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Jacques Marie Edme Vielliard

Nascido em Paris no fim da Segunda Guerra Mundial, Jacques Marie Edme Vielliard formou-se no Lycée Louis-le-Grand e na Sorbonne, defendendo seu Doutorado em Ecologia na “École Normale Supérieure” – ENS. Desde sua infância, Jacques Vielliard decidiu estudar as aves, como uma maneira de compreender a Natureza e, se for possível, de contribuir para o conhecimento universal. Tinha apenas 18 anos quando foi mandado para sua primeira missão internacional: um inventário do Coto Doñana; seu relatório de mais de 400 páginas serviu para criar o primeiro Parque Nacional da Espanha. Depois, Jacques Vielliard foi encarregado da região da Ásia Ocidental para o International Wildfowl Research Bureau e viajou extensivamente da Romênia aos Himalayas no período 1967-1971. Seu interesse era centrado na ecologia das aves aquáticas migratórias e, nesta oportunidade, ele coletou os dados do seu Doutorado sobre a ecologia do maçarico Calidris alpina, que nidifica na tundra, atravessa desertos e serras, para passar o inverno nas costas marítimas: uma boa diversidade de ambientes! Esses resultados alteraram o conceito de nicho ecológico. Todavia, mudanças políticas o impediram de trabalhar nesta região novamente, quando a agência de pesquisa da França, ORSTOM, convidou Vielliard para realizar o levantamento ornitológico do lago Tchad, até então praticamente inacessível. Seu estudo ecológico e biogeográfico desta avifauna mostrou que não existe uma região “África Central”, mas sim uma zona de contato bem definida entre as avifaunas da África Ocidental e da África Oriental. De volta à Rue dUlm, Vielliard implantou a disciplina “Ecologia das Aves” no Curso de Pós-Graduação em Ecologia da ENS, além de continuar como colaborador do Muséum National dHistoire Naturelle e editor da Revista Internacional de Ornitologia Alauda. Foi quando o Dr. Aristides A. Pacheco Leão, Presidente da Academia Brasileira de Ciências foi à Europa procurando gente disposta em ajudar a estabelecer pesquisas ecológicas de campo no Brasil. Ele, que tinha um conhecimento pessoal sobre aves e um interesse especial na bioacústica, encontrou-se com Henri Heim de Balsac na “Académie des Sciences” da França, Jacques Berlioz no Museu de Paris, François Bourlière e Maxime Lamotte na ENS, todos mentores de Vielliard. Apesar de seus outros compromissos na África do Norte e Ocidental, que resultaram na edição do primeiro guia sonoro das aves desta região e na descoberta na Algéria de Sitta ledanti Vielliard 1976, única espécie nova de aves descrita do Paleártico Ocidental neste século, Vielliard foi facilmente convencido por Pacheco Leão a visitar o Brasil. Foi em agosto de 1973 que Vielliard chegou e rapidamente organizou, com a colaboração dos ornitólogos Helmut Sick e Augusto Ruschi e do botânico Dárdano de Andrade-Lima, uma expedição que começou pela região Nordeste. Jacques Vielliard estabeleceu então as bases para novas pesquisas sobre a avifauna brasileira, desenvolvendo metodologias inovadoras para gravar e analisar as vozes das aves e quantificar suas comunidades. Depois de quatro expedições para a Academia Brasileira de Ciências, Vielliard aceitou em 1978 o convite de Zeferino Vaz, Sérgio Porto e Fernando de Ávila-Pires para criar na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, um Laboratório de Bioacústica. Hoje, este laboratório é um centro de pesquisa de ponta e um dos maiores arquivos de sons animais. Este trabalho levou à descoberta do Caburé-da-Amazônia Glaucidium hardyi Vielliard 1989 e do Graveteiro-do-Cipó Asthenes luizae Vielliard 1990.

Jean Robert Émile Delhaye

Né à Lourches (département du Nord, France), le 25 février 1921. Astronome à lObservatoire de Paris (1943-1957); Professeur à la Faculté des Sciences et Directeur de lObservatoire de Besançon (1957-1964); Directeur-adjoint, puis Directeur de lObservatoire de Paris (1964-1971); Directeur de lInstitut National dAstronomie et de Géophysique (1971-1979); Astronome Titulaire de lObservatoire de Paris, responsable des enseignements de troisième cycle (formation doctorale).
Loeuvre scientifique de Jean Delhaye a été consacrée, dune part aux observations astrométriques et à leur exploitation, dautre part à létude des proprietés locales de la galaxie; propriétés cinématiques des étoiles voisines du soleil et corrélations de ces propriétés avec des propriétés physiques permettant une hypothèse concernant la région de formation de ces étoiles et une estimation de leur âge, en relation avec létude de la structure et de lévolution de la galaxie.
Les responsabilités qui lui furent confiées, à lObservatoire de Paris dabord, à lInstitut National dAstronomie et de Géophysique ensuite amenèrent Jean Delhaye à participer à la mise en place de plusieurs collaborations internationales importantes: European Southern Observatory (ESO); télescope Canada-France-Hawaï (CFHT) installé au sommet du Mauna Kea (Hawaï); sondeur ionosphérique européen à diffusion incohérente installé au voisinage du cercle polaire (EISCAT); construction dobservatoires de radioastronomie millimétrique sur le Plateau de Bures (Alpes françaises) et sur la Sierra Nevada espagnole, et dun Institut Scientifique Commun (IRAM), sis à Grenoble; satellite astrométrique européen HIPPARCOS.
Il a enfin participé au renouveau des recherches astronomiques au Brésil, sur linvitation du Prof. Abrahão de Moraes. Commencée em 1961, cette coopération sest particulièrement développée à partir de 1963 par des échanges denseignants et de chercheurs ainsi que par la définition de programmes de recherche communs, et elle reste bien vivante.

Jean Kossanyi

Depois de seus estudos na Universidade de Paris, Jean Kossanyi entra no Centro Nacional de Pesquisas Científicas e da início a seus primeiros trabalhos de pesquisa em 1957, sob a direçao do Professor J. Wiemann na Escola Normal Superior de Paris. O seu doutorado foi interrompido em 1959 durante 28 meses nos quais ele serviu no exército francês como subtenente. Voltando do exército, ele encerra os seus trabalhos em 1964 e passa a sua tese de doutorado na Faculdade de Ciências de Paris sobre o seguinte assunto: Redução das cetonas vinilicas. Acesso as e-dicetonas e as diaminas correspondentes. Ele fica então durante um ano na Universidade de Stanford (Estados Unidos) no laboratório do Professor C. Djerassi, no intuito de familiarizar-se com a espectrometria de massa e a química dos produtos naturais. De volta dos Estados Unidos, ele trabalha no Centro Nacional de Pesquisas Cientificas como encarregado de pesquisas e direciona os seus trabalhos no tema dos compostos terpênicos e da espectrometria de massa. Em 1969, ele volta aos Estados Unidos para familiarizar-se com a fotoquímica, um assunto que tomava uma amplidão considerável nesta época. Com esta finalidade, ele entra no laboratório do Professor G. Hammond, considerado como o maestro desta disciplina, no California Institute of Technology em Pasadena (Estados Unidos). Esta estadia nos Estados Unidos foi uma revelação para ele e o motivou a orientar o seus trabalhos nesta nova direção.
Em 1970, ele é nomeado professor na Universidade de Rouen e ensina também a fotoquimica aos estudantes pós graduados das Universidades de Orsay e de Paris, onde ele mantém as suas atividades de pesquisa. Em 1972, ele passa a ser diretor de pesquisas no Centro Nacional de Pesquisas Científicas e a dirigir ativamente uma dezena de pesquisadores e de estudantes. Neste primeiro momento, os seus trabalhos são direcionados na síntese multi-etapa dos compostos naturais – feromônios, síntese em que pelo menos uma etapa é fotoquímica. As suas pesquisas se orientam depois ao mecanismo primário das reações fotoquímicas, apoiando-se na espectroscopia a laser e baseando-se em estudos cinéticos.
Em 1980, Jean Kossanyi é nomeado diretor de um laboratório de fotoquímica solar pelo Centro Nacional de Pesquisas Cientificas. Ao mesmo tempo que ele mantém as suas atividades em fotofisica, seus trabalhos se direcionam também para fotoeletroquimica aplicada aos semicondutores II-VI de largo cabo, e em particular a sensibilização dos mesmos por corantes e metais de transição. Durante o estudo do mecanismo desta sensibilização, ele caracteriza a fotoluminescência e a eletroluminescência destes materiais excitados. Alargando a excitaçao às terras raras, ele evidencia a emissão seletiva destas mesmas em certas condições de polarisação elétrica. Ele estuda então o mecanismo desta emissão e evidencia a importância das juntas de graõs (“grain boundaries”) nos processos emissivos e no comportamento do óxido de zinco como varistância (“varistor”).
Durante a sua carreira cientifica, ele dirigiu 30 dissertações de mestrado e 18 teses de doutorado, publicou cerca de 150 artigos em revistas de alto nível internacional, organizou 4 congressos científicos de fotoquímica ou fotofísica, deu mais de 150 conferências na indústria, nas Universidades e nos centros de pesquisas. Enfim, ele participou do ensino da USP entre 1984 e 1987, dando um curso de fotoquímica orgânica.

Jeannine M. Yon-Kahn

Jeannine Yon-Kahn , nascida Jeannine Yon, 10/2/1927 em Paris é uma bioquímica francesa, diretora de pesquisa emérita do CNRS. Especialista em relações estrutura – função de proteínas e seus mecanismos de dobramento, atuou como professora na Universidade de Paris-Sud (Orsay), onde criou e dirigiu o laboratório Físico-Químico e Enzimologia Molecular. Morreu em 20/7/2020 em Paris.

Louis René Martin

Nascido em Cap-Ferret no sudoeste da França, concluiu os estudos secundárias no Lycee Michel Montaigne de Bordeaux, em 1957. Tendo ingressado a seguir a Faculdade de Ciências da Univerdsidade de Bordeaux, concluiu a Licence ès Sciences em 1960 na Faculdade de Ciências da Universidade de Paris onde defendeu em 1963 uma tese de sedimentologia (3ème Cycle). Depois de prestar o Serviço militar, ingressou como geólogo no corpo de pesquisadores da ORSTOM (Institut Français de Recherche pour le Développement en Coopération), em 1965. De 1965 a 1967 especializou-se em Geologia e Geofísica marinha no Laboratório de Geodinâmica da Faculdade de Ciências da Universidade de Paris. De 1967 a 1973 estudou a morfologia, a sedimentologia e a evolução durante o Quaternário da plataforma continental da Costa do Marfim na África, defendendo em 1973 uma tese de Doctorat ès Sciences. Chegou no Brasil em novembro de 1973, no âmbito de um convênio entre a ORSTOM e a Universidade de São Paulo. A finalidade era de estudar, em parceria com pesquisadores brasileiros, a evolução da margem continental brasileira durante o Quaternário, particularmente as planícies costeiras. Até essa época, não existiam no Brasil estudos sistemáticos sobre a evolução dessas planícies. Uma equipe franco-brasileira, constituída por L. Martin (ORSTOM), pelos professores K. Suguio (Instituto de Geociências da USP), J-M. Flexor (Instituto de Física da UFBA), A.C.S.P. Bittencourt, G. da S. Vilas Boas e J. M. Landim Dominguez (Instituto de Geociências da UFBA), foi progressivamente formada. Em uma primeira fase (1973-1976), foi estudada a evolução da planície costeira do estado de São Paulo durante o Quaternário. Em uma segunda fase (1976-1981), com a sua ida para o Instituto de Física da UFBA foram estudadas as planícies costeiras dos estados da Bahia, Sergipe e Alagoas. Finalmente, em uma terceira fase (1981-1990), com a sua ida para o Observatório Nacional no Rio de Janeiro, foram estudadas as planícies costeiras dos estados do Rio de Janeiro, Espirito Santo, Paraná e Santa Catarina. O conhecimento dos mecanismos que controlaram a formação dessas planícies, além da contribuição puramente científica, constitui o fundamento de qualquer projeto de gerenciamento coerente da zona costeira. Os mapas do Quaternário costeiro desses estados foram publicados por diversos órgãos federais e estaduais. A partir de numerosas datações pelo radiocarbono, foi possível construir varias curvas de variações do nível relativo do mar em varios trechos do litoral brasileiro para os últimos milênios. Essas curvas (as primeiras construídas no Brasil e em toda a América do Sul) mostraram que, ao contrario do que aconteceu nos Estados Unidos e na Europa, o nível relativo do mar foi superior ao atual de 4 a 5 metros em torno de 5600 anos AP. Nessas condições, percebeu-se claramente que os modelos clássicos de evolução da zona costeira elaborados nos Estados Unidos ou na Europa não podiam ser utilizados no Brasil. Pouco a pouco, foi sendo elaborado um modelo coerente de evolução da zona costeira brasileira durante o Quaternário. A partir de 1984, paralelamente aos estudos efetuados na zona costeira, foi desenvolvido, em colaboração com outras universidades brasileiras, um novo programa de estudo da evolução dos ambientes continentais nos últimos milênios com a finalidade de entender a evolução passada do clima. A partir do estudo de vários sítios lacustres da Amazônia e do Brasil central, foi possível reconstruir a evolução da vegetação e do clima dessas regiões nos últimos milênios. Paralelamente, o conhecimento das variações do nível relativo do mar e da evolução da circulação atmosférica nos 5 000 últimos anos permitiu conhecer os mecanismos que controlaram as erosões passadas da linha de costa e, assim, melhor entender a origem das erosões hoje em dia registradas.
Depois de passar 6 anos na França (1990-1996) onde foi Responsavel por uma Unidade de Pesquisa da ORSTOM, voltou ao Brasil em 1996 para o Laboratório de Estudos Costeiros do Centro de Pesquisa em Geofísica e Geologia da Universidade Federal da Bahia em Salvador, onde se encontra até hoje.
Publicou até hoje 105 artigos cientificos em periódicos nacionais e estrangeiros com corpo edital, 70 trabalhos completos em anais de congressos, varios mapas geológicas e apresentou 190 comunicações em reuniões cientificas. Co-organizou no Brasil em 1978, 1986 e 1989 três simpósios internacionais e em 1999 o VII Congresso da Associação Brasileira de Estudos do Quaternário.

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