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COP30 em Belém: qual vai ser o papel do Brasil na Conferência do Clima?

O membro titular da ABC Paulo Artaxo foi entrevistado pelo Uol sobre a COP 30, que será realizada este ano no Brasil. Confira:

A realização da COP30 em Belém, em novembro de 2025, pode marcar um momento crucial para o Brasil reafirmar sua posição de liderança em pautas ambientais. Com sua rica biodiversidade, o maior bioma tropical do planeta e experiência em soluções renováveis, o Brasil tem “vocação” para contribuir para as discussões globais sobre mudanças climáticas e transição energética.

A relevância dessa edição vai além do território nacional, porém. Para o professor titular do Instituto de Física da USP, Paulo Artaxo, a COP30 é “na” floresta e não “da” floresta. Assim, a COP não é do Brasil, mas de todo o planeta.

“É muito importante enfatizar que esta COP não é a COP da Amazônia, não é a COP do Brasil, é a COP que vai regular o clima do planeta como um todo. Então nós temos que ter uma visão planetária, não uma visão do seu município, da sua comunidade. Nós estamos tentando fazer com que o clima do planeta se estabilize e não se desregule completamente, o que poderia trazer consequências terríveis para os ecossistemas, à população e ao futuro do nosso planeta” – Paulo Artaxo, professor titular do IF (Instituto de Física) da USP e membro titular da ABC

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Leia a matéria completa no Uol.

O que aconteceria se a Terra parasse de girar de repente?

Matéria de divulgação científica do G1 ouviu a astrofísica Thaisa Bergmann, membra titular da ABC

A pergunta é completamente hipotética, mas pode já ter passado pela sua cabeça: o que aconteceria conosco, com os animais ao nosso redor, com o meio ambiente, com grandes edificações pelo mundo e muito mais, se a Terra, do mais completo nada, parasse de girar?

A resposta, por outro lado, é simples: uma grande catástrofe.

Em resumo, tudo o que está em movimento junto com o nosso planeta, como a água dos oceanos, a atmosfera e até os seres vivos, continuaria se movendo a milhares de quilômetros por hora, devido à uma propriedade física chamada de inércia (entenda mais abaixo).

E isso mudaria o clima de forma extrema, com uma parte da Terra ficando exposta ao Sol por meses, enquanto a outra ficaria na escuridão, o que afetaria as temperaturas e o clima global.

Além disso, a como a Terra gira a uma velocidade de cerca de 1.674 km/h no Equador, se ela parasse sua rotação (algo que, na prática, é impossível e fora de qualquer cenário realista), tudo o que não estivesse preso ao solo seria lançado a essa velocidade.

E isso causaria uma enorme destruição, com prédios colapsando, grandes ondas no oceano e muitos outros desastres do tipo.

“As mudanças seriam enormes e inóspitas para a vida, árvores e plantas e grande parte do solo seriam varridos pelos ventos violentos”, explica Thaísa Storchi Bergmann, pesquisadora do departamento de Astronomia do Instituto de Física da UFRGS e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

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Leia a matéria completa no G1.

SBPC divulga vencedoras do 6º Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”

*Matéria original publicada no Jornal da Ciência

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) anuncia nesta segunda-feira, 20 de janeiro, conforme descrito no Edital da premiação, as vencedoras da 6ª edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”, que nesta edição premia a categoria “Meninas na Ciência”, cujas pesquisas de iniciação científica demonstraram criatividade, boa aplicação do método científico e potencial de contribuição com a ciência no futuro.

Nesta edição, foram recebidas 765 inscrições válidas, representando um aumento de 71,5% em relação à edição anterior, em 2022. Este salto expressivo reforça o reconhecimento e a importância do prêmio, que busca inspirar e premiar jovens cientistas em início de carreira.

Com 166 inscrições de alunas do Ensino Médio e 599 de estudantes de Graduação, a distribuição das candidaturas abrangeu todo o Brasil: Sudeste (392), Sul (152), Nordeste (115), Centro-Oeste (69) e Norte (37).

Na área de Humanidades a vencedora é Angélica Azevedo e Silva, estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB), pelo trabalho “Diagnóstico das dimensões da sustentabilidade urbana no município de Cavalcante-GO e Urbanismo Kalunga: sustentabilidade, ancestralidade e identidade”. Na área de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra a vencedora é Narayane Ribeiro Medeiros, estudante do curso de Engenharia Aeroespacial do Instituto Tecnológico de Aeronáutica pelo trabalho “Modelagem Preditiva e Visualização Interativa de dados geoespaciais de Emissões de Gases de Efeito Estufa”. Já Beatriz Oliveira Santos, estudante do curso de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, é a vencedora da área de Biológicas e Saúde pelo trabalho “Projeto de Pesquisa: Disputas e Arranjos em Torno da Alimentação no Contexto Prisional”.

No Ensino Médio as vencedoras são Millena Xavier Martins, estudante do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV), pelo trabalho “Autinosis: Inteligência Artificial na Triagem do Diagnóstico de Autismo”; Isadora Abreu Leite, estudante do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA), pelo projeto “Sementes da Maré: saberes e fazeres de marisqueiras da costa de manguezais de macromaré da Amazônia”; e Ana Elisa Brechane da Silva, estudante da Escola Estadual Prof.ª Maria das Dores Ferreira da Rocha, de Santa Rita d’Oeste (SP), pelo trabalho “ConnectBreathe: Sistema Biomédico Multiplataforma para Fisioterapia Respiratória com Gameterapia”.

A menção honrosa ficou para Lucia Ferreira da Silva, estudante do curso de Engenharia Agronômica do Instituto Federal do Amapá, campus Porto Grande, pelo trabalho “Associativismo e o fortalecimento de lideranças femininas da Associação dos Artesãos de Porto Grande”.

Francilene Garcia, vice-presidente da SBPC e coordenadora da premiação, destacou o número recorde de inscrições, que resultou em uma grande diversidade de iniciativas nas três principais áreas do conhecimento. “Este número recorde refletiu uma rica variedade de propostas nas áreas de Biológicas e Saúde (276), Engenharias e Ciências da Terra (249) e Humanidades (165). Essa diversidade de projetos, muitos deles ligados a temas de pesquisa com desafios contemporâneos, exigiu do júri uma dedicação e atenção extraordinárias durante o processo de avaliação. Cada grande área foi dividida em dois grupos de trabalho, e cada inscrição foi analisada por pelo menos duas juradas. As melhores propostas de cada área foram então avaliadas pelo júri, culminando na escolha das duas finalistas de cada categoria (EM e G). O empenho e a dedicação do júri, ao final, refletem o sentimento de que há jovens em todas as regiões do País, com grande determinação e motivação para seguir o sonho de se tornarem cientistas”, comentou ela que liderou o grupo que avaliou as estudantes das áreas de Engenharias e Ciências da Terra.

“Esta sexta edição, ao reconhecer o trabalho de iniciação científica no ensino médio e na trajetória dos cursos de graduação, oferece mais inspiração e força para que as meninas sigam seus caminhos em direção à carreira científica, contando com o apoio das instituições e das políticas públicas disponíveis no País. Por isso, é com grande satisfação que a SBPC continua a incentivar e a dar visibilidade às iniciativas dessas jovens, que são as futuras Carolinas do nosso país”, ressaltou Garcia.

Fernanda Sobral, diretora da SBPC e membro da Comissão Julgadora, destacou a diversidade e a qualidade dos trabalhos apresentados. “A maioria das candidatas é extremamente competente, o que tornou a escolha das finalistas uma tarefa desafiadora. No entanto, é gratificante ver o que essas jovens têm produzido. O que mais me impressionou este ano foi a diversidade, tanto das participantes quanto dos temas abordados. Elas trabalharam questões contemporâneas como gênero, raça, meio ambiente e Inteligência Artificial”, comentou ela que atuou como coordenadora da equipe que avaliou as alunas de Humanidades.

Mirlene Simões, secretária regional da SBPC-SP Subárea III e membro da Comissão Julgadora da equipe de Humanidades, também ressaltou o nível e a pluralidade dos trabalhos apresentados. “As candidatas estão muito preparadas, e seus projetos abrangeram uma variedade de temas espalhados por todo o Brasil, refletindo questões atuais da sociedade, como mudanças climáticas, desigualdade de gênero e mercado de trabalho”, afirmou. Ela também destacou a complexidade do processo de avaliação. “Foi um trabalho árduo, pois cada candidata trouxe referências riquíssimas e projetos profundos. A diferença entre as finalistas foi muito pequena, com décimos de diferença, dada a qualidade e profundidade das propostas, que oferecem soluções inovadoras para os problemas atuais da sociedade.

Laila Salmen Espindola, diretora da SBPC e coordenadora do grupo avaliador na área de Biológicas e Saúde, também enfatizou o desafio de avaliar os trabalhos devido à sua alta qualidade. “Recebemos trabalhos de excelência, muitos deles inovadores e de grande interesse, tanto das graduandas quanto das estudantes do ensino médio. A qualidade foi impressionante, com muitos trabalhos científicos e tecnológicos de alto nível. Na área da Saúde, destacaram-se as preocupações com a inclusão de pessoas, diversidade de gênero e raça, além de questões sociais alinhadas com a pauta da SBPC, como a situação de pessoas vulneráveis e encarceradas. A discussão sobre as disparidades no tratamento de pacientes nos hospitais, dependendo da raça, também foi um ponto importante, assim como a inclusão social. Foi inspirador ver que muitas candidatas abordaram essas questões”, afirmou.

Rute Maria Gonçalves de Andrade, secretária regional da SBPC no Piauí e membro da comissão julgadora na área de Saúde, também destacou o engajamento das estudantes. “A avaliação dos projetos mostrou como as graduandas e as alunas do ensino médio estão envolvidas com temas atuais, de relevância para a sociedade e de caráter multifatorial. Isso gerou propostas que integraram diferentes áreas do conhecimento, como a combinação de ciências da saúde com ciências humanas”, comentou.

Para Andrade, outro ponto positivo foi a integração de diferentes setores e áreas nas pesquisas. “É fundamental destacar a interseccionalidade presente em alguns projetos, o que é crucial para a formação das futuras pesquisadoras”, concluiu.

Compuseram ainda a Comissão Julgadora, além das citadas Camila Macêdo Medeiros, professora Instituto Federal de Educação da Paraíba (IFPB0 – campus Campina Grande; Carolina Prando, representante do Complexo Pequeno Príncipe; Celina Miraglia Herreira de Figueiredo, representante da Academia Brasileira de Ciências; Cristina Caldas, representante do Instituto Serrapilheira; e Nilviane Pires Silva; da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), na área de  Engenharias e Ciências da Terra. Na área de Humanidades foram Marilene Corrêa da Silva Freitas, diretora da SBPC; Vânia Beatriz Vasconcelos de Oliveira, da Embrapa Amapá; Maria Elisa Máximo, secretária regional da SBPC em Santa Catarina; e Ana Paula Morales, representante da Fundação Conrado Wessel. Na área de Biológicas e Saúde, completaram o grupo Josineide da Costa Paixão, professora titular da Secretaria Estadual de Educação do Pará-SEDUC/PA; Lucymara Fassarela, secretária regional da SBPC no Rio Grande do Norte; Patrícia Barbosa Pelegrini, do Ministério da Saúde, e Heidi Luise Schulte, da Universidade de Brasília.

Premiação

Nesta 6ª edição de Prêmio, as estudantes premiadas do Ensino Médio receberão R$ 7 mil cada, enquanto as vencedoras de Graduação serão agraciadas com R$ 10 mil cada uma, graças ao apoio de instituições renomadas como a Fundação Conrado Wessel, o Instituto Serrapilheira, a Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) e o Complexo Pequeno Príncipe. Quanto a menção honrosa irá receber um certificado e um troféu.

Além da premiação em dinheiro, as seis vencedoras terão acesso a uma série de oportunidades para impulsionar suas carreiras científicas. Elas apresentarão seus projetos na 77ª Reunião Anual da SBPC, que ocorrerá em julho de 2025, em Recife (PE), e participarão de uma mentoria exclusiva com pesquisadores de destaque, ampliando suas perspectivas acadêmicas e profissionais. As premiadas também farão uma visita ao CNPEM, em Campinas, onde está localizado o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, a única fonte de luz síncrotron da América Latina.

A cerimônia de premiação acontecerá no dia 11 de fevereiro, no Salão Nobre do Centro MariAntonia da USP (Rua Maria Antonia, 294 – 3º andar – São Paulo/SP), durante a comemoração do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Unesco, com transmissão ao vivo pelo Canal da SBPC no YouTube.

Homenagem às cientistas brasileiras

Criado em 2019, o Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” é uma homenagem da SBPC às cientistas brasileiras destacadas e às futuras cientistas brasileiras de notório talento, que leva o nome de sua primeira presidente mulher, Carolina Martuscelli Bori. A SBPC – que já teve três mulheres presidentes e hoje a maioria da diretoria é feminina – criou essa premiação por acreditar que homenagear as cientistas brasileiras e incentivar as meninas a se interessarem por este universo é uma ação marcante de sua trajetória histórica, na qual tantas mulheres foram protagonistas do trabalho e de anos de lutas e sucesso da maior sociedade científica do País e da América do Sul.


Confira abaixo a lista das premiadas da 6ª Edição do Prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher” – Meninas na Ciência:

Categoria ENSINO MÉDIO:

Engenharias, Exatas e Ciências da Terra – Millena Xavier Martins (MG)

Humanidades – Isadora Abreu Leite (MA)

Biológicas e Saúde – Ana Elisa Brechane da Silva (SP)

Categoria GRADUAÇÃO:

Engenharias, Exatas e Ciências da Terra – Narayane Ribeiro Medeiros (SP)

Humanidades – Angélica Azevedo e Silva (DF)

Biológicas e Saúde – Beatriz Oliveira Santos (SP)

MENÇÃO HONROSA: Lucia Ferreira da Silva (AP)

Veja abaixo as finalistas por categoria:

Categoria ENSINO MÉDIO:

Engenharias, Exatas e Ciências da Terra

Isabelli Cristina da Silveira Maia (PR)

Jeniffer Bien Aime (AM)

Humanidades

Mariana Sanchonete Machado (RS)

Jessica Lopes Liborio de Lima (BA)

Biológicas e Saúde

Camila Feitosa Cláudio (PI)

Ada Jamile Gomes de Oliveira (AM)

Categoria GRADUAÇÃO:

Engenharias, Exatas e Ciências da Terra

Camila Victória da Silva Brazil (PE)

Raqueline Shirlen da Silva Bezerra (AP)

Humanidades

Beatriz Segur (USP)

Biológicas e Saúde

Janaina Alvez da Hora (SP)

Victória Araújo Prado (BA)

Sarah de Oliveira Rodrigues (MG)


Por Vivian Costa – Jornal da Ciência

“Preparação ainda não é adequada para a nova realidade”, afirma Acadêmica sobre incêndios na Califórnia

No dia 14 de janeiro, a ecóloga Mercedes Bustamante, membra titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), concedeu entrevista à Rádio BandNews FM sobre os incêndios que nesse momento varrem o estado americano da Califórnia. Ela explica que o fogo recorde deste ano é fruto da convergência de fatores climáticos potencializados pelas mudanças climáticas e cujo poder destrutivo é exacerbado pela alta densidade urbana da região.

Segundo a professora, as dificuldades enfrentadas pela Califórnia, uma das regiões mais ricas do mundo, apontam para o fato de que as estratégias atuais para o enfrentamento de desastres climáticos são insuficientes para o tamanho e a frequência com que esses eventos extremos passarão a ocorrer. Como exemplo, Bustamante trouxe os reservatórios de água, que existem na região, mas que não foram planejados para incêndios dessa proporção, e o uso de aviões, forma mais eficaz e segura de combater o fogo, mas cuja visibilidade fica comprometida com as quantidades atuais de fumaça.

“A preparação, apesar de ter existido, ainda não foi adequada ao tipo de eventos extremos que vamos enfrentar com mais frequência no futuro. (…) Estamos observando uma tempestade perfeita, uma convergência de vários fatores que tem tornado o controle dos incêndios muito difícil”, resumiu.

Durante a entrevista, a Acadêmica também abordou a reconstrução das cidades, que deve ocorrer segundo parâmetros mais exigentes e adaptados à nova realidade. Confira sua participação na íntegra:

Acadêmica toma posse como primeira mulher reitora da Unesp

*Leia a matéria publicada pelo Jornal da Unesp, por Fabio Mazzitelli, Malena Stariolo e Nathan Sampaio

Uma gestão séria e compartilhada com a comunidade universitária que a legitimou, com respeito às diferenças, responsabilidade social e, sobretudo, carregada de um sentimento em especial: esperança. A cerimônia de posse da reitora Maysa Furlan, primeira mulher a assumir tal função na história da Unesp, e do vice-reitor Cesar Martins realizada nesta quarta-feira em São Paulo foi marcada por discursos que defenderam, entre outros aspectos, a autonomia universitária, a proximidade da universidade com as soluções dos problemas enfrentados pela sociedade e a busca pela manutenção de parcerias e pelo interesse das juventudes. Maysa e Cesar liderarão a Reitoria no próximo quadriênio (2025-2028).

Química e docente titular do Instituto de Química do câmpus de Araraquara da Unesp, Maysa Furlan é a 15ª pessoa a ocupar a função de reitor(a) da Universidade, levando em consideração todos que já passaram pela função. Natural de Mirassol, no interior paulista, a professora iniciou sua trajetória acadêmica na graduação da própria Unesp, em 1978, em Araraquara, fez mestrado e doutorado na USP e depois de concluída a pós-graduação voltou para a o seu berço acadêmico em 1987, como docente, iniciando o percurso que culminou no ato desta quarta, o recebimento das insígnias do reitor cessante Pasqual Barretti.

“Temos que avançar no conhecimento e encontrar soluções para atrair os jovens para a universidade e para o ensino superior. Para tanto, é fundamental a continuidade de investimento financeiro para o almejado desenvolvimento da nossa sociedade”, afirmou a nova reitora da Unesp, em seu primeiro discurso. “Nessa perspectiva, destaco o compromisso do governo do estado de São Paulo na manutenção do orçamento das três universidades públicas paulistas e, mais que isso, a parceria em projetos estruturais no estado entre a Unesp, a sua capacidade instalada e secretarias de estado”, disse.

Maysa Furlan já sinalizou que pretende, no início de sua gestão, criar uma nova pró-reitoria, que vai englobar assuntos relacionados à equidade, diversidade, permanência estudantil, entre outros. “Responder a esse momento único em que a sociedade do Século 21 se debruça é mostrar que a diversidade e a acessibilidade devem estar representadas em todos os segmentos e atividades e (isso) é fundamental para todos nós unespianos. Temos que avançar nesta gestão, refletir e propor, em consonância com as políticas públicas, políticas institucionais para inclusão étnico-racial de pessoas com deficiências, promover a equidade de gênero e o respeito à diversidade sexual, fortalecendo o papel da responsabilidade social e a diversidade como valor humano para o desenvolvimento de uma sociedade equânime e justa”, discursou a reitora Maysa Furlan. “Garantir a pluralidade de ideias é garantir o respeito às diferenças.”

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Leia a matéria completa no Jornal da Unesp.

Assista à cerimônia completa:

Nota de Pesar: Paulo Milton Barbosa Landim

Faleceu no dia 14 de janeiro, aos 87 anos, o membro associado da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e ex-reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Paulo Milton Barbosa Landim. O Acadêmico esteve à frente da Unesp entre 1989 e 1993, durante o período em que se concretizou a autonomia universitária, prevista pela Constituição de 88, para as instituições estaduais de São Paulo.

Nascido na cidade de São Paulo, Paulo Landim formou-se em Geologia pela então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo em 1961 e em 1967 doutorou-se pela mesma instituição. Em 1978 foi aprovado para o cargo de Professor Titular da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro, onde foi um dos fundadores do curso de Geologia da universidade.

Membro associado da ABC desde 1974, Landim foi um pesquisador muito atuante e referência nas Ciências da Terra. Além da ABC, era membro também da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp), da Sociedade Brasileira de Geologia e de sociedades internacionais como a Computer Oriented Geological Society e a International Association for Mathematical Geology. Seus principais interesses de pesquisa estavam na Estratigrafia e evolução tecto-sedimentar, sobretudo da Bacia intracratônica do Paraná e, nos últimos anos de sua carreira, dedicou-se à aplicação de métodos geoestatísticos e estatísticos multivariados em Geociências.

Aposentou-se em 1998 e recebeu o título de professor emérito da Unesp em 1999. Em 2002, foi titulado Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico, uma das principais distinções científicas do Brasil. No campus de Rio Claro, Landim empresta seu nome ao Museu de Paleontologia e Estratigrafia da Unesp, que reúne um acervo de coleções de fósseis e rochas sedimentares.

Mesmo aposentado, Landim continuou contribuindo para a ciência nacional, trabalhando como professor voluntário do Departamento de Geologia Aplicada, com atuação ainda no Grupo de Pesquisa sobre Estudos e Pesquisas Agrícolas Georreferenciadas junto ao Departamento de Solos e Recursos Ambientais da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, em Botucatu.

A Academia Brasileira de Ciências manifesta sua solidariedade com familiares e amigos do Acadêmico neste momento de dor. O legado de Paulo Landim para a Unesp e para a geologia brasileira permanece como marco da vida e obra deste grande cientista.

 

A Europa se move

*Originalmente publicado no Valor Econômico

Passou desapercebido no país o importante lançamento do Draghi Report, em setembro, coordenado pelo ex-presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi, destinado a explorar possibilidades referentes ao futuro da competitividade da Europa. Uma explicação razoável para não termos atentado para sua importância é o ambiente nacional – em tempos de eleições municipais, pacote fiscal e sucessão na Câmara e no Senado – e internacional, tomado pelo impacto sísmico global da vitória de Trump nas eleições estadunidenses. A explicação alternativa é mais preocupante: não estamos nos dando conta da dramática importância que a competitividade está adquirindo, em um mundo cada vez mais protecionista. O acordo Mercosul-União Europeia, recém-concluído, exigirá maior produtividade da economia brasileira, pois a abertura do mercado para produtos e serviços europeus aumentará a concorrência. As empresas brasileiras terão que competir com as europeias, que dispõem de mais acesso à tecnologia, são mais propensas à inovação e mais preocupadas com a eficiência.

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Leia o artigo completo no Valor Econômico.

Virgilio Almeida é professor associado ao Berkman Klein Center da Universidade de Harvard, professor emérito da UFMG, ex-secretário de Política de Informática do MCTI e membro titular da ABC

Francisco Gaetani é professor da EBAPE/FGV e secretário extraordinário para a Transformação do Estado, do Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos

 

Velhos e novos doutorados

*Originalmente publicado no Estadão

O novo modelo de pós-graduação que está sendo introduzido pelas universidades paulistas, facilitando a passagem do mestrado para o doutorado, é muito bem-vindo, embora mais tímido do que poderia ser e sem uma consideração adequada, me parece, das diferenças de propósito dos programas de mestrado e doutorado, fruto da maneira pela qual os programas de pós-graduação foram criados e se desenvolveram no Brasil.

Quando a Universidade de São Paulo (USP) foi criada, em 1934, ela trouxe da Europa a instituição do doutorado, em que um candidato, querendo se dedicar à carreira de ensino e pesquisa, desenvolvia um projeto sob a orientação de um professor catedrático. Para prosseguir na carreira, era preciso, depois, fazer uma tese de livre-docência, e finalmente de professor titular, quando havia vaga. A reforma universitária de 1968 trouxe para o Brasil um modelo totalmente diferente, o das “graduate schools” americanas, com cursos de pós-graduação organizados em unidades administrativas próprias, com currículos organizados e sistemas regulares de avaliação dos candidatos. Nas graduate schools, a seleção dos estudantes é feita pelos departamentos, e não pelos professores, e só depois de um período inicial de estudos e exames é que eles definem um projeto de tese e são formalmente promovidos a candidatos ao doutorado, aí sim sob a orientação de um professor. As duas grandes vantagens do sistema americano, que começou a ser introduzido no início do século 20 e hoje é adotado em todo o mundo, é que os doutores se formam com uma base de conhecimentos muito mais ampla, e em muito maior número do que no sistema artesanal europeu.

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Leia o artigo completo no Estadão.

Simon Schwartzman, membro titular da ABC
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