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Cláudio Costa Neto

Formou-se em Química Industrial e Engenharia Química em 1954, pela antiga Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil. Iniciou suas atividades de pesquisador com o Professor Fritz Feigl, no Laboratório da Produção Mineral, no período de 1953 a 1956, tendo ingressado como professor na Universidade do Brasil em 1955.
Seus primeiros trabalhos, após realizar seus estudos de Pós-Graduação na Universidade de Illinois (EUA), trataram das Reações de Nucleófilos com Dissulfeto de Carbono, tema que o levou, em 1961, a apresentar tese e receber o título de Doutor e Livre-Docente. Foi por esta ocasião que realizou também seus primeiros trabalhos de aplicação da Química Teórica à Química Orgânica; por conta deste interesse, seguiu em 1967 para um período de trabalho com o Professor Charles Coulson, na Universidade de Oxford (Inglaterra).
Participou ativamente da instalação do Instituto de Química em 1959, fazendo parte das comissões que estruturaram a nova unidade da Universidade do Brasil voltada para a Pesquisa e a Pós-Graduação em Química. Na posição de Diretor da Divisão de Química Orgânica implantou, em 1962, o Curso de Pós-Graduação o qual, no ano seguinte, daria origem aos primeiros cursos de Mestrado e Doutorado em Química Orgânica credenciados pelo Conselho Federal de Educação.
Seu trabalho na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pode ser resumido nos três projetos que idealizou, implementou e vem dirigindo: PROJETO XISTOQUÍMICA – Este projeto, o mais antigo, teve início em dezembro de 1967, com o objetivo de estudar o aproveitamento dos xistos brasileiros visando a produção de bens de importância para a sociedade.. Alguns de seus resultados: – A produção científica e tecnológica do Projeto Xistoquímica (PXQ) se estende da Química teórica à Química Aplicada e de Materiais. A série Xistoquímica contém cerca de 70 trabalhos originais. O Projeto produziu, ainda, tecnologia que levou à obtenção de três patentes. – A construção da Usina Piloto de Agregados Leves de Xisto Retortado, que se constituiu na primeira unidade do Pólo Piloto de Xistoquímica. – A formação de recursos humanos: dezoito mestres e sete doutores foram formados diretamente no Projeto e outros tantos em decorrência dele. Entre os pesquisadores do Projeto Xistoquímica, 26 pertencem ou pertenceram ao quadro de docentes do Instituto de Química, nos Departamentos de Química Orgânica, Química Inorgânica e Físico-Química.
O PROJETO UMBRAL (Utilização de Matéria Prima Brasileira) foi concebido para dar aos alunos de graduação do curso de Química do Instituto de Química uma real noção de sua inserção na sociedade. Seu lema, “produzir o que se precisa a partir do que se tem”: fazia com que o trabalho dos alunos estabelecesse uma ponte entre necessidades (as sociais seriam as mais importantes) e disponibilidade de “matéria-prima”. Caberia a eles, químicos, o exercício desta transformação.
Em 1989, sob sua liderança, foi criada a Câmara de Química Fina da UFRJ, que apresenta como uma de suas principais metas o fortalecimento e o desenvolvimento da Química Fina no País através da integração Universidade – Governo – Empresa – Sociedade.
Neste contexto, foi criado em 1989 o Programa de Química Fina para o Combate a Doenças Tropicais – QTROP, em parceria com a FINEP. O QTROP tem por finalidade induzir e coordenar atividades que levem ao desenvolvimento de produtos, processos e estratégias em Química Fina para o combate a doenças tropicais. A partir de objetivos bem definidos, o QTROP visa estabelecer uma cooperação efetiva entre a Universidade, a Empresa e o Governo, na busca da melhoria da qualidade de vida da população através da redução e controle de doenças que afetam um grande número de brasileiros. Ao mesmo tempo, busca alcançar um expressivo fortalecimento da indústria de Química Fina no País.

Edmundo Alfredo Rúveda

Edmundo Alfredo Rúveda concluiu seus estudos em Rosário, obtendo o diploma de Farmacêutico em 1956 e de Bioquímico em 1960, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nacional do Litoral. 

Realizou seus primeiros trabalhos de iniciação científica no Laboratório do Dr. Paladini, em Buenos Aires e obteve o título de Doutor em Farmácia e Bioquímica trabalhando sob a supervisão do Dr. Venancio Deulofeu, na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade de Buenos Aires. 

Após seu doutoramento, continuou seus estudos com um primeiro pos-doutorado na Universidade de Liverpool, Grã-Bretanha, sob a direção do Professor Alan Battersby. Tempo depois, emprendeu outra estancia estadia pos-doutoral na Universidade de Bloomington, Estados Unidos da América, sob a direção do Professor Ernest Wenkert.

Eduardo Fausto de Almeida Neves

Concluindo o secundário no seu estado natal, Minas Gerais, ingressou no curso de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, em 1954, no tempo em que os eminentes mestres e fundadores H. Rheinboldt e H. Hauptmann ainda lecionavam. Época de formação básica fecunda e oportunidades de iniciação científica, finalizou com o diploma de Bacharelado e Licenciatura em Química, com atribuições tecnológicas.
Em seguida iniciou seu doutorado em março de 1958 com o Prof. Paschoal Senise, na área de Química Analítica, na mesma instituição: anos de muito aprendizado e pesquisa, oportunidade de utilizar o método polarográfico em estudos de interações de íons pseudo-haletos com cátions metálicos, entremeados com intensas atividades docentes, como Auxiliar de Ensino. No nascente Instituto de Química da USP (IQ/USP), em 1966, defendeu tese de doutorado, a primeira naquela instituição. Pouco depois, estimulado pelo saudoso Prof. P. Krumholz, iniciou-se como orientador, formando o primeiro doutor em 1972, Douglas Franco, hoje Professor Titular. Diversos outros se seguiram como orientandos.
Os anos 70 foram de muito trabalho, iniciando-se com estágio de 18 meses no “California Institute of Technology” (CALTECH) no grupo do Prof. F. Anson, em Eletroquímica. Época de intenso trabalho de orientar no IQUSP, ajudando a consolidar a pós-graduação em Química Analítica, além de seguir os passos da carreira universitária, chegando a Professor Titular em 1983. Manteve nos anos 80 contactos e intercâmbio científico com outros grupos, especialmente com o Prof. D. Beterridge na Universidade de Swansee (Reino Unido) e com o Prof. D. Klockow na Universidade de Dormund (Alemanha). Teve oportunidade, no país, de interagir com o setor elétrico, solucionando problemas na TELEBRÁS, em projeto de baterias, e na COPEL (Companhia Energética do Paraná) em problemas de contaminantes em águas.
Ao longo destes anos publicou regularmente trabalhos típicos de Química Analítica, desenvolvendo métodos espectrofotométricos e eletroanalíticos, alguns para poluentes, interessando-se também por equilíbrio químico. Orientou cerca de 40 teses de mestrado e doutorado, espalhando discípulos por todo o País.
Pouco depois de se aposentar do IQUSP, foi convidado a entrar nos quadros do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos, onde se encontra atualmente, exercendo atividades regulares de ensino e pesquisa, na condição de Professor Titular. Recebeu a incumbência de organizar a pós-graduação em Química Analítica, o que foi feito com sucesso, visto que este programa conta atualmente com mais de 30 pós-graduandos, em nível de mestrado e doutorado.
Mantém ainda vínculo com o IQUSP, como orientador, interagindo com ex-alunos e colaborando em projetos de pesquisa.

Elias Ayres Guidetti Zagatto

Elias Ayres Guidetti Zagatto nasceu em 25/09/1948, sendo o segundo dos dez filhos de Alcides G. Zagatto e de Maria Cecília A. G. Zagatto. Estudou em excelentes escolas da rede pública, tendo ainda aprendido violoncelo com Calixto Corazza. É Engenheiro Agrônomo e Mestre em Agronomia pela ESALQ/CENA/USP e Doutor em Ciências pelo IQ/UNICAMP, tendo sido aprovado em concursos públicos para Professor Livre-Docente, Adjunto e Titular. Realizou estágios de especialização na Dinamarca (1975/1976) e na Alemanha (1981). Casou-se com Cecília Teresinha Piacentini Zagatto em 1974, sendo pai de três filhos.
Em 1975, iniciou seus trabalhos no Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo em Piracicaba, participando do grupo de pesquisas liderado pelo Professor Henrique Bergamin Filho. Viveu um momento muito importante no contexto da Química Analítica, ao participar do desenvolvimento do conceito de análises químicas por injeção em fluxo e implantação pioneira dos sistemas analíticos explorando este conceito. Sua linha de pesquisa sempre foi centrada no desenvolvimento de novos procedimentos para análises de amostras de relevância agronômica, industrial e ambiental, com ênfase às análises em fluxo explorando de aspectos cinéticos.
É autor ou co-autor de 126 trabalhos científicos publicados em revistas de alto índice de impacto, tendo ainda publicado livro, capítulos de livro, boletins científicos e apostilas didáticas. É detentor de uma patente.
Participou de simpósios, congressos e reuniões científicas como apresentador de trabalhos, co-autor de trabalhos apresentados, conferencista e “chairman”. Publicou 102 resumos em anais, participou da organização de 5 eventos científicos, tendo integrado o Praesidium do “VIII International Conference on Flow Analysis” realizado em Varsóvia em junho de 2000.
Ministrou 9 seminários referentes a cursos de pós-graduação, 18 palestras em eventos científicos no Brasil e no exterior e 16 conferências independentes.
Foi Professor secundarista e, em nível de graduação, ministrou 13 disciplinas em quatro cursos, bem como sete cursos extracurriculares. Orientou 5 programas de iniciação científica.
Em nível de pós-graduação, tem ministrado sistematicamente 3 disciplinas. Foi orientador de 11 programas de mestrado e 10 de doutorado, tendo ainda supervisionado 3 programas de pós-doutorado e 6 estágios de estrangeiros.
Participou de 20 Bancas de Exame de Qualificação, 48 Bancas Examinadoras de Dissertações de Mestrado e 39 Bancas Examinadoras de Teses de Doutorado, sendo 2 no exterior. Foi membro de comissões designadas para Concursos de Livre-Docência (12) e de ingresso/progressão na carreira universitária (17). Em 5 oportunidades, foi assessor “ad hoc” de agências financiadoras no tocante à organização ou reestruturação de cursos.
Em 1996/1998, foi Membro do Comitê Assessor de Química & Engenharia Química do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Tem participado intensivamente de projetos integrados de pesquisa; foi coordenador de 3 projetos binacionais. Atualmente, coordena projeto referente ao Programa de Núcleos de Excelência (PRONEX). Em 97 oportunidades foi assessor “ad hoc” de agências financiadoras de pesquisa.
É membro de Conselhos Editoriais de 3 periódicos, participando intensivamente de assessoria “ad hoc” para avaliação de artigos submetidos para publicação em diversos periódicos.
Foi Vice-Presidente e Presidente da Comissão de Pós-Graduação do CENA em 1991/1999, membro do Conselho Deliberativo do CENA e representante do CENA junto ao Conselho de Pós-Graduação da Universidade de São Paulo.
Atualmente, é observador junto à Federation of the European Chemical Societies, FECS; participa como Membro titular da Comissão V.1. General Aspects of Analytical Chemistry, da International Union of Pure and Applied Chemistry, IUPAC.
Foi diretor da Divisão de Química Analítica da Sociedade Brasileira de Química, de 5/1998 a 5/2000.
Em 12/1995, tornou-se Membro associado e, em 12/2000, foi indicado como Membro titular da Academia Brasileira de Ciências.
Ao longo de sua carreira, o Dr. Zagatto recebeu diversas honrarias e distinções, destacando-se o “Award” da Universidade de Varsóvia (6/2000) e o Prêmio Rheinboldt-Hauptmann (11/2000).
O Dr. Zagatto tem procurado valorizar os aspectos éticos, morais e espirituais, e desenvolver junto aos seus estudantes e colaboradores os sentimentos de espírito de equipe, liberdade intelectual, criatividade e, sobretudo, amizade.

Eliezer Jesus de Lacerda Barreiro

Graduou-se em farmácia (1970) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e obteve mestrado em química de produtos naturais (1973) pela mesma instituição. Fez doutorado em química médica (1978) e realizou estágio de pós-doutoramento (1987) na Universidade Joseph Fourier, França. Foi membro do Conselho da Agência UFRJ de Inovação (2011-2016); membro do Comitê Assessor da área de Farmácia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico – CNPq (2014-2018); coordenador do CNPq (2015-2018) e membro do Comitê Assessor de Editoração do CNPq (2013-2016). É professor titular da UFRJ, coordenador científico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Fármacos e Medicamentos (INCT-Inofar) e pesquisador do CNPq. Suas áreas de pesquisa abrangem a experiência com planejamento, síntese e avaliação farmacológica de novos compostos/protótipos de novos fármacos. Recebeu diversos prêmios, dentre eles a Ordem Nacional do Mérito Científico em duas ocasiões: em 2004, na classe Comendador e em 2010 na classe Grã-Cruz. Além disso, também recebeu a Comenda do Mérito Farmacêutico do Estado de Pernambuco (2010), concedida pelo Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CRF-PE). Além da ABC, também é membro da Academia de Farmácia de Castilla e Leão, na Espanha; Associação Brasileira de Farmacêuticos (ABF); Sociedade Americana de Química (ACS, na sigla em inglês); Sociedade Brasileira de Química (SBQ); Real Sociedade de Química de Londres (RCS, na sigla em inglês); e União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC, na sigla em inglês).

 

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