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Ciências Químicas | MEMBRO TITULAR

Cláudio Costa Neto

(COSTA NETO, C.)

11/12/1932
Brasileira
26/12/1961

Formou-se em Química Industrial e Engenharia Química em 1954, pela antiga Escola Nacional de Química da Universidade do Brasil. Iniciou suas atividades de pesquisador com o Professor Fritz Feigl, no Laboratório da Produção Mineral, no período de 1953 a 1956, tendo ingressado como professor na Universidade do Brasil em 1955.
Seus primeiros trabalhos, após realizar seus estudos de Pós-Graduação na Universidade de Illinois (EUA), trataram das Reações de Nucleófilos com Dissulfeto de Carbono, tema que o levou, em 1961, a apresentar tese e receber o título de Doutor e Livre-Docente. Foi por esta ocasião que realizou também seus primeiros trabalhos de aplicação da Química Teórica à Química Orgânica; por conta deste interesse, seguiu em 1967 para um período de trabalho com o Professor Charles Coulson, na Universidade de Oxford (Inglaterra).
Participou ativamente da instalação do Instituto de Química em 1959, fazendo parte das comissões que estruturaram a nova unidade da Universidade do Brasil voltada para a Pesquisa e a Pós-Graduação em Química. Na posição de Diretor da Divisão de Química Orgânica implantou, em 1962, o Curso de Pós-Graduação o qual, no ano seguinte, daria origem aos primeiros cursos de Mestrado e Doutorado em Química Orgânica credenciados pelo Conselho Federal de Educação.
Seu trabalho na Universidade Federal do Rio de Janeiro, pode ser resumido nos três projetos que idealizou, implementou e vem dirigindo: PROJETO XISTOQUÍMICA – Este projeto, o mais antigo, teve início em dezembro de 1967, com o objetivo de estudar o aproveitamento dos xistos brasileiros visando a produção de bens de importância para a sociedade.. Alguns de seus resultados: – A produção científica e tecnológica do Projeto Xistoquímica (PXQ) se estende da Química teórica à Química Aplicada e de Materiais. A série Xistoquímica contém cerca de 70 trabalhos originais. O Projeto produziu, ainda, tecnologia que levou à obtenção de três patentes. – A construção da Usina Piloto de Agregados Leves de Xisto Retortado, que se constituiu na primeira unidade do Pólo Piloto de Xistoquímica. – A formação de recursos humanos: dezoito mestres e sete doutores foram formados diretamente no Projeto e outros tantos em decorrência dele. Entre os pesquisadores do Projeto Xistoquímica, 26 pertencem ou pertenceram ao quadro de docentes do Instituto de Química, nos Departamentos de Química Orgânica, Química Inorgânica e Físico-Química.
O PROJETO UMBRAL (Utilização de Matéria Prima Brasileira) foi concebido para dar aos alunos de graduação do curso de Química do Instituto de Química uma real noção de sua inserção na sociedade. Seu lema, “produzir o que se precisa a partir do que se tem”: fazia com que o trabalho dos alunos estabelecesse uma ponte entre necessidades (as sociais seriam as mais importantes) e disponibilidade de “matéria-prima”. Caberia a eles, químicos, o exercício desta transformação.
Em 1989, sob sua liderança, foi criada a Câmara de Química Fina da UFRJ, que apresenta como uma de suas principais metas o fortalecimento e o desenvolvimento da Química Fina no País através da integração Universidade – Governo – Empresa – Sociedade.
Neste contexto, foi criado em 1989 o Programa de Química Fina para o Combate a Doenças Tropicais – QTROP, em parceria com a FINEP. O QTROP tem por finalidade induzir e coordenar atividades que levem ao desenvolvimento de produtos, processos e estratégias em Química Fina para o combate a doenças tropicais. A partir de objetivos bem definidos, o QTROP visa estabelecer uma cooperação efetiva entre a Universidade, a Empresa e o Governo, na busca da melhoria da qualidade de vida da população através da redução e controle de doenças que afetam um grande número de brasileiros. Ao mesmo tempo, busca alcançar um expressivo fortalecimento da indústria de Química Fina no País.