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Membros afiliados da ABC refletem sobre reunião do S20

1Entre os dias 11 e 12 de março de 2024, um grupo de membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências (ABC) foi convidado a participar da Reunião de Iniciação da 8ª edição do Science 20 (S20), evento que reuniu representantes das academias de ciências de 19 países, além da União Europeia,  a União Africana e outras organizações internacionais de ciência, tecnologia e inovação (CT&I). Saiba mais.

O encontro, inserido na agenda do G20 e tendo o Brasil como anfitrião este ano, foi organizado pela Academia Brasileira de Ciências, com o objetivo primordial de fomentar o diálogo entre a comunidade científica dos países do G20 e elaborar recomendações relevantes para os governos dos países participantes. Com o tema geral “Ciência para a Transformação Mundial”, foram debatidos cinco tópicos de relevância global: bioeconomia, inteligência artificial, desafios da saúde, justiça social e processo de transição energética.

Rodrigo Toniol, Thaiane Oliveira, Uéverton dos Santos Souza, Julia Clarke, Joanna Souza-Fabjan e Tiago Mendes.

Ao longo dos dois dias de debate, o grupo de membros afiliados da ABC composto por Thaiane Oliveira, Ulisses Pereira, Julia Clarke, Rodrigo Toniol, Joanna Souza-Fabjan, Tiago Mendes e Uéverton dos Santos Souza refletiu sobre alguns aspectos do encontro e expressou algumas das reflexões compartilhadas.

A revolução da inteligência artificial requer aprofundamento nas humanidades

Houve um consenso sobre a natureza única da revolução tecnológica atual, impulsionada pela inteligência artificial (IA). Diferentemente das revoluções tecnológicas anteriores, onde os postos de trabalho de menor nível intelectual eram os mais impactados, na era da IA cargos de alto nível intelectual também estão sujeitos à substituição. Esta é uma preocupação compartilhada por muitos representantes, que enfatizaram a importância de ferramentas de IA de acesso aberto. Os dados utilizados para treinar esses algoritmos são gerados por todos e, portanto, devem ser considerados bens comuns acessíveis a todos. A concentração dessas ferramentas nas mãos daqueles com recursos financeiros pode ampliar ainda mais as desigualdades entre nações e indivíduos.

Apesar dos inegáveis benefícios trazidos pela inteligência artificial e pela rápida evolução das tecnologias de comunicação, há um consenso emergente entre os países sobre a necessidade de examinar cuidadosamente os impactos dessas tecnologias, especialmente sobre as comunidades mais vulneráveis. Questões cruciais como vigilância de dados, privacidade e segurança cibernética destacam a urgência de aprofundar o debate sobre a ética no uso dessas tecnologias, tanto na esfera nacional quanto na governança global.

Ficou claro nos debates que o desenvolvimento científico e tecnológico não pode ser encarado como uma ferramenta para exercer controle sobre as populações, restringir liberdades individuais ou perpetuar injustiças sociais. Assim, é imprescindível que haja uma reflexão ética profunda sobre o emprego dessas inovações, garantindo que contribuam para o bem-estar social, para a democracia nos países e para o avanço da humanidade como um todo.

Para tanto, destacou-se a importância do investimento nas pesquisas em humanidades. Enquanto o progresso científico e tecnológico avança em ritmo acelerado, é fundamental que todas as áreas do conhecimento reconheçam a importância do aspecto social em suas pesquisas. Além disso, em diversas falas dos representantes de academias mundiais ficou evidente a necessidade vital de fortalecer o papel das humanidades para a formulação de políticas públicas, garantindo uma abordagem holística e socialmente comprometida, alinhada às necessidades da sociedade.

Essa preocupação se destaca no cenário contemporâneo, em que apesar do avanço tecnológico e a proliferação de ferramentas de comunicação e informação que oferecem um potencial extraordinário para conectar as sociedades globalmente, paradoxalmente, essa era de conectividade está sendo marcada por uma dificuldade crescente de diálogo e comunicação efetiva entre os diversos estratos da sociedade.

Nesse contexto, é fundamental destacar o papel crucial das academias de ciências mundiais. Elas não apenas acompanham os planos de ciência, tecnologia & inovação dos países, mas também desempenham um papel ativo na construção da opinião pública, promovendo o engajamento entre ciência, governo, sociedade e formuladores de políticas. Essa interação dinâmica é essencial para garantir que o progresso científico e tecnológico esteja alinhado com as necessidades e valores da sociedade.

Além disso, as academias contribuem para uma abordagem mais democrática e inclusiva no desenvolvimento de políticas e estratégias, fortalecendo assim a soberania nacional sobre seu próprio conhecimento dos países do G20. Conforme foi apontado pelo Acadêmico Carlos Henrique de Brito Cruz, vice-presidente sênior da Elsevier Research Networks e professor emérito da Unicamp, regiões como a Amazônia possuem um vasto potencial de conhecimento e recursos que devem ser protegidos e valorizados como parte do patrimônio global da humanidade. É crucial promover um reconhecimento do avanço do conhecimento científico no Sul, enquanto se promovem diálogos mais equitativos e inclusivos entre o Norte e o Sul global. Isso implica reconhecer e celebrar as contribuições únicas de cada país, suas forças produtivas de conhecimento para o avanço maior do conhecimento humano, visando uma colaboração global baseada na justiça social.

Um aspecto fundamental destacado durante as discussões foi o impacto que todas essas mudanças terão sobre a população jovem. Dentre os desafios destacados pelos representantes presentes, evidenciou-se a importância de analisar cuidadosamente como a IA, mudanças climáticas, transição energética e outros tópicos abordados pelos grupos de trabalho afetarão essa demografia. Essa preocupação também se estende aos jovens cientistas, cujo futuro está intimamente ligado aos desenvolvimentos nessas áreas. A rápida evolução de tecnologias de IA pode alterar significativamente a natureza do trabalho científico, exigindo outras habilidades e competências adaptativas das novas gerações.

Além disso, desafios globais como as mudanças climáticas, crises sanitárias, transição energética e cibersegurança, entre outros, representam questões urgentes que demandarão soluções inovadoras e interdisciplinares, nas quais os jovens cientistas de todo o mundo terão um papel crucial a desempenhar. Neste sentido, destacamos que os jovens cientistas precisarão estar preparados para enfrentar esses desafios, adquirindo habilidades interdisciplinares, capacidade de adaptação e uma compreensão abrangente das questões éticas e sociais relacionadas à IA e às mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, é necessário que sejam criadas oportunidades e apoio para que os jovens cientistas possam contribuir de forma significativa para enfrentar esses desafios globais, garantindo assim um futuro sustentável e próspero para as próximas gerações.

“Acreditamos que jovens cientistas como nós e as próximas gerações de cientistas serão fundamentais para construir as tão necessárias pontes com a sociedade, destacadas em inúmeras falas e pela audiência presente. Para tanto, se faz necessário um compromisso conjunto de todos os setores da sociedade, incluindo governos, instituições acadêmicas, setor privado e sociedade civil para uma atenção especial às novas gerações de cientistas, para garantir que esses jovens profissionais das diversas áreas da ciência, entre elas Humanidades, sejam capacitados e apoiados em suas jornadas científicas, possibilitando assim uma participação significativa e eticamente comprometida no diálogo entre ciência e sociedade. Somente através de um diálogo inclusivo e aberto promovido pela ciência, poderemos aproveitar plenamente o potencial das tecnologias emergentes para promover o bem comum e construir um futuro mais justo e sustentável para todos”, conclui o documento enviado à Academia Brasileira de Ciências pelos membros afiliados.

“Foi uma imensa honra ser convidada pela ABC para participar da reunião de abertura do S20 como observadora. A alegria só não foi maior do que a energia contagiante que permeou todo o evento. Foi incrivelmente inspirador conhecer e ter a oportunidade de ouvir cientistas notáveis discutindo temas tão relevantes e variados, desde o uso ético das ferramentas de inteligência artificial até os desafios sanitários globais e a busca por um planeta mais sustentável! Este evento foi um verdadeiro impulso para seguir adiante, repleta de determinação, consciente das questões urgentes que nossa sociedade enfrenta e inspirada a contribuir de forma significativa para um futuro melhor.”

Joanna Souza-Fabjan, doutora em Ciências Veterinárias pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Professora adjunta da Universidade Federal Fluminense (UFF) no curso de Medicina Veterinária e membro permanente dos Programas de Pós-Graduação em Medicina Veterinária e de Ciências e Biotecnologia, ambos da UFF. Membra afiliada da ABC RJ eleita para o período 2024-2028.

“Foi muito importante acompanhar o evento e ter uma visão ampla de como a ciência feita por nós, hoje, pode ajudar a orientar as diretrizes para o futuro. A ciência faz parte da nossa vida, tanto como indivíduos quanto como sociedade. Portanto, um debate embasado em ciência sobre temas que nos afetam no dia a dia é muito importante e necessário. Para mim, foi especialmente estimulante ouvir sobre as preocupações envolvendo a área da saúde – muitas das quais compartilho e abordo em minhas pesquisas. Além disso, foi muito interessante ouvir a opinião de especialistas de outras áreas sobre assuntos tão presentes e determinantes para a vida de todos nós. Considero que a ABC fez um excelente trabalho na elaboração do documento preliminar e na realização do evento, que vejo como muito bem-sucedido.”

Julia Clarke, doutora em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).  Professora adjunta do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Membra afiliada da ABC RJ eleita para o período 2024-2028.

 

 

“A natureza de reuniões como a do S20 é necessariamente de fomento à cooperação internacional. Por isso mesmo, o tom geral do encontro foi identificar problemas transversais e buscar termos comuns para enfrentá-los. No entanto, isso não significa que este também não seja um encontro para que a comunidade internacional se solidarize com questões locais mais específicas, como foi o caso da demonstração de apoio aos profundos cortes orçamentários que os cientistas argentinos estão sofrendo.”

Rodrigo Toniol, doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor permanente do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Membro afiliado da ABC RJ eleito para o período 2024-2028.

“Participar das discussões na Reunião de Iniciação do S20 foi uma excelente oportunidade para minha carreira científica. Foi gratificante ouvir de diversos representantes a importância de reconhecer o papel das humanidades e da comunicação para fortalecer o diálogo com a sociedade. Uma ciência comprometida com o bem-estar deve valorizar não apenas o avanço tecnológico, mas também compreender as questões éticas e sociais que permeiam nossa sociedade. Reconhecer a diversidade de conhecimentos é fundamental para preservar a soberania nacional e global. Através desse compromisso conjunto e do diálogo aberto promovido pela ciência, podemos aproveitar plenamente o potencial das tecnologias e outros conhecimentos emergentes para construir um futuro mais justo e sustentável para todos.”

Thaiane Oliveira, doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professora efetiva da UFF, onde coordena o Laboratório de Investigação em Ciência, Inovação, Tecnologia e Educação. Membra afiliada da ABC RJ eleita para o período 2022-2026.

 

“A participação como ouvinte no S20 possibilitou o melhor entendimento de como a política pública aplicada ao desenvolvimento científico pode ser enriquecida a partir da discussão e visão de comunidades com elevada diversidade, tal como os participantes dos eventos. Entender os pontos em comum e específicos de cada nação e blocos políticos relacionados às preocupações com desenvolvimento científico e tecnológico é uma ferramenta valiosa para nosso próprio crescimento como cientista, aliado às demandas e necessidades sociais.  Os importantes tópicos discutidos durante a reunião estão integrados ao meus projetos e discutidos dentro dos grupos de pesquisa que tenho maior relacionamento, de forma a amplificar as importantes mensagens obtidas do evento. Além disso, foi possível realizar novos contatos para futuras colaborações no âmbito mundial, contribuindo para uma ciência mais integrativa, internacionalizada e acessível.”

Tiago de Oliveira Mendes, doutor em Bioinformática pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Professor adjunto A do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Membro afiliado da ABC MG&CO eleito para o período 2022-2026.

 

“Participar das discussões no S20 foi muito interessante e enriquecedor. Em especial, como cientista da computação, ver as preocupações globais sobre a influência de tecnologias e inteligências artificiais na sociedade e na manutenção da democracia reforça o quanto a regulamentação do uso de ferramentas de IA deve ser discutida na atualidade. Também me chamou atenção a preocupação sobre o potencial aumento da desigualdade tecnológica entre países, uma vez que grande parte do volume de dados bem como o poder de processamento desses dados estão centralizados em poucas empresas sediadas em países ricos, o que também coloca em questão a reprodutibilidade dos experimentos e seus resultados.”

Uéverton dos Santos Souza, doutor em Computação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor do Instituto de Computação da UFF. Membro afiliado da ABC RJ eleito para o período 2024-2028.

 

“A reunião de iniciação do S20 foi emocionante desde o convite que recebemos! No dia do evento, senti uma emoção indescritível ao estar perto e conversar com pessoas que tanto admiro. Foi especial perceber que a ciência está repleta de pessoas incríveis que pensam de forma ampla, fora da caixa, com o objetivo de impactar significativamente na transformação para um mundo melhor. Também foi gratificante ver que os temas que nortearam o evento se encaixam perfeitamente com minha linha de pesquisa, como a aquacultura na bioeconomia e a resistência aos antibacterianos, que são temas relevantes nos desafios da saúde. Nunca um evento me estimulou tanto a seguir na ciência, especialmente focada na inovação e na construção da ciência brasileira do futuro.”

Ulisses de Pádua Pereira, doutor em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Professor adjunto da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Membro afiliado da ABC Sul eleito para o período 2024-2028.

Repercussão da Reunião de Iniciação do S20 foi intensa

Nos dias 11 e 12 de março a ABC organizou a Reunião de Iniciação do Science 20 Brasil.

Veja a repercussão do evento na grande mídia – antes, durante e depois. 

Brasil volta ao jogo em encontro de C&T do G20

Avanços em ciência e tecnologia passam pela taxação de grandes fortunas, diz ministra de CT&I

Science20 Brasil destaca a importância da ciência para a transformação mundial

Países de renda menor do G20 ultrapassam produção acadêmica dos ricos e China agora lidera ranking

Liderança brasileira de ciência e tecnologia no G20 quer convergência e reconhece diferenças no grupo

’É preciso atitude política para superar o atraso tecnológico’, diz ministra de C,T&I

Science 20 debate no Rio transformações em ciência e tecnologia

S20, braço científico do G20, tem início nesta segunda (11) no Rio de Janeiro

A chance de o Brasil fazer a diferença no mundo

 

Jacob Palis é agraciado com medalha em sua cidade natal

Pesquisador emérito e diretor-geral do IMPA de 1993 a 2003, Jacob Palis foi um dos escolhidos pela Câmara Municipal de Uberaba (MG), cidade onde nasceu, para receber a Medalha Major Eustáquio. Criada em 1985, a honraria é a mais relevante da cidade e homenageia pessoas beneméritas que tenham feito ato de real importância relacionado ao município, bem como personagens ilustres, a título de Honoris Causa.

A distinção será entregue ao pesquisador em 1º de abril, no Auditório Esmeralda da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, durante a cerimônia de abertura da EMALCA – Escola de Matemática da América Latina e do Caribe. O evento procura, principalmente na região do Triângulo Mineiro e regiões vizinhas, jovens talentosos para seguir estudos de pós-graduação em matemática, ciência e engenharia. A iniciativa busca aperfeiçoar docentes do ensino secundário de Uberaba em temas de matemática escolar e estimular estudantes a continuar estudos universitários em matemática, ciência e engenharia. Esta edição da EMALCA é dedicada a Jacob Palis. O evento está com inscrições abertas. 

Biografia

Nascido em Uberaba (MG), Jacob Palis, 83 anos, formou-se em engenharia pela antiga Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ). Concluiu mestrado e doutorado na Universidade da Califórnia (EUA), nos anos 1960. 

No início dos anos 1990, foi membro do Conselho Científico do Centro Internacional de Física Teórica (ICTP, na sigla em inglês) e presidente da instituição de 2003 a 2005. Palis também foi secretário-geral da Academia Mundial de Ciências (TWAS) de 2001 a 2006 e presidente a entidade entre 2007 e 2012.

Presidiu ainda a Academia Brasileira de Ciências (ABC) no período 2007-2016 e a União Internacional de Matemática (IMU) de 1999 a 2002. Em 2005, Jacob foi condecorado Cavaleiro da Ordem pela Legião de Honra da França.

Em 2018, recebeu nova condecoração: a medalha de Oficial da Legião de Honra da França, pelo trabalho de excelência realizado em prol da ciência mundial e das relações científicas entre a França e o Brasil. Mais recentemente, em 2019, conquistou o prêmio Abdus Salam Award, dividido com o físico Sandro Radicella e com a Biblioteca Marie Curie.

História da Educação e do Ensino Superior

Iniciada em fevereiro de 2024, a série de webinários mensais do Fórum ABC/SBPC de Educação Superior terá sua segunda edição no dia 26 de março, 3ª feira, às 16h, com transmissão pelo YouTube da ABC.

Os Acadêmicos Aldo Zarbin e Sylvio Canuto coordenam a iniciativa, promovida pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

 

Os palestrantes serão:

Luciano Mendes de Faria Filho

Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É membro do Grupo de Pesquisa Portal do Bicentenário e do Projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil, iniciativas desenvolvidas em rede por várias instituições universitárias brasileiras.

 

 

Mozart Neves Ramos

Doutor em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado em Química pela Politécnica de Milão, na Itália. Foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) de 1977 a 2013. É membro do Conselho Nacional de Educação (2018-2022) e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP-Ribeirão Preto (2020).

 

 

A mediação será feita pelos Acadêmicos Débora Foguel e Sylvio Canuto.
Acompanhe as atualizações na página do GT de Ensino Superior no site da ABC

 

Workshop Conjunto: Academia Chinesa de Ciências e Academia Brasileira de Ciências

A Academia Chinesa de Ciências (CAS, sigla em inglês) e a  Academia Brasileira de Ciências (ABC) estão organizando um workshop conjunto sobre Mudanças Climáticas e Sustentabilidade Global em Pequim, entre os dias 1 e 3 de abril, na sede da CAS.

De acordo com o líder brasileiro, o Acadêmico Paulo Artaxo (USP), o Brasil e a China são atores-chave na sustentabilidade global. “Os dois países são parceiros estratégicos e devem trabalhar juntos para benefício mútuo e aprendizado e troca comum”, apontou. Em particular, foi estabelecido entre ambas as nações um diálogo e um mecanismo de cooperação sobre mudanças climáticas e transição verde para aprofundar a cooperação científica em proteção climática, governança ambiental, adaptação ao novo clima e conservação da biodiversidade. “Ambos os países têm comunidades científicas sólidas nessas áreas, e melhorar a cooperação nessas áreas críticas é importante. O workshop preparará uma agenda científica comum nessas áreas e estruturará parcerias sólidas para futuros projetos de pesquisa”, afirmou Artaxo.

Com esse objetivo, o workshop  tem foco em cinco áreas temáticas:

1 – Florestas como ferramentas de mitigação para mudanças climáticas

A mudança no uso da terra é uma questão crítica em termos de políticas climáticas para o Brasil e a China. O Brasil se comprometeu a atingir desmatamento zero até 2030. Brasil e China estão fortemente empenhados em restaurar os ecossistemas florestais. Na NDC brasileira, o reflorestamento de 12 milhões de hectares é parte central dos compromissos. A China também está investindo esforços significativos em reflorestamento. Questões-chave incluem: Como as florestas afetam o clima e como podemos melhor usar esse recurso na mitigação de emissões e no amortecimento contra as mudanças climáticas?

2 – Centros urbanos, poluição do ar e mudanças climáticas

No Brasil, 87% da população vive em áreas urbanas, e qualquer estratégia para se adaptar e mitigar as mudanças climáticas envolve nossos assentamentos urbanos. A China está urbanizando rapidamente, com problemas comuns que poderiam ajudar ambos os países a lidar melhor com a urbanização e as mudanças climáticas, fornecendo soluções para nossas populações. Poluição do ar, disponibilidade de água, energia, estratégias de transporte urbano e muitas outras questões não resolvidas em grandes áreas urbanas precisam de soluções baseadas em ciência.

3 – Degradação da terra e desertificação

Grandes áreas do Brasil e da China sofrem processos rápidos de desertificação devido ao aumento das temperaturas e à diminuição da precipitação. Como lidamos com estratégias socioeconômicas viáveis com os milhões de pessoas envolvidas? Como nos adaptamos a essas terras já secas em paisagens semiáridas que estão se tornando áridas? A degradação ambiental também está ocorrendo na Amazônia, com o aumento das temperaturas e a diminuição da precipitação tornando a floresta uma fonte de carbono para a atmosfera global. Ferramentas de diagnóstico para lidar com esse potencial feedback sobre o clima precisam ser desenvolvidas.

4 – Desenvolvimento e aplicações de modelos do sistema terrestre (global e regional)

Aprimorar nossos modelos do sistema terrestre é necessário para desenvolver estratégias para lidar com as mudanças climáticas. Muitos processos importantes ainda não estão incluídos nos modelos globais e regionais. Isso inclui o papel das florestas na mudança do ciclo hidrológico, uma melhor compreensão dos impulsionadores por trás da degradação das florestas tropicais, e assim por diante. Brasil e China têm Modelos do Sistema Terrestre, e este componente estabelecerá um quadro de cooperação nesta área.

5 – Saúde Planetária, Evolução da Terra e Habitabilidade

A Saúde Planetária é uma questão crescente que integra muitos dos tópicos anteriores e abrange a intrincada relação entre o bem-estar da Terra e a saúde de seus diversos ecossistemas, incluindo as inúmeras espécies que os habitam. O conceito enfatiza a importância de preservar e melhorar a saúde de nosso planeta para garantir a sustentabilidade de longo prazo da vida. Envolve a evolução da Terra e como a pesquisa paleoclimática e a emergência climática que enfrentamos hoje podem moldar o futuro de nosso planeta.

Os pesquisadores brasileiros envolvidos são o Acadêmico Paulo Artaxo (IF-USP, temas 1 e 2); André Oliveira Sawakuchi (Geociências USP, tema 5); Júlia Cohen (UFPA, temas 1 e 4);  Luiz Augusto Toledo Machado (INPE, tema 1 e 4); Marcos Heil Costa (UFV, temas 1 e 4); Mariana Moncassin Vale (UFRJ, tema 5); Moacyr Araujo (UFPe, tema 5);  Ricardo Ivan Ferreira Trindade (IAG-USP, tema 5); Sandra de Souza Hacon (Fiocruz, tema 5); Suzana Maria Gico de Lima Montenegro (UFPE, tema 3); e Tomas Ferreira Domingues (USP-Ribeirão Preto, tema 1). 

Conheça aqui os participantes brasileiros

Os pesquisadores chineses que participarão são Xiaodong Zeng (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 1); Jianchu Xu (Instituto de Botânica de Kunming, CAS, tema 1); Fang Li (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 1); Zifa Wang (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 2); Xichen Li (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 2); Hang Su (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 2); Xin Wang, (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 2); Qingcun Zeng (Instituto de Física Atmosférica, CAS, temas 3 e 4); Jiang Zhu, Instituto de Física Atmosférica, CAS, temas 3 e 4); He Zhang, Instituto de Física Atmosférica, CAS, temas 3 e 4); Peng Peng (Instituto de Geologia e Geofísica, CAS, tema 5); Zhao Xixi, Universidade do Sul da Ciência e Tecnologia, tema 5); Kuang Hongwei (Instituto de Geologia, Academia Chinesa de Ciências Geológicas, tema 5); e ZhaoTaiping, Instituto de Geoquímica de Guangzhou, CAS, tema 5).

 

Nota Pública de Apoio à Ministra da Saúde, Nísia Trindade

NOTA PÚBLICA DE APOIO À MINISTRA DA SAÚDE, NÍSIA TRINDADE

As reitoras e vice-reitoras, que abaixo assinam, vêm manifestar apoio à Ministra da Saúde, Nísia Trindade.

É inadmissível, no século XXI, que mulheres ainda sejam julgadas e tenham que justificar seu modo de agir e de se comportar por características estereotipadas de gênero.

Frequentemente, mulheres em cargos de gestão são rotuladas com adjetivos que descrevem sua personalidade de forma pejorativa e preconceituosa. Como consequência, as ações realizadas com competência, assertividade, resultados positivos e seriedade sofrem com um apagamento cruel. Ainda somos poucas a assumir cargos de liderança e o machismo estrutural nos espaços de privilégio de gênero segue a nos oprimir.

Apoiamos a Ministra Nísia Trindade à frente do Ministério da Saúde! Apoiamos por ser ela representante daqueles que acreditam na ciência e na saúde pública como direito. Mas também por ser mulher e representar a todas nós em espaços de liderança ainda tão masculinos. Confiamos em seu trabalho que, a despeito dos desafios que precisa enfrentar, após os anos de desvalorização do sistema de saúde no país, tem tido papel fundamental para o fortalecimento da ciência e saúde no Brasil.

Em 23 de março de 2024.

Assinam a nota:

Alana Flávia Romani, vice-reitora da Universidade Federal de Jataí (UFJ)
Aldenize Xavier, reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa)
Ana Beatriz de Oliveira, reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Ana Cristina Soares, vice-reitora da Universidade Federal do Amapá (Unifap)
Ana Paula Giraux Leitão, reitora do Colégio Pedro II (RJ)
Ana Paula Palheta, reitora do Instituto Federal do Pará (IFPA)
Analy Castilho Polizel de Souza, reitora da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR)
Bruna S. do Nascimento, vice-reitora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio)
Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo, vice-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Carla Simone Chamon, reitora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)
Cássia Curan Turci, vice-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Célia Regina Diniz, reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Cláudia Aparecida Marliére de Lima, reitora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Cláudia Gonçalves de Lima, vice-reitora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD/MS)
Cláudia Ramos Carioca, vice-reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)
Diana Araujo Pereira, reitora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana(Unila)
Diana Cristina Silva de Azevedo, vice-reitora da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Elaine Cassiano, reitora do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS)
Eliane Aparecida Holanda Cavalcanti, vice-reitora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Flaviana Tavares Vieira, vice-reitora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Francéli Brizolla, vice-reitora da Universidade Federal do Pampa (Unipampa, RS)
Georgina Gonçalves dos Santos, reitora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Girlene Alves da Silva, vice reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Gulnar Azevedo e Silva, reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
Herdjania Veras de Lima, reitora da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Isabela Fernandes Andrade, reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e presidente do Fórum de Reitores das Universidades Públicas e dos Institutos Federais do Rio Grande do Sul (Foripes-RS)
Jenifer Saffi, vice-reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Joana Angélica Guimarães da Luz, reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)
Joana Célia dos Passos, vice-reitora da Universidade Federal de Santa Ctarina (UFSC)
Joaquina Aparecida Nobre da Silva, reitora do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)
Lia Rita Azeredo Bittencourt, vice-reitora daUniversidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Liana Filgueira, vice-reitora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Lucelia Cardoso Cavalcante, vice-reitora da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
Lucia Pellanda, reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)
Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira, reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa)
Luzia Mota, reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA)
Márcia Abrahão Moura, reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)
Margarida de Aquino Cunha, reitora da Universidade Federal do Acre (UFAC)
Maria de Jesus Dutra dos Reis, vice-reitora da Universidade Federal de São  Carlos (UFSCar)
Marília Pimentel, reitora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Marinalva Vieira Barbosa, reitora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Martha Adaime, vice-reitora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Mary Roberta Meira Marinho, reitora do Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB)
Meire Soares de Ataíde, vice-reitora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Nilra Jane, reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR)
Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon, reitora do Instituto Federal de Goiás (IFG)
Nídia Heringer, reitora do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFAR)
Raiane Patricia Severino Assumpção, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Rosana Cavalcante dos Santos, reitora do Instituto Federal do Acre (Ifac)
Rosana Rodrigues, reitora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Ruth Sales, reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS)
Sandra Goulart Almeida, reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Sandra Simone Hopner Pierozan, vice-reitora Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Solange Ximenes, vice-reitora Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa)
Therezinha Pinto Fraxe, vice-reitora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Ursula Rosa da Silva, vice-reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Veruska Ribeiro Machado, reitora do Instituto Federal de Brasília (IFB)

Por um Ministério da Saúde ainda mais forte e republicano

Por um Ministério da Saúde ainda mais forte e republicano

As entidades da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.Br) manifestam preocupação em relação aos sucessivos ataques dirigidos contra o Ministério da Saúde, especialmente à gestão republicana da Ministra Nísia Trindade Lima.

A área da Saúde Pública federal e seus principais instrumentos de política governamental foram dilapidados pela última administração central. A estratégia negacionista e o desprezo com a ciência deixaram sequelas graves no combate às doenças no Brasil.

Assim, nossas entidades expressam total apoio ao trabalho da Ministra, e da sua equipe, que vem realizando um grande esforço de reconstrução da saúde no país. Precisamos superar os graves problemas históricos e estruturais para alcançarmos, plenamente, os
princípios da Constituição de 1988.

Brasil, 21 de março de 2024.

Entidades:

Academia Brasileira de Ciências (ABC); Associação Brasileira de Reitores de Universidades Estaduais e Municipais (Abruem); Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap); Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies); Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif); Conselho Nacional dos Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti); Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas & Sustentáveis (Ibrachics); Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Entidades científicas e médicas demonstram apoio à Nísia Trindade

Leia matéria de Raíssa Basílio para a Folha de S. Paulo, publicada em 21 de março:

São Paulo – Em meio às críticas e tensões políticas, a ministra [e membra titular da ABC) Nísia Trindade afirmou, nesta quinta-feira (21), que segue em sua posição no comando da pasta da Saúde. Trindade citou que enfrenta um cenário de opressão, além da exposição e dos comentários machistas.

A pressão contra a ministra se acirrou na terça-feira (19), após uma reunião com representantes da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), que reúne gestores de capitais e cidades grandes e médias.

Como antecipou a Folha, a pressão fez com que a pasta decidisse redistribuir as doses da vacina contra a dengue para municípios que não foram contemplados inicialmente nos critérios de maior gravidade.

Em apoio à permanência da ministra, diversas entidades e grupos científicos e médicos divulgaram notas nesta quinta-feira (21). A ABC (Academia Brasileira de Ciências) disse que são inapropriadas as questões críticas à ministra.

“Consideramos inapropriado que questões críticas como as sequelas da Covid-19, surtos de dengue, violência e negligência em relação à saúde das populações indígenas sejam obscurecidas por disputas políticas no Ministério da Saúde. O esforço admirável realizado pela atual gestão ministerial demanda te

A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) também expressou seu apoio e solidariedade à Nísia Trindade, frisando seu trabalho notável na reconstrução do Ministério da Saúde após os danos causados “pela política negacionista do governo anterior”.”A SBPC conclama todos os defensores da saúde e da vida humana a juntarem seus esforços e somarem suas vozes na defesa de uma recomposição das condições básicas de cuidado com os seres humanos de todas as idades em nosso país”, diz a nota divulgada.

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“Torço para que ela —como muitas de nós mulheres em lugares difíceis—mantenha-se calma e serena, segure a própria voz, se ampare na sororidade de milhares de cientistas e sanitaristas do Brasil e se mantenha firme, dando continuidade ao processo de reconstrução e inovação que tão legitimamente lidera. É preciso ter a estatura de uma Nísia Trindade para combater a miséria política”, citou Rosana Onocko Campos, presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).

Tensões políticas

Nísia se encontra em um cenário político dominado por tensões, além da epidemia de dengue no país, há cobranças por todos os lados da Saúde, seja do presidente da Câmara, Arthur Lira, do centrão, que têm pressionado por mais verbas da pasta e o próprio presidente Lula.

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Primeira mulher a ocupar a pasta da Saúde

A socióloga Nísia Trindade, 66, é a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Saúde em 70 anos desde a criação da pasta.

Graduada em ciências sociais, mestre em ciência política, doutora em sociologia, Nísia assumiu a presidência da Fiocruz em 2017. Ela é servidora da fundação desde 1987.

Eleita com 60% dos votos de trabalhadores, pesquisadores e professores da Fiocruz, foi a primeira mulher a presidir a centenária instituição, referência em ciência, saúde pública e tecnologia em saúde da América Latina.

Nísia liderou o acordo da Fiocruz com a AstraZeneca para a produção no Brasil de vacinas contra a Covid-19. Na gestão dela, a fundação ainda foi escolhida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como centro de desenvolvimento e produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro na América Latina.

Leia a nota na íntegra no site da Folha.

 

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