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Acadêmico explica a importância da vacinação de crianças e adolescentes

A Anvisa aprovou recentemente a imunização de crianças entre 5 e 11 anos com a vacina pediátrica da Pfizer. No último dia 15, o Instituto Butantan solicitou também a aprovação do uso da Coronavac em pessoas de 13 a 17 anos. A vacinação de crianças e adolescentes vêm sendo alvo de ataques negacionistas apoiados pelo governo federal, que ainda não adquiriu os imunizantes da Pfizer, e servidores da Anvisa já relataram ameaças e solicitaram, inclusive, proteção policial.

O professor do Instituto de Química da Unicamp e membro titular da ABC, Luiz Carlos Dias, gravou um rápido vídeo defendendo a imunização dessa faixa etária e classificando a decisão do governo de realizar uma audiência pública sobre o tema como “absurda”. O especialista fez um levantamento, utilizando dados públicos, dos números da Covid-19 entre crianças e adolescentes no país.

De acordo com os boletins do Ministério da Saúde, 2.625 pessoas de até 19 anos já morreram no país por Covid-19, número que leva em conta apenas casos confirmados e muito provavelmente está subrepresentado. Além de óbitos, crianças e adolescentes também sofrem com sintomas persistentes e sequelas irreversíveis da infecção. Os efeitos vão desde insônia até síndromes inflamatórias multissistêmicas.

Confira o vídeo completo:

Museu volta à vida

“Eu acho que hoje é um dia muito feliz para todo mundo; para a sociedade brasileira e também para a comunidade científica, porque passados quatro meses do incêndio do Museu Nacional, nós reabrimos com uma maravilhosa exposição sobre a Antártica, onde a gente une a questão científica com divulgação científica, que é uma marca da instituição Museu Nacional.”

Esta é a primeira fala do diretor do Museu Nacional e Acadêmico Alexander Kellner no vídeo produzido pela Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Adufrj) na abertura da exposição “Quando nem tudo era gelo”, no Centro Cultural Museu Casa da Moeda, na Praça da república 26, no Rio de Janeiro.

A exposição contém peças coletadas na Antártica pela equipe do projeto Paleoantar, sediado no Museu Nacional da UFRJ. “São fósseis de 70 milhões de anos atrás, de uma fauna e de uma flora que habitavam a Antártica quando ela não ocupava a posição de hoje no globo terrestre, não era congelada. Então tudo isso está ali conservado de forma pura e íntegra,  intocada. A gente consegue extrair a informação mais pura do planeta”, diz no vídeo a paleontóloga Juliana Sayão, que foi membro afiliado da ABC no período 2013-2018.

Outra boa notícia sobre a recuperação do Museu Nacional – segundo matéria do jornal O Globo sobre a abertura da exposição – foi o sucesso da iniciativa dos publicitários cariocas Caio Gandolfi e Diego Ferrite. No dia 16 de janeiro eles conseguiram alcançar a meta de 10 mil curtidas para conseguir transformar o Museu Nacional de Lego num brinquedo oficial da marca dinamarquesa, em promoção no site da empresa.

A ideia pode reverter fundos para a reconstrução do local, com royalties sendo repassados ao fundo do Museu.

De acordo com a Lego, no entanto, o processo ainda tem etapas pela frente. Um conselho estudará a ideia do projeto, o que pode demorar meses para ser aprovado. Só então o desenho inicial pode acabar sendo produzido.

De hobby à profissão

Algumas crianças gostam de colecionar selos, outras, figurinhas de astros do futebol, mas Leandro Soter de Mariz e Miranda, aos 14 anos, colecionava bulas de remédio. “Ficava radiante sempre que os médicos da família receitavam algum medicamento novo cuja bula ainda não possuísse. Perdia tempo lendo-as inteira e minuciosamente e adorava aqueles nomes e termos, para mim então, incompreensíveis”. O hobby, para muitos, estranho, era apenas o prelúdio de uma paixão pela pesquisa química que se desenrolaria em uma carreira de muito estudo e sucesso na academia.

Apegado à ciência desde criança, Leandro optou por iniciar suas pesquisas o mais cedo possível. Decidiu, depois de ter cursado dois anos de ensino médio, voltar ao primeiro ano, para que pudesse estudar na Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro (ETFQ), hoje, Instituto Federal de Química (IFRJ). “Lá, a cada período que avançava, a discussão e troca de experiência com diferentes professores foram responsáveis por cristalizar a carreira científica como aquela que gostaria de seguir. Nunca pensei em outra coisa que não a academia.”

A influência de um ensino básico aplicado permitiu que Leandro começasse a graduação conjugada com a iniciação científica desde o primeiro período da graduação em farmácia, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ele identificou muito dos conceitos que já conhecia de sua experiência na ETFQ e, por isso, considerou a segunda parte do curso foi a mais interessante, já que foi ali que ele começou a realmente conhecer novas áreas e se interessar pela química orgânica, que adotaria em suas pesquisas posteriores. Depois de graduado, Leandro Soter seguiu para um mestrado e posterior doutorado em química de produtos naturais, também na UFRJ.

Sua pesquisa atual se concentra na busca por produtos que usem biocatalisadores na síntese de ingredientes farmacêuticos ativos. O cientista é professor adjunto do Instituto de Química da UFRJ e trabalha em conjunto com a indústria farmoquímica. Ele diz que busca sempre produtos que possam ter uma aplicação, ainda que em escala de laboratório.

Para Soter, “o mundo que temos hoje não seria possível sem ciência e, neste contexto, a química tem papel de destaque”. Ele afirma que o que lhe encanta na área é a possibilidade de analisar transformações de propriedades de matérias e descobrir como isso pode ser revertido em ações práticas que interferem na sociedade e no mundo.

Ao longo dos anos, o antigo hobby de colecionar bulas de remédio ficou para trás e deu lugar ao estudo daqueles nomezinhos indecifráveis. Mas a leitura, em si, não foi abandonada. Hoje, Soter usa suas horas vagas, quando não está no laboratório para ler clássicos da literatura ou viajar. “Os destinos culturais e gastronômicos são os meus preferidos”, relata.

Saiba mais sobre o Simpósio e Diplomação dos Novos Membros Afiliados do Rio de Janeiro 2018-2022, conheça os outros jovens Acadêmicos e acesse a galeria de fotos do evento. 

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