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Reunião Magna da ABC 2020 adiada

Em virtude da pandemia de COVID-19, a Academia Brasileira de Ciências adiou a Reunião Magna 2020, seu mais importante evento científico anual, que aconteceria entre os dia 12 e 14 de maio, para os dias 6, 7 e 8 de outubro de 2020. A cerimônia de posse dos novos membros será no dia 7 de outubro.

Saiba mas sobre o evento aqui.

 


ABC na pandemia do coronavírus: conhecer para entender!
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‘Coronavírus é imprevisível, mas pode ser vencido’, diz virologista

Leia matéria de Ana Lucia Azevedo para O Globo, publicada em 17/3:

RIO — O virologista Amílcar Tanuri, [membro titular da ABC] e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é reconhecido internacionalmente por seus trabalhos sobre a genética de vírus.

Combateu a epidemia de HIV, esteve na África em 2014 no auge da pior epidemia de ebola. Foi pioneiro no estudo do zika vírus. Investigou H1N1, dengue e chicungunha. Mas o coronavírus Sars-Cov-2 o surpreendeu. “Ele é absolutamente imprevisível, mas pode ser vencido”, afirma.

Leia a matéria na íntegra.

 


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Democratização da informação, ato de cidadania

Os jornais brasileiros O Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo liberaram o acesso às reportagens com conteudo relevante sobre coronavírus.

A iniciativa, já tomada por outros veículos de mídia internacionais, como o argentino El Clarín, o americano New York Times e o português Publico, visa tornar o acesso livre a não assinantes no que diz respeito à pandemia, dado que muitas notícias falsas vêm circulando nas mídias sociais e confiar no jornalismo profissional é a melhor maneira de combatê-las.

Informe-se corretamente e só replique e divulgue informação de qualidade.

O jornalismo profissional, o Sistema Único de Saúde (SUS), a ciência brasileira e as universidades públicas são as aliadas da população no enfrentamento da pandemia de coronavírus.

ABC, ANM e instituições médicas se reúnem para combater coronavírus

Acadêmicos, profissionais de saúde e gestores políticos se reuniram na sede da Academia Nacional de Medicina (ANM), nesta quinta-feira (12), para apresentarem planos de contingência contra o aumento de casos de Covid-19, doença respiratória causada pelo coronavírus, no Brasil. O fórum “Medidas para Contenção do Coronavírus” contou com a participação do presidente da ABC, Luiz Davidovich, do presidente da ANM, e Acadêmico, Rubens Belfort, do secretário de estado de saúde, Edmar Santos, e de membros de Academias e de instituições médicas.

Uma das preocupações demonstradas pelos profissionais de saúde, durante o fórum, é com a possível sobrecarga do sistema público de saúde por novos casos de pessoas infectadas pelo coronavírus. Para o Acadêmico da ABC, Mauro Teixeira, especialista em imunofarmacologia e medicina tropical, que também esteve presente no evento, ainda não há motivo para pânico, mas é necessário que os hospitais públicos estejam funcionando e sejam bem equipados com suporte respiratório. “Temos um novo desafio, uma nova doença infecciosa. O conhecimento que está sendo gerado em relação à doença (Covid-19) e os diagnósticos são rápidos. É possível que uma vacina seja desenvolvida, no futuro, para evitar que uma nova epidemia possa voltar a rodar o mundo”, afirmou o imunofarmacologista.

Segundo o secretário de saúde do Estado do Rio, Edmar Santos, o pico de disseminação do coronavírus deve ocorrer em até um mês. Presente no evento da ANM, ele declarou que a secretaria conta com um plano estratégico articulado, desde janeiro, para a cidade e também conta com o apoio de diversos hospitais públicos e privados para o enfrentamento da epidemia no estado. “Parece que uma das coisas que freia a dispersão do vírus é a diminuição do deslocamento das pessoas. É uma atitude de cidadania que todos ajudem a prevenir o aumento do número de casos em nosso estado”, declarou o secretário após anunciar a contratação de 125 leitos de UTI da rede privada.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, convidado para o evento, enviou um vídeo à ANM com esclarecimentos sobre a pandemia que afeta o país. Para ele, ainda não é necessário que aeroportos sejam fechados e o governo está em monitoramento constante de novos casos. “O vírus apresenta baixa letalidade, mas pode atacar o sistema público de saúde. Então, nós vamos precisar de todos, daremos conforto e estaremos solidários a quem precisar”, disse.

O evento aconteceu após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado, na quarta-feira (11), o surto de coronavírus como uma pandemia, termo atribuído a uma epidemia de grandes proporções espalhada por diferentes continentes e com transmissão local. Até o momento, foram confirmadas 5.088 mortes causadas pela infecção de coronavírus no mundo, além de 137.445 casos de pessoas infectadas. No Brasil, 151 pessoas foram diagnosticadas com a doença.

 


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Medidas contra coronavírus são duras, mas necessárias, frisam especialistas

Leia matéria de Ana Lúcia Azevedo para O Globo, publicada em 14/3:

RIO — Com medidas amargas, Rio de Janeiro e São Paulo tentam reduzir o fôlego da Covid-19 e ganhar tempo para a preparação do atendimento de casos graves. São duras, mas necessárias, concordam especialistas. É uma tentativa, mas é o que é possível, resume o especialista em saúde pública e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Roberto Medronho, que participou ontem da reunião onde foram decididas as medidas de contenção do estado do Rio.

— Vemos a ponta do iceberg. Sabemos que chegamos no ponto em que há muitos casos não detectados, espalhando o vírus. Seria muito arriscado esperar mais para tomar essas medidas. Tenho sido um crítico de políticas públicas de saúde no Brasil, mas apoio totalmente a decisão, assim como boa parte da comunidade científica. Há uma rara unanimidade e união no apoio das medidas dos governos estaduais e do Ministério da Saúde. Vai dar certo? Não sabemos. Ninguém tem como saber. Mas é o que podemos fazer. Não agir seria muito mais arriscado — salienta Medronho.

Estudos na China mostraram que quando havia 100 casos confirmados em Wuhan, o número real era de 1.500 infectados. Quando se chegou a 400, havia 2.500.

Transmissão explosiva

É uma transmissão explosiva. E foi o potencial explosivo do vírus que fez os governos fluminense e paulista anteciparem medidas previstas para quando se atingisse um número maior de casos. Experiente no combate de epidemias, o virologista da UFRJ Amílcar Tanuri também apoia as medidas.

Velocidade é crucial para conter um vírus que se propaga em ritmo exponencial e isso já era consenso entre alguns dos médicos e cientistas mais renomados do país, reunidos na quinta-feira, no fórum “Medidas de Contenção do Coronavírus”, organizado pela Academia Nacional de Medicina (ANM) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), com representantes da Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil, Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Infectologia dentre outras sociedades médicas e do secretário de estado de Saúde, Edmar Santos.

Na Europa o número de casos se multiplica por dez a cada semana. No Brasil dobra a cada dois dias. Cada pessoa infectada transmite o vírus para três outras. Isso dá ao vírus um índice de infectividade, chamado número RO, de 3. Com as medidas, explica Medronho, o objetivo é que o número caia para 1,5:

— Agimos antes da curva da epidemia se inclinar e esperamos que ela abaixe com a redução do contato pessoal e o número caia para 1,5. Se conseguirmos, ela pode perder fôlego. Mas pode voltar e explodir adiante. Quando? Ninguém sabe. Não tem precedente na História. São medidas corajosas e necessárias, o custo de esperar pode ser mais alto.

Ganhar tempo para atender os pacientes graves é uma das metas. No Rio, admitiu Edmar Santos, todos os leitos estão ocupados por pacientes com outras doenças. Ele afirmou que a meta é ter 100 novos leitos até o fim do mês e depois dobrar o número. Acrescentou que vai requisitar leitos ao setor privado, se necessário. O problema maior é que leitos de UTI não são simples de montar, os equipamentos e insumos estão em falta no mundo.

Embora o percentual de casos graves pareça relativamente pequeno, é muito grande em termos absolutos e devastador para os sistemas de saúde, destacou Mauro Teixeira, vice-presidente da ABC, um cientista que investiga o uso de drogas já existentes contra o novo coronavírus, mas não está otimista em relação ao desenvolvimento de remédios específicos ou de vacinas.

Brasil vai ter que aprender a lidar com coronavírus

Notícias sobre o coronavírus estão pipocando em todas as mídias. O que é falso ou verdadeiro deve ser investigado com cuidado, pois nem o alarmismo nem a negação são boas opções para lidar com o problema. Assim, fontes qualificadas e confiáveis fazem toda a diferença quando a questão é ciência.

A ABC entrevistou o Acadêmico Amilcar Tanuri, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde chefia o Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia. Tanuri é médico, com mestrado em biofísica e doutorado em genética. Atualmente é consultor da Organização Mundial da Saúde, coordenador da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), pesquisador associado da Universidade de Columbia, no EUA, e consultor do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde/RJ.

Em sua avaliação, a disseminação do vírus no Brasil vai depender da situação climática. Até hoje foram confirmados nove casos no Brasil sendo seis na cidade de São Paulo. A chegada do inverno no hemisfério sul aumenta as chances de transmissão das doenças respiratórias.

Tanuri apontou diz que o país precisa estar preparado tanto para a parte diagnóstica, quanto para a parte de tratamento.

Para o diagnóstico correto da doença, o equipamento mais utilizado é o termociclador ou máquina de PCR (sigla que em inglês quer dizer Reação em Cadeia de Polimerase), equipamento que automatiza o processo de amplificação de uma sequência específica de DNA a partir de uma pequena amostra. O Brasil é bem equipado em termos de máquinas de PCR e, portanto, tem condição de diagnosticar os casos agudos.

Tanuri destaca que os kits diagnósticos que a Fiocruz está produzindo, por encomenda do Ministério da Saúde, desenvolvido no Institutos de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/RJ) e de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) serão distribuídos para todos os Lacens [Laboratórios Centrais de Saúde Pública], o que vai ampliar a capacidade diagnóstica no país. “Mas temos que começar a fazer diagnósticos clínicos, ou seja, nos consultórios, a partir dos sintomas, para caso haja uma epidemia muito grande”, alertou.

Ele diz que o Brasil vai ter que aprender a lidar com a doença. Seu nível de virulência, até agora, dá chance de manobrar casos positivos, com quarentena domiciliar. “Não tem como internar todas as pessoas com PCR positivo, só quem tiver sintomas graves que precisem ser corrigidos com ventilação, intubação, etc.” Sua maior preocupação é com a infraestrutura para internar pessoas com comportamento grave da doença, caso o vírus se espalhe entre a população idosa, por exemplo.

Tanuri relata que o Hospital Universitário da UFRJ está se organizando para receber casos graves. Foi criado um grupo técnico do coronavírus, que conta com clínicos, epidemiologistas e virologistas.

O grupo vai trabalhar em várias vertentes. Tanuri explica que o sequenciamento do vírus é fundamental, para que sejam vistas suas características e sua dispersão. “Os estudos de variabilidade genética desse vírus são importantes, para conhecer um pouco mais a origem daqueles que entrarem no Brasil. Isso faz diferença nas medidas de controle”, esclareceu. O desenvolvimento de testes sorológicos e antigênicos, que são mais rápidos do que o PCR, é também muito importante para auxiliar os médicos no diagnóstico. “E temos que estudar a imunologia do hospedeiro, para entender porque alguns pacientes têm a doença agravada e outros não”, completou.

O Acadêmico avalia que a chance do coronavírus evoluir é muito alta, pois é um vírus RNA, mais propenso a sofrer mutações genéticas. “Então isso pode acontecer e tem que ser monitorado”, apontou. “A comunidade científica vai ter um papel nesse sentido, de conseguir dar essas respostas”, concluiu.

Trabalho em rede acelera resultados sobre coronavírus

Leia matéria de Gonçalo Junior e Giovana Girardi para o Estadão Conteúdo, publicado pela UOL em 2/3:São Paulo

O sequenciamento do genoma do coronavírus por pesquisadores brasileiros em apenas dois dias exemplifica o potencial das parcerias. O trabalho de desvendar cepas (subtipos) desse vírus tem sido feito por vários países e levado, em média, 15 dias. A rapidez das equipes do Instituto Adolfo Lutz, da Faculdade de Medicina da USP e da Universidade de Oxford (Reino Unido) foi possível porque há um ano já existe um projeto, o Cadde, criado para desenvolver novas técnicas rápidas e baratas para monitorar epidemias em tempo real. O Cadde foi um desdobramento da Rede Zika, criada com o surto de zika vírus, e originalmente concentrada em arboviroses, como dengue e zika.

Agora, especialistas brasileiros e representantes dos dois ministérios compartilharão dados na Rede Vírus MCTIC, criada oficialmente na semana passada, que mira o coronavírus, a influenza (gripe comum) e outras viroses emergentes e visa integrar pesquisas e definir prioridades. Participarão da rede a Academia Brasileira de Ciências, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Brasileira de Virologia e universidades federais. Esta semana, será feita uma teleconferência com cientistas de EUA, Canadá, Índia, Austrália e Reino Unido.

Jerson Lima Silva

“A vantagem de trabalhar em rede é que diferentes laboratórios podem dividir as tarefas”, afirma Jerson Lima Silva, presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio (Faperj) e membro titular da ABC.

Lima lembra que o Brasil não tem laboratório nível 4 de biossegurança para pesquisa com vírus que requerem essa classificação. Para o novo coronavírus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pede estrutura nível 3 para experimentos com animais, o que é preciso para pesquisar vacinas. Na Fiocruz e na Universidade Federal do Rio (UFRJ), por exemplo, há laboratórios desse nível.

O Ministério da Ciência disse que a demanda de verba para a Rede Vírus ainda será avaliada segundo as prioridades.

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