobre aquecimento global, o climatologista Carlos Nobre está apavorado. Em entrevista ao Estadão, ele conta que a crise climática explodiu um pouco antes do que os próprios cientistas previam. Tudo indica que 2024 deve bater mais um recorde de temperatura.

As ondas de calor e as secas intensas assolam o planeta. O Brasil arde em chamas – já são mais de 5 mil focos de incêndio em todo o País. Se em maio o Rio Grande do Sul ficou quase inteiro debaixo da água, em setembro São Paulo sufoca sob uma espessa camada de poluição.

Nobre construiu grande parte da carreira no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e também foi diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), ambos federais. Para ele, todos os biomas brasileiros estão severamente ameaçados e alguns deles, como o Pantanal, podem até mesmo deixar de existir em algumas décadas.

Primeiro brasileiro a integrar o grupo Planetary Guardians (ou Guardiões do Planeta), que reúne pesquisadores para estudar a catástrofe ambiental, ele vê diferenças entre as chamas que se espalham e o que é registrado em outras partes do mundo, como Estados Unidos, Canadá e Europa.

Como não há recorrência de raios, segundo os especialistas, a origem do fogo é criminosa. “Entre 95% a 97% são causados pelo homem.” Para dar conta disso, a resposta do poder público precisa melhorar: mais brigadistas, mais investigação policial, de forma a desmobilizar o crime organizado, e também tecnologia para detectar os focos. “É uma guerra e temos de começar a combatê-la.”

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Leia a entrevista no Estadão.

 

Maior seca da história do Brasil afeta 1.400 cidades no país

Carlos Nobre (Foto: Agência Senado)

A maior seca da história do Brasil afeta 1.400 cidades em nível extremo ou severo. Esse período de estiagem chegou mais cedo, como um exemplo de mudança climática, que é causada por um conjunto de fatores, começando pelo aquecimento global.

O mundo registrou, em 2024, o mês de agosto mais quente da história. E, dos últimos 14 meses, 13 registraram temperatura média 1,5 ºC mais quente do que o período antes da era industrial.

O pesquisador Giovanni Dolif, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), diz que tudo indica que a alta na temperatura vem para ficar.

“E mais grave do que isso: nós brasileiros estamos sentindo um aquecimento acima dessa média global. Nesse inverno, o trimestre junho, julho e agosto teve em São Paulo, por exemplo, dois graus acima da média”, afirmou.

“Nós atingimos a temperatura mais alta que o planeta já enfrentou desde o último período interglacial, 120 mil anos atrás”, destacou o climatologista Carlos Nobre, um dos cientistas que alertaram sobre as consequências das mudanças climáticas.

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Confira a reportagem completa no G1.

São Paulo registra pior ar do mundo; ‘Receita para desastre’, alerta José Marengo

José Marengo

*Texto original da CBN

Nesta segunda-feira (9), São Paulo registrou a pior qualidade do ar do mundo, segundo o site suíço IQAir. Em entrevista ao Estúdio CBN, José Marengo, climatologista e meteorologista coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) explica por que a metrópole obteve esse resultado.

Marengo explica que, neste momento, os moradores de São Paulo estão expostos a fumaça e fuligem, provenientes dos incêndios que afetam não apenas o estado de São Paulo, mas também o Centro-Oeste e a Amazônia. Ele explicita que esses poluentes chegaram à capital paulista transportados pelos ventos.

‘Bom, é uma mistura dos dois, porque muitos destes, são dos incêndios no estado de São Paulo, e dos incêndios que vem do Centro-Oeste ou da Amazônia, todos são transportados, podemos dizer, pelos ventos. Os ventos estão trazendo todo esse tipo de poluição, tanto da cinza como material mesmo, de fumaça, que é realmente perigosíssimo’, explicou.

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Confira a entrevista completa pela CBN.

“Todos os biomas estão em risco”, diz Carlos Nobre à CNN

Carlos Nobre (Foto: Agência Senado)

O climatologista Carlos Nobre, referência internacional em assuntos relacionados ao aquecimento global, alerta para o risco que os biomas brasileiros correm de deixar de existir diante do avanço do desmatamento, das mudanças do clima e da contribuição da ação humana na crise climática.

Convidado desta semana do CNN Entrevistas, Nobre cita, por exemplo, o prolongamento da estação seca no sul da Amazônia, que está de quatro a cinco semanas maior do que há 40 anos.

“Se ela chegar a seis meses ali não tem condição de manter mais a floresta amazônica. Seis meses de estação seca é o clima do Cerrado”, diz.

Nobre concorda com a declaração dada na última semana pela ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, de que o Pantanal pode deixar de existir até o final deste século.

“O Pantanal vai desaparecer até o final do século. Pode até desaparecer antes do final do século. A área coberta pela água do Pantanal já diminuiu mais de 30% desde 1985. Então a ministra está muito correta de chamar a atenção”, diz Nobre.

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Confira a entrevista completa pela CNN.

A camada de ozônio pode se recuperar até 2060

*Texto original do Jornal da USP

O aquecimento global e o derretimento de geleiras são os principais motivos da elevação do nível dos oceanos, que vêm subindo em média de 2.4 ml ao ano. O professor Paulo Artaxo, do Instituto de Física da USP, especialista em mudanças climáticas e impactos ambientais, explica que isso vem ocorrendo por causa do aumento da temperatura global e do derretimento das geleiras do Himalaia e dos Andes. Portanto, essa elevação do nível do oceano não tem ligação direta com o buraco que atinge a camada de ozônio. 

Em 1987 foi adotado o Protocolo de Montreal pela preservação da camada de ozônio, com foco triplo na crise planetária – clima, natureza e poluição.  Desde então, cientistas vêm advertindo sobre as substâncias tóxicas que danificam essa camada, como aerossóis, espumas, refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado.

Conquista positiva

O especialista diz que a preservação da camada de ozônio é uma conquista positiva da humanidade, “apesar de ainda precisar de décadas para recompor os níveis registrados na década de 50”, avalia.

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Leia matéria completa no Jornal da USP

Por que dados importam?

*Artigo publicado originalmente no Valor Econômico

Dados são um elemento central do mundo contemporâneo, com impacto em inúmeras atividades na economia e na sociedade. Na era digital, indivíduos, grupos e governos estão continuamente gerando enormes quantidades de dados, que são usados para tomar decisões, impulsionar a inovação, ampliar competitividade, embasar políticas e gerar lucros.

Como um moderno recurso global, dados são facilmente compartilhados, replicados, negociados e trocados. Ultrapassam fronteiras e são um desafio à soberania nacional. Associadas à acelerada valorização dos dados, surgem novas questões nacionais e internacionais. Quem possui, controla e protege os dados de um país? O que é a governança de dados e por que isso importa para os países, governos, políticas, empresas e pessoas? Como desenvolver políticas de dados que equilibrem os interesses globais no mundo digital, sem comprometer os interesses nacionais de países em desenvolvimento, como o Brasil?

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Leia o artigo completo no Valor Econômico.

Por que o Brasil mede tão mal sua qualidade do ar

As queimadas que atingem a Amazônia não param de levar fumaça para cidades do norte do Brasil. Pelo menos 22 mil estudantes de Rio Branco (AC) tiveram as aulas suspensas por quatro dias por conta da poluição que encobre a região, numa decisão válida até esta sexta-feira (6). A fumaça também tem chegado a outros estados, como o Rio Grande do Sul. 

O quadro crítico agrava um problema crônico do país: a má qualidade do ar. A poluição atmosférica é o principal risco ambiental à saúde humana, causando cerca de 7 milhões de mortes prematuras anuais no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). O Brasil tem problemas na forma como trata a questão e faltam protocolos adequados para situações de emergência.

Neste texto, o Nexo explica como se mede a qualidade do ar, quais são as diretrizes adotadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e quais são os padrões de qualidade assumidos pelo Brasil. Mostra também quais são as críticas à maneira como se lida com a qualidade do ar no país e quais são os prejuízos da fumaça para a saúde. 

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Leia a reportagem completa no Nexo Jornal.

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