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Nota sobre atuação do Ministério da Saúde

Leia na íntegra a nota publicada no dia 24 de março e assinada por Lincoln Ferreira, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Mauro Ribeiro, presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), e Rubens Belfort, Acadêmico e presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM):

COVID-19: Nota sobre atuação do Ministério da Saúde

Crises são caracterizadas por constantes mudanças de cenário. De uma hora para a outra, as variáveis podem se modificar radicalmente, fazendo com que estratégias previamente traçadas possam, com grande volatilidade, se tornar ineficazes.

Assim, constitui erro capital, nas crises, sustentar opiniões ou posições que perderam a validade em decorrência da evolução dos fatos. Por isso, o enfrentamento da situação com total transparência torna-se fundamental.  É preciso que todos entendam o cenário, as mudanças que nele impactam e, por consequência, a busca de novas estratégias e ações.

Nesse sentido, o Ministério da Saúde, capitaneado por Luiz Henrique Mandetta, tem atuado de forma precisa e responsável. Os transparentes relatos com atualizações constantes sobre a pandemia da COVID-19 nos ajudam a entender o cenário atual, as perspectivas de soluções, e estimula nossa participação colaborativa. O respeito com o qual o Ministério vem tratando os médicos e demais profissionais de saúde, bem como o empenho para resolver questões relevantes à classe, como a disponibilização de EPIs, aumento de respiradores, leitos de UTI, estratégias e logística para o enfrentamento desta pandemia encoraja ainda mais a categoria para avançar na linha de frente e cumprir seu papel, resguardando a segurança de todos e a assistência à população.

A incansável luta contra outra praga desta crise, as fake news, também tem sido louvável. É necessária, uma vez que a propagação de notícias falsas e alarmistas pode criar danos enormes à saúde e ao bem-estar da população. A hora é de união e colaboração e de apoio ao Ministro Mandetta e toda sua equipe ministerial. Precisamos estar atentos, alertas, críticos quando necessário, propositivos na segurança dos médicos e demais profissionais de saúde, mas sempre seremos colaborativos.

Academia Nacional de Medicina (ANM)
Associação Médica Brasileira (AMB)
Conselho Federal de Medicina (CFM)

Pandemia e ascensão da vida online

Leia artigo do Acadêmico Virgilio Almeida (professor associado ao Berkman Klein Center da Universidade de Harvard, professor emérito da UFMG e ex-secretário de Política de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) e do professor da Ebape-FGV Francisco Gaetani (ex-secretário executivo dos Ministérios do Meio Ambiente e Planejamento e expresidente da Escola Nacional de Administração Pública), publicado no Valor Econômico, em 24/3:

“O avanço do coronavírus está sendo acompanhado em tempo real com base em informações oficiais de todos os países afetados. É possível que aqui e ali os dados estejam sendo subestimados ou
insuficientemente notificados, mas no geral o mundo está assistindo a um esforço global de cooperação epidemiológica. Isso está acontecendo mesmo em um momento de refluxo da globalização, crise econômica e ascensão do populismo em alguns dos maiores países do mundo como os EUA, Rússia, Índia e Brasil.

Este cenário, típico das distopias literárias – impossível não pensar no clássico “A Peste” de Albert Camus – e cinematográficos, como “O Sétimo Selo” de Ingmar Bergman, está sendo assimilado pelas várias
nações de forma heterogênea, porém com uma aliada importante: a tecnologia. Famílias mantém-se em contato por aplicativos. Reuniões ocorrem por meio de formatos não presenciais. Opções de lazer digital
domésticas são acionadas e estimuladas. Autoridades cooperam compartilhando seus dados, pesquisas e análises. Políticos divulgam narrativas mais conciliatórias e solidárias – com as exceções de praxe.
Cientistas engajam-se em uma competição positiva por vacinas. Autoridades sanitárias compartilham soluções preventivas e mitigadoras em tempo real.”

Os autores ressaltam que quanto mais nos informarmos e cooperarmos mais suave será o impacto desta onda e que o mundo não será o mesmo quando este surto refluir.

Leia o artigo na íntegra.


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Coronavírus: ‘Brasil pode viver uma epidemia de intoxicações’ diz especialista

Leia matéria de Ana Lucia Azevedo para O Globo, publicada em 21/3:

RIO – Se houver uma corrida a cada nova droga promissora em testes, teremos uma epidemia de intoxicações. E pacientes com doenças que precisam destes remédios vão morrer ou agravar o seu quadro devido à escassez. Há cerca de 30 compostos em testes no mundo, mas é preciso esperar.

O alerta é de um dos maiores especialistas do Brasil em desenvolvimento de tratamentos para doenças infecciosas, Mauro Teixeira, professor titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cujo grupo estuda a ação de substâncias contra a Covid-19. Teixeira é membro da Comissão Científica da Anvisa e presidente da Sociedade Brasileira de Inflamação. Para ele, o Brasil corre o risco de virar nova Itália.

Temos mais um perigo?

Sim. Uma epidemia de intoxicação de gente que não estava doente e de morte de pessoas que precisam desses medicamentos e ficaram sem eles porque os apavorados compraram todos. Nos próximos dias e meses vão surgir muitos resultados como os da hidroxicloroquina, mas isso não quer dizer que essas drogas devem ser tomadas agora.

Qual o risco de tomar uma droga dessas?

É imenso. A hidroxicloroquina, por exemplo, pode causar anemia hemolítica e matar. Essa droga é para quem tem malária e doenças autoimunes, como artrite reumatoide e lúpus. Seu uso precisa de acompanhamento médico.

Qual a perspectiva de desenvolvimento de remédios e vacinas?

Não teremos tempo para desenvolver vacinas e drogas específicas contra a Covid-19 para esta pandemia. Elas virão para o futuro. Temos que identificar entre os compostos que já temos quais poderão ser usados.

Qual a sua avaliação sobre as medidas tomadas?

As quarentenas em massa, os isolamentos são necessários para reduzir a disseminação do vírus e dar tempo a nosso sistema de saúde. Mas não devemos alimentar a ilusão de que não será grave, porque será muito grave. A gente está testando pouco, não conseguimos testar mais agora.

Quais as urgências?

Todas. Onde está o dinheiro anunciado pelo governo para os mais pobres? Já deveria estar sendo distribuído. E para quem não têm nem conta em banco? Temos que pensar nos pacientes graves, no atendimento deles.

Confira a matéria na íntegra.

 


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Lições da Covid-19: solidariedade escondida nos seres humanos

Leia artigo do Acadêmico Isaac Roitman, publicado no Monitor Mercantil e no site Brasil 2022 em 18/3:

Covid-19 é um vírus RNA (ácido ribonucleico) com alta capacidade de mutação e transmissão. Os vírus são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), podem ser observados somente através da microscopia eletrônica e são formados basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético. Os vírus só se desenvolvem parasitando uma célula, utilizando o sistema de reprodução de seu hospedeiro.

Recentemente, a epidemia provocada pela Covid-19, que se iniciou na China, transformou-se em pandemia que está se espalhando com grande velocidade em todos os continentes, modificando hábitos e comportamentos, provocando pânicos econômicos, abalando as estruturas sociais que provavelmente terão a duração de alguns meses. O planeta está em alerta. Certamente, com medidas adequadas – isolamento social – e com os avanços científicos – vacinas –, voltaremos à normalidade.

Real possibilidade de termos uma inflexão positiva nas relações humanas

Vale a pena assinalar que um ser extremamente simples, um vírus, pode provocar tremendas consequências à espécie mais complexa da natureza, o ser humano. Sob o ponto de vista biológico, esses extremos têm interações profundas, revelando as interdependências absolutamente importantes e vitais na natureza. Não é a primeira vez que uma pandemia provoca uma inflexão nos costumes da humanidade. Esses registros podem ser conhecidos na obra de Stefan Cunha Ujvari A história da humanidade contada pelos vírus (Editora Contexto).

A Covid-19 surge em um momento difícil e preocupante para a civilização humana. O cenário é triste. Boa parte dos seres humanos vivem em condições miseráveis, um contingente enorme de desnutridos, desigualdades sociais vergonhosas, prevenção e assistência à saúde inadequadas, migrantes tratados como animais, guerras abomináveis, culturas ancestrais em extinção, atitudes sem ética, violência desenfreada, uso não racional dos recursos naturais, poluição crescente, aceleração das mudanças climáticas, etc.

Sem diminuir a importância das ações e as consequências da pandemia provocada pela Covid-19, gostaria de compartilhar algumas reflexões com os leitores. Sendo o índice de mortalidade maior nas pessoas com mais idade, as políticas públicas para a velhice voltaram à tona. Que bom.

O isolamento social, que estamos iniciando, será longo e certamente proporcionará momentos ímpares para a reflexão familiar e individual. A ausência em reuniões sociais, em eventos culturais, esportivos e outros serão substituídos por momentos de reflexão sobre o passado, o presente e o futuro de cada um de nós e de todos. Será um verdadeiro retiro. Essas reflexões poderão indicar como podemos nos transformar e agir para que todos possamos ter uma vida virtuosa.

A interrupção das atividades escolares, sem dúvida, causará atrasos na aprendizagem, que poderão ser recuperados posteriormente. No entanto, para aquelas crianças cuja refeição na escola é a mais importante do dia, o dano será imediato. A iniciativa de ser fornecido diariamente um kit de alimentação para essa criança é uma proposta positiva. Quem sabe, poder-se-ia pensar em fornecer um kit alimentação para toda a família.

Uma ação semelhante poderia ser pensada aos trabalhadores que obrigatoriamente serão afastados e ficarão isolados durante a crise. As camadas sociais mais vulneráveis serão atingidas. Que bom se começarmos a pensar e introduzir ações para minimizar o sofrimento dos que tem menos. Essa cultura humanitária poderia persistir após a crise.

Hoje tomei conhecimento que jovens no Brasil e no exterior se dispõem de forma espontânea a auxiliar as pessoas com mais idade a fazerem compras em um supermercado ou farmácia. Que beleza. Isso demonstra quanta bondade e solidariedade existem escondidas nos seres humanos.

Assisti a um vídeo, gravado na Itália, onde as pessoas nas janelas ou nas varandas cantam juntos. Essas pessoas, provavelmente, devido à correria desenfreada na cultura ocidental, mal se cumprimentavam. O isolamento social construindo pontes sociais. Que maravilha.

Sem ter a mínima vocação de ser profético, existe uma real possibilidade de termos uma inflexão positiva nas relações humanas provocadas pela Covid-19. Apesar da dor e sofrimentos de muitos, aprenderemos muito com a pandemia que atravessamos. Quando essa tempestade terminar, teremos a perspectiva de um mundo melhor e mais justo. Oxalá.

 


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Conhecer para Entender: projeto de vídeos é uma nova iniciativa da ABC e SBPC

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) lançam o projeto “Conhecer para Entender”, coordenado pela Acadêmica Débora Foguel.

O Comitê de Avaliação é composto pela vice-presidente da ABC Helena B. Nader, os vice-presidentes Regionais da ABC João Batista Calixto (Região Sul) e Mauro Teixeira (Região MG&CO)  e a diretora da SBPC Lucile Winter.

A equipe de produção dos vídeos é liderada pela professora associada do Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM) da UFRJ Lucia Bianconi e conta com a colaboração da graduanda em medicina pela UFRJ Amanda Kelen Soares Melo. Os vídeos são baseados em análises de artigos recentes sobre coronavírus, publicados em revista destacadas, feitas por jovens pesquisadores de excelência de todo o Brasil.

Assista o primeiro vídeo da série, da Acadêmica Débora Foguel, no qual ela analisa artigo publicado em destacado periódico internacional, que trata das lições importantes que podem ser aprendidas e aplicadas no restante do mundo, a partir dos 72.314 casos de covid-19 na China.

Assiste e compartilhe!


Assista todos os vídeos da série “Conhecer para Entender” aqui!


 

Reunião Magna da ABC 2020 adiada

Em virtude da pandemia de COVID-19, a Academia Brasileira de Ciências adiou a Reunião Magna 2020, seu mais importante evento científico anual, que aconteceria entre os dia 12 e 14 de maio, para os dias 6, 7 e 8 de outubro de 2020. A cerimônia de posse dos novos membros será no dia 7 de outubro.

Saiba mas sobre o evento aqui.

 


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‘Coronavírus é imprevisível, mas pode ser vencido’, diz virologista

Leia matéria de Ana Lucia Azevedo para O Globo, publicada em 17/3:

RIO — O virologista Amílcar Tanuri, [membro titular da ABC] e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é reconhecido internacionalmente por seus trabalhos sobre a genética de vírus.

Combateu a epidemia de HIV, esteve na África em 2014 no auge da pior epidemia de ebola. Foi pioneiro no estudo do zika vírus. Investigou H1N1, dengue e chicungunha. Mas o coronavírus Sars-Cov-2 o surpreendeu. “Ele é absolutamente imprevisível, mas pode ser vencido”, afirma.

Leia a matéria na íntegra.

 


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Comunicado da Academia Nacional de Medicina

Leia nota divulgada em 18/3 pelo presidente da ANM e membro titular da ABC, Rubens Belfort:

“A hora é de extrema gravidade e a Academia Nacional de Medicina vem elogiar e reafirmar o total apoio ao trabalho da equipe do Ministério da Saúde, reiterando a importância da condução do esforço nacional pelo Ministro, a maior autoridade sanitária do país. Reconhecendo a eficiência dos gestores na luta contra o COVID19, vem, no entanto, manifestar preocupações, apoiar e sugerir ações a serem energicamente implantadas.

São elas:

1. Intensificar, com ações imediatas (e de máxima eficiência), medidas de distanciamento social, incluindo praias, museus, bibliotecas, parques etc., para diminuir a proximidade entre as pessoas e conseguir menor mobilidade. A persistência de praias lotadas, bares com multidões, manifestações e aglomerações, bem como parte da imprensa seguir, com irresponsabilidade, glorificando festas e reuniões sociais são inadmissíveis.

2. Exigir maior coerência de ações e depoimentos de autoridades com as normas e orientações sanitárias, como não comparecer a atos, reuniões e manifestações públicas.

3. Não apenas diminuir, mas reorganizar o transporte público, por ser transporte de massa com grande e imediata dispersão de seus passageiros. Recomendar a ventilação de ambientes como a abertura das janelas em casas e nos transportes públicos e individuais e evitando elevadores e ambientes fechados.

4. Reforçar a importância de tentativa de rastreamento de contatos e testagem em larga escala com importação de testes diagnósticos e rápida regulamentação, registro e liberação.

5. Vigilância sobre os comunicantes infectados, seja colocando-os em hospitais, seja regulando e acompanhando a observação de regras de auto isolamento e de limitação de deslocamento espacial, usando tecnologia com base em telefones celulares.

6. Considerar a diminuição e mobilidade interna no país, tratando de poupar regiões ainda não tão acometidas. Proibir atracações de barcos de turismo internacional e nacional, diminuir o trânsito interestadual e preservar regiões, estados e cidades, ainda sem transmissão local, além de regular a entrada de estrangeiros, exceto em missões oficiais de saúde.

7. Promover a total integração dos sistemas público e privado com reorganização imediata do atendimento médico, colocando o sistema privado de maneira integrada ao sistema público (MS, estados e municípios), com sistema de redes, cancelando cirurgias eletivas e ambulatórios de doenças de tratamento não urgentes. Compra emergencial de equipamentos.

8. Fortalecer em caráter emergencial, a atenção básica (saúde da família, centros de saúde, policlínicas, Upas, etc), porta de entrada do sistema, com criação de centros pre-hospitalares para atendimento presencial e orientação.

9. Responder à necessidade de atenção especial, que inclua medidas econômicas, sociais e de saúde para as populações mais vulneráveis, comunidades indígenas, moradores de favelas e comunidades das periferias dos grandes centros urbanos.

10. Realizar intensamente o imediato preparo de médicos de todas as especialidades, estudantes e equipes de saúde e apoio para atividades onde serão provavelmente transferidos para atuar.

11. Organizar rapidamente sistemas de comunicação telefônica e eletrônica com a população para orientação adequada evitando corrida desnecessária aos hospitais.

12. Flexibilizar rapidamente o atendimento e orientação diagnóstica e terapêutica por telemedicina, inclusive com aceitação por farmácias de receitas enviadas por meios eletrônicos.

13. Reforçar campanhas de divulgação e publicidade dirigidas a setores economicamente mais vulneráveis e jovens.

14. Estabelecer mecanismo rápido e sem burocracia para autorização de pesquisas clínicas com drogas potencialmente de ação benéfica, após aprovação rápida pelos comitês de ética e pesquisa (CEP), capacitados a avaliar os riscos e características técnicas.

 


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