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Jacob Palis é agraciado com medalha em sua cidade natal

Pesquisador emérito e diretor-geral do IMPA de 1993 a 2003, Jacob Palis foi um dos escolhidos pela Câmara Municipal de Uberaba (MG), cidade onde nasceu, para receber a Medalha Major Eustáquio. Criada em 1985, a honraria é a mais relevante da cidade e homenageia pessoas beneméritas que tenham feito ato de real importância relacionado ao município, bem como personagens ilustres, a título de Honoris Causa.

A distinção será entregue ao pesquisador em 1º de abril, no Auditório Esmeralda da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, durante a cerimônia de abertura da EMALCA – Escola de Matemática da América Latina e do Caribe. O evento procura, principalmente na região do Triângulo Mineiro e regiões vizinhas, jovens talentosos para seguir estudos de pós-graduação em matemática, ciência e engenharia. A iniciativa busca aperfeiçoar docentes do ensino secundário de Uberaba em temas de matemática escolar e estimular estudantes a continuar estudos universitários em matemática, ciência e engenharia. Esta edição da EMALCA é dedicada a Jacob Palis. O evento está com inscrições abertas. 

Biografia

Nascido em Uberaba (MG), Jacob Palis, 83 anos, formou-se em engenharia pela antiga Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ). Concluiu mestrado e doutorado na Universidade da Califórnia (EUA), nos anos 1960. 

No início dos anos 1990, foi membro do Conselho Científico do Centro Internacional de Física Teórica (ICTP, na sigla em inglês) e presidente da instituição de 2003 a 2005. Palis também foi secretário-geral da Academia Mundial de Ciências (TWAS) de 2001 a 2006 e presidente a entidade entre 2007 e 2012.

Presidiu ainda a Academia Brasileira de Ciências (ABC) no período 2007-2016 e a União Internacional de Matemática (IMU) de 1999 a 2002. Em 2005, Jacob foi condecorado Cavaleiro da Ordem pela Legião de Honra da França.

Em 2018, recebeu nova condecoração: a medalha de Oficial da Legião de Honra da França, pelo trabalho de excelência realizado em prol da ciência mundial e das relações científicas entre a França e o Brasil. Mais recentemente, em 2019, conquistou o prêmio Abdus Salam Award, dividido com o físico Sandro Radicella e com a Biblioteca Marie Curie.

História da Educação e do Ensino Superior

Iniciada em fevereiro de 2024, a série de webinários mensais do Fórum ABC/SBPC de Educação Superior terá sua segunda edição no dia 26 de março, 3ª feira, às 16h, com transmissão pelo YouTube da ABC.

Os Acadêmicos Aldo Zarbin e Sylvio Canuto coordenam a iniciativa, promovida pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

 

Os palestrantes serão:

Luciano Mendes de Faria Filho

Doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professor titular da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). É membro do Grupo de Pesquisa Portal do Bicentenário e do Projeto Pensar a Educação, Pensar o Brasil, iniciativas desenvolvidas em rede por várias instituições universitárias brasileiras.

 

 

Mozart Neves Ramos

Doutor em Química pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pós-doutorado em Química pela Politécnica de Milão, na Itália. Foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) de 1977 a 2013. É membro do Conselho Nacional de Educação (2018-2022) e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP-Ribeirão Preto (2020).

 

 

A mediação será feita pelos Acadêmicos Débora Foguel e Sylvio Canuto.
Acompanhe as atualizações na página do GT de Ensino Superior no site da ABC

 

Workshop Conjunto: Academia Chinesa de Ciências e Academia Brasileira de Ciências

A Academia Chinesa de Ciências (CAS, sigla em inglês) e a  Academia Brasileira de Ciências (ABC) estão organizando um workshop conjunto sobre Mudanças Climáticas e Sustentabilidade Global em Pequim, entre os dias 1 e 3 de abril, na sede da CAS.

De acordo com o líder brasileiro, o Acadêmico Paulo Artaxo (USP), o Brasil e a China são atores-chave na sustentabilidade global. “Os dois países são parceiros estratégicos e devem trabalhar juntos para benefício mútuo e aprendizado e troca comum”, apontou. Em particular, foi estabelecido entre ambas as nações um diálogo e um mecanismo de cooperação sobre mudanças climáticas e transição verde para aprofundar a cooperação científica em proteção climática, governança ambiental, adaptação ao novo clima e conservação da biodiversidade. “Ambos os países têm comunidades científicas sólidas nessas áreas, e melhorar a cooperação nessas áreas críticas é importante. O workshop preparará uma agenda científica comum nessas áreas e estruturará parcerias sólidas para futuros projetos de pesquisa”, afirmou Artaxo.

Com esse objetivo, o workshop  tem foco em cinco áreas temáticas:

1 – Florestas como ferramentas de mitigação para mudanças climáticas

A mudança no uso da terra é uma questão crítica em termos de políticas climáticas para o Brasil e a China. O Brasil se comprometeu a atingir desmatamento zero até 2030. Brasil e China estão fortemente empenhados em restaurar os ecossistemas florestais. Na NDC brasileira, o reflorestamento de 12 milhões de hectares é parte central dos compromissos. A China também está investindo esforços significativos em reflorestamento. Questões-chave incluem: Como as florestas afetam o clima e como podemos melhor usar esse recurso na mitigação de emissões e no amortecimento contra as mudanças climáticas?

2 – Centros urbanos, poluição do ar e mudanças climáticas

No Brasil, 87% da população vive em áreas urbanas, e qualquer estratégia para se adaptar e mitigar as mudanças climáticas envolve nossos assentamentos urbanos. A China está urbanizando rapidamente, com problemas comuns que poderiam ajudar ambos os países a lidar melhor com a urbanização e as mudanças climáticas, fornecendo soluções para nossas populações. Poluição do ar, disponibilidade de água, energia, estratégias de transporte urbano e muitas outras questões não resolvidas em grandes áreas urbanas precisam de soluções baseadas em ciência.

3 – Degradação da terra e desertificação

Grandes áreas do Brasil e da China sofrem processos rápidos de desertificação devido ao aumento das temperaturas e à diminuição da precipitação. Como lidamos com estratégias socioeconômicas viáveis com os milhões de pessoas envolvidas? Como nos adaptamos a essas terras já secas em paisagens semiáridas que estão se tornando áridas? A degradação ambiental também está ocorrendo na Amazônia, com o aumento das temperaturas e a diminuição da precipitação tornando a floresta uma fonte de carbono para a atmosfera global. Ferramentas de diagnóstico para lidar com esse potencial feedback sobre o clima precisam ser desenvolvidas.

4 – Desenvolvimento e aplicações de modelos do sistema terrestre (global e regional)

Aprimorar nossos modelos do sistema terrestre é necessário para desenvolver estratégias para lidar com as mudanças climáticas. Muitos processos importantes ainda não estão incluídos nos modelos globais e regionais. Isso inclui o papel das florestas na mudança do ciclo hidrológico, uma melhor compreensão dos impulsionadores por trás da degradação das florestas tropicais, e assim por diante. Brasil e China têm Modelos do Sistema Terrestre, e este componente estabelecerá um quadro de cooperação nesta área.

5 – Saúde Planetária, Evolução da Terra e Habitabilidade

A Saúde Planetária é uma questão crescente que integra muitos dos tópicos anteriores e abrange a intrincada relação entre o bem-estar da Terra e a saúde de seus diversos ecossistemas, incluindo as inúmeras espécies que os habitam. O conceito enfatiza a importância de preservar e melhorar a saúde de nosso planeta para garantir a sustentabilidade de longo prazo da vida. Envolve a evolução da Terra e como a pesquisa paleoclimática e a emergência climática que enfrentamos hoje podem moldar o futuro de nosso planeta.

Os pesquisadores brasileiros envolvidos são o Acadêmico Paulo Artaxo (IF-USP, temas 1 e 2); André Oliveira Sawakuchi (Geociências USP, tema 5); Júlia Cohen (UFPA, temas 1 e 4);  Luiz Augusto Toledo Machado (INPE, tema 1 e 4); Marcos Heil Costa (UFV, temas 1 e 4); Mariana Moncassin Vale (UFRJ, tema 5); Moacyr Araujo (UFPe, tema 5);  Ricardo Ivan Ferreira Trindade (IAG-USP, tema 5); Sandra de Souza Hacon (Fiocruz, tema 5); Suzana Maria Gico de Lima Montenegro (UFPE, tema 3); e Tomas Ferreira Domingues (USP-Ribeirão Preto, tema 1). 

Conheça aqui os participantes brasileiros

Os pesquisadores chineses que participarão são Xiaodong Zeng (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 1); Jianchu Xu (Instituto de Botânica de Kunming, CAS, tema 1); Fang Li (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 1); Zifa Wang (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 2); Xichen Li (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 2); Hang Su (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 2); Xin Wang, (Instituto de Física Atmosférica, CAS, tema 2); Qingcun Zeng (Instituto de Física Atmosférica, CAS, temas 3 e 4); Jiang Zhu, Instituto de Física Atmosférica, CAS, temas 3 e 4); He Zhang, Instituto de Física Atmosférica, CAS, temas 3 e 4); Peng Peng (Instituto de Geologia e Geofísica, CAS, tema 5); Zhao Xixi, Universidade do Sul da Ciência e Tecnologia, tema 5); Kuang Hongwei (Instituto de Geologia, Academia Chinesa de Ciências Geológicas, tema 5); e ZhaoTaiping, Instituto de Geoquímica de Guangzhou, CAS, tema 5).

 

Nota Pública de Apoio à Ministra da Saúde, Nísia Trindade

NOTA PÚBLICA DE APOIO À MINISTRA DA SAÚDE, NÍSIA TRINDADE

As reitoras e vice-reitoras, que abaixo assinam, vêm manifestar apoio à Ministra da Saúde, Nísia Trindade.

É inadmissível, no século XXI, que mulheres ainda sejam julgadas e tenham que justificar seu modo de agir e de se comportar por características estereotipadas de gênero.

Frequentemente, mulheres em cargos de gestão são rotuladas com adjetivos que descrevem sua personalidade de forma pejorativa e preconceituosa. Como consequência, as ações realizadas com competência, assertividade, resultados positivos e seriedade sofrem com um apagamento cruel. Ainda somos poucas a assumir cargos de liderança e o machismo estrutural nos espaços de privilégio de gênero segue a nos oprimir.

Apoiamos a Ministra Nísia Trindade à frente do Ministério da Saúde! Apoiamos por ser ela representante daqueles que acreditam na ciência e na saúde pública como direito. Mas também por ser mulher e representar a todas nós em espaços de liderança ainda tão masculinos. Confiamos em seu trabalho que, a despeito dos desafios que precisa enfrentar, após os anos de desvalorização do sistema de saúde no país, tem tido papel fundamental para o fortalecimento da ciência e saúde no Brasil.

Em 23 de março de 2024.

Assinam a nota:

Alana Flávia Romani, vice-reitora da Universidade Federal de Jataí (UFJ)
Aldenize Xavier, reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa)
Ana Beatriz de Oliveira, reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
Ana Cristina Soares, vice-reitora da Universidade Federal do Amapá (Unifap)
Ana Paula Giraux Leitão, reitora do Colégio Pedro II (RJ)
Ana Paula Palheta, reitora do Instituto Federal do Pará (IFPA)
Analy Castilho Polizel de Souza, reitora da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR)
Bruna S. do Nascimento, vice-reitora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio)
Camila Celeste Brandão Ferreira Ítavo, vice-reitora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)
Carla Simone Chamon, reitora do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG)
Cássia Curan Turci, vice-reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Célia Regina Diniz, reitora da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
Cláudia Aparecida Marliére de Lima, reitora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)
Cláudia Gonçalves de Lima, vice-reitora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD/MS)
Cláudia Ramos Carioca, vice-reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab)
Diana Araujo Pereira, reitora da Universidade Federal da Integração Latino-Americana(Unila)
Diana Cristina Silva de Azevedo, vice-reitora da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Elaine Cassiano, reitora do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS)
Eliane Aparecida Holanda Cavalcanti, vice-reitora da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
Flaviana Tavares Vieira, vice-reitora da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
Francéli Brizolla, vice-reitora da Universidade Federal do Pampa (Unipampa, RS)
Georgina Gonçalves dos Santos, reitora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Girlene Alves da Silva, vice reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Gulnar Azevedo e Silva, reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
Herdjania Veras de Lima, reitora da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)
Isabela Fernandes Andrade, reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e presidente do Fórum de Reitores das Universidades Públicas e dos Institutos Federais do Rio Grande do Sul (Foripes-RS)
Jenifer Saffi, vice-reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Joana Angélica Guimarães da Luz, reitora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB)
Joana Célia dos Passos, vice-reitora da Universidade Federal de Santa Ctarina (UFSC)
Joaquina Aparecida Nobre da Silva, reitora do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG)
Lia Rita Azeredo Bittencourt, vice-reitora daUniversidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Liana Filgueira, vice-reitora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Lucelia Cardoso Cavalcante, vice-reitora da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa)
Lucia Pellanda, reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e vice-presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)
Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira, reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa)
Luzia Mota, reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA)
Márcia Abrahão Moura, reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes)
Margarida de Aquino Cunha, reitora da Universidade Federal do Acre (UFAC)
Maria de Jesus Dutra dos Reis, vice-reitora da Universidade Federal de São  Carlos (UFSCar)
Marília Pimentel, reitora da Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Marinalva Vieira Barbosa, reitora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Martha Adaime, vice-reitora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Mary Roberta Meira Marinho, reitora do Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB)
Meire Soares de Ataíde, vice-reitora da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)
Nilra Jane, reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima (IFRR)
Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon, reitora do Instituto Federal de Goiás (IFG)
Nídia Heringer, reitora do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFAR)
Raiane Patricia Severino Assumpção, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Rosana Cavalcante dos Santos, reitora do Instituto Federal do Acre (Ifac)
Rosana Rodrigues, reitora da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF)
Ruth Sales, reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS)
Sandra Goulart Almeida, reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Sandra Simone Hopner Pierozan, vice-reitora Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Solange Ximenes, vice-reitora Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa)
Therezinha Pinto Fraxe, vice-reitora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
Ursula Rosa da Silva, vice-reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel)
Veruska Ribeiro Machado, reitora do Instituto Federal de Brasília (IFB)

Por um Ministério da Saúde ainda mais forte e republicano

Por um Ministério da Saúde ainda mais forte e republicano

As entidades da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.Br) manifestam preocupação em relação aos sucessivos ataques dirigidos contra o Ministério da Saúde, especialmente à gestão republicana da Ministra Nísia Trindade Lima.

A área da Saúde Pública federal e seus principais instrumentos de política governamental foram dilapidados pela última administração central. A estratégia negacionista e o desprezo com a ciência deixaram sequelas graves no combate às doenças no Brasil.

Assim, nossas entidades expressam total apoio ao trabalho da Ministra, e da sua equipe, que vem realizando um grande esforço de reconstrução da saúde no país. Precisamos superar os graves problemas históricos e estruturais para alcançarmos, plenamente, os
princípios da Constituição de 1988.

Brasil, 21 de março de 2024.

Entidades:

Academia Brasileira de Ciências (ABC); Associação Brasileira de Reitores de Universidades Estaduais e Municipais (Abruem); Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap); Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies); Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif); Conselho Nacional dos Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti); Instituto Brasileiro de Cidades Humanas, Inteligentes, Criativas & Sustentáveis (Ibrachics); Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Entidades científicas e médicas demonstram apoio à Nísia Trindade

Leia matéria de Raíssa Basílio para a Folha de S. Paulo, publicada em 21 de março:

São Paulo – Em meio às críticas e tensões políticas, a ministra [e membra titular da ABC) Nísia Trindade afirmou, nesta quinta-feira (21), que segue em sua posição no comando da pasta da Saúde. Trindade citou que enfrenta um cenário de opressão, além da exposição e dos comentários machistas.

A pressão contra a ministra se acirrou na terça-feira (19), após uma reunião com representantes da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), que reúne gestores de capitais e cidades grandes e médias.

Como antecipou a Folha, a pressão fez com que a pasta decidisse redistribuir as doses da vacina contra a dengue para municípios que não foram contemplados inicialmente nos critérios de maior gravidade.

Em apoio à permanência da ministra, diversas entidades e grupos científicos e médicos divulgaram notas nesta quinta-feira (21). A ABC (Academia Brasileira de Ciências) disse que são inapropriadas as questões críticas à ministra.

“Consideramos inapropriado que questões críticas como as sequelas da Covid-19, surtos de dengue, violência e negligência em relação à saúde das populações indígenas sejam obscurecidas por disputas políticas no Ministério da Saúde. O esforço admirável realizado pela atual gestão ministerial demanda te

A SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) também expressou seu apoio e solidariedade à Nísia Trindade, frisando seu trabalho notável na reconstrução do Ministério da Saúde após os danos causados “pela política negacionista do governo anterior”.”A SBPC conclama todos os defensores da saúde e da vida humana a juntarem seus esforços e somarem suas vozes na defesa de uma recomposição das condições básicas de cuidado com os seres humanos de todas as idades em nosso país”, diz a nota divulgada.

(…)

“Torço para que ela —como muitas de nós mulheres em lugares difíceis—mantenha-se calma e serena, segure a própria voz, se ampare na sororidade de milhares de cientistas e sanitaristas do Brasil e se mantenha firme, dando continuidade ao processo de reconstrução e inovação que tão legitimamente lidera. É preciso ter a estatura de uma Nísia Trindade para combater a miséria política”, citou Rosana Onocko Campos, presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).

Tensões políticas

Nísia se encontra em um cenário político dominado por tensões, além da epidemia de dengue no país, há cobranças por todos os lados da Saúde, seja do presidente da Câmara, Arthur Lira, do centrão, que têm pressionado por mais verbas da pasta e o próprio presidente Lula.

(…)

Primeira mulher a ocupar a pasta da Saúde

A socióloga Nísia Trindade, 66, é a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra da Saúde em 70 anos desde a criação da pasta.

Graduada em ciências sociais, mestre em ciência política, doutora em sociologia, Nísia assumiu a presidência da Fiocruz em 2017. Ela é servidora da fundação desde 1987.

Eleita com 60% dos votos de trabalhadores, pesquisadores e professores da Fiocruz, foi a primeira mulher a presidir a centenária instituição, referência em ciência, saúde pública e tecnologia em saúde da América Latina.

Nísia liderou o acordo da Fiocruz com a AstraZeneca para a produção no Brasil de vacinas contra a Covid-19. Na gestão dela, a fundação ainda foi escolhida pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como centro de desenvolvimento e produção de vacinas com a tecnologia de RNA mensageiro na América Latina.

Leia a nota na íntegra no site da Folha.

 

Sul Global – Norte Global: uma distância a reduzir

O vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) para a região Norte, Adalberto Val, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e coordenador do Instituto nacional de Ciência e Tecnologia para Adaptações da Biota Aquática da Amazônia (INCT-Adapta) foi um dos convidados para participar de um workshop na África do Sul  intitulado “How Global South Research Can Shape the Future of Comparative Physiology”

Organizado pela Companhia dos Biologistas, uma editora sem fins lucrativos dedicada a apoiar e inspirar a comunidade que se dedica à biologia, Val participou do encontro planejado pela brasileira Kênia Bícego, professora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e pela sul-africana Andrea Fuller, professora da Universidade de Witwatersrand, que teve lugar no Parque Kruger, em Skukuza.

Entre as várias ações que a Companhia dos Biologistas desenvolve está a publicação de cinco das mais importantes revistas científicas da área de biologia experimental e a organização de workshops sobre assuntos relevantes relacionados à biologia. A editora dedica atenção especial aos investigadores em início de carreira (ECRs, sigla em inglês), que são os futuros líderes em biologia, e a reunião em questão foi desenhada para aproximar editores e líderes globais com profissionais em início de carreira na área de fisiologia comparativa, uma disciplina da fisiologia que explora a compreensão do funcionamento de diferentes animais.

“As reuniões de trabalho aconteciam regularmente no Reino Unido, mas, a partir de 2024, ao menos uma das reuniões anuais passa a acontecer num país do sul global — e esta da África do Sul foi a primeira delas”, explicou Val.

Um momento singular da reunião foi a possibilidade de interação de ECRs com os editores de dois dos principais periódicos científicos da área: professor Craig Franklin (Universidade de Queensland, Australia), editor do Journal of Experimental Biology, e o professor Michael Hedrick (Universidade Estadual da Califórnia, EUA), editor do Comparative Biochemistry and Physiology, Parte A – Fisiologia Molecular e Integrativa. Os referidos editores mostraram detalhes das atividades rotineiras dos dois periódicos e estimularam os ECRs dos Sul Global a enviar seus manuscritos, além de darem orientações importantes para os ECRs. Enquanto o Prof. Craig destacou a necessidade da diversificação de formas de apoio à fisiologia comparativa, o Prof. Hedrick chamou a atenção para as tendências atuais da fisiologia comparativa e suas aplicações, como no caso da aquicultura.

A participação do Acadêmico Adalberto Val envolveu a discussão sobre como “Gerir um laboratório de sucesso no Sul Global: Percepções desde a Amazônia!”. Na discussão, Val deixou mensagens centrais para os ECRS do Sul Global que podem contribuir para tornar seus grupos de pesquisas e seus laboratórios competitivos com aqueles do Norte Global. Para isso, destacou que é importante valorizar o ambiente externo em que estão seus laboratórios e não só seus espaços internos, onde estão os equipamentos.

“Olhem lá para fora! Há um laboratório natural único, cheio de projetos experimentais prontos a responder à sua pergunta, como a biodiversidade, os diferentes ambientes e tipos de água, por exemplo”. Também destacou que ninguém deve mais trabalhar sozinho, pois a ciência hoje é cada vez mais produto de esforços colaborativos. Por fim, ao lembrar que “o financiamento pode ser um desafio significativo a ultrapassar, particularmente no Sul Global”, recomendou que ECRs devem “acreditar em si próprios, lembrar que a ciência é uma atividade social com fins sociais, valorizar as próprias perguntas, olhar para o seu espaço, para o seu ambiente, para a sua comunidade e conversar, cara-a-cara, com as pessoas”.

Enfim, a redução do fosso que separa o Sul do Norte Global envolve cooperação, colaboração e, principalmente, habilidade para caminhar junto, fazendo das diferenças culturais, biológicas e ambientais ferramentas para o avanço da fisiologia comparativa.

Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre Cidades

A Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre Cidades, marcada para o dia 21 de março, na Sede da Academia Brasileira de Ciências (ABC), representa um marco importante para o diálogo entre a ciência e a gestão urbana no município do Rio de Janeiro. Este evento é fruto da colaboração entre a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Secretaria de Ciência e Tecnologia do município, evidenciando um esforço conjunto para integrar conhecimentos científicos e tecnológicos na resolução de questões críticas urbanas.

Sob a coordenação das professoras Helena Bonciani Nader, pela ABC, e Tatiana Roque, pela Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia (SMCT-Rio), a conferência visa ser um espaço de troca e construção coletiva, onde especialistas, gestores públicos, acadêmicos e a sociedade civil poderão contribuir com suas perspectivas e experiências.

O principal objetivo deste encontro é fomentar um debate qualificado sobre o papel da ciência e da inovação tecnológica na superação de desafios contemporâneos e futuros enfrentados pelas cidades, especialmente diante das mudanças climáticas, que já impactam diversas regiões com intensidades variadas. A escolha deste tema reflete a urgência de se pensar soluções sustentáveis e adaptativas para problemas como o aumento das temperaturas, elevação do nível do mar, eventos climáticos extremos, entre outros, que afetam diretamente a qualidade de vida nos centros urbanos. A conferência busca, portanto, ser um catalisador para a criação de políticas públicas inovadoras e eficientes, que possam levar o Rio de Janeiro a um futuro mais resiliente e sustentável.

Veja aqui a programação do evento, que será  híbrido, e inscreva-se para a participação presencial. Acesse a transmissão on-line no horário marcado, caso prefira. 

 


 

 


 

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