Na Europa o número de casos se multiplica por dez a cada semana. No Brasil dobra a cada dois dias. Cada pessoa infectada transmite o vírus para três outras. Isso dá ao vírus um índice de infectividade, chamado número RO, de 3. Com as medidas, explica Medronho, o objetivo é que o número caia para 1,5:
— Agimos antes da curva da epidemia se inclinar e esperamos que ela abaixe com a redução do contato pessoal e o número caia para 1,5. Se conseguirmos, ela pode perder fôlego. Mas pode voltar e explodir adiante. Quando? Ninguém sabe. Não tem precedente na História. São medidas corajosas e necessárias, o custo de esperar pode ser mais alto.
Ganhar tempo para atender os pacientes graves é uma das metas. No Rio, admitiu Edmar Santos, todos os leitos estão ocupados por pacientes com outras doenças. Ele afirmou que a meta é ter 100 novos leitos até o fim do mês e depois dobrar o número. Acrescentou que vai requisitar leitos ao setor privado, se necessário. O problema maior é que leitos de UTI não são simples de montar, os equipamentos e insumos estão em falta no mundo.
Embora o percentual de casos graves pareça relativamente pequeno, é muito grande em termos absolutos e devastador para os sistemas de saúde, destacou Mauro Teixeira, vice-presidente da ABC, um cientista que investiga o uso de drogas já existentes contra o novo coronavírus, mas não está otimista em relação ao desenvolvimento de remédios específicos ou de vacinas.