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Sociobioeconomia de ‘floresta em pé’, uma solução econômica para a Amazônia

A Amazônia abriga 13% da biodiversidade global conhecida de plantas vasculares e vertebrados. Só de árvores e palmeiras, estima-se que existam 16.000 espécies. A ocupação Indígena da Amazônia, há cerca de 12.000 anos, resultou na domesticação de dezenas a centenas destas espécies, que ainda estão inseridas nos modos de vida das populações Amazônicas. Espécies nativas como mandioca, pimenta, urucum, castanha do Brasil, cacau e açaí se popularizaram globalmente, evidenciando o poder da biodiversidade e do legado Indígena na Amazônia.

No entanto, a biodiversidade e o legado Indígena na Amazônia estão enfrentando pressões. O desmatamento na região é o mais alto entre as florestas tropicais do planeta, atingindo em média 1,7 milhão de hectares por ano nas últimas duas décadas. As principais atividades econômicas nessas áreas incluem pecuária, monoculturas de soja e milho. Estudos recentes indicam que o desmatamento e as atividades econômicas relacionadas estão ligados a um complexo sistema ilegal de mercado de terras. Da mesma forma, a extração de madeira, quase toda ilegal, está causando uma grande degradação da floresta, tornando-a vulnerável a incêndios florestais.

(…)

Leia o artigo completo no The Conversation.

Bacia Amazônica registra o menor volume de chuva em 40 anos

A combinação entre clima seco, falta de chuva e altas temperaturas fez com que rios da Bacia Amazônica diminuíssem os níveis de água e começassem a secar. A região engloba nove países e enfrenta uma seca sem precedentes, com mudanças que colocam em risco espécies de animais e mais de 630 mil pessoas no Brasil. A mudança também afeta outras comunidades de Peru, Bolívia e Venezuela.

O panorama é apresentado em novo relatório do Observatório Global da Seca, produzido pelo Centro Científico da União Europeia e publicado em 20 de dezembro.

A análise reuniu informações da Bacia Amazônica e registra que a região teve o menor número de chuva em mais de 40 anos. A diminuição se deu entre julho e setembro. O impacto, contudo, deve se agravar nos próximos meses, que são de seca.

“É uma situação preocupante porque os rios não vão conseguir subir muito, nem as chuvas. E como é um ano de [fenômeno] El Niño, situações de seca podem ser agravadas ainda mais em janeiro, fevereiro e março. Normalmente as secas acontecem no verão e dessa vez foi antes, aconteceu antes da primavera”, aponta o climatologista José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), um dos participantes do relatório.

Marengo também destaca que a mudança de clima aumenta o risco de incêndios. “Estão acontecendo queimadas em boa parte da Amazônia”, diz. “No caso da biodiversidade, acontece em todo lugar: quando tem incêndios, você também está afetando a fauna. No caso específico de peixes, tucuxi, peixes de grande porte, como botos cor-de-rosa, é algo claramente sem precedentes. Junto com o calor excessivo, afeta a biodiversidade”, completa.

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Leia a matéria completa no SBT News

Comparação de trecho da bacia amazônica em setembro de 2022 e 2023 (Fonte:MapBiomas)

“Na COP 28, mundo parece não ter compreendido o perigo”, diz Carlos Nobre

A 28ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 28, chegou ao fim no dia 13 de dezembro e o acordo final não agradou os cientistas. Além de não falar expressamente na eliminação dos combustíveis fósseis, o documento não especifica sobre como será feita a transição energética e nem coloca prazos para isso, prometendo apenas uma redução gradual em seu uso. Dessa forma terminou uma COP marcada por polêmicas quanto à sede – os Emirados Árabes Unidos (EUA), um dos maiores produtores de petróleo do mundo – e ao presidente do encontro, o sultão Al Jaber, CEO da companhia estatal de petróleo do país.

O climatologista Carlos Nobre, membro titular da Academia Brasileira de Ciências, esteve presencialmente em Dubai e se decepcionou com o acordo final. Confira:

Impressão da COP 28

Nessa COP 28 em Dubai, o mundo passou a impressão de que não percebeu que 2023 foi um ano de temperatura recorde em 125 mil anos. Os eventos extremos explodiram e a temperatura média já aumentou 1,4 °C em relação a 1850, levando a um enorme risco climático. No Brasil, tivemos recordes em seca na Amazônia, em ondas de calor no Sudeste e Centro-Oeste e em chuvas e enchentes no Sul. Esse ano já deveria ter mostrado o risco das mudanças climáticas para todos.

Pontos de não-retorno

Durante a COP, um grupo de mais de 200 cientistas liderados pela Universidade de Exeter, Inglaterra, lançou um relatório atualizado sobre pontos de não-retorno em todo o planeta. Eles mostraram que, mesmo limitando em 1,5°C o aquecimento, nós ainda perderemos uma grande quantidade de gelo da Groenlândia, da Antártica, do Ártico e do permafrost de montanhas, afetando muito a biodiversidade desses lugares. Vamos extinguir também todos os recifes de corais. E quando a média de temperatura dos oceanos chegar perto de 1,5°C os eventos extremos se intensificarão ainda mais. É um risco enorme.

Documento final

O documento final não chama atenção para o que foi definido no Acordo de Paris, de 2015, e reforçado na COP 26, de 2021. Precisamos zerar as emissões até 2050 e, para isso, precisamos reduzir em 46% as emissões até 2030. 70% das emissões atuais vêm de combustíveis fósseis, mas a maioria dos países do mundo continuam a expandir essa exploração, inclusive o Brasil. Nós não precisamos de uma “transição lenta e gradual”, como afirma o documento, nós precisamos de uma eliminação rápida. Essa COP começa a sinalizar que os países vão permitir que a temperatura passe, e muito, dos 1,5°C de elevação.

O Global Stocktake – balanço de averiguação sobre o Acordo de Paris – foi discutido na COP 28. Ele mostra que todas as metas estão atrasadas e que os compromisso atuais dos países elevariam a temperatura em 2,5°C até 2050. Essa COP, como já se esperava, não acelerou nem mostrou o risco que o planeta já está correndo.

O papel do Brasil

Até a COP 30, que acontecerá no Brasil, em Belém do Pará, em 2025, o país precisa liderar uma grande mudança, uma mudança radical e rápida. Precisamos continuar reduzindo o desmatamento na Amazônia, como fizemos esse ano, mas reduzir também em outros biomas, já que aumentamos o desmatamento no cerrado. Para o Brasil chegar em 2030 como um líder em redução de emissões é preciso entender, em especial a Petrobras, que precisamos ir para o lado das renováveis e não para o lado de mais petróleo e gás. Temos o maior potencial de geração de energia elétrica renovável do planeta, em anos de chuvas intensas podemos produzir até 90% da nossa demanda em energia limpa. Temos todas as condições de fazermos uma rápida eliminação dos combustíveis fósseis e sermos o primeiro país do nosso tamanho no mundo a zerar emissões.

A meta brasileira é de reduzir em 53% as emissões até 2030 – em relação a 2005 – e zerar as emissões liquidas até 2050, mas podemos zerar até antes. O Brasil lançou na COP 28, através do BNDES, um grande projeto de restauração da Amazônia, chamado Arco da Restauração. A floresta está muito próxima de um ponto de não-retorno, então o objetivo é restaurar 24 milhões de hectares até 2050 para impedir o ponto de não retorno e remover 13 bilhões de toneladas de gas carbônico da atmosfera. Temos todas as condições de dar um exemplo pro mundo e ser o primeiro grande emissor do mundo a zerar suas emissões.

 


Carlos Nobre é climatologista, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), integrante do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) e co-presidente do Painel Científico para a Amazônia (SPA). Formulou há 27 anos a hipótese de “savanização” da Amazônia, na qual a floresta gradualmente se transformaria numa mata aberta e degradada após passar por pontos de não retorno de clima e desmatamento. É membro titular da ABC.

 

 


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Finalmente, a COP-28 acabou. E o documento final diz muito sobre as fortes tensões que dominam a geopolítica de nosso planeta. Mais de 100 países, incluindo o Brasil, lutaram até o fim para que o texto mencionasse explicitamente que os combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) deveriam ser banidos do planeta o mais rápido possível. Ao invés disso, os países produtores de petróleo forçaram um texto mencionando o estímulo à transição energética, saindo gradualmente das fontes fósseis de geração de energia.

Isso é exatamente o que a maioria dos países já estão fazendo há 20 anos, com a geração de energia solar e eólica, eletrificação do setor de transporte, entre muitas outras medidas já em andamento. O texto original menciona que os países devem “realizar uma transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de uma forma justa, ordenada e equitativa” (“transitioning away from fossil fuels in energy systems, in a just, orderly and equitable manner”). Para alguns, esta menção já é uma vitória expressiva, enquanto outros acham muito fraca a recomendação. A luta para a inclusão desta frase foi até o último minuto, com fortes ameaças de países não assinarem a declaração final, o que é um sintoma grave para nossa sociedade atual. Recomendar fazer algo que já está sendo feito, não pode ser caracterizado como progresso. A Ciência já recomenda há mais de 30 anos que seja eliminada a exploração e queima de combustíveis fósseis.

Outro importante passo que a COP-28 deu logo no primeiro dia, foi a estruturação do fundo de perdas e danos, destinado a compensar os países e regiões mais vulneráveis quando forem impactadas por eventos extremos, como elevação do nível do mar, incêndios florestais, secas, enchentes e outros problemas ligados à mudança do clima. Este fundo será administrado pelo Banco Mundial, a partir de doações voluntárias dos países e talvez empresas. Importante salientar que não se trata de obrigação dos países. Os valores projetados para este fundo de perdas e danos são extremamente reduzidos (algumas centenas de milhões de dólares, quando a necessidade é de centenas de bilhões de dólares). E nenhum acordo foi feito para ajudar financeiramente os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões e se adaptar ao novo clima.

A falta de governança global ficou muito evidente nesta COP. Um único país dos 192 países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCC) pode bloquear resoluções propostas por mais de 100 países, pois tudo tem que ser aprovado por consenso. Com os interesses econômicos e políticos dos países sendo tão diversos, claro que o consenso é algo impossível.

A diplomacia brasileira voltou aos seus melhores dias, com forte atuação do governo brasileiro nas negociações. Dez ministros estiveram presentes na COP-28, Fernando Haddad e Aloizio Mercadante lançaram programas de transição para uma economia de baixo carbono. Marina Silva brilhou, bem como Lula, com exceção do desastrado anúncio de entrada do Brasil na OPEP+, e de declarações de fixação aos combustíveis fósseis do Ministro de Minas e Energia e do presidente da Petrobrás.

A intensificação da mudança climática sendo observada recentemente, particularmente com o aumento expressivo de eventos climáticos extremos só mostra a urgência de decisões efetivas e rápida na contenção das mudanças do clima. Com as atuais emissões estamos indo para uma trajetória de aumento de 3°C, com aceleração do derretimento de geleiras e aumento dos eventos climáticos extremos. O ano de 2023 foi o mais quente em mais de 125 mil anos, e isso diz muito da urgência de alterarmos a trajetória climática que estamos seguindo.

Esta COP-28 coloca pressão sobre o Brasil, para que a COP-30 seja a COP que marque o fim dos combustíveis fósseis e a construção de uma sociedade com geração de energia sustentável. Além, claro, do fim do desmatamento de florestas tropicais. Temos que fazer nossa lição de casa, explorando os nossos enormes potenciais de geração de energia eólica e solar. E a Petrobrás tem que se ajustar aos novos tempos de energia renovável e engavetar o equivocado projeto de iniciar a exploração de petróleo na foz do Amazonas. O Brasil, com suas fortes contradições internas, tem que trabalhar muito para definir a trajetória que devemos seguir na questão climática e ambiental.

O presidente da COP 28, Al Jaber, que também preside a companhia estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos, comemorou o acordo final do encontro

Paulo Artaxo é climatologista e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. É professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. É membro do Comite Orientador do Fundo Amazônia, do Fundo Nacional de Meio Ambiente e do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Está presente em Dubai para a COP 28.

 


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Emissões brasileiras a caminho da COP 30

Como o Brasil poderá atingir desmatamento zero em 2030 e o net zero de emissões líquidas em 2050? E como fazer isso, e ao mesmo tempo diminuir desigualdades sociais?

Para discutir este importante aspecto, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) montou um evento anexo oficial da COP-28, com participação de pesquisadores da Mata Atlântica, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), e do próprio Ipam, visando olhar para a COP30 e os desafios brasileiros na redução de emissões.

O levantamento do SEEG para 2022 mostra que desmatamento responde por 48% de nossas emissões, seguido por agropecuária (27%), energia (18%) resíduos (4%) e processos industriais (3%). Destas categorias, eliminar a principal é a mais fácil. O mais difícil é reduzir os 27% da agropecuária, bem como os 18% do setor energético. Com a intensificação dos extremos climáticos, vemos que em 2022 e 2023 tivemos um acionamento maior da geração termoelétrica, o que pode se repetir no futuro.

Os olhos do mundo estão voltados para as taxas de desmatamento da Amazônia, que felizmente caíram nos dois últimos levantamentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Atualmente o Brasil desmata 9.000 Km² de florestas, e reduzir este número a zero tem seus desafios. Um destes é o combate às atividades ilegais na Amazônia. O IMAZON apresentou resultados de um importante estudo sobre o papel do judiciário no combate à criminalidade na Amazônia, incluindo invasões de terras públicas e indígenas, bem como o combate ao garimpo ilegal. O fundo Amazônia está financiando a implementação do novo Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e o centro de combate à criminalidade na Amazônia, que esperamos tenham resultados importantes.

Em 1990, o setor agropecuário emitia 185 milhões de toneladas de CO2 equivalente (MtCO2e). Em 2023, este número mais que triplicou, atingindo 600 MtCO2e. O painel discutiu processos modernos de integração lavoura-pecuária, onde é possível reduzir em até 30% as emissões de metano na criação de gado, sem reduzir a produtividade. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) conta com seu plano de agricultura de baixo carbono em desenvolvimento junto às universidades, e pode ter um enorme avanço nesta área, inclusive com o sequestro de carbono pelo solo.

No setor energético, o destaque do Brasil é uma matriz energética muito mais limpa que a maioria dos países, mas ainda com fraca participação de geração solar e eólica, comparada com nosso grande potencial nesta área. A possibilidade de geração de hidrogênio verde com baixos custos também é destaque no Brasil. Mas ainda temos geração de eletricidade por queima de carvão, e um Ministério de Minas de Energia que enfatiza a expansão da produção de petróleo, ao invés de olhar para o futuro, que é a energia renovável.

Temos que chegar na COP-30 fazendo nossa lição de casa na questão de redução de emissões. Importante salientar que com 48% de emissões associado ao desmatamento, temos uma possibilidade única no mundo, de redução rápida e barata de metade de nossas emissões de gases de efeito estufa. Temos que aproveitar nossas enormes vantagens estratégicas para voltarmos a ter um importante protagonismo internacional na questão ambiental e climática.

Na COP-28 hoje, o debate principal se deu na questão de como se referir ao fim da era dos combustíveis fósseis Duas possibilidades: se devemos usar o termo “eliminar gradualmente”, (em inglês “phase out“), ou somente usar o termo ”phase down”, que seria uma redução. A discussão não é somente semântica. Outra discussão é que os países devem concordar em acabar com o uso de combustíveis fósseis “não compensados” (em inglês “unabated”), o que abriria portas enormes para continuarmos com a era do petróleo, que precisamos terminar definitivamente, e o mais rápido possível. Vamos esperar o documento final em termos de linguagem, que pode ter consequências importantes para nossa trajetória futura de combustíveis fósseis.


Paulo Artaxo é climatologista e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. É professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. É membro do Comite Orientador do Fundo Amazônia, do Fundo Nacional de Meio Ambiente e do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Está presente em Dubai para a COP 28.

 


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Restaurar a floresta com Justiça

A revista Pesquisa Fapesp entrevistou a membra titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) Ima Célia Vieira, confira!

Quando vai a uma reserva extrativista da região de Santarém, no Pará, a ecóloga Ima Célia Guimarães Vieira conversa com os moradores das comunidades de etnia Tupinambá para, em conjunto, encontrarem formas de restaurar áreas de florestas degradadas por incêndios. Ela oferece sugestões e ouve, embora tenha muito a contar, já que começou a estudar os mecanismos de recuperação da vegetação nativa há quase 40 anos. Com seus estudos, mostrou que muitas vezes é possível apenas deixar a mata se recuperar sozinha, ainda que em outras, quando o uso da terra foi intenso, seja necessário plantar espécies nativas para acelerar a recuperação das áreas degradadas.

Paraense nascida em Belém, cresceu entre as cidades, os campos e as florestas da ilha de Marajó, onde passava temporadas ao lado dos pais, ambos juízes, e dos cinco irmãos. Divorciada, tem dois filhos: Murilo, 29 anos, historiador e produtor musical, e Tomás, 26, baterista e estudante de música na Universidade do Estado do Pará. A nova geração herdou o pendor musical da família. Sua avó tocava quatro instrumentos, a irmã é cantora lírica e diretora de ópera, o irmão é violonista e professor universitário.

A toada de Vieira é outra, mas sempre em um tom firme e sereno. Seu conhecimento e sua habilidade como conciliadora a levaram em 2019 ao Vaticano, para ajudar 185 bispos a aprimorar suas visões sobre a maior floresta tropical do planeta e, desde o início deste ano, ao Rio de Janeiro, para assessorar a presidência da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Mas ela também tem opiniões fortes sobre as possibilidades de ocupação da Amazônia, expressas na entrevista a seguir, concedida por plataforma de vídeo, dias antes de ela viajar de Belém para outras reuniões na sede da Finep.

Que forças regem o desmatamento na Amazônia?

A Amazônia é um território em disputa. De um lado, você tem um modelo socioambiental, que se fortaleceu a partir da conferência Eco92 e defende a conservação e manejo da floresta e, de outro, um modelo desenvolvimentista, que lança mão inclusive de recursos ilegais para converter a floresta em áreas economicamente produtivas. O modelo desenvolvimentista, que tem predominado, levou a essa situação de altas taxas de desmatamento, com o apoio do Estado brasileiro, por meio de crédito e incentivo à expansão da agropecuária em larga escala. Um colega antropólogo aqui do Goeldi, Roberto Araújo (ver Pesquisa FAPESP nº 309), lançou o conceito de pós-ambientalismo, que procura tornar o modelo desenvolvimentista mais verde, mais amigável, com as certificações ambientais e a mercantilização do carbono. Outro colega, o economista Francisco Costa, da Universidade Federal do Pará (ver Pesquisa FAPESP no 277), argumenta, com dados muito profundos, que a intensidade do desmatamento varia de acordo com a maior ou menor procura por terras para usar como pastagens ou agricultura. Quando a gente vê florestas públicas sendo queimadas e destruídas, não é à toa. É para colocar essas áreas no mercado de terra, porque vem depois a possibilidade de que sejam regularizadas e aproveitadas para a produção de commodities. As políticas públicas para a Amazônia retratam esses interesses conflituosos. A infraestrutura e o apoio ao desenvolvimento econômico estão ligados ao agronegócio e à mineração. Essas abordagens de bioeconomia, restauração florestal e créditos de carbono não atendem diretamente às necessidades das populações tradicionais, que ocupam 40% da Amazônia e não só conservam, mas manejam a floresta secularmente. A restauração não é um grande problema para essas populações porque usam áreas pequenas. Estamos buscando soluções para problemas causados por aqueles que destruíram a Amazônia, o que nos leva ao que eu chamo de justiça da restauração. Não me parece justo que os mesmos grupos que receberam recursos públicos para destruir a floresta agora recebam mais para desfazer os estragos que fizeram. O próprio agronegócio tem de arcar com a restauração, sem dinheiro público.

(…)

Leia a Entrevista completa na revista Pesquisa Fapesp.

A relevância da ciência na COP28

Leia texto do Acadêmico Paulo Artaxo para ABC, enviado em 6/12, diretamente de Dubai:

Com tanta política sendo jogada na COP-28, a pergunta sobre a relevância da ciência no encontro é muito atual. Vimos o presidente da COP, que é também presidente de uma companhia petrolífera, falar que a ciência não coloca a necessidade de eliminar combustíveis fósseis do planeta. Negacionismo científico a todo vapor para beneficiar as empresas de petróleo. Rapidamente, vários debates mostraram que sim, a ciência exige mudanças profundas no uso de energia no planeta, incluindo a eliminação do petróleo.

A ciência está também presente na importante questão dos chamados “tipping points”, ou pontos de não-retorno climático. Muitas das mudanças que já estamos fazendo no clima do planeta não têm volta, são irreversíveis. Mas onde exatamente estão os tipping points? E onde está o tipping point da Amazônia? Será quando atingirmos 40% do desmatamento da floresta? Ou será quando atingirmos 3°C de aumento na temperatura global? E quanto ao derretimento das geleiras da Groenlândia ou da Antártica? Este importante tema foi palco de várias apresentações na COP-28, e a ciência está fazendo progressos notáveis nesta área.

Outro ponto científico importante foi a discussão das bases científicas dos inventários de emissões que cada nação é obrigada a reportar à Convenção Climática. A diversidade de processos que levam a emissões de gases de efeito estufa, e a necessidade de cada país de reportar valores que lhes beneficiem em termos de emissões fazem deste tema um problema enorme. Como quantificar as emissões de cada país e processo de maneira justa e a mais precisa possível? Comparar emissões de CO2, CH4, N2O entre si e de cada país é uma tarefa hercúlea e o Painel Científico sobre Mudanças Climáticas (IPCC, da sigla em inglês) ajuda desenhando softwares de suporte que podem ser usados pelos países para submeteram seus relatórios à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCC).

Hoje na COP os negociadores climáticos brasileiros fizeram uma reunião com toda a delegação brasileira. O embaixador André Corrêa do Lago, junto com Ana Toni, João Paulo Capobianco e outros que estão participando da negociação discutiram seus pontos para dar transparência às posições brasileiras na COP. Em particular, os negociadores foram questionados sobre emissões da agricultura, desmatamento, resíduos sólidos etc. Capobianco deu uma resposta brilhante: o governo brasileiro nas negociações foca na redução de emissões do petróleo, já que é responsável por 83% das emissões. Os demais setores  têm importância relativa menor na estratégia política, mas que também tem que ser levados em conta. Mas não se pode esquecer das emissões do petróleo. Nota 10 para Capobianco.

Há mais de 50 anos atrás, a ciência alertou os governos e a sociedade dos riscos que a mudança climática teria para nosso planeta. Agora, a ciência busca métodos para sairmos da encrenca em que estamos, com a bagunça no clima. Ciência nunca foi tão importante para ajudar a humanidade.

Painel da Organização Meteorológica Mundial (WMO) e do Painel Científico sobre Mudanças Climáticas (IPCC) discutiu aprimoramentos nos métodos de reportar inventários de emissões de gases de efeito estufa

 

Paulo Artaxo é climatologista e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. É professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. É membro do Comite Orientador do Fundo Amazônia, do Fundo Nacional de Meio Ambiente e do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Está presente em Dubai para a COP 28.

 


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Leia artigo do Acadêmico Paulo Artaxo exclusivo para a ABC, enviado em 5/12:

O Brasil é destaque na COP-28 também pelos seus erros. A Climate Action Network (CAN), uma associação de 1.300 ONGs de mais de 120 países, todos os dias entrega na COP o prêmio “Fóssil do Dia”, e, ontem, o premiado foi o Brasil. As declarações do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, endossadas pelo presidente Lula, enfatizam as contradições fortes de nosso país. Se o Brasil almeja ter liderança climática no planeta, não pode se juntar a um clube de produtores de petróleo, a OPEP+, confundindo a produção de petróleo com liderança climática.

O ministro anunciou aqui em Dubai o plano de abrir um leilão para 603 novos blocos de produção de petróleo no 13 de dezembro, dia seguinte ao término da COP28. É uma coincidência ou provocação? Para piorar a situação, o presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates declarou em seguida que a Petrobrás será das últimas empresas a parar de explorar petróleo.

A Agência Pública, em parceria com o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG), fez um levantamento das potenciais emissões da exploração de petróleo na Margem Equatorial e Foz do Amazonas, mostrando que estas emissões serão maiores do que as evitadas atingindo desmatamento zero na Amazônia.

O prêmio enfatiza que o mundo não quer ver na COP30, em Belém, petróleo sendo explorado na foz do Amazonas, e enfatiza que o Brasil deveria seguir o exemplo da Colômbia, que assinou o Tratado de não proliferação de combustíveis fósseis.

Fora a vergonha do “prêmio”, vimos a ministra Sonia Guajajara participando da Mesa Ministerial de Alto Nível Sobre Transição Justa, que reuniu ministros e representantes de países para discutirem ações prioritárias para catalisar uma transição justa nas áreas energética, socioeconômica, laboral e outras dimensões para conter o aquecimento global até 2030.

Vimos também Al Gore lançar uma plataforma chamada Climate Trace, que usa Inteligência Artificial e imagens de mais de 300 satélites para monitorar emissões de países, cidades, empresas e fábricas. Isso mostra um dinamismo importante no monitoramento de emissões de gases de efeito estufa, tarefa cada vez mais importante.

Por outro lado, a agenda de adaptação climática segue em discussão na COP28, com forte interesse dos países em desenvolvimento. O aumento da ocorrência e intensidade de eventos climáticos extremos colocou esta agenda como prioritária. A adaptação climática por sua natureza é muito local, envolvendo municipalidades como agentes fundamentais nesta agenda.


Paulo Artaxo é climatologista e membro titular da Academia Brasileira de Ciências. É professor do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas. É membro do Comite Orientador do Fundo Amazônia, do Fundo Nacional de Meio Ambiente e do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Está presente em Dubai para a COP 28.

 


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