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Nísia diz ter sido alvo de campanha misógina na Saúde: ‘Não devemos aceitar’

Leia matéria da Carta Capital publicado em 10 de março:

A agora ex-ministra da Saúde, [a Acadêmica] Nísia Trindade, afirmou ter enfrentado uma “campanha sistemática” que buscava desvalorizar o seu trabalho e a sua capacidade no cargo, ao longo de dois anos. Ela se despediu formalmente da pasta nesta segunda-feira 10, com a posse de Alexandre Padilha.

Nísia disse ter encontrado um ministério “desmontado e desacreditado”, após os quatro anos de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência. Segundo ela, a pasta havia perdido a autoridade de coordenação do Sistema Único de Saúde, o SUS.

“Durante os 25 meses em que fui ministra, uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade”, disse Nísia na cerimônia. “Não é possível e não devemos aceitar como natural comportamento político dessa natureza.”

Desde o primeiro ano de governo, o cargo de Nísia era cobiçado por lideranças do Centrão, de olho na capilaridade e no Orçamento da Saúde — eram mais de 218 bilhões de reais em 2024.

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“É preciso destacar a recuperação da cobertura vacinal após os anos de negacionismo. O Brasil saiu da vergonhosa lista dos vinte países com mais crianças não vacinadas no mundo: em 2021, ocupava o sétimo lugar”, destacou.

Nísia Trindade é carioca e tem sua trajetória acadêmica em universidades públicas do Rio de Janeiro. Pesquisadora, foi a primeira mulher a comandar a Fundação Oswaldo Cruz, posto que ocupou entre 2017 e 2023.

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Em 2020, foi eleita membro titular da Academia Brasileira de Ciências.

Na gestão à frente da Fiocruz, destacou-se na pandemia, período em que a entidade virou uma das grandes referências no acompanhamento de casos, vacinação e estudos para a prevenção da Covid-19 — o Observatório da Covid produziu os principais boletins epidemiológicos do País. Foi uma das articuladoras da parceria com a AstraZeneca e a Universidade de Oxford que possibilitou que os imunizantes fossem produzidos 100% em solo nacional.

 

8 de março: entrevista de Helena Nader na TV Gazeta

Veja a entrevista da presidente da ABC, Helena Nader, na TV Gazeta, realizada em função do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, a partir de 7′ neste link.

Ela conta que quando entrou no curso de biomedicina na então Escola Paulista de Medicina, hoje Unifesp, a maioria era de homens.  “E hoje, quando olhamos os cursos na área da Ciências da Saúde, a maioria é de mulheres. Sofríamos assédio – em especial, assédio moral – o homem era a inteligência, aquele que vai dar certo; a mulher era uma aposta. Aquilo se tornou um desafio: nós vamos provar quem somos.”

Primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Ciências em mais de cem anos, Helena lembra que em 2007 as mulheres eram apenas 7% dos membros da ABC, número que aumentou para 28% atualmente. “O avanço não conseguiu chegar ainda aos cargos mais altos da carreira científica”. Ela observou que durante a pandemia a produção científica das mulheres caiu e a dos homens aumentou, o que mostra aonde a sociedade está errando, a seu ver.

Assista  a reportagem na íntegra a partir de 7′ do vídeo, com participação de outras pesquisadoras de destaque no Brasil.

 

Mariangela Hungria ganha 1º Prêmio Mulheres e Ciência do CNPq

Leia matéria de Carla Monteiro para g1 Itapetininga e Região, publicada em 8 de março:

Criada pela mãe e pelos avós em Itapetininga, no interior de SP, Mariangela Hungria se tornou uma das maiores referências do mundo em biotecnologia do solo.

Engenheira agrônoma pela USP, com mestrado e doutorado em ciência do solo, além de pós-doutorados nos EUA e na Espanha, ela soma mais de 500 publicações científicas, já orientou mais de 200 alunos e coleciona prêmios, incluindo a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico, o Prêmio Cláudia em Ciências e a inclusão na lista da Forbes como uma das mulheres mais influentes do agronegócio. Recentemente, foi uma das vencedoras do 1º Prêmio Mulheres e Ciência do CNPq.

Desde 1991, Mariangela atua como pesquisadora na Embrapa Soja e também leciona na UEL e UTFPR. Mas se recorda que encontrou ainda na infância, na avó, professora de ciências no Instituto Peixoto Gomide, sua maior inspiração: “Ela fazia experiências comigo no quintal, me ensinava com paixão. Esse exemplo foi determinante para a minha trajetória”.

Seu caminho também foi influenciado por Joana Döbereiner, cientista que a contratou e acreditou em seu potencial. De lá para cá, foram vários tipos de reconhecimento obtidos, sendo o mais recente o Prêmio do CNPq.

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Desde o início da carreira, Mariangela apostou na biotecnologia agrícola, mesmo quando muitos desacreditavam no potencial dos bioinsumos. Hoje, suas tecnologias são aplicadas em milhões de hectares e beneficiam pequenos produtores.

O projeto mais recente, em parceria com uma cooperativa, visa tornar os bioinsumos acessíveis para agricultores familiares. “Essa luta de anos finalmente está dando frutos e pode servir de exemplo para outras cooperativas”, afirma.

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Leia o texto na íntegra no site do g1.

Pesquisadora que desenvolve estudos na Bahia é eleita membro de academia mundial

Leia matéria de Malu Vieira para g1-Bahia, publicada em 8 de março:

“Minha vida é dedicada à ciência”, afirma a bióloga e pesquisadora Milena Soares, que recentemente foi eleita membro da Academia Mundialde Ciências para o Avanço da Ciência nos Países em Desenvolvimento (TWAS). Imortal a “nível global”, ela também faz parte da Academia de Ciências da Bahia e da Academia Brasileira de Ciências.

Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, onde iniciou a formação como bióloga na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Milena já mora na Bahia há mais de 20 anos. Ela trabalha como professora titular do Instituto Tecnológico em Saúde do Senai Cimatec e também como pesquisadora titular do Instituto Gonçalo Moniz, Fiocruz Bahia.

Nos dois locais, a bióloga desenvolve pesquisas sobre doenças negligenciadas, como leishmaniose e chagas, além de pesquisas sobre terapias celulares e gênicas. O objetivo é desenvolver tratamentos que possam chegar a toda população, independente da classe social.

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Leia o texto na íntegra no site do g1.

Dia Internacional da Mulher: por que é tão difícil avançar?

Leia o texto da Acadêmica Vanderlan Bolzani publicado no Jornal da Ciência em 7 de março:

A data que comemora o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, é sempre um momento que nos obriga a pensar na questão essencial para a humanidade que é a luta feminina por igualdade de direitos e emancipação. Aos olhos dos bem-intencionados, esse longo trajeto, que vem do início do século passado, quando a data foi criada, até hoje, deveria ter sido suficiente para que os principais objetivos dessa luta, ou a maior parte deles, fossem alcançados. No entanto, o cenário com que nos deparamos hoje, em 2025, desfaz essa ilusão e nos leva a questionar por que esse avanço é tão difícil.

Houve ganhos consistentes ao longo desse período, sem dúvida. Sobretudo nos países que contam com sistemas políticos democráticos, com menores índices de desigualdade social, onde velhas barreiras que impediam a participação da mulher na sociedade foram abaladas. Esses ganhos abriram espaços para aumentar a presença feminina na política, para a igualdade de direitos civis frente às instituições e para acesso a postos de trabalho antes exclusivos dos homens, alterando assim, parcialmente, a feição tradicional de sociedades patriarcais.

Mas legislações mais progressistas e a conquista parcial de novos espaços profissionais não foram suficientes para se alcançar um patamar desejável de igualdade e emancipação.

Pode-se dizer que, no Brasil, chegamos a 2025 com o poder das velhas estruturas, das visões conservadoras, ainda fazendo valer sua força que se manifesta às vezes de forma pouco visível, embora efetiva. As instâncias de poder no mundo do trabalho continuam sendo majoritariamente masculinas, em grande escala. Mulheres com vida profissional vivem a dupla jornada que soma o trabalho na empresa e a responsabilidade pelos cuidados da casa, onde se inclui a maternidade.

Mesmo em um espaço no qual se espera o predomínio de uma visão de igualdade entre gêneros, como as universidades, o processo de mudança é paralisado pela força do passado.

Esse não era, com certeza, o mundo sonhado pelas visionárias de cem anos atrás que instituíram o Dia Internacional da Mulher. Elas teriam motivos para enorme espanto ao constatarem que muitas sociedades não conseguiram absorver as almejadas mudanças trazidas pela proposta de igualdade de direitos entre homens e mulheres.

Ficariam também, sem dúvida, chocadas ao verem as estatísticas que registram os casos de violência contra a mulher e de feminicídios e notarem que se trata de um flagelo universal. Dados compilados nos últimos anos pela seção ONU Mulheres e apresentados no web site da entidade no ano passado apontam cinco “descobertas chave” que descrevem um panorama mundial. 1) Mulheres e meninas têm mais chances de serem mortas por pessoas próximas a elas; 2) O feminicídio é um problema universal; 3) A verdadeira escala do feminicídio é provavelmente muito maior; 4) Alguns grupos de mulheres e meninas enfrentam maior risco; 5) O feminicídio pode e deve ser prevenido.

Trata-se de uma história de horror e morbidez onde os “avanços”, são registrados em estatísticas que lembram números de desempenho econômico.  “Violência contra a mulher: casos de feminicídio recuam 5% em 2024”, é o título do texto de divulgação publicado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em dezembro do ano passado. Nesse informe ficamos sabendo que até outubro de 2024 tinham sido comunicados ao sistema federal 1.128 mortes por feminicídio no país. Isso, para nosso espanto, significa uma redução de 5.1% em relação ao número de casos comunicados em 2023 e é considerado um avanço significativo.

É provável que no próximo ano, em 2026, venhamos a comemorar um novo “avanço” nas estatísticas divulgadas pelos órgãos oficiais. As comemorações do Dia Internacional da Mulher continuarão, entretanto, sombrias à espera de um mundo com nova mentalidade. Um mundo onde homens e mulheres juntos trabalhem por um mundo sustentável, mais humano, inclusivo e feliz!

Inscrições abertas para o Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia 2025

A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), empresa brasileira líder mundial na produção e comercialização de produtos de nióbio, acaba de abrir as inscrições para o Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia 2025, iniciativa que se consolidou como uma das principais premiações do setor no país. Com prazo até 25 de abril, a sétima edição tem o tema “Legados que inspiram gerações” e busca destacar realizações que impulsionam o conhecimento e a inovação na sociedade.

De acordo com Ricardo Lima, CEO da CBMM, “esta premiação celebra o talento e a dedicação dos profissionais que contribuem para o avanço científico e tecnológico do Brasil. Além de reconhecer pesquisas e soluções inovadoras, queremos inspirar novas gerações a explorarem caminhos que possam transformar positivamente a sociedade. Acreditamos que o investimento em ciência e tecnologia é essencial para construir um futuro mais sustentável e promissor”.

A iniciativa contempla duas categorias: Ciência, que reconhece pesquisadores cujos trabalhos posicionam o Brasil como referência no cenário global; e Tecnologia, que valoriza profissionais responsáveis por soluções inovadoras com aplicações práticas e impacto significativo. Dois vencedores serão premiados, um por categoria, com R$ 500 mil cada.

O Prêmio CBMM é voltado a profissionais de todo o país que tenham desenvolvido produtos, processos, metodologias ou serviços inovadores em áreas como Ciências da Computação, Ciências da Terra, Ciências da Vida, Engenharias, Física, Matemática e Química. Instituições de ensino, associações e empresas também podem indicar candidatos. A participação é gratuita e não há qualquer taxa de inscrição.

A seleção será feita por uma comissão julgadora independente, composta por especialistas renomados. Os vencedores serão anunciados até agosto, e o regulamento completo pode ser consultado no site oficial do Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia.

CRONOGRAMA – Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia 2025

  • Período de inscrição e indicação de candidatos: De 10/03/2025 a 25/04/2025
  • Envio de currículos e preenchimento do formulário: De 10/03/2025 a 25/05/2025
  • Análise das candidaturas pela Comissão Julgadora: De 02/06/2025 a 02/08/2025
  • Divulgação dos vencedores: 18/08/2024
  • Entrega dos prêmios: até 29/08/2024  

Sobre o Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia

Criado em 2019, com o objetivo de reconhecer o legado de profissionais que contribuem significativamente para o desenvolvimento do Brasil, o Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia oferece 500 mil reais a dois vencedores. Para concorrer, os pesquisadores se inscrevem voluntariamente ou são indicados por instituições, empresas e profissionais renomados nas áreas de Ciência e Tecnologia. Uma comissão julgadora totalmente independente, constituída por renomados profissionais e representantes da academia, avalia as iniciativas e seleciona os vencedores. As seis edições do Prêmio somam mais de 4.200 inscritos de todo o país.    

Sobre a CBMM 

Líder mundial na produção e comercialização de produtos de nióbio, a CBMM completa 70 anos em 2025, com mais de 500 clientes em 50 países. Com sede no Brasil e escritórios regionais na China, Holanda, Singapura, Suíça e Estados Unidos, a CBMM fornece tecnologia para setores como infraestrutura, mobilidade, aeroespacial, saúde e energia, promovendo o desenvolvimento e a adoção do Nióbio em diversas indústrias. Para suportar seus planos de crescimento por meio da diversificação, a empresa mantém ainda forte atuação em pesquisa e desenvolvimento de novas aplicações. Comprometida com a sustentabilidade, a Companhia estabeleceu a meta de zerar as emissões de CO2 nos escopos 1 e 2 em seu complexo industrial até 2040. Para mais informações, visite o media center

Como queimadas na Amazônia aceleram derretimento na Antártida

Matéria de Marcelo Loreto publicada na BBC News Brasil em 27/2 contou com depoimento do Acadêmico Jefferson Simões:

A fuligem das queimadas na Amazônia contribui para o derretimento das geleiras na Península Antártica, distante milhares de quilômetros, segundo estudo publicado na revista Science Advances. A pesquisa revela ainda que embarcações turísticas na Antártida respondem por metade da fuligem que atinge a região.

Embora o aquecimento global seja a principal causa do degelo, aquecendo os oceanos e a atmosfera ao redor da Antártida, cientistas estão identificando novos fatores que aceleram esse processo, como a fuligem.

Desde os anos 1970, as queimadas na Amazônia e em outras regiões da América do Sul liberam até 800 mil toneladas de fuligem por ano na atmosfera — quase o dobro das emissões de fuligem geradas por combustíveis fósseis na Europa.

A fumaça carregada de fuligem sobe até 5 km de altitude e, impulsionada por ventos poderosos, percorre mais de 6 mil km até atingir a Península Antártica em menos de duas semanas.

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A Antártida concentra 90% do gelo global e será crucial para o futuro dos oceanos. Mesmo uma pequena perda de gelo pode elevar o nível do mar em metros nas próximas décadas ou séculos, de acordo com Jefferson Cardia Simões, glaciologista da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

O IPCC aponta a necessidade crescente de diques e aterros marítimos, estruturas de contenção já amplamente usadas em regiões baixas da Europa e do Leste Asiático.

Mas seus custos globais podem atingir 2,2 trilhões de dólares anuais até 2100, valores inviáveis para muitos países pobres. Estados insulares como Tuvalu e Kiribati, que já possuem refugiados climáticos, podem enfrentar custos estimados de adaptação superiores a 7% do PIB até 2050.

Os impactos do aumento do nível do mar afetarão especialmente as populações mais pobres, observa o glaciologista [e Acadêmico] Jefferson Cardia Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Estima-se que apenas 15 países concentram 90% da população pobre e rural em áreas costeiras vulneráveis aos mares mais altos. Esses locais, sem defesas adequadas, enfrentarão mais desigualdade e conflitos sociais, reforça o IPCC.

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Leia a matéria na íntegra, aberta, no site da BBC News Brasil.

Acadêmico Diogenes de Almeida Campos é homenageado no nome de nova espécie de pterossauro

Leia o texto enviado à ABC pelo Acadêmico Alexander W. A. Kellner, editor-chefe dos Anais da Academia Brasileira de Ciências:

Não fui eu que inventei essa expressão, mas acho que todos já ouviram falar que as atividades do ano no Brasil se iniciam apenas após o carnaval. Posso garantir que não é o caso dos Anais da Academia Brasileira de Ciências (AABC), que já tem quase 30 trabalhos publicados neste ano, divididos em dois fascículos (97.1 e 97. Suppl.1).

Coincidentemente ou não, aproveitando a brincadeira, justamente agora que esta festa popular foi encerrada estamos vindo aqui para divulgar um trabalho bem bacana que foi publicado no fascículo 97 – Suplemento 1. Trata-se de um estudo realizado por paleontólogos da China e do Brasil descrevendo um novo réptil voador da China, no qual, além da contribuição científica, é feita a homenagem a um grande cientista brasileiro, membro titular da Academia Brasileira de Ciências: Diogenes de Almeida Campos. Além de financiamento por agências chinesas, o estudo contou com apoio do CNPq através do INCT Paleovert – o primeiro focado na pesquisa paleontológica, que tem produzido diversas contribuições ao longo dos dois últimos anos.

O trabalho publicado nos AABC descreve uma nova espécie de pterossauro, grupo de répteis alados que foram os primeiros vertebrados a desenvolverem o voo ativo, dominando o céu durante a Era Mesozoica. O exemplar, um esqueleto completo de um animal com uma envergadura alar de 75 centímetros, foi encontrado em rochas formadas há aproximadamente 165 milhões de anos, na China.

Aliás, cabe destacar que a pesquisa realizada com fósseis encontrados em solo chinês tem revolucionado o conhecimento da diversificação de diferentes grupos de animais e plantas durante o tempo profundo. Invertebrados que marcam o início da Explosão Cambriana, dinossauros com penas, mamíferos que se alimentavam de dinossauros, além de algumas das primeiras angiospermas (grupo de plantas com flor, predominante nos dias de hoje) são apenas algumas das descobertas que têm contribuído para um melhor entendimento desse enorme quebra-cabeças que é a evolução da vida no nosso planeta. Nunca é demais destacar o financiamento contínuo e robusto para a pesquisa básica realizada pelo Governo da China, que traz resultados em diferentes áreas científicas, inclusive na pesquisa de fósseis.

Também os estudos relacionadas aos pterossauros têm recebido uma enorme contribuição através de achados realizados na China. No caso específico, estamos falando de um trabalho liderado pelo paleontólogo Xin Cheng, que trabalha na Universidade de Jilin, em Changchun. Trata-se da descrição de uma nova espécie de pterossauro que foi denominada Darwinopterus camposi.

Dedicar uma espécie a uma pessoa é a maior homenagem que um paleontólogo pode fazer. Essa homenagem – mais uma recebida por Diogenes de Almeida Campos -, se dá pelo fato dele ter incentivado a pesquisa conjunta entre brasileiros e chineses.

Essa colaboração de mais de duas décadas se iniciou com uma missão liderada pelo Dr. Campos em 2004 ao Institute for Vertebrate Paleontology and Paleoanthropology da Academia Chinesa de Ciências, em Beijing. Desde então, diversos cientistas e alunos dos dois países têm trocado experiências, realizando pesquisas e atividades de campo. Muitos dos resultados obtidos foram publicados em revistas como Science, Nature, PNAS e Current Biology.

Pesquisas originais dessas colaborações também são regularmente publicados nos AABC, valorizando esse periódico brasileiro, um exemplo a ser seguido por outros grupos de pesquisa.

Com certeza o trabalho do Dr. Cheng e colegas será bastante utilizado por pesquisadores da área em todo mundo. Aliás, convidamos os acadêmicos a consultar os artigos publicados pelos Anais da Academia Brasileira de Ciências que podem ser obtidos – sem custo – no site do Scielo. Nunca é demais relembrar que os AABC publicam trabalhos nos mais diferentes campos do saber, desde ciências físicas e químicas até ciências do solo e sociais. 

Além de parabenizar ao Dr. Diogenes, aproveitamos para solicitar que os Acadêmicos divulguem os AABC para colegas e alunos. Cabe lembrar que, além de ser publicada pela Academia Brasileira de Ciências, esta é a única revista multidisciplinar lato sensu editada no país.

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