pt_BR

Acadêmico João Calixto na Globoplay

O Acadêmico João Calixto, diretor e fundador do Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (Cienp), em Florianópolis, foi o entrevistado do programa Tech SC do dia 21 de outubro, que trata de ciência, tecnologia e inovação realizados no estado de Santa Catarina. 

O Cienp foi criado em 2008, mas suas atividades só se iniciaram em 2014. Nestes dez anos, o Centro se tornou referência na América Latina em testes de medicamentos, cosméticos e vacinas.

Assista a entrevista completa na Globoplay!

 

 

Novas pandemias: Os desafios da Saúde Global no Século XXI

No dia 29 de outubro, 3a feira, às 14h, o Núcleo de Estudos Avançados do Instituto Oswaldo Cruz promove debate intitulado “Novas pandemias: Os desafios da Saúde Global no Século XXI”. O evento é coordenado pelo Acadêmico Renato Cordeiro e terá como palestrantes Tulio de Oliveira (UKZN, África do Sul), Margareth Dalcomo (Fiocruz), Esper Kallás (USP/Butantan) e Rivaldo Venâncio da Cunha (Fiocruz/Ministério da Saúde).

 

Vice-presidente da ABC para a Região Sul, Ruben Oliven é novo Professor Emérito da UFRGS

*Matéria publicada originalmente pela UFRGS

Na manhã desta quinta, 17 de outubro, em sessão solene presidida pela reitora [a Acadêmica] Marcia Barbosa, foi entregue o título de Professor Emérito a [o Acadêmico] Ruben Oliven, docente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade. Compuseram a mesa cerimonial o vice-reitor Pedro Costa, o diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) Hélio do Couto Alves e o orador Jean Segata, professor do Departamento de Antropologia.

Na abertura do evento, a reitora expressou sua alegria redobrada, porque a cerimônia é a primeira de sua gestão e pelo fato de o homenageado ser o professor Oliven. Na sequência, convidou o diretor do IFCH a conduzir o novo emérito até a mesa cerimonial.

O orador Jean Segata iniciou sua saudação a Oliven frisando que “os mais de 50 anos de dedicação do professor à UFRGS são também os 50 anos de uma história da antropologia que se constrói a partir dessa universidade, e que ganha o mundo como referência respeitada pelo compromisso com a tradição do ensino e pela originalidade sempre renovada na sua vanguarda de pesquisa”.

Lembrando que a trajetória do docente e a história da antropologia no Brasil se misturam e se produzem mutuamente, Segata contou que Oliven ingressou na UFRGS como estudante de Ciências Econômicas e de Ciências Sociais em 1964, ano do golpe que instalou a ditadura civil-militar no país. Tendo concluído seu mestrado em Planejamento Urbano e Regional da UFRGS, com a dissertação A cidade como local de integração sociocultural: a integração dos moradores da Vila Farrapos na cidade de Porto Alegre, aprofundou esse trabalho durante o doutorado em Ciências Sociais, realizado na Universidade de Londres, Inglaterra. “Marcada pela inovação, rigor científico e pelo carinho pela nossa cidade, a tese Urbanização e mudança social: um estudo de caso de Porto Alegre, defendida em 1978, se imortalizou como um livro de referência, que definitivamente abriria caminhos para diversos outros trabalhos e que consolidaria Ruben Oliven como um dos maiores expoentes da constituição da antropologia urbana no Brasil”, sinalizou.

A Acadêmica Marcia Barbosa, reitora da UFRGS, e o homenageado Ruben Oliven, VP da ABC para a Região Sul

Conforme Segata, o professor Oliven teve participação decisiva na criação do Curso de Pós-Graduação em Sociologia e Política, em 1972. Dois anos depois, o curso incorporaria a Antropologia, passando a se chamar Curso de Pós-Graduação em Antropologia, Política e Sociologia. “É por isso que o nosso Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social comemora seu cinquentenário neste ano. Ruben Oliven coordenou a especialização em Antropologia Social, na sua origem, em 1974, e foi também com o seu protagonismo que foram criados o mestrado, em 1979, e o doutorado, em 1991”, pontuou.

Formador de gerações

O papel como formador de uma nova geração de excelência em Antropologia foi igualmente saudado pelo orador, ao comentar que Oliven tem ex-alunos atuando na África, na Europa, nos Estados Unidos e por toda a América Latina.

Segata finalizou seu discurso afirmando que quem conhece o professor Oliven “sabe que ele tem um coração que não cabe no próprio peito nem nos currículos ou nas métricas acadêmicas. Além de um intelectual de primeira grandeza, é um colega e amigo, um conselheiro preciso e generoso, uma liderança incontestável e um entusiasta incansável. Em outros termos, ele é mais uma prova de que uma carreira acadêmica irretocável não se faz apenas com publicações de impacto, cargos administrativos e aulas mundo afora, mas com respeito pelos colegas docentes, técnicos, estudantes e administração; com zelo pelo serviço público e com comprometimento social. Ruben é prova de que uma carreira admirável também se faz com afeto e carinho, com vontade de luta e com o dom da pacificação. Eu genuinamente me emociono quando vejo o professor Ruben chegar cedo ao Campus do Vale, às terças de manhã, para dar um curso obrigatório aos estudantes de doutorado. São 54 anos de dedicação ao nosso Programa.

Múltiplos interesses

Ao cumprimentar os presentes à cerimônia, Ruben Oliven manifestou sua satisfação por receber o título das mãos da nova reitora, eleita democraticamente pela comunidade da UFRGS. Também saudou os familiares, colegas e amigos e os agora colegas eméritos ali presentes: Céli Jardim Pinto, José Roberto Iglesias e Philippe Navaux.

O professor iniciou sua fala agradecendo à memória de seus pais, que estimularam a curiosidade e o interesse pela diversidade cultural e pelas questões sociais. Agradeceu igualmente à esposa, Arabela Oliven, professora aposentada do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFRGS, aos filhos e demais familiares, bem como aos colegas de departamento e do PPG em Antropologia Social, pelo encaminhamento da homenagem ao Conselho Universitário.

Definindo a UFRGS como sua alma mater, Oliven disse que foi na Universidade que desenvolveu a maior parte de sua vida acadêmica. Relembrou ter vivenciado a Reforma Universitária promovida pela ditadura, que pôs fim ao sistema de cátedras e promoveu forte repressão política, ao mesmo tempo em que implantou o sistema de organização por departamentos e estimulou a criação de programas de pós-graduação.

Ruben Oliven é aplaudido na cerimônia, realizada na Sala dos Conselhos da UFRGS

Relembrou seus interesses de pesquisa pela questão das identidades nacionais e regionais – destacando a cultura dos festivais de música nativista e dos CTGs entre uma população marcadamente urbana – e, também, por questões urbanas, pela cultura popular brasileira, pela música popular brasileira, o jazz e o blues.

Oliven celebrou seus colegas da Antropologia pela disposição ao diálogo e pela capacidade de negociação das diferenças e divergências. Comemorou também o fato de, depois de ter orientado mais de 50 teses e dissertações de mestrado, ver vários de seus ex-alunos terem seus trabalhos reconhecidos e premiados por diferentes agências de fomento.

Ao comentar sua participação na Academia Brasileira de Ciências, frisou que sem ciência não há justiça social, ressaltando a responsabilidade inerente ao trabalho dos cientistas. “A presidente da ABC Helena Nader costuma brincar dizendo que sou o único humano da atual diretoria da Academia, já que os demais membros são oriundos das Ciências Exatas. Afirmo que todas as ciências são humanas, pois elas são praticadas por seres humanos, frequentemente lidam com seres humanos e, mesmo quando não o fazem diretamente, têm consequências para a humanidade. O Brasil é um país viciado em desigualdades de todos os tipos: sociais, econômicas, raciais, de gênero, sem falar nos preconceitos contra a população LGBTQIA+. A chamada índole pacífica dos brasileiros não passa de uma grande cortina de fumaça que oculta na realidade uma crescente intolerância”, observou.

Ruben Oliven finalizou seu discurso afirmando que a ciência pode manter o pessimismo em suas análises, mas tem a obrigação de ser otimista em suas ações. “Os cientistas têm uma responsabilidade crucial de se fazerem ouvir, traduzindo suas descobertas em linguagem acessível e contrapondo-se ao negacionismo e à desinformação e alertando a respeito das consequências de não respeitar a natureza”, concluiu.

Ao final da sessão, a reitora Marcia saudou as presenças dos ex-reitores [os Acadêmicos] Hélgio Trindade e Carlos Alexandre Netto, cumprimentou o homenageado por sua trajetória acadêmica e por sua capacidade de se dedicar a uma grande variedade de temas. “Ele é um acadêmico movido pela ousadia, conseguindo atuar em diferentes áreas com igual excelência. Uma amostra inequívoca disso foi quando colocou em discussão na Academia Brasileira de Ciências um código de ética e de conduta. Ao modificar os estatutos da Academia e incluir a possibilidade de expulsão por mau comportamento ou conduta antiética, ele se tornou a ‘kriptonita’ dos acadêmicos”, brincou.

A reitora lembrou ainda que foi Oliven quem trouxe para a ABC o pensamento de [o Acadêmico] Davi Kopenawa, principal liderança do povo Yanomami, que tem colaborado para que a ciência se amplie e passe a considerar não apenas um, mas vários métodos científicos. “Por ser esse parceiro e nos ensinar tantas coisas novas, a nós da UFRGS nos honra que o professor Ruben Oliven aceite a maior homenagem desta instituição a quem constrói cotidianamente o conhecimento, não só no Brasil, mas no mundo.”

Leia o original no site da UFRGS.

Ruben Oliven recebe o abraço da também Acadêmica Marcia Barbosa, reitora da UFRGS

Evento no MCTI lança livro-diagnóstico sobre as coleções biológicas brasileiras

No dia 16 de outubro, em Brasília, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Secretaria de Políticas e Programas Estratégicos, em parceria com a Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ), a Sociedade Botânica do Brasil (SBB) e a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM), organizou o Evento sobre Coleções Biológicas Científicas do Brasil com o lançamento do livro “Coleções Biológicas Científicas Brasileiras: Diagnóstico, prioridades e recomendações” e apresentação da plataforma com os dados e informações das coleções brasileiras.

O livro contou com contribuições de coleções biológicas científicas de todo o país no levantamento de informações. As análises das contribuições enviadas pelas coleções permitiram indicar prioridades para a manutenção e aprimoramento destas importantes infraestruturas e a proposição de recomendações para o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia. Adicionalmente, também como parte da iniciativa e partir do trabalho de dezenas de curadores de coleções foi publicado o guia Introdução e orientações às boas práticas para as coleções científicas brasileiras. O guia também está disponível em formato digital.

Mercedes Bustamante

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) participaram do lançamento representadas pela bióloga Mercedes Bustamante, da Universidade Brasília. Em sua fala, ela destacou o papel central das coleções biológicas e da formação de taxonomistas e parataxonomistas para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade brasileira. Para ela, fomentar a bioeconomia é crucial para conter às crises climática e da biodiversidade.

“O evento e o livro produzido destacam o valor inestimável das coleções biológicas científicas para documentar e entender a Biodiversidade brasileira. As coleções guardam informações para entender o passado mas também para projetar as respostas futuras das comunidades biológicas às mudanças ambientais. As coleções são também infraestruturas essenciais para impulsionar a Bioeconomia e os setores de Agricultura e Saúde. Para cumprir adequadamente seu papel, há necessidade de financiamento e manutenção adequados além de investimentos em profissionais capacitados em Taxonomia e curadoria de coleções”, afirmou a Acadêmica.

Uma política de Estado para as coleções biológicas

Coordenadora dos trabalhos que deram origem ao livro, a presidente da Sociedade Brasileira de Zoologia (SBZ), Luciane Marinoni, afirma que é preciso criar uma política de estado que estabeleça uma base legal e planos de ação voltados às coleções biológicas científicas. Ela lembra que, no Brasil, 73% das coleções microbiológicas, 78% das coleções botânicas e 80% das coleções zoológicas estão em instituições públicas.

Luciane Marinoni

“Devemos implementar um programa de fomento abrangente, estável e de longo prazo, que poderia ser instaurado pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), à nível estadual, ou pelos Ministérios da Educação; da CT&I; da Agricultura e Agropecuária; do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas; ou da Saúde, à nível federal”, sugeriu. “O que precisamos é incentivar iniciativas em rede que visem a informatização das informações de materiais das coleções biológicas científicas; a disponibilização de dados e metadados; a cooperação entre responsáveis por coleções para troca de experiências e o auxílio mútuo na condução e manutenção das coleções”, completou.

Essa não é uma tarefa trivial, uma vez que, atualmente, não há a categoria profissional de curador e gestor de coleções. O que há são professores universitários assumindo essas responsabilidades como parte de suas funções de pesquisa. Esse arranjo é frágil, e muitas coleções brasileiras estão sem alguém diretamente responsável por elas há anos. “O que talvez a gente precisasse é que houvesse a possibilidade desses pesquisadores acumularem uma função gratificada, à semelhança das funções de coordenação de curso ou chefe de departamento”, avaliou Marinoni.

A presidente da SBZ cita como exemplo de sucesso o Programa de Capacitação em Taxonomia (Protax), de 2005, cujo último edital teve uma demanda 10 vezes maior do que o orçamento voltado ao programa conseguiria abranger. “Deveria ser um programa permanente e com mais recursos, pois é uma estratégia importante. Há a necessidade de formação, mas também de contratação de taxonomistas. Além disso, os resultados do diagnóstico demonstram que as coleções tiveram crescimento nos momentos históricos quando houve o investimento em formação de profissionais que estudam a biodiversidade – momentos coincidentes com os editais lançados pelo MCTI em parceria com a Capes”, avaliou.

Alta demanda eleva para R$ 6,2 milhões valor de financiamento para edital de apoio a mães pesquisadoras

Quase 100 cientistas brasileiras que são mães acabaram de ganhar um financiamento de R$ 6,2 milhões para apoiar suas pesquisas. A iniciativa da Faperj (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro), do Instituto Serrapilheira e do movimento Parent In Science (PiS) busca apoiar a continuidade da carreira acadêmica de mulheres no período pós-maternidade. A seleção previa, inicialmente, apoio a cerca de 21 pesquisadoras, mas por conta da alta demanda de inscrições e da qualidade dos currículos, o programa foi ampliado contemplando 98 cientistas. Este é o primeiro edital de apoio a mães cientistas organizado por uma agência de fomento à pesquisa no Brasil. 

Os temas de pesquisa das cientistas selecionadas vão desde pneumonias causadas por bactérias resistentes até a otimização da prevenção ao HPV. Clique aqui para ver a lista de selecionadas.

De acordo com o presidente da Faperj,  [o Acadêmico] Jerson Lima, o edital fortalece a pesquisa científica no estado e promove políticas que incentivam a diversidade na ciência. “A demanda qualificada que recebemos para este edital mostra a necessidade deste tipo de iniciativa”, afirma Lima, que é professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O investimento previsto inicialmente em R$ 2,3 milhões subiu para R$ 6,2 milhões (aumento de 170%). Além do acréscimo no aporte de recursos pela Faperj, o Instituto Serrapilheira também contribuiu para a ampliação do edital, oferecendo valor extra de R$ 210 mil, que foram distribuídos para 21 dos 98 projetos aprovados. 

“Pelo número de propostas recebidas, ficou claro que é enorme a demanda de mães cientistas buscando apoio para esse momento de suas carreiras em que precisam se dedicar também aos filhos”, afirma Cristina Caldas, diretora de Ciência do Instituto Serrapilheira. “Precisamos de mais editais que reconheçam que a maternidade causa um impacto importante na carreira, e que os mecanismos de fomento poderiam ajudar a superar os efeitos negativos dessas interrupções”, complementa. 

A inspiração para o edital exclusivo veio do Parent In Science (PIS). Em 2021, o movimento brasileiro, que tem como objetivo levantar a discussão sobre a parentalidade dentro do universo acadêmico e científico, ganhou o Prêmio Mulheres Inspiradoras na Ciência, da revista Nature, pela divulgação de dados relevantes para estudos de desigualdade de gênero. 

Uma pesquisa de autoria do movimento, publicada na revista Frontiers in Psychology em 2021, mostrou que, durante a pandemia, apenas 47% das cientistas que são mães tiveram êxito para terminar artigos científicos. Já 76% dos pesquisadores homens com filhos conseguiram submeter seus artigos conforme o planejado. 

Impactos semelhantes têm sido apontados em relação à obtenção de bolsas de produtividade em pesquisa, por exemplo. Apesar de as mulheres representarem 55% dos bolsistas de iniciação científica no Brasil, elas são apenas 36% dos que recebem as bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq, o mais alto grau acadêmico no país.

“O resultado deste edital reafirma a urgência de iniciativas como essa. O elevado número de inscritas demonstra não apenas a demanda reprimida por suporte, mas também a relevância de se investir em ações que garantam a continuidade das carreiras de mães cientistas. Este é um passo importante para promover uma ciência mais inclusiva e fortalecer o papel das mulheres no cenário científico nacional”, diz Fernanda Staniscuaski, fundadora do Parent In Science. 

A chamada pública, lançada em maio deste ano, foi aberta para cientistas que se tornaram mães nos últimos 12 anos. As mães de crianças com deficiência puderam concorrer independentemente da idade dos filhos. 

O processo seletivo foi implementado e coordenado pela  Comissão Permanente de Equidade, Diversidade e Inclusão criada em fevereiro de 2023 pela Faperj. O objetivo é desenvolver ações “para apoiar grupos sub-representados e aumentar a diversidade na ciência”, afirma Letícia de Oliveira, coordenadora e professora na Universidade Federal Fluminense.

Os resultados do edital serão discutidos no IV Simpósio Brasileiro Maternidade & Ciência, em  17 e 18 de outubro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O evento é promovido pelo Parent in Science, com patrocínio do Instituto Serrapilheira e da Faperj. No encontro, palestrantes vão abordar os desafios enfrentados por cientistas que são mães. Confira a programação e mais informações neste link.

Sobre o Instituto Serrapilheira

Lançado em 2017, o Instituto Serrapilheira é uma instituição privada, sem fins lucrativos, que promove a ciência no Brasil. Foi criado para valorizar o conhecimento científico e aumentar sua visibilidade, ajudando a construir uma sociedade cientificamente informada e que considera as evidências científicas nas tomadas de decisões. O instituto tem três programas: Ciência, Ecologia Quantitativa e Jornalismo & Mídia. Desde o início de suas atividades, já apoiou financeiramente mais de 300 projetos de ciência e de comunicação científica, com mais de R$ 90 milhões investidos.

Sobre a Faperj

Criada em 1980, a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro é a agência estadual de fomento à ciência, à tecnologia e à inovação. Vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, o órgão apoia cerca de 9 mil bolsistas em diversos programas e projetos de pesquisa e de empreendedorismo. Os investimentos são sempre em consonância com sua missão de garantir a presença da ciência fluminense nos cenários nacional e internacional e, de forma mais abrangente, no apoio a projetos que visam  promover o bem-estar da população, o combate à exclusão social e o desenvolvimento social brasileiro.

Sobre o Movimento Parent In Science

O Movimento Parent in Science é uma iniciativa dedicada a promover políticas e práticas inclusivas para apoiar mães e pais, na academia e na ciência. Fundado em 2016, o movimento busca garantir que cientistas com filhos, em especial mães, tenham acesso a oportunidades equitativas para ingresso, permanência e progressão na carreira acadêmica e científica.

Novo artigo joga luz sobre a história do primeiro homem negro presidente da ABC

Juliano Moreira, segundo presidente da ABC

Um artigo publicado no The British Journal of Psychiatry, no dia 14 de outubro, pelos pesquisadores brasileiros Naomar de Almeida, Lilia Schwarcz e Jair Mari, trouxe luz à história excepcional de um renomado membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Juliano Moreira foi um cientista negro que, numa época onde ainda ressonavam ideias de racismo científico, se tornou um profissional renomado, um dos fundadores da ABC e seu segundo presidente.

Intitulado “Exceptional racism at the dawn of scientific psychiatry in Brazil: the curious case of Juliano Moreira”, os autores argumentam que Juliano Moreira foi vítima de um tipo muito particular de racismo, o que chamam de “racismo excepcional”, tendo sua proeminência constantemente utilizada para mascarar o cruel racismo estrutural brasileiro, ao mesmo tempo em que se sobrevalorizava a ideia de mérito, culminando por justificar o próprio racismo.

“Ao lançar luz sobre a vida de Moreira, podemos entender melhor o papel histórico do racialismo (a ideia derrubada de que a humanidade se divide em raças) ao moldar o progresso médico e científico em um país social e institucionalmente periférico, ainda atormentado pelo racismo e outros traços opressivos do colonialismo (tradução livre)”, concluem os autores.

Leia o artigo na íntegra.

Entrevista: o mundo secreto que os fósseis nos revelam

Por todo o mundo, o chão guarda segredos: os fósseis, registros excepcionais de seres vivos do passado.

Muitas culturas antigas ou tradicionais já conheciam e representavam seus fósseis, com mitologias e explicações próprias. Eles eram utilizados como amuletos, adornos e medicamentos, ou interpretados como partes de seres mitológicos, como dragões.

(…)

O último ancestral comum entre os chimpanzés e os humanos viveu entre 6 milhões e 7 milhões de anos atrás na África. Muitos tipos de hominídeos existiram até o surgimento do Homo sapiens (a espécie à qual eu e você pertencemos), há 200 mil anos.

Só sabemos de tudo isso por causa dos fósseis que encontramos em todo o mundo. Para nos contar sobre como eles são formados, onde são encontrados e como são datados, conversamos com o paleontólogo e diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner. Juntamente da também paleontóloga Marina Bento Soares, ele escreveu um dos capítulos do livro A Evolução é Fato, que conta com a participação de 28 pesquisadores brasileiros. Você pode baixá-lo gratuitamente aqui

A obra aborda diferentes fases da evolução na Terra, de um jeito simples e fácil de ler. O livro levou três anos para ficar pronto e foi organizado pela Academia Brasileira de Ciência (ABC).

A maior parte das explicações inclui exemplos brasileiros – o que, aliás, não faltam quando falamos de fósseis. A entrevista a seguir faz parte de uma série de entrevistas que a Super irá publicar com os autores dos textos. 

O que é necessário para que um fóssil se forme?

Kellner: Fósseis são vestígios da existência da vida no passado biológico. Existe uma gama tremenda de diversidade de formas de  formação de um fóssil: aquilo que preserva uma pegada não necessariamente preserva uma pena ou um osso.

De maneira bem geral, é preciso ter condições onde o animal ou o organismo sofra decomposição (é claro que isso não se aplica para rastros e pegadas). Em linhas gerais, o que a gente precisa é impedir a decomposição, que é feita por processos diversos, sobretudo vinculados ao oxigênio e também aos animais e organismos que se alimentam de matéria orgânica. Esse é o princípio básico. 

Onde ocorre isso? Em áreas aquosas, como no fundo de um lago, fundo de um rio, de uma parte mais meandrante, onde há águas mais calmas, e o fundo do mar. 

Leia a entrevista na íntegra no site da Super

 

IA, sustentabilidade e COP30

*Artigo publicado pelo Valor Econômico assinado pelo vice-presidente da ABC para Minas Gerais e Centro-Oeste, Virgílio Almeida, e pelo professor da FGV, Francisco Gaetani.

O futuro digital e a preocupação com a emergência climática são objetos de atenção de todos países e sociedades contemporâneas. A sobreposição destas duas temáticas abre possibilidades instigantes, em especial para o Brasil, dada a centralidade da posição do país no debate global sobre mudança climática.

Uma pergunta, aparentemente simples, que se coloca no momento é “de que forma o rápido avanço das tecnologias de inteligência artificial (IA) pode acelerar o progresso do Brasil rumo a objetivos de desenvolvimento pautados pela sustentabilidade?”. Se a IA é uma tecnologia de uso geral, com possibilidades de transformar significativamente os resultados econômicos e sociais em diversas áreas, por que não canalizar esse potencial para atingir objetivos relacionados aos objetivos de desenvolvimento sustentável (DOS), especialmente no enfrentamento do desafio das mudanças climáticas no Brasil?

A resposta, no entanto, é mais complexa. O crescente uso da IA em diversos setores da economia pode gerar tanto impactos positivos quanto negativos no cômputo do balanço da agenda de desenvolvimento sustentável. O desafio do país é aproveitar as oportunidades do avanço tecnológico, minimizando seus efeitos negativos. O objetivo é assegurar uma governança da IA em benefício do interesse público, promovendo o respeito à diversidade ambiental e cultural, além de apoiar o desenvolvimento sustentável. Para isso, é necessário criar políticas públicas que orientem o uso 2030, abalado pelos acontecimentos da última década, mas ainda assim a plataforma que dispomos na trajetória para um futuro comum.

(…)

Leia o artigo completo no Valor Econômico.

teste