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Estratégias vacinais atuais e futuras

A Academia Nacional de Medicina (ANM), Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a RedeVírus do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) promoveram simpósio sobre desafios que a ciência ainda enfrentará na vacinação contra a COVID-19. Na abertura do evento, o presidente da ANM, Rubens Belfort, ressaltou a inquietude que nos move diante desse cenário com tantas perguntas ainda sem respostas. O presidente da ABC, Luiz Dadidovich, reforçou os laços que unem ambas as instituições.

Vacinas brasileiras contra COVID-19, ensaios clínicos e opções terapêuticas com e sem evidências científicas foram temas debatidos por vários convidados. Entre os quais, os acadêmicos Marcelo Morales, Patrícia Rocco e o ex-ministro da Saúde, José Gomes Temporão. O acadêmico Marcelo Morales, um dos organizadores do evento e secretário do MCTI, apresentou propostas de imunizantes nacionais. O projeto de vacina Spintec, uma parceria do MCTI com a Universidade Federal de Minas Gerais, em duas estratégias: uma vacina bivalente contra gripe sazonal eCOVID-19. E a outra que é Versamune com proteínas recombinantes do Sars-Cov2, já protocolada na Anvisa e em fase pré-clínica concluída, sendo capaz de ativar respostas humoral, celular e inata. 

No campo das pesquisas em vacina, outro convidado foi o médico Jorge Kalil, que mostrou o projeto de desenvolvimento de uma vacina brasileira de aplicação nasal diretamente na mucosa e não injetável com a indução de anticorpos neutralizantes das células do sistema imune, T CD4 e CD8, bem como memória longa, sem efeitos adversos graves, com ampla cobertura de proteção, estabilidade térmica, preferencialmente monodose, cujo domínio tecnológico seja completamente brasileiro para produção também à baixo custo. 

– Queremos fazer uma vacina nasal, porque o vírus entra no nariz. Muitas pessoas vacinadas continuam com o vírus no nariz e transmitindo a doença. Então, se nós tivermos uma vacina nasal, conseguiríamos parar a transmissão do vírus. 

A acadêmica Patrícia Rocco falou sobre a evolução do conhecimento a respeito das manifestações clínicas provocadas pelo SARS-CoV-2 e apresentou diversos estudos sobre tratamentos com e sem evidências científicas e ressaltou, mais uma vez, a ineficácia de medicamentos do kit-covid-19. 

O ex-ministro Temporão fez um relato histórico sobre o Programa Nacional de Vacinação (PNI). Criado durante a ditadura militar, o PNI foi por muito tempo um exemplo para o mundo em virtude de sua capacidade de vacinar 300 milhões de brasileiros ao ano, seja em campanhas em um único dia contra doenças como a pólio ou em ações para enfrentar vírus como o H1N1 ou influenza. Temporão ressaltou a importância dos investimentos nos laboratórios públicos e criticou a dependência que ainda existe em importações seja de princípios ativos ou de vacinas tradicionais e modernas.

O evento ainda contou com a participação do pesquisador da Fiocruz Maurício Barreto que abordou, entre outros aspectos, os efeitos diretos e indiretos da epidemia. Como indiretos, citou as doenças mentais e a desnutrição. E apontou como decepção o papel da aliança da OMS pela distribuição equânime de vacinas. Já o pesquisador Claudio Struchiner, da Fundação Getúlio Vargas, trouxe modelos matemáticos e análises para adoção de estratégias vacinais. 

Da Anvisa, Gustavo Mendes esclareceu questões regulatórios no desenvolvimento de vacinas brasileiras e refletiu sobre futuros ensaios clínicos e como recrutar voluntários em uma população vacinada. Mendes ainda fez um apelo, solicitando à comunidade científica que colabore com a Anvisa no respaldo de estudos com fortes evidências científicas. A demógrafa brasileira Marcia Castro, professora em Harvard também participou do evento. Castro apresentou estudos sobre a curva epidemiológica de óbitos em queda a partir da vacinação por faixas etárias, demonstrando a eficácia da estratégia.

Variabilidade e resposta imune – Outro ponto debatido foram as excelentes evidências de que a resposta imune celular é eficaz contra a infecção da covid-19 e indícios mostram que é mais duradoura que a resposta imune humoral. É neste contexto que surge a necessidade de novos estudos e novas vacinas, além do fato das atuais não estarem disponíveis de forma global, como reforçou Mauro Teixeira, da UFMG que explicou a importância e o conceito de immunobridging (vacinas atuais, modificadas e novas vacianas). Outro convidado da UFMG foi o virologista molecular Renato Aguiar, que centrou sua fala nas variantes da covid, a importância do monitoramento das cepas circulantes e como a epidemia foi incendiada pela mobilidade humana.

– Determinar algum componente da resposta imune contra a vacina que vai permitir que, ao medi-la como marcador (correlato de proteção), você infira eficácia ao candidato vacinal. Assim, conseguiremos modificar vacinas existentes para lidar com as variantes emergentes, novas faixas etárias e reforço vacinal ou criar novos estudos vacinais, ressaltou Teixeira. 

Finalizando as apresentações, Cristiana Toscano – Universidade Federal de Goiás e membro do grupo de expert em vacinas covid-19 da OMS. Toscano explicou o papel, as políticas e estratégias de imunização, incluindo vacinas e tecnologia, vigilância e monitoramento, população alvo e priorização, recomendações de uso na prática de programas de vacinação com recomendações baseadas em evidências. 

A partir deste simpósio, os pesquisadores Esper Kallas, Jorge Kalil, Manoel Barral, Marcello Barsinski e Patricia Rocco participarão do Grupo de Trabalho da RedeVírus do MCTI para delinear projetos e acompanhar a população vacinada, bem como avaliar o impacto das variantes nessa população. 

 

Fonte: Academia Nacional de Medicina

ACIESP Webinars: Mulheres e o Fascinante Universo da Ciência

 A Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP) promoverá mais uma edição do ACIESP Webinars no dia 29/7. O evento online debaterá o papel das mulheres na ciência e contará com as participações dos expositores Marcia Barbosa (UFRGS, membro titular da ABC), Débora Foguel (UFRJ, membro titular da ABC), Soraya Smaili (UNIFESP), e debatedores Vanderlan Bolzani (UNESP, membro titular da ABC), Paulo Artaxo (USP, membro titular da ABC) e Adriano D. Andricopulo (USP), que foi membro afiliado da ABC no período 2008-2013.

Assista ao webinar ao vivo no canal da ACIESP no YouTube, a partir das 14h o dia 29/7.

 

Novas fronteiras em pesquisas sobre COVID-19 foram tema do 39º Webinário da ABC

Os participantes do Webinário: Helena Bonciani Nader, Vivian Vasconcelos Costa, Daniel Martins-de-Souza e Thiago Moreno Lopes e Souza

No dia 6 de julho foi realizado a 39ª edição dos Webinários da Academia Brasileira de Ciências, cujo tema foi “Novas Fronteiras em Pesquisas sobre COVID-19” e reuniu os Acadêmicos Daniel Martins-de-SouzaThiago Moreno e Vivian Vasconcelos Costa. O debate foi moderado pela vice-presidente da ABC, Helena B. Nader. Inicialmente estava prevista também a participação do Acadêmico Helder Nakaya, que não pôde comparecer devido ao nascimento de seu filho. 

Com a chegada da pandemia da COVID-19, cientistas do mundo inteiro se debruçaram sobre a doença, investigando os efeitos da infecção no corpo humano e produzindo conhecimento em áreas cada vez mais diversas para encontrar respostas que possam levar ao controle do coronavírus. O objetivo do encontro foi divulgar algumas dessas linhas de pesquisa desenvolvidas no Brasil, destacando a qualidade e o potencial da ciência nacional. 

Helena Nader introduziu os palestrantes, chamando atenção para o fato de serem todos jovens pesquisadores, representantes de uma nova geração de profissionais que têm contribuído muito com o desenvolvimento científico do país, muitas vezes em condições pouco ideais. 

Estudos translacionais em COVID-19: vírus ancestrais e uma nova geração de antivirais 

O professor Thiago Moreno Lopes e Souza é pesquisador da Fiocruz e membro afiliado da ABC. O pesquisador começou apresentando o Sars-Cov-2, suas semelhanças e diferenças em relação a outros coronavírus de mamíferos e a evolução de novas variantes a partir do momento em que o patógeno saltou para humanos. 

Moreno explicou que uma diferença crucial entre o novo coronavírus e os vírus da SARS e MERS, que chegaram a causar epidemias em anos recentes, está no fato de que o primeiro tem capacidade de transmissão alta antes mesmo do hospedeiro apresentar sintomas, o que torna a COVID-19 muito mais infecciosa do que as doenças precedentes. A palestra prosseguiu para o ciclo de vida do Sars-Cov-2, ressaltando quais etapas da infecção celular constituem alvos validados para inibição da replicação viral. 

Com relação à patogênese – que significa detalhar a origem e o desenvolvimento de uma doença, com todos os fatores incluídos nela – o professor fez uma rápida caracterização das diferentes fases de infecção. Visando identificar fatores que pudessem estar relacionados ao desenvolvimento da forma grave da doença, os pesquisadores compararam amostras de pacientes que estiveram nesse estágio e descobriram uma alta expressão do retrovírus endógeno K (HERV-K), ou seja, “um vírus ancestral que infectou o genoma humano quando humanos e chimpanzés estavam se dissociando na escala evolutiva. Alguns desses elementos genéticos estão presentes nos nossos cromossomos. Muitos ficam silenciosos durante a maior parte da vida, mas parece que de alguma forma o Sars-CoV-2 reativou esse retrovírus ancestral”, explicou o cientista. O índice de morte em pacientes graves de COVID-19 chega a 50% entre os que apresentam altos níveis de HERV-K. Essa maior presença retroviral pôde ser identificada no trato respiratório inferior de pacientes graves e está associada a uma menor resposta anti-inflamatória. Foi descoberto também que o Sars-Cov-2 pode ser o próprio gatilho para esse aumento na expressão do HERV-K. 

A segunda metade da palestra focou no desenvolvimento de antivirais eficazes contra o novo coronavírus. O Acadêmico apresentou resultados avançados de testes pré-clínicos, obtidos pela Fiocruz em colaboração com o Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP) e com a empresa Microbiológica LTDA, ressaltando que testes clínicos já foram solicitados junto a Anvisa. A experiência com esses possíveis antivirais mostra que, no período de um ano, é possível avançar da identificação de possíveis moléculas candidatas até à realização de testes mais avançados com pacientes. 

Modelos virais para estudo de infecções respiratórias por coronavírus em ambientes de menor segurança laboratorial 

Vivian Vasconcelos Costa é professora adjunta da UFMG e membro afiliada da ABC. A pesquisadora apresentou seu trabalho de obtenção de modelos virais que permitam estudos iniciais de infecções respiratórias por coronavírus em laboratórios com nível de segurança menor que NB3 – o penúltimo dentre os quatro níveis de biossegurança estabelecidos. O nível de biossegurança de um experimento é determinado segundo o organismo de maior classe de risco envolvido no experimento. Foi utilizado o Vírus da Hepatite Murina (MHV), pertencente ao mesmo gênero do Sars-Cov-2. 

Apesar de o MHV ser diferente em muitos aspectos do novo coronavírus, existem similaridades importantes na patogênese de ambos, o que permite que resultados obtidos para o primeiro possam guiar pesquisas com o segundo. Os testes foram feitos a partir da infecção intranasal de camundongos, e mostraram que o MHV gera reações semelhantes às da COVID-19 no organismo hospedeiro, incluindo inflamações pulmonares causadoras de complicações respiratórias. 

A professora apresentou também resultados obtidos com a inibição da citocina TNF-alfa. Essa molécula é responsável por desencadear um processo de morte celular que contribui para o agravamento de diversas doenças infecciosas. Utilizando o modelo MHV, foi possível detectar uma correlação entre a infecção pelo vírus e um aumento na produção da TNF, contribuindo para uma piora na condição dos animais testados. Tratamentos inibidores da ação dessa citocina se mostraram eficazes. 

O próximo passo foi investigar se o mesmo era verdade para a infecção pelo novo coronavírus. A partir de colaboração com a Fiocruz, em laboratórios com níveis de segurança adequados para esse patógeno, foi possível testar os tratamentos inibidores de TNF em células pulmonares infectadas com Sars-Cov-2. Os resultados foram similares aos obtidos contra MHV, demonstrando a validade do modelo e a possibilidade de conseguir respostas preliminares que podem ser posteriormente verificadas no tratamento da Covid-19. 

Efeitos do coronavírus no cérebro  

O professor Daniel Martins-de-Souza, livre docente da Unicamp e membro afiliado da ABC, fez uma apresentação de sua pesquisa sobre os efeitos neurológicos da COVID-19. A suspeita de que a doença tinha relação a alterações cerebrais surgiu logo no começo da pandemia, com muitos infectados apresentando perda de olfato. 

O primeiro passo foi verificar essa hipótese, para o que foram feitas imagens dos cérebros de pacientes que tiveram sintomas leves. A partir de ressonância magnética de alta resolução foi possível identificar mudanças significativas na estrutura de várias regiões cerebrais. Testes comportamentais também mostraram alterações cognitivas em relação a pessoas sadias, o que corroborava a tese de que a doença deixava sequelas neurológicas. 

Para entender como o vírus afetava o cérebro, foram analisados órgãos coletados de pacientes que faleceram. Em parte desses indivíduos foram detectadas alterações significativas no tecido cerebral e também a presença do vírus, sobretudo nos astrócitos, células neurológicas em forma de estrela amplamente encontradas no cérebro. Uma pergunta que surgiu a partir desses resultados era como o Sars-Cov-2 infectava essas células, visto que elas não possuem a proteína ECA2, que é usada pelo patógeno. Análises posteriores concluíram que a porta de entrada do coronavírus nos astrócítos é a Neuropilina 1 (NRP-1). 

Os cientistas do grupo buscaram então identificar as vias moleculares que eram alteradas pela infecção e descobriram que as proteínas diferencialmente expressas nos cérebros infectados estavam relacionadas principalmente ao metabolismo energético e também a eventos neurodegenerativos, levando à morte celular. Essas alterações influenciam nas sinapses – junções entre a terminação de um neurônio e a membrana de outro neurônio, que fazem a conexão entre células vizinhas, dando continuidade à propagação do impulso nervoso por toda a rede neuronal e, consequentemente, alteram as funções cerebrais. Por fim, análises in vitro, mostraram que astrócitos infectados geram um ambiente tóxico que promove a morte de neurônios. 

Debate 

A vice-presidente da ABC Helena B. Nader agradeceu os palestrantes e abriu o debate com as perguntas dos internautas. 

Respondendo sobre o custo e eficácia dos antivirais, Thiago Moreno afirmou que essas substâncias geralmente possuem um custo baixo e que tudo aponta para que uma combinação de diferentes moléculas consiga os resultados mais efetivos. Quanto aos mecanismos que levam à expressão do HERV-K, o professor salientou que isso ainda está sendo estudado, mas adiantou que alterações epigenéticas, isto é, as variações não-genéticas que são transmitidas de uma geração para outra, parecem estar envolvidas. Vivian Vasconcelos complementou que, em relação aos anti-TNF, essas não são drogas baratas, mas que poderiam ser uma alternativa a ser usada em conjunto com antivirais para desenvolvimento de novas terapias. 

O acadêmico Hernan Chaimovich pediu a palavra, parabenizando então os palestrantes pelo trabalho num ambiente de corte de verbas e perguntando sobre o desenvolvimento de sprays antivirais. Thiago Moreno e Daniel Martins-de-Souza explicaram os problemas que surgem nas pesquisas com esse tipo de fármaco, ressaltando que esforços nesse sentido estão sendo feitos e que podem obter resultados futuramente. Também comentaram sobre as dificuldades de fazer ciência no Brasil e agradeceram pelo trabalho daqueles que buscam junto ao poder público uma maior atenção para a produção de conhecimento no país. 

Respondendo à pergunta de uma internauta sobre a capacidade do coronavírus de infectar animais, Vivian Vasconcelos citou trabalhos da literatura que apontam para a possibilidade de cães e gatos serem contaminados, ressaltando que ainda não se pode afirmar que isso constitui um risco para saúde pública. Com relação a reprodução da trombose pelo modelo MHV, como é sabido que ocorre em alguns pacientes de COVID-19, a professora explicou que dados preliminares indicam que sim, porém ressaltando que os animais tendem a sucumbir antes do problema se desenvolver mais e poderem ser verificada lesões maiores. 

As perguntas finais focaram na questão de fármacos e vacinas e os convidados ressaltaram que muitos questionamentos ainda não podem ser respondidos com o conhecimento que possuímos hoje.  

As considerações finais foram no sentido de valorizar a ciência brasileira, sendo o evento encerrado pela Acadêmica Helena Nader. Ela fez um apelo às autoridades para que contribuam com os pesquisadores brasileiros e busquem diminuir o problema da fuga de cientistas do Brasil em busca de melhores condições no exterior. 

Assista aqui a transmissão completa em português. 

COVID-19: Elaboração de diretrizes para desenvolvimento de vacinas e acompanhamento da população

A Academia Nacional de Medicina (ANM), a Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Rede Vírus MCTI convidam para o webinário “COVID-19: Elaboração de diretrizes para desenvolvimento de vacinas e acompanhamento da população“. O evento será realizado no dia 15 de julho, 5a feira, das 15 às 20h. A transmissão será feita pela ANM.

Na programação estão previstas apresentações de diversos membros da ABC, sendo que o Bloco III, sobre “O futuro no desenvolvimento de novas vacinas”, que começa às 18h30, será coordenado pelo presidente da ABC, Luiz Davidovich. Os dois primeiros blocos serão coordenados, respectivamente, pelo membro das duas Academias Patricia Rocco (UFRJ) e pelo membro titular da ABC Manoel Barral Netto (Fiocruz).

Veja alguns destaques:

COVID-19 patogênese e tratamento
Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda| Instituto Leônidas & Maria Deane (Fiocruz-Amazonas) | Foi membro afiliado da ABC no período 2012-2016

COVID-19 – Epidemiologia, vacina e controle
Mauricio Lima Barreto (Fiocruz-BA) | Membro titular da ABC

Precisamos de novas vacinas e por quê?
Jorge Elias Kalil Filho | Universidade de São Paulo (USP) | Membro titular da ABC

Immunobridging
Mauro Martins Teixeira | Universidade Federal de Minas Gerais) | Membro titular da ABC

Vacinas Brasileiras (pipeline)
Marcelo Marcos Morales (MCTI) |  Membro titular da ABC

A coordenação geral do evento é do presidente da ABC, do Acadêmico Marcelo Morales e do presidente da ANM e membro titular da ABC, Rubens Belfort.

Saiba mais no site da ANM.

Novas Fronteiras em Pesquisas sobre COVID-19

WEBINÁRIOS DA ABC | ED.39
NOVAS FRONTEIRAS EM PESQUISAS SOBRE COVID-19
6/7, 3ª FEIRA, 16H (GMT-3)

O surgimento do Sars-CoV-2 gerou não apenas uma das maiores crises sanitárias da história, mas também uma pandemia de dados científicos sobre o novo vírus em um curto espaço de tempo.

Da influência de vírus ancestrais em casos graves à produção de estudos in vitro em células humanas infectadas pelo coronavírus, cientistas do Brasil e do mundo buscam compreender quais são os principais impactos da COVID-19 no corpo humano antes, durante e depois da infecção. As pesquisas, que estão sendo desenvolvidas em áreas cada vez mais diversas, produzem novas descobertas diariamente – e, quando somadas, podem ser a resposta para um controle efetivo da pandemia.

Para debater esse tema, a Academia Brasileira de Ciências convidou:

 

Daniel Martins-de-Souza (Unicamp), Helder Nakaya (USP), Thiago Moreno (Fiocruz) e Vivian Vasconcelos Costa (UFMG)

 

Daniel Martins-de-Souza

Membro afiliado da ABC. Professor livre docente do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). É um dos coordenadores da área de biologia da Fapesp. Sua área de expertise é em análise proteômica baseada em espectrometria de massas e biologia de sistemas in silico, aplicadas a modelos clínicos e pré-clínicos associados a distúrbios psiquiátricos.

Helder Nakaya

Membro afiliado da ABC. Vice-diretor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP), professor associado do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da mesma universidade. É também professor adjunto da Emory University (EUA). Tem experiência com o uso da biologia de sistemas para prever e entender a resposta imune a diferentes vacinas.

Thiago Moreno

Membro afiliado da ABC. Virologista e vice-coordenador do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (CDTS/Fiocruz) e pesquisador 1 do CNPq. Eleito Cientista do Nosso Estado pela Faperj. Suas principais contribuições estão no âmbito do estudo de antivirais e no reforço da resposta laboratorial às emergências virais de saúde pública.

Vivian Vasconcelos Costa

Membro afiliado da ABC. Professora adjunta do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisadora nível 2 do CNPq. Sua principal área de pesquisa engloba estudos em imunopatologia da infecção por diversos agentes virais, como dengue, chikungunya, mayaro, febre amarela, zika e coronavírus.

Os moderadores serão o presidente da ABC Luiz Davidovich e a vice-presidente da ABC, Helena Nader.

INSCREVA-SE AQUI 

Assista em www.abc.org.br/transmissao

Biodiversidade na era digital foi pauta do 38º Webinário da ABC

Os participantes do webinário: Mercedes Bustamante, Amber Scholz, Manuela da Silva, Rudolf Amann, Maria Mercedes Zambrano e Luiz Davidovich.

 

Em 22/6, foi realizada a 38ª edição dos Webinários da Academia Brasileira de Ciências, que reuniu cientistas para debater a temática “Biodiversidade na era digital: desafios e perspectivas para a ciência”. Os convidados foram a colombiana Maria Mercedes Zambrano, os alemães Rudolf Amann e Amber Scholz e a brasileira Manuela da Silva.

O uso de informação de sequência genética digital ou originalmente Digital sequence information (DSI) foi o tema fundamental do debate. O escopo do termo abrange a digitalização de DNA, RNA e sequências de aminoácidos/proteínas em suas várias formas, podendo advir de diversos organismos, não apenas vegetais e animais. Esses dados, quando compartilhados em grandes bancos de dados para uso de cientistas de todas as partes do mundo, servem para fins diversos, como a criação de vacinas, o desenvolvimento de biocombustíveis e a reparação de efeitos genéticos. 

O presidente da ABC, Luiz Davidovich, abriu o evento agradecendo as participações e explicando a alta relevância do tema para as principais questões científicas que vêm sido debatidas no país. Ele convidou a Acadêmica Mercedes Bustamante, coordenadora do evento, para fazer as apresentações.

Bustamante introduziu os palestrantes, vindos de múltiplas áreas de conhecimento e de três países diferentes – Colômbia, Alemanha e Brasil. Ela explicou que o intuito dessa interação internacional foi debater como a economia de DSI vem sendo impactada sob diferentes marcos regulatórios, condições e exigências. As apresentações tiveram início com uma visão geral e introdutória, avançando para áreas específicas que englobam dados de uso e leis nacionais. 

A importância da Sequência Genética Digital aberta

Maria Mercedes Zambrano foi a primeira a se apresentar. Ela é diretora científica da Corpogen, um centro de pesquisa independente localizado em Bogotá, Colômbia, além de ser membro da Academia Colombiana de Ciências Exatas e Naturais. A pesquisadora concentrou sua fala na biodiversidade e na formação da DSI, e onde ele se encaixa no contexto global de tecnologia.

Zambrano explicou que a sequência genética digital (DSI) é uma informação dentro do gene, cuja diversidade é capturada pelo sequenciamento das amostras ambientais de diversas espécies. De acordo com a doutora em genética molecular pela Universidade de Harvard, uma sequência contém muitas informações em uma única molécula, o que é de grande importância para a taxonomia: com os DSI é possível descobrir o que o gene contém e como ele varia, o que pode explicar, por exemplo, problemas com imunidade.

“Obter somente a sequência não diz muita coisa”, disse a pesquisadora. “É preciso reunir as informações e comparar com os dados anteriores e chegar às novas derivações. Os dados em si precisam ser contados em eventos prévios, outros dados prévios precisam ser levados em conta.”

A abertura do uso de sequenciamento de dados tem tido um impacto negativo: os DSI são produtos de muito valor e chegar diretamente na origem dos dados vem se tornando um grande problema, principalmente por conta das dificuldades na comunicação e do medo de roubo de informações. A partilha dos benefícios tem sido cada vez mais mal vista no cenário das ciências com DSI, mas ainda há como reverter esse estigma. “Se confirmarmos esses dados e essas informações, não vamos precisar recorrer a fonte”, afirmou Zambrano. 

Segundo ela, mesmo com o alto custo dos estudos, reter as informações não é um caminho viável: “Pagamos caro, mas temos que partilhar, já que o compartilhamento é muito benéfico. Isso se tornou muito visível durante a pandemia.” A atual fase exige equilíbrio, consciência do uso desses dados e atenção aos avanços tecnológicos, mas um sistema de compartilhamento seguro e eficiente segue sendo indispensável.

A interface entre a ciência aberta e as sequências genéticas digitais

O diretor do Instituto Max Plank de Biologia Marinha, Rudolf Amann, é microbiologista, ecólogo molecular, membro da Academia Nacional de Ciências da Alemanha e da Academia Europeia de Microbiologia. De acordo com ele o “Big Data das DSI” é essencial para a comparação entre os dados, a principal base da ciência da vida atualmente. O uso de tais dados é indispensável para a realização de pesquisa em diversas áreas, tais como taxonomia, metagenomas e monitoramento de ecossistemas, por exemplo. O Protocolo de Nagoya, assinado por diversos países, tem como objetivo regular as questões que podem separar biodiversidade e pesquisa.

Amann explicou que, muitas vezes, os pesquisadores não têm acesso aos genomas inteiros, apenas a pequenas partes. Grande parte dessas sequências não são únicas e vários organismos podem compartilhar das mesmas características. E é isso o que agrega valor a uma DSI: “Uma sequência única não tem valor nem cientificamente, nem economicamente, porque nunca será possível declarar claramente qual é a sua função; por si só, não diz algo importante.”

“Nosso mundo precisa de uma ciência aberta”, afirmou o pesquisador. Segundo ele, o maior problema atual é o valor econômico que pode ser criado com base no uso das DSI. O conflito entre ciências abertas e partilha ainda pode perdurar por muito tempo. “Tem que haver um amplo reconhecimento das DSI como uma maneira não-monetária de compartilhamento de benefício. Todos precisam se beneficiar disso.” Agora, a esperança é de que os acordos de Nagoya promovam uma partilha de benefícios mais acessível.

Amann divulgou também o livro Maintaining open access to Digital Sequence Information (2021), do qual é um dos autores. 

O que os dados científicos nos dizem sobre o ecossistema DSI

A alemã Amber Scholz iniciou sua fala perguntando “porque não está havendo um apelo para a partilha dos DSI.” Schulz é vice-diretora do Leibniz Institute DSMZ, a Coleção Alemã de Microorganismos e Culturas de Células, e lidera projeto chamado WiLDSI, em DSI e acesso aberto, que recentemente lançou um documento sobre opções de política de DSI.

Ela relatou que a biologia sintética e o sequenciamento dos genes cresceram muito nos últimos anos, o que deu à ciência o formato que ela possui hoje. “Apesar dos vários acordos já feitos, ainda há muitos dilemas políticos voltados para a monetização das sequências. Em números, há cerca de 212 bilhões de sequenciamentos para cada país do mundo, e 10 a 15 milhões de usuários totais. Atualmente, há cerca de meio milhão de aplicações do material destes bancos de dados, incluindo publicações e patentes”, dise Scholz.

A maioria dos DSI são provenientes de quatro países de alta renda: China, Estados Unidos, Canadá e Japão. No ranking de maiores fornecedores, o Brasil ocupa a 9ª posição e tem seus sequenciamentos utilizados por 108 países. Mas será que os brasileiros estão recebendo os lucros pelo uso dos sequenciamentos nacionais?

Os dados apresentados por Scholz aponta que os DSIs são  mais utilizados pelos residentes locais do que pelos estrangeiros. “Fazer com que pesquisadores pesquisem fora de sua ‘bolha’ é fundamental para uma maior diversidade de dados e pesquisas”, afirmou. Scholz ressaltou que é preciso criar oportunidade de desenvolvimento para esses usuários. “O Brasil tem destaque como líder internacional, graças ao grande número de provedores e usuários de DSI. Essa é uma ferramenta chave para a bioeconomia nacional.” O novo mecanismo do DSI pede mais controle, mas a urgência agora é conciliar essa necessidade com os dados abertos e acessíveis.

Para os interessados em entender mais do assunto, Scholz compartilhou o documento da WilDSI , intitulado “Finding Compromise on ABS and DSI in the CBD: requirements and policy ideas from a scientific perspective”, disponível aqui.

 A legislação brasileira de acesso e repartição de benefícios na era digital

Manuela da Silva fez o encerramento da rodada de palestras, trazendo à tona importantes considerações acerca da legislação brasileira em relação à biodiversidade. Ela é pesquisadora da Fiocruz, onde coordena as Coleções Biológicas, e vice-presidente da World Federation of Culture Collection (WFCC), organismo formado sob a égide da União Internacional de Ciências Biológicas.

Silva relatou que somente em 20 de maio de 2015 houve a publicação da Lei da Biodiversidade (Lei 13.123), que exigia o cadastro no Sistema Nacional de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento Tradicional Associado (SisGen). Além do cadastro, os procedimentos de notificação de produto acabado e material reprodutivo, e outros previstos na Lei, deviam ser realizados neste sistema eletrônico. Apesar da tardia implementação desse sistema, que veio a acontecer, de fato, em 2017, sua prática foi um sucesso. A biopirataria exposta nos primórdios do estudo biogenético pôde ser combatida, permitindo o avanço da ciência brasileira, conta Silva. 

A bióloga ainda se aprofundou nos parâmetros da Lei da Biodiversidade, explicando diferenças em relação às leis anteriores, noções de seu escopo, instruções de preenchimento do cadastro de acesso e a atuação de pesquisadores estrangeiros. Esta só deverá ser permitida em situação de parceria com instituições brasileiras (públicas ou privadas), implicando em novas dificuldades internacionais que podem dificultar o avanço biogenético-científico.

Manuela da Silva finalizou a palestra expondo questões sobre a implementação do Protocolo Nagoya no país. “O Brasil é um grande usuário da biodiversidade de outros países, e, por enquanto, temos uma legislação como país provedor, mas ainda precisamos que o Governo discuta essa outra legislação.” O artigo em defesa dessa nova prática, escrito pela pesquisadora em conjunto com Bráulio Dias e Luiz Marinello, pode ser acessado na página oficial da Fiocruz.

Debate

O presidente da ABC abriu o debate e a moderadora e coordenadora do evento, Mercedes Bustamante, encaminhu perguntas do público que estava assistindo pelo YouTube. 

Respondendo a um internauta, Amber Scholz discorreu sobre a impossibilidade vigente de envolver dados humanos de sequenciamento genético em uma criptografia, visto que a tecnologia existente hoje não é suficiente. Além disso, a ausência de leis para a proteção de tais dados também é um fator de peso, deixando a possibilidade para o futuro.

Rudolf Amann, por sua vez, comentou sobre o avanço insatisfatório de alguns países em relação ao Protocolo de Nagoya, apontando burocracia excessiva e altos valores econômicos como possíveis causas do impasse. Como alternativa, sugeriu a criação de um fundo de investimento voltado aos projetos e às sociedades de menor poder aquisitivo, para expandir o estudo colaborativo da ciência no mundo todo.

Maria Mercedes Zambrano levantou uma alternativa para a maior participação global no estudo da ciência. Em vez de fazer uso do fundo econômico, a palestrante explicou que seria viável uma troca como, por exemplo, treinamento para obtenção de conhecimento científico, possibilitando a construção de um corpo de estudos bem estruturado nos países menos  desenvolvidos.

Finalizando o evento, Davidovich defendeu o estudo aprofundado da biodiversidade, concomitantemente ao desenvolvimento sustentável, como fator imprescindível para o avanço da sociedade. 

Assista aqui à transmissão em português.

Assista aqui à transmissão com tradução simultânea em inglês.

 

COVID-19 e Comportamento Humano na Saúde: Impactos e Tendências

A pandemia de COVID-19 fez com que as pessoas se comportassem de maneira diferente. De repente, tornou-se necessário seguir regras de distanciamento social e higiene, usar máscaras de proteção e lidar com a insegurança, a limitação da liberdade de movimento e outras restrições e desafios na vida cotidiana.

Mais de um ano após o início da pandemia, a Academia Nacional de Ciências da Alemanha Leopoldina e Academia Brasileira de Ciências organizam este painel virtual para discutir cientificamente como o comportamento humano relacionado à saúde mudou, quais comportamentos serão mantidos após a pandemia e até que ponto o comportamento relacionado à saúde pode mudar após o fim das restrições.

Os palestrantes são de quatro países diferentes (Alemanha, Brasil, EUA e Uruguai) vão discutir o tema de forma interdisciplinar, abordando aspectos sociais, econômicos, cognitivos e da saúde.

Conheça os participantes:

  • Margareth Dalcolmo – Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Brasil
  • Fernando Filgueira – Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Uruguai
  • Ralph Hertwig – Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano, Alemanha
  • Katherine L. Milkman – Universidade da Pensilvânia, EUA

A moderadora será a jornalista alemã freelancer Vivian Upmann.

O evento terá duração de 75 minutos e será aberto ao público.

O painel faz parte da série “Leopoldina International Virtual Panel Series”, um projeto da Academia Nacional de Ciências da Alemanha Leopoldina em cooperação com seus parceiros internacionais.

For information in English, click here.

Faça sua inscrição para receber seu certificado de participação!

A emissão do certificado de participação acontecerá em até 30 dias úteis.


SERVIÇO
Evento: COVID-19 e Comportamento Humano na Saúde: Impactos e Tendências | Webinário ABC-Leopoldina
Data: 3ª feira, 08/06/2021
Hora: 11h (GMT-3)
Inscrições gratuitas: 
Local: Transmissão em português: https://bit.ly/3i6r3JV | Transmissão em inglês: https://bit.ly/3wARH1w

Algoritmos Comandam a Sociedade e Precisam de Controles

WEBINÁRIOS DA ABC | ED.37
ALGORITMOS COMANDAM A SOCIEDADE E PRECISAM DE CONTROLES
25/5, 3ª FEIRA, 16H (GMT-3)

Os algoritmos estão assumindo um lugar de poder na sociedade. Hoje, podem ser pensados como instituições centrais nas ordens políticas, uma vez que influenciam o comportamento dos indivíduos na sociedade, transformam as escolhas sociais e a ação coletiva.

Assim, é preciso avaliar a natureza histórica, social e política das instituições algorítmicas, refletindo sobre a governança de algoritmos e, consequentemente, sobre os rumos da democracia na contemporaneidade. E estabelecer princípios para inverter a situação e governá-los:  responsabilidade, transparência, explicações, testes de terceiros e muito mais.

Para debater esse tema, a Academia Brasileira de Ciências convidou:

 

Ricardo Mendonça (UFMG), Fernando Filgueiras (UFMG) e Jeanna Matthews (Clarkson University)


Ricardo Fabrino Mendonça
Professor associado do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Membro do Comitê Gestor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Democracia Digital (INCT-DD) e coordenador do Margem – Grupo de Pesquisa em Democracia e Justiça. Trabalha nas áreas de teoria democrática, políticas de confronto e comunicação política.

Fernando Filgueiras
Professor associado do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Membro do Ostrom Workshop on Political Theory and Policy Analysis da Universidade de Indiana, nos EUA. Pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Democracia Digital (INCT-DD).

Jeanna Matthews
Professora de ciência da computação na Universidade Clarkson, nos Estados Unidos. Membro do Comitê de Política de Tecnologia da Association for Computing Machinery (ACM), co-presidente fundadora do Subcomitê de Políticas de Tecnologia em Inteligência Artificial e Responsabilidade Algorítmica da ACM e vice-presidente do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), que integra o Comitê de Política de Inteligência Artificial dos EUA.

Os moderadores serão o presidente da ABC, Luiz Davidovich, e o diretor da ABC Virgílio Almeida.

Haverá tradução simultânea.

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Assista em www.abc.org.br/transmissao

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