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Anthony Brome Rylands

Após se formar em Zoologia na Universidade de Londres em 1973, Anthony Brome Rylands iniciou sua carreira científica como pesquisador no Departamento de Ecologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/CNPq), Manaus, em 1976. Durante o período 1977-1979 realizou um estudo de campo sobre o sagüi, Callithrix intermedia, em Aripuanã, MT: uma pesquisa pioneira para a Amazônia brasileira; o primeiro na natureza sobre a ecologia e comportamento de sagüis desse gênero; e o primeiro estudo de primatas selvagens na Amazônia brasileira. Em 1980, realizou um estudo comparativo com o mico-leão-de-cara-dourada, Leontopithecus chrysomelas, e o sagüi (simpátrico), C. kuhlii, em Una, sul da Bahia. Os resultados desses estudos foram apresentados como tese de doutoramento para a Universidade de Cambridge, UK, em 1982. Além de apresentar dados ecológicos e comportamentais inéditos sobre esses dois gêneros, os resultados esclareceram importantes aspectos sobre a ecologia alimentar, uso de espaço, habitat, e a evolução do sistema de reprodução cooperativa e de acasalamento característico da família Callitrichidae; diferenças ecológicas que permitem a simpatria entre os gêneros Leontopithecus e Callithrix, e as razões pela raridade dos micos-leões da Mata Atlântica. Nos seguintes três anos, Rylands estudou o efeito da fragmentação da floresta na sobrevivência e densidades populacionais de seis espécies de primatas na área de estudo do Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (INPA/Smithsonian Institution); orientando nesse intervalo 10 estagiários. Em 1985-1986 chefiou o Departamento de Ecologia do INPA, e em março de 1986 assumiu o cargo de Professor Adjunto no Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Minas Gerais, ministrando aulas de mastozoologia em nível de graduação, e sobre comportamento e manejo em nível de pós-graduação, sendo um dos professores fundadores do curso de mestrado “Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre”. Atualmente ele é Professor Titular na UFMG, Cientista Internacional Afiliado ao Wisconsin Regional Primate Research Center da Universidade de Wisconsin, EUA, e membro do Programa do Brasil da ONG internacional, Conservation International. Em 1990 elaborou um documento sobre a situação dos parques e reservas na Amazônia brasileira, e desde então tem sido consultor para órgões nacionais e internacionais na área de biodiversidade e unidades de conservação. Ele tem sido um dos grandes responsáveis para o desenvolvimento de primatologia no Brasil desde os anos 70. Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia, e é membro do Grupo de Especialistas em Primates (PSG) da IUCN/SSC desde 1980. Em 1992 assumiu a vice-chefia para a região neotropical, e em 1996 a vice-chefia do PSG. Ele é editor de duas revistas (Neotropical Primates e Primate Conservation) e membro do corpo editorial de quatro revistas internacio-nais. Foi responsável pela elaboração da lista de espécies de primatas neotropicais ameaçadas de extinção publicado pela IUCN em 1996. Tem orientado 6 dissertações de bacharelado, 16 teses de mestrado e 5 de doutorado, na maioria sobre ecologia, comportamento, biogeografia e conservação de primatas neotropicais. Participou como membro de banca examinadora de 53 teses de mestrado e 8 de doutorado; e 21 bancas para concurso de professor em diversos universidades. Ele é autor de mais do que 105 artigos científicos e editor de 11 livros, e sua producão científica, incluindo resumos e divulgação, soma 176 publicações. Em 1999 mudou-se para Washington, DC, para assumir o cargo de Diretor de Biologia de Conservação, no recém-criado Centro de Ciência Aplicada a Biodiversidade, na Conservation International.

Thomas Leon Blundell

Thomas Leo Blundell ganhou bolsa para estudar Ciências Naturais na Universidade de Oxford em 1961. Fez o doutorado na mesma universidade em 1967. Professor do Hertford College e JRF Linacre College, em 1967. Foi professor de Ciências Biológicas na Universidade de Sussex, em 1973. Entre 1976-96 lecionou Cristalografia no Birbeck College em Londres. Foi CEO do Conselho de Pesquisa em Biotecnologia e Ciências Biológicas, entre 1991-1996. No mesmo ano, foi agraciado com o título Sir William Dunn Professor de Bioquímica pela Universidade de Cambridge. Chefe do departamento de bioquímica de Cambridge de 1996 a 2009. Tornou-se chefe da Escola de Ciências Biológicas entre 2003 e 2009. Diretor de pesquisa (dedicação exclusiva) e Professor Emérito de Bioquímica na mesma Universidade de 2009 a 2012. De 2012 a 2021 ocupa o cargo de Professor Emérito e Diretor de Pesquisa da Universidade de Cambridge.
Alguns pontos merecem destaque em sua carreira: Honours na FRS, em 1984; Membro da Organização Europeia de Biologia Molecular (EMBO) em 1985; Prêmio Alcon para Pesquisa de Visão em 1986; medalha de ouro no Instituto de Biotecnologia em 1987; medalha Krebs na Federação Europeia das Sociedades Bioquímicas; medalha Cibal na Sociedade Bioquímica; Prêmio Feldberg em Biologia e Medicina em 1988; membro da Academia Europeia em 1993; Associado da Academia Nacional de Ciências da Índia em 1995; medalha de ouro na Sociedade de Indústria Química em 1996; tornou-se cavalheiro em 1997; recebeu o prêmio Pfizer de Inovação em 1998; medalha Bernal na Sociedade Real em 1998 e membro fundador da Astex Therapeutics em 1999.

David John Randall

Bacharelado (1960) e PhD (1963), University of Southampton, Reino Unido. Docente da University of British Columbia (1963), professor nomeado (1973) e professor emérito (2003). Ele foi eleito membro da Royal Society of Canada em 1981. Ele foi professor catedrático e chefe de Biologia e Química na City University of Hong Kong, 2000-2006, e professor catedrático novamente, 2009-2012. Ele formou e dirigiu o Escritório de Desenvolvimento da Educação e Educação Geral (EDGE) na City University of Hong Kong. Ele foi membro da Guggenheim (1968) e da Killam (1981), convidado para dar palestra/ conferências plenárias em muitas ocasiões. Ele recebeu a medalha Fry da Canadian Society of Zoologists (1993), o prêmio de excelência da American Fisheries Society (1994) e o prêmio Murray Newman por excelência em pesquisa de pescas (2009). Professor visitante nas Universidades de Nairobi (1988), George Washington (1988/89)
e City University of Hong Kong (1997). Professor visitante distinto (1999-2000) e examinador externo, NUS Singapore; professor na Nanjing University, China (1993); professor adjunto na Chinese University of Hong Kong (2006), membro do corpo editorial de diversos periódicos.

James Alexander Ratter

James Alexander Ratter dedicou seu trabalho por 55 anos a pesquisar e defender a preservação do cerrado, a vasta região de savana tropical do Brasil. Ele é lembrado como um cientista dedicado, mentor altruísta e um homem de espírito generoso e sagacidade afiada. O botânico respeitado internacionalmente morreu aos 86 anos, em 2020.

Timothy John Williams

Timothy Williams nasceu, filho de Francis e Joyce Williams, em Gloucester, Inglaterra, em 31 de março de 1945. A partir de sua escola secundária, a Sir Rhomas Richs Grammar School , ele obteve uma vaga no University College London, para estudar Fisiologia, onde o Chefe do departamento era o Prêmio Nobel Andrew Huxley. Depois de receber seu diploma de B.Sc., Williams tornou-se um assistente de pesquisa no Instituto Kennedy de Reumatologia em Londres e fez o ph.D. tendo como orientador Heinz Schild, Professor de Farmacologia na University College London. Williams obteve seu ph.D. em Farmacologia, em 1978. Mudou-se para uma posição de pesquisa com o Professor Graham Lewis no Royal College of Surgeons, em Londres, finalmente tornando-se Lente em Farmacologia. Ele então se mudou em 1984 para assumir um posto do MRC no Centro de Ciências Clínicas, em Northwick Park, Londres. Em 1988, Williams foi indicado como Professor Asthma UK de Farmacologia Aplicada no Instituto Nacional do Coração e Pulmão, que mais tarde tornou-se parte do Imperial College London. Ele é agora Chefe da Seção de Biologia do Leucócito, Vice-Chefe do Centro do MRC/Ástoma UK para os Mecanismos Alérgicos da Asma, e Decano do Campus da Faculdade de Medicina do Imperial Caleje . Williams tornou-se interessado nos mecanismo inflamatórios durante seu tempo como estudante do ph.D. Ele descobriu que as prostaglandinas tinham a habilidade de potencializar edemas induzidos por mediadores que aumentam a permeabilidade e que isso dependia da atividade dos vasodilatadores (Nature 1973, Nature 1977). Ele descobriu, também, que os neutrófilos eram capazes de induzir permeabilidade microvascular elevada (Nature 1981). Subseqüentemente, com Susan Bradem, ele descobriu a potente atividade vasodilatadora do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (Nature 1985, Nature 1988). Então, ele descobriu o potente quimioatrativo do eosinófilo, a eotaxina, que está altamente expressa nos pulmões dos asmáticos ( J. Exp. Med. 1994). Essa quimiocina é objeto de várias patentes, e medicamentos protótipos têm sido desenvolvidos para bloquear seu receptor nos eosinófilos, CCR3 (J. Biol Chem 2000). A eotaxina é produzida em reações alérgicas e infecções parasitárias por vermes. Descobriu-se que os ancilóstomos produzem uma protease que torna inativa a eotaxina, a qual pode ajudar o parasita a penetrar a defesa do hospedeiro (J Immunol 2000). Pesquisa recente do laboratório de Williams tem se voltado para os mecanismos envolvidos na colonização de tecidos pelos mastócitos, demonstrando a importância do receptor BLT1 (J. Exp Med 2005). Williams publicou 166 artigos submetidos a revisores e 73 resenhas/capítulos/editoriais. Tem orientado muitos estudantes de ph.D. e pesquisadores em pós-doutoramento e examinou 61 pós-graduados em ph.D. e M.D. Williams tem estado envolvido com uma colaboração de longa existência com instituições do Brasil desde 1989, com uma ligação entre seu laboratório e o Instituto Oswaldo Cruz, patrocinada pelo British Council e a CAPES. Muitos estudantes de ph.D. e pesquisadores de pós-doutorado do Brasil têm trabalhado no laboratório de Williams e cientista do seu laboratório têm ministrado cursos e contribuído para congressos no Brasil. Williams tem atuado como consultor para companhias farmacêuticas e de biotecnologia no Reino Unido, Estados Unidos e Europa, e tem prestado serviços como um membro de grupo para o Wellcome Trust. Ele foi eleito Membro da Academia de Ciências Médicas (FMedSci) do Reino Unido, em 2000.

Leslie Bethell

Leslie Bethell, historiador inglês, é atualmente diretor do Centre for Brazilian Studies da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Antes, foi diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos, da Universidade de Londres. Seu principal trabalho, como acadêmico, foi a coordenação e edição da monumental Cambridge History of Latin America, com 11 volumes publicados desde 1984, e um grande número de publicações derivadas. Além de editar a obra, o prof. Bethell é autor e co-autor de inúmeros capítulos que fazem parte dela. Como as outras histórias de países com o selo da Cambridge University Press, esta obra tornou-se a principal referência internacional para a história da América Latina. Pela cuidadosa pesquisa, o livro sobre a ação britânica na abolição do tráfico de escravos para o Brasil tornou-se um marco historiográfico, tanto no que se refere ao tráfico como às relações entre o Brasil e a Grã-Bretanha. O artigo sobre o imperialismo britânico e a Guerra do Paraguai inova ao mostrar a inconsistência da tese amplamente aceita de que a guerra teria sido incentivada pelos interesses comerciais da Grã-Bretanha. Em toda sua carreira, o professor Bethell manteve estreito contato com o Brasil. Foi professor visitante do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, em 1979, mas seu envolvimento com as ciências sociais brasileiras se caracteriza, principalmente, pelos contatos pessoais e trabalhos conjuntos realizados com historiadores e cientistas sociais do país ao longo do tempo, assim como pela participação nos conselhos editoriais de várias das principais revistas ligadas à historiografia brasileira, incluindo o Journal of Latin American Studies, Americas: Revista de História e Cultura da América Latina, Estudos Históricos (CPDOC, Rio de Janeiro), e a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. O Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, que o prof. Bethell dirige, é um importante ponto de referência, contato e intercâmbio entre especialistas brasileiros, ingleses, e de outros países, em diversas áreas do conhecimento – economia, história, educação, ciência política, artes -, sendo responsável também pela realização de eventos acadêmicos, científicos e culturais que ajudam a promover a cultura e a ciência brasileira no Reino Unido.

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