O Governo Federal acaba de lançar oficialmente o Movimento Nacional pela Vacinação, com o objetivo de reconstruir uma cultura de vacinação no país. Em cerimônia no Distrito Federal, o presidente da República foi vacinado com a dose de reforço bivalente contra a Covid-19 por seu vice, que é médico, numa clara mensagem de mudança da postura oficial do país em relação às vacinas. O evento também contou com a presença da ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, membra titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
A vacina bivalente protege contra as variantes originais do vírus Sars-Cov-2 e contra a variante ômicron, e serão voltadas, neste primeiro momento, aos idosos acima dos 70 anos, pessoas imunocomprometidas, indígenas, ribeirinhos e quilombolas. Na segunda fase, prevista para começar em março, será a vez de idosos entre 60 e 69 anos, pessoas com deficiência, trabalhadores da saúde, gestantes e puerpéras e a população em regime de detenção.
Apesar das prioridades, o governo reforçou que qualquer pessoa com o esquema de vacinação incompleto deve procurar um posto de saúde, pois estão disponíveis vacinas para todas as faixas etárias a partir dos 6 meses. Também foi reforçada a autonomia dos estados e municípios para que administrem a campanha de acordo com o cenário local, e o pedido por bom-senso para que se evitem desperdícios, uma vez que cada frasco de vacina contém várias doses que devem ser usadas assim que abertas.
“Temos que lembrar que todas as vacinas para Covid são seguras e protegem, inclusive contra novas variantes”, disse o diretor do Departamento de Imunizações e Doenças Imunopreviníveis do Ministério, Eder Gatti, “Não podemos perder nenhuma oportunidade de vacinar”, reforçou.
Retomada da cultura vacinal
Até bem pouco tempo atrás, o Brasil era um modelo bem-sucedido em imunização, com uma taxa de cobertura vacinal infantil de 93%. De acordo com dados da Unicef, esse número é agora de apenas 74%, uma queda brusca após um período de negacionismo científico oficial contra imunizantes. Doenças antes consideradas erradicadas, como poliomielite e sarampo, voltaram ao radar do nosso sistema de saúde.
Com o intuito de reverter esse cenário, o Movimento Nacional pela Vacinação prevê etapas futuras focadas na atualização de toda a caderneta de vacinação, além de campanhas de conscientização e promoção dos imunizantes como a melhor forma de prevenir epidemias e mortes evitáveis. Vacine-se!