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Diálogos Nobel Brasil: Universidade de São Paulo

Na manhã de 17 de abril, o Centro de Difusão Internacional da Universidade de São Paulo (CDI-USP) recebeu mais um Diálogo Nobel Brasil 2024, onde alunos e professores da comunidade acadêmica brasileira e alguns representantes  de outros países da América Latina tiveram a oportunidade de debater com três ganhadores do célebre Prêmio Nobel. No dia 15, o encontro aconteceu na  Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

O evento é fruto de uma parceria entre a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e o Nobel Prize Outreach, braço da Fundação Nobel, e só foi possível graças ao viabilizada pelo apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Antes do evento, os três nobelistas foram recebidos pelo reitor da USP, Carlos Carlotti Júnior.


Os laureados

Os laureados presentes foram: May-Britt Moser, que recebee o Nobel de Medicina em 2014 por suas descobertas em neurociências, ajudando a avançar significativamente pesquisas sobre cognição espacial humana; Serge Haroche, ganhador do Nobel de Física em 2012 por desenvolver novos métodos experimentais que permitiram medir e manipular partículas quânticas individuais, algo considerado impossível até então; e David MacMillan, que recebeu o Nobel de Química em 2021 pela criação de catalisadores sustentáveis com diversas aplicações industriais, sobretudo na produção de medicamentos.

David MacMillan, Serge Haroche e May-Britt Moser interagiram com estudantes na USP (Foto: Julio Cesar Guimarães)

Abertura

A presidente da ABC, Helena Bonciani Nader, recepcionou o público lembrando que 2024 é um ano especial para a ciência brasileira. Com o país na presidência rotativa do G20, coube a ABC organizar o Science 20 – braço científico do grupo – e estabelecer a construção de um mundo mais justo e sustentável como meta prioritária.

“Em 2015, 193 países aprovaram uma agenda global, a ser alcançada até 2030, com o objetivo de proteger o planeta e libertar a humanidade da tirania da pobreza. Foram delineadas metas ousadas e transformadoras, e nossos governos se comprometerem a abraçá-las e orientar o mundo para um caminho sustentável e resiliente. Esses objetivos são integrados e indivisíveis e devem equilibrar as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Além disso, essa jornada coletiva está ancorada no compromisso de não deixar ninguém para trás. Estamos a sete anos do prazo estabelecido e, com preocupação, percebemos que estamos longe dos objetivos desejados e acordados”, alertou Nader.

A presidente da ABC, Helena Nader, recepcionou os nobelistas (Foto: Julio Cesar Guimarães)

De cientistas para cientistas

Os três laureados foram convidados ao palco para falar sobre vários aspectos da carreira de um cientista. A mediação foi feita por Adam Smith, diretor científico do Diálogos Nobel.

David MacMillan: estabilidade para tentar

MacMillan lembrou que, no início da carreira, sua maior preocupação era conseguir um emprego estável. “Quando fui para os EUA e comecei como professor assistente em Berkeley, o único impacto que eu queria era manter meu emprego. Conforme o tempo passou, e observando como eram feitas as coisas, comecei a perceber o que fazia sentido e o que não fazia. Comecei a pensar: ‘Há outra forma de fazer?’, e foi quando comecei a ter ideias disruptivas”.

“É muito difícil balancear essas ideias com o trabalho tradicional, principalmente quando se é jovem. Os revisores estão procurando por algo que faça sentido baseado no que já sabemos, então evitamos fazer o que não é usual. Por isso precisamos encorajar mais esses caminhos desafiadores”, completou.

Mac Millan, que foi premiado em 2021, conta que ainda está se acostumando ao Nobel. “Uma das coisas legais é que você começa fazendo algo aque ninguém dá atenção e, 20 anos depois, se torna algo que todos querem saber sobre, a indústria começa a utilizar. As pessoas do meu grupo começaram a perceber que aquele mundo fechado em que vivíamos se expandiu, perceber o impacto do nosso trabalho. Isso é muito positivo, é mostrar que o pensar, o aprender, impacta a sociedade como um todo.

Questionado por um aluno, ele respondeu como um cientista deve lidar com o fracasso. “Tem dias em que nos sentimos cansados, sobrecarregados, mas também há dias em que as coisas funcionam. Quando isso acontece é maravilhoso, é a melhor coisa da ciência. Quando você estiver pensando em desistir, lembre-se desse sentimento, lembre-se de como é bom estar contribuindo com um pedaço de conhecimento que permanecerá para sempre. Você percebe que precisa continuar tentando, continuar se entusiasmando. Fracassamos muito mais do que acertamos, mas quando chegamos a uma resposta, vale por todo o processo”.

Chefe de laboratório, MacMillan também aconselhou professores sobre como lidar com seus orientandos. “Acima de tudo, é preciso ter responsabilidade com seus estudantes, ajudá-los a crescer como indivíduos, além de cientistas. É importante que sejam independentes, que não precisem fazer só o que uma agência governamental quer que eles façam. Uma das maravilhas da ciência é que todos podem decidir por si mesmos qual caminho seguir”.

Adam Smith e David MacMillan (Foto: Julio Cesar Guimarães)

May-Britt Moser: laboratórios felizes e ciência de ponta

Vencedora do Nobel em 2014, May-Britt Moser já teve uma década para se acostumar, mas ainda reluta em deixar que a notoriedade a afaste de sua pesquisa, principal paixão na carreira. “Nós somos cientistas porque temos esse talento e devemos usá-lo. Às vezes sinto que nos dão responsabilidades demais. Eu não viajo muito porque, apesar da importância desses encontros, me pergunto se consigo lidar com todas as demandas. Me pergunto todos os dias, como estarei contribuindo mais com o mundo?”

O laboratório é sua segunda casa, e por isso Moser busca todas as maneiras de tornar esse ambiente agradável. “Eu me sinto responsável não só pela ciência, mas pelas pessoas. Se não estamos felizes no trabalho a vida fica miserável. Uma coisa é ter uma ideia abstrata de felicidade, mas para criar esse ambiente de fato é preciso enxergar a todos, conversar com todos”.

“Fazer ciência é difícil, há muitos fracassos, às vezes você se sente batendo a cabeça no muro. Mas, de repente, surge uma resposta. Quando isso acontece, se torna viciante. De certa forma somos loucos, pois quando você se vicia no que faz, não consegue mais parar. Por isso tenho muito orgulho do ambiente que criamos no laboratório, pois tentamos resolver problemas juntos, e aí quando vem o sucesso é um sucesso de todos, comemoramos todos juntos e nos tornamos mais próximos”, completou.

Mas seu campo de atuação, assim como qualquer área da ciência, é complexo, tendo um progresso lento. Às vezes, as ferramentas para avançar ainda nem sequer existem. “Tivemos que começar por algum lugar, Decidimos pelas estruturas ao redor do hipocampo e descobrimos coisas a partir dela. Não era suficiente entender como os sistemas funcionavam, mas como eles interagiam. Então percebemos que precisávamos de ferramentas. Foi quando, na década passada, tivemos acesso a novas ferramentas que nos permitiram ir além, encontrar coisas novas, entender melhor como as estruturas celulares estavam interagindo”.

“Quanto mais complexo o problema, mais campos precisamos explorar, então começamos a colaborar com especialistas de outras áreas e a precisar de mais gente. Em nosso instituto temos hoje pessoas de 30 países, pessoas de todas as cores e amamos isso. Precisamos de gente diferente, com diferentes atitudes, diferentes treinamentos, pois isso aumenta o alcance da ciência. Nós amamos a ciência juntos”, afirmou.

Inquirida por um professor sobre inovação, Moser defendeu a transferência tecnológica como fundamental para o avanço científico global. “Uma vez recebemos em nosso laboratório um brilhante cientista chinês que desenvolveu um microscópio portátil de ponta. Logo apareceram alguns pensando em como poderíamos vender aquilo, mas optamos por abrir o conhecimento, compartilhar cada pequeno detalhe, para que pessoas do mundo todo pudessem desenvolvê-lo. Isso é o que faz a ciência avançar”.

May-Britt Moser interage com o público (Foto: Julio Cesar Guimarães)

Serge Haroche: no lugar certo, na hora certa

Laureado em Física em 2012, Serge Haroche lembrou que ganhar o Prêmio Nobel não é apenas sobre mérito científico, mas também sobre estar no lugar certo na hora certa. “Eu percebi que era possível aumentar a sensibilidade ótica para enxergar um único átomo interagindo com um único próton. No início eu não tinha ideia do quão longe a ideia poderia ir, tive a sorte de ter o que precisava em mãos. Quando Einstein ou Schrödinger imaginavam esse tipo de experimento, eles não tinham as ferramentas necessárias”.

Haroche é um defensor ferrenho da ciência básica, pilar de todo o processo de construção do conhecimento. “Mesmo antes de qualquer aplicação, o que move um cientista é observar um fenômeno e descobrir sobre ele coisas que ninguém sabe. Perceber depois que essas coisas são uteis é muito gratificante, mas não é o motor”.

“Quando eu era jovem eu não imaginava tudo isso, de jeito nenhum. Eu era fascinado pela física quântica, tive a sorte de trabalhar com ótimos professores e ter liberdade para explorar. Isso era mais comum no passado, a pesquisa era mais de baixo para cima. Agora há uma tendência de organização mais centralizada e isso coloca uma serie de amarras. Não é assim que a pesquisa funciona. Primeiro você explora e depois surgem as aplicações, muitas vezes, em direções inimagináveis. Quem faz políticas de ciência precisa entender isso”, completou.

Para ele, fazer ciência é uma arte, que requer imaginação e criatividade Mas, diferente das artes tradicionais, é uma arte que precisa respeitar os limites do mundo físico. “Você tem que ser curioso, tem que focar e reconhecer o valor da sua pesquisa. Depende da sua personalidade. Quando trabalhando em pequenos grupos, você consegue criar uma sinergia e o suporte dos colegas se torna importante para lidar com o fracasso. Em campos que envolvem muitos pesquisadores, você precisa ter em mente que você precisará achar o seu nicho e criar seu espaço”.

Respondendo a um aluno sobre o porquê de o Brasil não ter prêmios Nobel, Serge Haroche reforçou que é preciso ter compromisso com investimentos na educação básica. “Na ciência moderna é preciso ter muitos recursos e isso dificulta a competição com laboratórios de países ricos. Mas em termos de talento, o Brasil tem o que precisa. O necessário é explorar melhor esse recurso, dar condições iguais a todos os jovens e educação básica de qualidade”. No entanto, haroche reconhece que o Prêmio Nobel deveria rever certos critérios. “No meu caso, eu sempre quis compartilhar meu Nobel com as pessoas com quem cooperei durante toda a minha carreira”, concluiu.

Serge Haroche se dirige à platéia (Foto: Julio Cesar Guimarães)

Assista à transmissão no canal do Prêmio Nobel:


Saiba como foram os outros eventos!

Diálogos Nobel Brasil: Universidade do Estado do Rio de Janeiro

A ABC juntou três laureados do Prêmio Nobel com alunos e professores das comunidades cientificas do Brasil e da América Latina. Primeiro dia foi perante o teatro lotado da UERJ!

Diálogos Nobel Brasil: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

A última tarde do Diálogos Nobel Brasil levou os laureados para uma conversa na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, onde se discutiu a ponte entre academia e setor privado na corrida pela inovação.

Diálogos Nobel Brasil: Universidade do Estado do Rio de Janeiro

No dia 15 de abril, o teatro Odylo Costa, filho, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), recebeu a primeira edição presencial de um Diálogo Nobel na América Latina. Organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Nobel Prize Outreach, braço da Fundação Nobel, o encontro foi possível graças ao apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).


Os laureados

Os laureados presentes foram: May-Britt Moser, Nobel de Medicina em 2014 por suas descobertas em neurociências, ajudando a avançar significativamente pesquisas sobre cognição espacial humana; Serge Haroche, Nobel de Física em 2012 por desenvolver novos métodos experimentais que permitiram medir e manipular partículas quânticas individuais, algo considerado impossível até então; e David MacMillan, Nobel de Química em 2021 pela criação de catalisadores sustentáveis com diversas aplicações industriais, sobretudo na produção de medicamentos.

Durante um dia inteiro de atividade, os célebres cientistas participaram de mesas-redondas e palestras e também conversaram e tiraram fotos com os presentes. Os tópicos abordados passaram pelas dificuldades do fazer-ciência na América Latina até aspectos mais gerais da carreira e de como a ciência pode fazer mais para a sociedade.

David MacMillan, May-Britt Moser e Serge Haroche (Fotos: Julio Cesar Guimarães e Marcos André Pinto)

 

Palestra de Abertura: Serge Haroche

Haroche iniciou sua fala lembrando que a ciência está ameaçada por irracionalidades no mundo inteiro. Grupos anticiência, que negam as mudanças climáticas, as vacinas e até mesmo o formato da Terra, se proliferam globalmente. A grande contradição é que um dos veículos que mais contribuem para isso é também uma das maiores inovações da história da ciência. “A Internet, esse produto singular do desenvolvimento tecnológico, serve para carregar o melhor e o pior de nós”.

O combate ao irracional deve ser feito desde cedo. “As crianças devem aprender o método cientifico desde pequenas, devem aprender sobre pensamento crítico, a observar e teorizar. Parte do problema está na educação básica não ser prioridade, professores não têm o reconhecimento e os salários que merecem”, refletiu.

Exemplos não faltam ao redor do mundo de sociedades e setores que se desenvolveram graças à ciência. “Coréia do Sul e Singapura eram mais pobres que os países latino-americanos há 50 anos, mas investiram pesado em educação, ciência e tecnologia”, lembrou Haroche.

Por fim, o laureado fez um apelo pela paz. “A ciência é universal pois responde a um anseio de toda a humanidade. Ela foi a primeira atividade verdadeiramente globalizada e deve perseverar sobre as tensões geopolíticas. Infelizmente, a situação na Europa e no Oriente Médio é temerosamente com a de um século atrás. São tempos difíceis em que as instituições internacionais, inclusive as científicas, têm papel crucial”.

Haroche ministra a palestra de abertura (Foto: Julio Cesar Guimarães)

Diálogos

O encontro prosseguiu com uma série de mesas-redondas onde laureados e cientistas brasileiros compartilharam suas visões sobre uma série de temas caros à ciência.

Construindo confiança

Em tempos de proliferação da anticiência, nada como juntar cientistas renomados para debater a construção de confiança junto à população. O virologista Anderson Brito, voz ativa no debate público durante a pandemia, afirmou que é preciso explicar como o método científico funciona, algo que o Brasil não faz. “Não basta explicar o resultado, é preciso falar sobre o processo para que o resultado faça sentido, senão soa como mágica. De uma maneira geral, nós cientistas não somos incentivados a divulgar, não somos avaliados por isso”.

O laureado David MacMillan, que trabalha criando soluções para a indústria farmacêutica, acredita que há um processo de democratização do acesso a medicamentos, um exemplo que pode ajudar a criar confiança. “Tecnologia, agricultura, esses dispositivos nos nossos bolsos, tudo foi criado pela ciência, ela está em todo lugar e é intrínseca a tudo que fazemos”.

Já a presidente da ABC, Helena Nader, defendeu que os produtos da ciência precisam ser usados de forma consciente. “Como a sociedade pode controlar a ciência? Não no sentido de proibir, mas de como usá-la para o bem comum. Essa é a questão central”.

Anderson Brito, David MacMillan e Helena Nader (Foto: Julio Cesar Guimarães)

A importância da diversidade

A face global da ciência ainda reproduz desigualdades relacionadas à gênero, raça e origem social. A economista Ana d’Addio, que trabalhou no Relatório de Monitoramento Global da Educação, da Unesco, abriu a conversa trazendo alguns dados. As mulheres ainda são apenas um terço dos graduados em exatas no mundo, por exemplo. “Como enfrentar essa e outras barreiras?”.

A biomédica Jaqueline Góes, coordenadora da equipe brasileira que sequenciou o Sars-Cov-2, reforçou a importância da representatividade. “A orientação é o fator mais importante quando se está trabalhando na ciência. O orientador é uma pessoa que vai servir de modelo. Quando eu comecei, eu não via outras mulheres negras. Se eu olho para os meus colegas e não vejo diversidade, porque não promover essa diversidade nas minhas orientações?”.

O atual presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos, Vinícius Soares, defendeu as políticas de cotas e auxílios permanência do Brasil como exemplos para o mundo em questão de diversidade. “Foi algo que mudou completamente a cara da universidade brasileira, criou uma geração de pessoas que foram as primeiras de suas famílias a cursar ensino superior”.

Para a nobelista May-Britt Moser quanto mais gente diferente fazendo ciência, melhores as perguntas sendo feitas e os resultados atingidos. “Se restringirmos a população onde procuramos por talentos científicos nós perdemos. Precisamos de criatividade, precisamos de todos pra ter discussões, é uma tolice não apoiar a diversidade na ciência. Precisamos de modelos que nos inspirem. Quando eu comecei eu já conhecia outras cientistas então nunca me questionei por ser mulher”.

Anna d’Addio, Jaqueline Góes, May-Britt Moser e Vinicius Soares (Foto: Pedro Kirilos)

Comunicação científica

O terceiro painel focou na questão da comunicação. O biólogo Helder Nakaya afirmou que, no debate das redes, é preciso ter empatia com o público. “É preciso entender o que o seu interlocutor está procurando e como ele pode se beneficiar da sua pesquisa”.

David MacMillan avaliou que a Química, sua área, é tradicionalmente difícil de explicar. “Quando pensamos em física pensamos nas estrelas, no espaço; já na biologia, pensamos nos animais, nas plantas; mas na química sempre pensamos em poluentes”, disse o laureado de forma bem- humorada. Para ele, a presença dos cientistas nas redes sociais serve, sobretudo, para humaniza-los. “É interessante sabermos quem as pessoas são por trás da ciência”.

Por sua vez, Cristiani Machado, vice-presidente de Comunicação da Fiocruz, lembrou que as instituições precisam ajudar seus cientistas a se comunicar. “Existem grandes cientistas que não são bons professores, e vice-versa. Comunicação com o grande público é ainda mais difícil, precisamos aceitar que não podemos fazer tudo e ter o suporte necessário”.

Cristiani Machado, David MacMillan e Helder Nakaya (Foto: Pedro Kirilos)

Conversas se estenderam por toda a tarde

Após o almoço, os três laureados participaram de sessões separadas em que conversaram com alunos do Brasil e da América Latina sobre problemas e inquietações comuns no início da carreira. Após essa parte, todos voltaram ao teatro para mais bate-papos com professores.

A colaboração científica foi muito debatida. A reitora da UERJ, Gulnar Azevedo, lembrou de uma experiência bem-sucedida durante a epidemia de Zika. “Laboratórios de todo o pais se juntaram para entender o que estava acontecendo que tantos bebes estavam nascendo com microcefalia”.

May-Britt Moser trouxe a experiência de seu laboratório para defender o trabalho colaborativo entre estudantes, e reforçou a importância do respeito e das interações humanas. “Se o ambiente for divertido, relaxante, não significa que não levamos a ciência a sério, mas que continuamos sendo humanos, e humanos precisam se divertir”.

David MacMillan refletiu sobre cooperações passadas. “A parte mais difícil é combinar o esforço de todos, entender quanto as pessoas estão dispostas a colaborar. As melhores colaborações foram com amigos próximos, porque tive mais abertura para conversar”.

Outro tema abordado foi o letramento científico, que todos concordaram deveria ser estimulado desde a primeira infância. O físico e ex-presidente da ABC Luiz Davidovich frisou que a ciência não é a única forma válida de conhecimento. “Existem conhecimentos tradicionais invaluáveis no Brasil, muitos dos quais sobre a nossa rica biodiversidade. Ensinar as crianças sobre essa riqueza deveria ser parte fundamental da nossa cultura”.

Sobre gestão de ciência, Serge Haroche afirmou existir uma contradição entre o curto prazo da política e o longo prazo da ciência. “Há uma tendência atual entre gestores de organizar as coisas de cima pra baixo. Mas a ciência é feita de baixo pra cima, do financiamento de descobertas para depois gerar aplicação. Descobrir se algo é possível vem antes de descobrir se algo é útil”.

Os três laureados agradecem o público ao final da cerimônia (Foto: Julio Cesar Guimarães)

Saiba como foram os outros eventos!

Diálogos Nobel Brasil: Universidade de São Paulo
Os nobelistas May-Britt Moser, David MacMillan e Serge Haroche compartilharam suas experiências enquanto cientistas com um auditório lotado na USP. Confira!

Diálogos Nobel Brasil: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
A última tarde do Diálogos Nobel Brasil levou os laureados para uma conversa na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, onde se discutiu a ponte entre academia e setor privado na corrida pela inovação.


Veja as fotos do encontro no Rio de Janeiro

 


Assista a transmissão pelo canal do Prêmio Nobel:


Saiba como foram os outros eventos!

Diálogos Nobel Brasil: Universidade de São Paulo
Os nobelistas May-Britt Moser, David MacMillan e Serge Haroche compartilharam suas experiências enquanto cientistas com um auditório lotado na USP. Confira!

Diálogos Nobel Brasil: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
A última tarde do Diálogos Nobel Brasil levou os laureados para uma conversa na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, onde se discutiu a ponte entre academia e setor privado na corrida pela inovação.

Conferência Livre: Juventudes e Ciência!

No dia 25 de abril a Conferência Livre – Juventudes e Ciência, um evento on-line que discutirá estratégias para superar os desafios enfrentados pelos pesquisadores na área de Ciência, Tecnologia e Inovação.

 

Veja a programação:

09h | Os Desafios para os Jovens Doutores na Consolidação de suas Carreiras Acadêmicas

Mediador: Walter Beys (ABC)
Relator: Amurabi de Oliveira (ABC)

Apresentadores:

  • Ana Chies Santos (UFRGS)
  • Raquel Minardi (UFMG)
  • Thaiane Oliveira (UFF)
  • Helder Nakaya (USP)

 

11h | O Engajamento dos Jovens em CT&I

Mediadora: Thaiane Oliveira (ABC)
Relatora: Priscilla Olsen (ABC)

Apresentadores:Rodrigo Toniol

  • Priscila Duarte (ANPG e CNCTI)
  • Vanessa Fagundes (INCT, CPCT)
  • Luana Bonone (MCTI)

 

14h | Desafios e Estratégias para a Absorção de Recém-Doutores no Mercado de Trabalho

Mediador: Rodrigo Toniol (ABC)
Relator: José Rafael Bordin (ABC)

Apresentadores:

 

O evento tem apoio da Academia Brasileira de Ciências, da Associação Nacional dos Pós-Graduandos, do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação  (MCTI).

Sua participação é fundamental! 💡

Inscreva-se em https://bit.ly/abc_ciencias 

Assista em abc.org.br/transmissao

Ganhadores do Prêmio Nobel debatem ciência na USP

Evento organizado pela ABC em parceria com a Fundação Nobel com apoio da Universidade de São Paulo (USP) e da Fapesp teve destaque no Jornal Hoje da TV Globo, em 17 de abril.  A matéria, de três minutos, mostra a fila longa na entrada e entrevista estudantes e professores que foram ver as “celebridades” do mundo científico.

Os comentários e conselhos do francês Serge Haroche (Física, 2012), da norueguesa May-Britt Moser (Medicina, 2014) e o escocês David McMillan (Química, 2021) foram apresentados.

No debate com a plateia, uma estudante negra perguntou à May-Britt Moser sobre quantos estudantes negros trabalhariam em seu laboratório. A nobelista respondeu que em seu local de trabalho há alunos de 20 países diferentes e que cada um deve ter orgulho de si próprio.

A presidente da ABC também foi entrevistada: “Essa é a mensagem que eu quero deixar: ‘Eu também posso, eu preciso acreditar em mim'”.

Assista neste link


Veja a repercussão dos Diálogos Nobel Brasil 2024, realizados na Uerj, na USP e na Fiesp.

Veja o que vencedores do Nobel defendem para criação de futuro mais desenvolvido e justo

A cooperação entre pesquisadores de diferentes nacionalidades e o investimento em educação e ciência serão os principais impulsionadores de um futuro mais desenvolvido e justo, na avaliação de cientistas vencedores do prêmio Nobel reunidos no Rio nesta segunda-feira (15). O evento, promovido pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) em parceria com a Fundação Nobel, abordou como a ciência pode ser usada para promover um mundo melhor.

O físico francês Serge Haroche, laureado com o Nobel da Física em 2012, acredita que os criadores de políticas devem favorecer a comunicação entre países e fomentar projetos que reúnam pesquisadores de diferentes regiões. Para ele, a comunicação e a cooperação entre cientistas são a chave para sociedades que buscam soluções para problemas semelhantes.

“É preciso garantir que a comunicação seja global entre cientistas e não seja afetada por tensões geopolíticas”, disse Haroche a jornalistas .

(…)

Haroche acredita que os impactos da ciência na economia e em outras esferas só serão possíveis se houver boa educação e investimento na ciência básica. “É difícil porque a atitude natural dos políticos costuma ser a de buscar controlar a ciência e tomar decisões de cima para baixo, mas a ciência tem seu próprio tempo”.

Para Helena Nader, presidente da ABC, o Brasil precisa desenvolver ciência própria, ao mesmo tempo em que deve criar pesquisas internacionais em parceria com cientistas de outros países.

(…)

Para o escocês David MacMillan, vencedor do Nobel de Química em 2021 e professor na Universidade de Princeton, a promoção da diversidade é fundamental para o desenvolvimento científico.

(…)

“Se você quiser resolver qualquer problema, vai querer várias pessoas pensando sobre ele. Pessoas com variados gêneros, nacionalidades e culturas pensam de forma diferente, e quando se reúnem, isso tem um impacto muito alto.”

(…)

A psicóloga e neurocientista norueguesa May-Britt Moser, vencedora do Nobel de Medicina em 2014, ponderou que as pessoas parecem ter memória curta sobre o papel da ciência e disse que, para nos prepararmos para o futuro, é necessário que a sociedade esteja pronta.

A norueguesa May-Britt Moser, vencedora do Nobel de Medicina em 2014, fala com estudantes no Rio | Foto: Clément Morin

“Pensei que aprenderíamos na pandemia o quão importante a ciência é, mas as pessoas esquecem. Se não tivéssemos pessoas trabalhando em ciência e facilitando as vacinas para salvar milhões e milhões de pessoas, teríamos um desastre muito maior”, acrescentou Moser, que também é chefe do departamento do Centro de Computação Neural na Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia.

(…)

Moser falou ainda sobre a representatividade de mulheres na ciência, observando que se as mulheres não ousarem romper barreiras, o aumento da presença feminina não vai acontecer.

“Na Noruega, nós temos mulheres em diferentes campos e para mim era algo natural, eu não via diferenças até dialogar com outros países. Se as pessoas não esperam que você faça algo, você precisa lutar mais para ocupar esses lugares”.

Leia a matéria na íntegra no site do Valor

 


Veja as fotos do encontro no Rio de Janeiro

Academia Brasileira de Ciências promove encontro com três premiados pelo Nobel

A ciência precisa ser comunicada para que a população se aproxime dela. A afirmação é da presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena Nader, feita durante o Diálogo Prêmio Nobel no Rio nesta segunda-feira (15).

O evento, realizado na Universidade do Estado do Rio, promoveu o encontro de estudantes de diferentes partes da América Latina com três premiados pelo Nobel.

A presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, afirma que a comunicação tem papel essencial na aproximação entre ciência e sociedade.

Adam Smith, da equipe do Nobel Outreach, Anderson Brito, membro afiliado da ABC; o ganhador do Nobel David Mc Millan e a presidente da ABC, Helena Nader | Foto: Julio Cesar Guimarães

Durante o evento nesta segunda, diversos estudantes participaram dos painéis que debateram temas variados envolvendo ciência. Para a estudante de pós-graduação e bióloga Caroline Pires, é importante que o evento seja gratuito, para que mais pessoas possam participar dele. Ela conta como se sentiu representada por ter contato com uma nobelista mulher, May-Britt Moser, vencedora do Nobel de Medicina em 2014.

A reitora da Universidade do Estado do Rio (UERJ), Gulnar Azevedo e Silva, ressalta que pretende promover ainda mais encontros dessa natureza na universidade.

A agenda é promovida pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) em parceria com a Fundação Nobel e acontece também na quarta-feira (17), em São Paulo.

 


Veja as fotos do encontro no Rio de Janeiro

Dicas do Nobel David MacMillan para jovens cientistas

Leia matéria de Rafael Garcia para O Globo, publicada em 15 de abril:

Um dos maiores cientistas do mundo no campo da Química, o escocês David MacMillan desembarcou no último fim de semana no Brasil para uma série de palestras com jovens estudantes e cientistas no Rio e em São Paulo, a convite da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Professor da Universidade de Princeton, nos EUA, MacMillan recebeu o Prêmio Nobel de Química de 2021 pela criação de catalisadores (substâncias que aceleram reações químicas) mais ambientalmente sustentáveis, para emprego na indústria farmacêutica, agroquímica e de materiais. Egresso de uma família de classe operária em Glasgow, o cientista promete falar ao público não só sobre temas técnicos de sua área de pesquisa, mas também sobre como o espírito de curiosidade pode impulsionar uma carreira acadêmica de sucesso.

MacMillan se junta a outros dois colegas laureados pelo Nobel, a neurocientista May-Britt Moser e o físico Serge Haroche no evento promovido pela ABC esta semana para estimular a ciência entre jovens. Em entrevista ao GLOBO, contou um pouco sobre o que espera para o encontro, que ocorre nesta segunda-feira, no Rio, e na terça, em São Paulo.

O senhor fará apresentações aqui no Brasil para plateias de jovens cientistas que buscam inspiração. Que conselhos de carreira costuma dar nessas situações?

Meu conselho é bem simples. A primeira coisa é que você busque ser você mesmo. Seja autêntico e siga o caminho que pretende seguir, sendo muito cuidadoso em não tentar seguir o de outras pessoas. Ou seja, saber qual é seu próprio talento e ir em frente. Eu cresci num ambiente de classe operária na Escócia. Meu pai era metalúrgico, minha mãe empregada doméstica, e entrar na universidade, por si só, já era um salto enorme para mim. Mas, em certo estágio, eu já sabia que era isso que eu queria fazer. Me dei conta de que, no caminho que você escolhe, há uma escada de muitos degraus, e é preciso olhar para cima e pensar. Se você olha para o topo de uma escada muito alta, a tarefa parece impossível. Mas se você olha para o próximo degrau, sempre vai parecer razoável. Se você sabe quais são seus objetivos e o que lhe é caro, sobe no próximo degrau e segue em frente. Sempre haverá fracassos no meio do caminho. Falhar é normal, mas se você mantiver a paixão e o entusiasmo pelo que gosta, vai chegar a um lugar positivo.

(…)

Muitos cientistas ganhadores do Nobel defendem espaço para uma ciência mais solta e criativa, sem objetivo de aplicações imediatas. Seu trabalho ganhou muitas aplicações na indústria química. O senhor se guia muito por aplicações ou é movido mais pela busca de conhecimento puro?

A minha ciência até agora tem sido muito aplicável, mas eu também acredito que a ciência básica fundamental é muito importante. E nós tentamos fazer as duas coisas juntas. Eu sou grande defensor do valor do impacto na ciência. Se eu puder impactar o mundo hoje, em vez de ter que esperar 30 anos, porque não fazer agora? É muito mais divertido ver as coisas poderem ser usadas imediatamente. No meu laboratório, por exemplo, nós desenvolvemos ideias que rapidamente são adotadas por empresas farmacêuticas. Podemos literalmente inventar uma reação química na terça-feira, para a indústria usá-la na sexta. Isso é sensacional e muito gratificante, porque você percebe que está contribuindo para o conhecimento do mundo. Com sorte, é possível ajudar o progresso da medicina, pouco a pouco, mas de forma real. Sendo franco, nós damos sim muito valor à praticabilidade, à adoção e, em última instância, ao impacto. Não há nada de errado em cientistas pensarem assim.

(…)


Leia a entrevista na íntegra em O Globo

 

Nobel no Brasil: ‘treinar e nutrir as mentes dos jovens é a melhor coisa que um país pode fazer’, diz Serge Haroche

Três cientistas agraciados com o Prêmio Nobel estão no Brasil para mostrar a estudantes brasileiros e latino-americanos como a ciência pode ser usada na promoção de mudanças por um mundo melhor. Organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Fundação Nobel, o Diálogo Nobel Brasil 2024 recebeu David MacMillan (Nobel de Química em 2021), May-Britt Moser (Medicina em 2014) e Serge Haroche (Física em 2012), nesta segunda-feira (15), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). A íntegra dos debates pode ser assistida aqui.

Na abertura, a presidente da ABC, Helena Nader, destacou a importância de proporcionar esse encontro aos jovens estudantes e lembrou que o evento faz parte da agenda do S20 (Science 20), que reúne as academias de ciências dos países do G20.

“Esse Diálogo é o resultado dos esforços conjuntos de todos que trabalharam juntos para organizar esse evento. Agradecemos aos laureados por nos dedicar seu tempo e conversar com os estudantes”, afirmou Nader.

Durante a manhã, os cientistas laureados participaram de debates sobre diversidade, negacionismo, benefícios que a ciência traz para a sociedade e os desafios da área. “Vivemos tempos difíceis com problemas políticos que trazem impactos à ciência”, disse Serge Haroche.

O físico citou a disseminação de informações falsas como um dos principais desafios. “Apesar dos avanços da ciência, cada vez mais há uma desconfiança sobre a comunidade científica. Cada vez mais grupos de indivíduos se unem e atacam a ciência com fake news”, apontou. Ele defendeu a necessidade de educar as futuras gerações como forma de combater o negacionismo. “O remédio é ampliar o acesso ao conhecimento”, ressaltou.

Para Haroche, “treinar e nutrir as mentes dos jovens é a melhor coisa que um país pode fazer.”

Já David MacMillan destacou os benefícios que a sociedade ganha com o investimento em ciência. “Tudo ao nosso redor é baseado na ciência. Medicamentos e tecnologia, por exemplo. E é irônico como as pessoas duvidam dela e disseminam essas dúvidas usando tecnologias criadas pela ciência”, apontou.“Você não sabe que algo é possível até se tornar possível. Isso é ciência”, destacou.

“Precisamos ser mais claros quando falamos sobre os benefícios da ciência. Temos que ir às escolas e incentivar alunos e professores a pensarem em formas de produzir ciência“, defendeu Nader, durante participação no mesmo painel.

Em outra apresentação, May-Britt Moser defendeu a necessidade de aumentar a diversidade na área. “Para ser um cientista é preciso dedicação. E se você restringir a população que pode fazer ciência, você não chega a nenhum lugar. Precisamos de todo mundo. Precisamos de discussão. Então, seria bobagem não apoiar a diversidade”, disse.

Erika Lanner, diretora do Nobel Prize Museum, em Estocolmo, destacou a importância de promover conversas com cientistas que conquistaram a láurea. “Sabemos que os feitos dos laureados são inspiradores para as pessoas em todo o mundo. E por isso facilitamos esse diálogo, para inspirar a todos e estimular o pensamento crítico”, explicou.

Na manhã da próxima quarta-feira (17), os três laureados irão a São Paulo conversar com estudantes, cientistas e convidados no Centro de Difusão Internacional da Universidade de São Paulo (USP). Já na parte da tarde, o grupo participará de uma reunião com empresários, autoridades e formuladores de políticas públicas na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Este é o terceiro evento no Brasil fruto da parceria da ABC com a Fundação Nobel, sendo o primeiro deles feito presencialmente. Os dois anteriores ocorreram de forma virtual em 2021, devido à pandemia de Covid. Neste ano, o tema do encontro é “Creating our future together with science(Criando o nosso futuro juntos com a ciência).

O Diálogo Prêmio Nobel Rio e São Paulo 2024 tem o apoio da 3M, ABB, Capgemini, EQT, H2 Green Steel e Scania, parceiros internacionais do Nobel, e da Finep, Fapesp e Klabin, parceiras no Brasil. UERJ, USP e FIESP são apoiadores locais da atividade.

 

 

Veja as fotos do encontro no Rio de Janeiro

 

 


SERVIÇO

São Paulo
Data: 17 de abril
Horário: de 10h às 12h
Local: Auditório do Centro de Difusão Internacional da USP
Endereço: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 310, Butantã, São Paulo – SP

CREDENCIAMENTO DE IMPRENSA:
Jornalistas interessados em fazer a cobertura do evento em São Paulo devem enviar nome, veículo e telefone para henriquegimenes@corcovadoestrategica.com.br até 16 de abril.

Assessoria de Imprensa:
Corcovado Comunicação Estratégica

Henrique Gimenes
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Encontro no Rio reuniu cientistas brasileiros com três laureados do Nobel. Próximo encontro será amanhã (17) em São Paulo (Foto: Julio Cesar Guimarães)
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