Preocupada com dados como o crescimento da educação remota, majoritariamente em instituições privadas, o aumento do número de cursos noturnos, que já é superior aos cursos diurnos e o crescimento absurdo da taxa de desistência acumulada (TDA), a Academia Brasileira de Ciências criou o Grupo de Trabalho sobre o Ensino Superior Brasileiro, coordenado pelo Acadêmico Ado Jório de Vasconcelos. O objetivo do GT é propor ações para uma reforma necessária e urgente para o sistema.

Quando olhamos para o quanto o Brasil gasta com educação, vemos que é um montante considerável. Considerando outros dados, como número total de professores, estudantes por professor e percentual de professores no ensino superior, percebe-se que a realidade brasileira não difere, em muitos aspectos estruturantes, da realidade praticada mundialmente. No entanto,  quando olhamos a posição do país no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), o Brasil aparece em 66ª colocação.

Sabemos que a expansão do ensino superior público brasileiro nos últimos 25 anos gerou uma grande dependência da rede privada, responsável hoje por 77% dos graduados, o que é preocupante. Como sair desse lugar?


Foto da capa: Sam Balye/Unsplash

Para 2024, o GT ABC de Ensino Superior Brasileiro está programando webinários nas últimas 3as feiras de cada mês, às 16h, com coordenação dos Acadêmicos Aldo Zarbin e Sylvio Canuto.

Serão convidados dois especialistas em cada evento, que vão discutir aspectos variados, dentro do escopo do tema. Acompanhe a agenda!


FEVEREIRO | 27 | “Um resgate histórico sobre o ensino superior no Brasil”

Doutorado em ciência política pela Universidade da Califórnia, Berkeley, Estados Unidos. Pesquisador associado do Instituto de Estudos de Política Econômica do Rio de Janeiro (Casa das Garças). É professor aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), membro titular da Academia Brasileira de Ciências, grão-mestre da Ordem Nacional do Mérito Científico e comendador da Ordem do Mérito Educacional.

  • Naomar Monteiro de Almeida Filho

Médico, mestre em Saúde Comunitária, Ph.D. em epidemiologia. Professor aposentado de epidemiologia no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde coordena o INCTI Inovação, Tecnologia e Equidade em Saúde (Inteq-Saúde). Professor visitante no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), onde ocupa a Cátedra Alfredo Bosi de Educação Básica, desenvolvendo estudos sobre a relação entre universidade, educação, história e sociedade.


MARÇO | 26 | “História da educação e do ensino superior”

  • Mozart Neves Ramos

Doutor em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado em Química pela Politécnica de Milão, na Itália. Foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) de 1977 a 2013. É membro do Conselho Nacional de Educação (2018-2022) e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP-Ribeirão Preto (2020).

  • Luciano Mendes de Faria Filho

Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É membro do Grupo de Pesquisa Portal do Bicentenário e do Projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil, iniciativas desenvolvidas em rede por várias instituições universitárias brasileiras.


ABRIL | 30 | “Panorama Atual da Educação Superior no Brasil”

  • Luiz Roberto L. Curi 

Sociólogo e doutor em Economia, ambos pela Unicamp. É conselheiro e atual presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE). Atuou no CNPq, no CGEE, foi presidente do INEP/Ministério da Educação. Atuou também no Governo do Estado de São Paulo e na Prefeitura de Campinas, entre outros cargos de gestão.

  • Elizabeth Balbachevsky 

Doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP, onde é livre docente pelo Departamento de Ciência Política e professora associada no mesmo departamento. É vice-coordenadora do Núcleo de Pesquisa sobre Políticas Públicas da USP (NUPPs/USP). Desenvolve pesquisas na área de políticas de ciência, inovação e ensino superior, além de estudos na área de comportamento político.


MAIO | 28 | “Diversificaçao do Ensino Superior e seus Subtemas”

  • José Francisco Soares

É professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) entre 2014 e 2016. Graduado em Matemática pela UFMG, mestre e doutor em Estatística, respectivamente, pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), em 1977, e pela Universidade do Wisconsin-Madison. Pós-doutor em Educação pela Universidade de Michigan.


JUNHO | 25 | “Diversificação na Educação Superior: Universidades de ensino, pesquisa, ensino técnico, formação geral”

  • Mercedes Bustamante

Professora Titular do Departamento de Ecologia da Universidade de Brasília (UnB) e uma das maiores especialistas no bioma Cerrado. Bióloga pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com mestrado em Ciências Agrárias pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e doutorado em Geobotânica pela Universidade de Trier, Alemanha. Participou da elaboração do 5º e 6º relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e atuou em relatórios climáticos regionais para o Brasil e América Latina. Em 2023, ocupou a presidência da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

  • Rodrigo Capaz

Professor Titular do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF). Fez doutorado no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, com pós-doutorado na Universidade da California, nos Estados Unidos e na UFRJ. É uma das mais importantes lideranças na física da matéria condensada do Brasil.


AGOSTO | 27 | “Flexibilidade de trajetórias na Educação Superior“

  • Fernanda Graziella Cardoso

Doutora em Economia do Desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), mestre em Economia da Indústria e da Tecnologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e graduada em Economia pela USP. É professora dos bacharelados em Ciências Econômicas e em Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC). Atua principalmente nos temas desenvolvimento econômico, história do pensamento econômico e história econômica.

  • Francisco César de Sá Barreto

Bacharel em Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com mestrado e doutorado em Física pela Universidade de Pittsburgh, nos EUA. É professor titular aposentado e emérito da UFMG, onde atuou coo pró-reitor de Pesquisa (1991-1994) e reitor (1998-2002). É membro da Ordem Nacional do Mérito Científico, na categoria Grã Cruz, e da Ordem Nacional do Mérito Educativo, na categoria Grande Oficial. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).