Jeremy McNeil | Foto: Western University

A comunidade internacional da ecologia química está de luto, pelo falecimento do caro colega Prof. Jeremy McNeil, da Western University, Canadá. Ele era membro correspondente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) na área de Ciências Agrárias desde 2018.

Formou-se pela Universidades de Western Ontario (bacharelado em Zoologia)  e obteve o PhD em Entomologia/Ecologia pela North Carolina State University. Atuou nas universidade de Laval, dos Açores, de Silpakorn (Tailândia), de Toronto, de Western Ontario, de Montreal e foi diretor do Biotron. 

Integrou inúmeros comitês no Canadá e no exterior. Foi membro do Conselho da Rede InterAmericana de Academias de Ciências (Ianas) e da Parceria InterAcademias (IAP)

Considerado internacionalmente um dos gigantes da ecologia química, Jeremy era membro de longa data da Associação Ásia-Pacifico de Ecologistas Químicos (APACE, sigla em inglês) e ex-presidente da Sociedade Internacional de Ecologia Química (ISCE, sigla em inglês), da qual recebeu a Medalha de Prata.

O presidente da APACE, Alvin Hee, lamentou profundamente em nota a perda de “um filho favorito da ecologia química. Sua paixão pela vida sempre nos inspirará.” 

Era membro de diversas sociedades e similares, algumas das quais presidiu ou participou das diretorias: Federação Canadense de Sociedades Biológicas, Sociedade Canadense de Zoólogos, Sociedade Entomológica das Américas, Sociedade Entomológica do Canadá, Sociedade Entomológica de Ontario, Sociedade Entomológica do Quebec, Rede Interamericana de Academias de Ciências, Sociedade Internacional de Ecologia Química e Sociedade Entomológica Real do Canadá.

No site da Western University há um depoimento de McNeil sobre sua própria pesquisa: “O principal objetivo do meu programa de pesquisa é compreender as estratégias reprodutivas de insetos que migram em resposta a mudanças de habitat previsíveis ou imprevisíveis. A pesquisa é de natureza multidisciplinar, abrangendo aspectos comportamentais e ecológicos, bem como utilizando abordagens fisiológicas e moleculares para entender os mecanismos que controlam a biologia reprodutiva em espécies onde a localização e escolha de parceiros são moduladas por feromônios sexuais. Também tenho interesse em diferentes aspectos das interações planta-inseto e hospedeiro-parasitoide que envolvem sinais químicos (infochemicais). De modo geral, escolhi trabalhar com espécies de pragas, ou seus inimigos naturais, como sistemas de pesquisa modelo. Isso nos permite não apenas abordar questões básicas da biologia reprodutiva, mas também gerar dados que podem ser utilizados no desenvolvimento de abordagens mais racionais e ambientalmente sustentáveis para o controle de insetos.”

Sua pesquisa atravessava fronteiras com diferentes organismos. Tinha muito entusiasmo na promoção da ciência para as crianças. Jeremy McNeil alcançou o que a ciência, de modo geral, está tentando fazer: realizar uma boa ciência para o bem da humanidade.