O termo "doença negligenciada" data da década de 70 e refere-se a doenças causadas por agentes infecciosos e parasitários, como doença de Chagas, doença do sono, leishmanioses, malária, febre amarela e tuberculose, entre outros. Outro termo que as caracterizaria, em conjunto, poderia ser "doenças infectocontagiosas". Tais doenças tendem a ser endêmicas em populações de baixa renda, representando, portanto, um problema latente na África, Ásia e nas Américas.

A adoção do adjetivo "negligenciada" tomou como base o fato de que tais enfermidades não despertam o interesse das grandes empresas farmacêuticas para a produção de medicamentos e vacinas. Além disso, a pesquisa neste setor não conta recursos suficientes, o que gera a escassez dos métodos de profilaxia disponíveis em todo o mundo.

No Brasil, as doenças negligenciadas também sofrem com uma disponibilidade de recursos muito aquém do necessário ao seu combate. Nesse sentido, é um desafio para a comunidade científica brasileira criar meios de se diagnosticar, tratar e superar tais doenças com os orçamentos destinados ao setor.

A partir de uma cooperação entre o Brasil e a Índia sobre doenças infecciosas, iniciada no ano de 2008, foram realizados alguns encontros que apontaram para a criação de um Grupo de Trabalho (GT) para debater ações e pensar em soluções para a área das doenças negligenciadas. Visando prover subsídios para políticas governamentais relativas ao combate dessas doenças, a ABC criou, em 2009, um Grupo de Trabalho sobre Doenças Negligenciadas, coordenado pelo Acadêmico Wanderley de Souza.

Coordenador: 
Wanderley de Souza 

Participantes:

Carlos Medicis Morel 
Eloi Garcia
Erney P. Camargo
Jorge Guimarães
Manoel Barral Netto  
Milton Ozório Moraes
Afrânio Lineu Kritski
Elba Regina Sampaio de Lemos
Pedro Vasconcelos
Sônia Rozental
Sérgio Fracalanza

A cooperação entre o Brasil e a Índia sobre doenças infecciosas, iniciada no ano de 2008, apontou para a criação de um grupo para debater ações e pensar em soluções para a área das doenças negligenciadas. Nesse ano ocorreram dois encontros: o Meeting Indo-Brazil on Infectious Diseases e o Workshop Brasil-Índia sobre Doenças Infecciosas.

Em 2009 foi criado o Grupo de Estudos sobre Doenças Negligenciadas, sob a coordenação do Acadêmico Wanderley de Souza. O ano de 2009 é o centenário da descoberta feita pelo cientista Carlos Chagas, publicada em 1909, quando o cientista descobriu o protozoário Trypanossoma Cruzi. Seus estudos englobam o ciclo de vida biológico desse parasita, tanto no homem, quanto em animais experimentais. Essa descoberta é considerada uma das mais importantes contribuições da ciência brasileira.

Confira a atuação do GT nos anos seguintes:

2010 | 3 a 5 de maio | Rio de Janeiro, RJ
Simpósio sobre Doenças Negligenciadas na Reunião Magna 2010

2011 | 31 de janeiro | Rio de Janeiro, RJ
Reunião do Grupo de Trabalho de Doenças Negligenciadas

Doenças Negligenciadas (baixe o pdf gratuitamente)
Os resultados do GT estão reunidos neste livro, publicado em 2010, numa parceria da ABC com a Fundação Conrado Wessel, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Financiadora de Estudos e Projetos do MCT (Finep) e o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Volume da série Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Nacional: Estudos Estratégicos, editada pela ABC.