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André Goffeau

André Goffeau (26 de janeiro de 1935 — 2 de abril de 2018) foi um engenheiro agrônomo belga. Em 1956, Goffeau formou-se em Engenharia Agrícola pela Universidade Católica de Louvain (UCL). Em 1964, recebeu o título de doutorado em botânica pela mesma instituição. Ele permaneceu na UCL por toda a sua carreira. Durante sua carreira científica, concentrou-se no estudo das proteínas de membrana de levedura e os transportadores ABC . Ele ficou famoso por ter sido pioneiro no seqüenciamento genômico, chefiando o grupo que realizou o primeiro seqüenciamento de um organismo eucariótico inteiro, a levedura Saccharomyces cerevisiae.

Angelo da Cunha Pinto

Infância de menino de bairro, sem ficar mais tempo na rua, porque os pais, imigrantes portugueses, obrigavam ao trabalho diário. Horas livres só para as missas dominicais, para o tempo de escola e obrigações escolares. Os livros eram o melhor álibi para não trabalhar no comércio dos pais.
A entrada na universidade foi a carta de alforria. Nada melhor do que mostrar aos pais um diploma de nível superior. Estes, como bons portugueses, desejavam um filho médico, porque padre era certo que não teriam. Mas como ser médico com todo aquele medo de sangue? Vermelha, só a cor das anilinas… O jeito foi enganar os pais e prestar concurso para a faculdade de Farmácia. Na época, a Escola de Farmácia tinha tradição em química orgânica, que permanece até hoje.
Era 1968, o planeta fervilhava. O mundo abria suas portas para um jovem de 19 anos. Podia-se escolher a porta da frente ou a dos fundos. Política, cinema e outros prazeres eram o cotidiano dos universitários. A dúvida para seguir uma carreira de ator de teatro, iniciada na Escola Villa Lobos na Praia do Flamengo, levou à conclusão do curso, e ao ingresso imediato na pós-graduação do Instituto Militar de Engenharia, recém-criada.
Com o fim do Mestrado veio o convite para trabalhar no Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e a concretização do sonho de ser Professor universitário.
As discussões cientificas no NPPN se iniciavam nas manhãs das segundas-feiras no laboratório e se prolongavam nos encontros no bar da Praia Vermelha, depois do jogo de futebol das sextas-feiras. Respirava-se Química.
Em l986, veio a transferencia para o Instituto de Química, e o começo de uma nova fase, primeiro como Diretor Adjunto de pós-graduação do Instituto, e depois como vice e, em seguida, presidente da Sociedade Brasileira de Química.
Nestes anos de atividade cientifica ininterrupta o convívio diário com os orientandos de Mestrado, Doutorado e Iniciação Científica proporcionaram grandes alegrias. Foram quase cinqüenta entre mestrandos e doutorandos. Com cada orientando sempre aprende-se algo; gratificante é ter a certeza de que muitos serão melhores do que o mestre.
Este resumo biográfico termina com a constelação MMM – Maria, Mariana e Manuel, e a certeza de que com eles a vida é ótima e mais fácil, pena que seja uma só. Se outras houvesse, a opção seria estudar Química, o relicário que esconde o segredo da vida.

Antonio Celso Spinola Costa

Antonio Celso Spinola Costa nasceu em Salvador, Bahia, em 1930. Ingressou na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia em 1949, e em 1951 teve seu primeiro contato com o ensino universitário, exercendo o papel de monitor, não remunerado, da cadeira de Geologia Econômica com noções de Mineralogia, sendo responsável pela maior parte dos trabalhos práticos do curso. Graduou-se em Engenharia Industrial Química em 1953 e começou a sua vida profissional como responsável pelo Laboratório de Análises Inorgânicas do Instituto de Tecnologia da Bahia. Realizou estágio em nível de especialização no Laboratório de Produção Mineral, no Rio de Janeiro. Em junho de 1956 foi contratado como professor para a cadeira de Química Analítica da Escola Politécnica onde, em instalações extremamente precárias, começou a desenvolver seu primeiro trabalho, “Erichorme Black T como Teste Qualitativo para o Magnésio”, publicado em um boletim da própria Politécnica (1957). Pouco depois publicou o seu primeiro trabalho em nível internacional na revista Chemist-Analyst (1958). Dentro das limitações existentes começou a apresentar uma produção regular. Em 1961, submeteu-se a concurso para a Livre Docência da cadeira de Química Analítica e em 1964, submeteu-se a concurso de títulos e provas para a mesma cadeira, sendo aprovado e nomeado. Em 1968, com as Reformas de Ensino superior, passou a ser Professor Titular e, juntamente com todos os professores de cadeiras (disciplinas) básicas, foi transferido para o recém criado Instituto de Química, do qual veio a ser o primeiro diretor (1968-1971). Simultaneamente veio a ser coordenador responsável pela implantação do curso de Mestrado em Química e diretor nacional do Programa PNUD/UNESCO de Reforço ao Ensino das Ciências Básicas na UFBA. Em 1972, reduzidos os encargos administrativos, realizou um estágio de pesquisa, em nível de Pós-Doutorado, com o professor T.S. West no Imperial College of Science and Technology. Exerceu pela segunda vez a direção do IQ (1975-1979) e várias vezes foi responsável pela coordenação do Programa de Pós-graduação em Química e por chefia de Departamento. A despeito dos seus compromissos administrativos sempre se manteve ativo como pesquisador, orientando um total de 42 teses de mestrado. Os seus interesses de pesquisa sempre se dirigiram para o desenvolvimento de Reagentes Orgânicos para Análise Inorgânica e, no período de 1992-1997 publicou 18 comunicações em periódicos científicos internacionais especializados. Atualmente orienta 4 teses de doutorado e 1 dissertação de mestrado. Sua posição como pesquisador perante o CNPq é I-C. Já foi membro do Comitê Assessor de Química do CNPq, tendo inclusive presidido o mesmo, e tem tido atuação regular como consultor junto à FINEP, CAPES, PADCT, e várias fundações estaduais de amparo à pesquisa. Foi bolsista de Excelência Acadêmica da CAPES.

Athos da Silveira Ramos

LINHAS DE AÇÃO
UNIVERSIDADE DO BRASIL e UFRJ (1934 a 1990) – Membro Fundador da Escola Nacional de Química (1933 a 1934); Professor do Curso Complementar (1938); Fundador do Centro de Pesquisas Tecnológicas para o Esforço de Guerra (1942); Conferencista da Faculdade Nacional de Filosofia (1948), Chefe de Departamento, Vice-Diretor e Diretor em exercício; Chefe de Departamento, Vice-Diretor e Diretor da Escola Nacional de Química; Fundador do Instituto de Química da UFRJ (1959), Diretor-Presidente (1963) e Presidente de Honra (1983). Presidente da Câmara de Estudos Brasileiros do Fórum de Ciência e Cultura (FCC); Coordenador do Curso de Problemas Brasileiros (1977/1990); Coordenador do FCC (1983/1985); Decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas; Sub-Reitor do Ensino para graduados e pesquisas; Professor Emérito na UFRJ (1967)
CONSELHO NACIONAL DE PESQUISAS (CNPq): Vice-Presidente (1957/1960); Presidente (1962/1964); Presidente da Comissão Nacional de Atividades Espaciais (1963); Signatário da primeira proposta ao Presidente da República da criação do Ministério da Ciência e Tecnologia (1963)
CONSELHO NACIONAL DO PETRÓLEO: Coordenador e Supervisor do Curso de Pós-Graduação para Especialistas em refinação de Petróleo (UFRJ e CNP – 1950/1956)
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA (PUC): Professor Catedrático da Escola Politécnica (1941/1961); Professor Benemérito (Fundador) – título concedido em nome do Papa Pio XII (1957)
ESCOLA DE AERONÁUTICA: Professor de Química Aplicada (1946/1951)
ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA: Conferencista da ADESG (1961/1988); Conferencista (1963/1967/1968)
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS: Vice-Diretor do Instituto de Estudos Avançados em Educação (1973/1990); Professor Pleno; Editor da Revista Forum Educacional; Coordenador Geral do Ensino (1978/1979); Consultor da Presidência (1988)

ATIVIDADES EXERCIDAS NO EXTERIOR: Curso de Especialização em Química Orgânica na Vanderbilt University (USA – 1944/1945); Especialização em “Organisation of Graduate Studies” (USA – 1955); Presidente da Primeira Conferência Interamericana sobre Ciência e Tecnologia promovida pela OEA (1970/1971); Conferencista do Colégio Interamericano de Defesa (1970)
SOCIEDADES CIENTÍFICAS E CULTURAIS: Academia Brasileira de Educação – Titular (1986), Presidente (1989). Químico Emérito da Associação Brasileira de Química; Membro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência; Membro da ADESG; Membro e Conselheiro da ABE (1988)
PRÊMIOS E CONDECORAÇÕES: Medalha de Fundador da PUC – 1957; Ordem do Mérito Educativo (Grande Oficial) – 1968; Ordem do Mérito Aeronáutico (Comendador) – 1969; Ordem do Mérito Educação Moral e Cívica – 1985; Mérito FGV – 1974; Placa de Presidente de Honra do Instituto de Química – 1983; Retorta de Ouro do Sindicato dos Químicos do Rio de Janeiro.

Benjamin Gilbert

Benjamin Gilbert, químico, nascido em Felixstowe, Suffolk, Inglaterra, em 1929, filho de William Richard Gilbert e Dorothy Oxley Gilbert, casado com Maria Elisa Alentejano em 27/09/59, tendo tido dois filhos: William Richard Gilbert e Peter Alentejano Gilbert.
Ph.D. (Bristol) sob a orientação dos profs. Wilson Baker e W. David Ollis. Pesquisador científico senior no Estabelecimento de Pesquisa e Desenvolvimento de Explosivos, Waltham Abbey, UK, 1953-1957; Pós-Doutorado sob a orientação do Prof. Carl Djerassi na Wayne State University, Detroit, USA, 1957-1958; Pesquisador Associado da Stanford University, Califórnia, USA, 1958-1964; Pesquisador Visitante no Instituto de Química Agrícola, Ministério da Agricultura, Rio de Janeiro, 1958-1963; Professor Visitante no NPPN – Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1963-1972; Chefe do Grupo de Bioquímica no Instituto de Pesquisas da Marinha – IPqM, Rio de Janeiro, 1972-1985; Orientador Científico da Companhia de Desenvolvimento Científico – CODETEC, Campinas, São Paulo, 1985-1994; Consultor Técnico, subseqüentemente tecnologista senior do Instituto de Tecnologia em Fármacos, Far-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, 1986 até a presente data (1995); Conselheiro Temporário em comitês do Controle e Biologia de Vetores, de Critérios de Saúde do Meio Ambiente, e de Segurança em Química da Organização Mundial da Saúde, Genebra, Suíça, 1980 em diante; Membro de comitês de Doenças Endêmicas e de Química do CNPq, Brasília, de pragicidas domissanitários do Conselho Nacional da Saúde do Ministério da Saúde, Brasília e Membro do Conselho Diretor do Funbio da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro; sócio das sociedades profissionais Royal Society of Chemistry, American Chemical Society, Associação Brasileira de Química, Sociedade Brasileira de Química; autor de 120 publicações científicas, entre elas capítulos de livros sobre alcalóides indólicos (2) e produtos naturais industrializáveis na Amazônia (1).

Blanka Wladislaw

Blanka Wladislaw terminou o Curso Ginasial em Varsóvia em 1934. No mesmo ano imigrou com sua família para o Brasil tendo fixado residência em São Paulo.
No período 1935-1937 cursou o Colégio Universitário da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo tendo ingressado, após ter sido aprovada no exame vestibular, na Seção de Ciências Químicas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP em 1938. Foi aluna dos ilustres professores, Heinrich Rheimboldt e Heinrich Hauptmann que, com a ajuda dos assistentes, Simão Mathias e Paschoal Senise, ministraram as aulas teóricas e práticas. Após ter sido licenciada em Ciências Químicas em 1941, ingressou na Indústria e somente em 1945 voltou para a Universidade, tendo iniciado sua tese de doutoramento sob a orientação do Professor Heinrich Hauptmann, a qual defendeu em 1948. O assunto da tese versava sobre reações de compostos de enxofre com Níquel de Raney. Após o estágio de um ano (1955-1956) no “Imperial College of Science and Technology”da Universidade de Londres, sob a orientação dos Profs. R. P. Linstead e B. T. I. Weedon, iniciou no Brasil a nova linha de pesquisa no campo de Eletroquímica Orgânica. Após o falecimento do Prof. Hauptmann em 1960 foi responsável pelo ensino e pesquisa de Química Orgânica no Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP até a formação do Instituto de Química da USP em 1970. Posteriormente desenvolveu outras linhas de pesquisa no campo da Físico-Química Orgânica e nos últimos 15 anos no campo de Síntese Orgânica. Apesar de ter sido aposentada por compulsória em 1987 continua em atividade como Professor Convidado do Instituto de Química da USP orientando pós-graduandos e ministrando cursos de pós-graduação. Formou 23 mestres e doutores, vários deles atualmente professores do Instituto de Química da USP e de outras Universidades do Brasil. Publicou 100 trabalhos em revistas internacionais e nacionais, apresentou 121 comunicações em Congressos Nacionais e 30 em Congressos Internacionais.

Carl Djerassi

Em 1950, já Diretor de Pesquisa Científica da Syntex S.A., no México, Djerassi desenvolveu, juntamente com George Rosenkranz, a primeira síntese de um estrogênio, partindo de uma matéria-prima vegetal, a diosgenina, uma sapogenina obtida das raízes de uma Dioscoriácea mexicana. Esta síntese representou o início da série espetacular de realizações no campo dos esteróides pela qual Djerassi se notabilizou. Ainda na Syntex, seu grupo conseguiu sintetizar a cortisona, inicialmente também a partir da diosgenina, depois a partir da hecogenina, das folhas do Agave. Em 1956 foi patenteada a norethindrona, o primeiro agente progestacional oral. Estas pesquisas, que culminaram no desenvolvimento dos anticoncepcionais orais, tornaram Djerassi mundialmente conhecido. Todos os prêmios que ele recebeu lhe foram conferidos em vista destes feitos. Logo em seguida, suas realizações no campo dos produtos naturais expandiram-se para os setores de alcalóides, antibióticos, lipídios e terpenóides.
Datam das décadas de 50 e 60 suas ligações com o Brasil, onde ele se tornou grande incentivador das pesquisas em produtos naturais nos seus primórdios, primeiro no Instituto de Química Agrícola, no Rio de Janeiro, depois no Centro (hoje Núcleo) de Pesquisas de Produtos Naturais da Universidade do Brasil (hoje UFRJ). Este apoio lhe valeu a eleição para Membro Correspondente da Academia Brasileira de Ciências e o título de Professor honoris causa da Universidade do Brasil.
Paralelamente às suas atividades acadêmicas, Djerassi ocupou várias posições na Syntex e foi co-fundador da Zoecon Corporation, uma companhia dedicada ao desenvolvimento de novos métodos de controle de insetos.
Outro campo importante onde foi decisiva a atuação de Djerassi foi a introdução de modernos métodos físicos no laboratório de Química Orgânica. Estes incluem a dispersão rotatória óptica, o dicroismo magnético circular e a espectrometria de massas.
Seus interesses mais recentes abrangem a biossíntese de produtos naturais marinhos, como esteróis de estrutura peculiar e fosfolipídios; e a elucidação do papel destes compostos na função da membrana celular.
Correntemente, tem as vistas voltadas para o assunto complexo dos elementos sócio-culturais envolvidos no controle da fertilidade humana e a psicologia do relacionamento em Ciência, assunto que domina alguns dos seus escritos mais recentes.

Chintamani Nagesa Ramachandra Rao

Chintamani Nagesa Ramachandra Rao (nascido em 30 de junho de 1934), é um químico indiano que trabalhou principalmente em estado sólido e química estrutural. Ele obteve seu diploma de bacharel na Universidade de Mysore em 1951, na primeira classe, e apenas aos dezessete anos. Ele inicialmente pensou em ingressar no Indian Institute of Science (IISc) para obter um diploma ou uma pós-graduação em engenharia química, mas um professor o convenceu a frequentar a Universidade Hindu de Banaras. Ele tem doutorados honorários de 84 universidades de todo o mundo e é autor de cerca de 1.774 publicações de pesquisa e 54 livros.

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