O vice-presidente regional da ABC para São Paulo, Oswaldo Luiz Alves, que é também editor científico e curador do Portal LQES e do Boletim LQES NEWS, publicou mensagem sobre o Dia Internacional da Mulher 2020 que vale reproduzir:
No mês de fevereiro, mais precisamente no dia 11, ocorreram, mundo afora, vários eventos para marcar o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Estas efemérides são importantes, como forma de apontar para a necessidade de dirigir um olhar mais igualitário sobre aspectos da sociedade mundial, ainda longe de ser equacionados ou mesmo percebidos.
A questão de gênero na ciência certamente é um de tais aspectos e vem sendo discutida amiúde por várias sociedades científicas, academias e associações. Além disto, em várias oportunidades, prêmios específicos têm sido atribuídos para marcar grandes sucessos de mulheres na ciência. Dentre eles, em nível nacional, destacamos o1º Prêmio ”Carolina Bori Ciência & Mulher”, recentemente instituído pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que teve como vencedora a vice-presidente da ABC e presidente de honra da SBPC Helena Nader, tendo Alice de Paiva Abreu recebido menção honrosa. Segundo a SBPC, “as duas foram reconhecidas pela produção científica de peso e pela atuação em busca de políticas públicas de fomento à ciência.”
Ainda em fevereiro tivemos, no Rio de Janeiro, o Fórum Mundial para Mulheres na Ciência – Brasil 2020, promovido pela Academia Brasileira de Ciências, que teve a participação de cientistas de 21 países da África, Ásia, Américas e Europa. Várias matérias relativas aos diferentes aspectos tratados no evento poderão ser acessadas no site da Academia (links abaixo).
Chegamos ao mês de março onde, no dia 8, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. Solidários às colocações de Audrey Azoulay, diretora geral da Unesco, quando de sua mensagem a propósito do papel das mulheres no espaço digital em 2019, vale a pena destacar este ponto: “A Unesco está comprometida em dar uma contribuição positiva e duradoura ao empoderamento das mulheres e à igualdade de gênero. Cada um de nós pode fazer a diferença, combatendo o preconceito e a discriminação, garantindo que os espaços digitais sejam seguros para todos, celebrando os sucessos das mulheres e incentivando a contribuição das mulheres na esfera digital, e em todas as esferas da vida”.
Procurou-se, em toda a existência do Laboratório de Química do Estado Sólido (LQES) vivenciar, e muito mais nestes tempos incertos pelos quais passa nosso país, as idéias básicas contidas na mensagem de Azoulay. Passaram pelo LQES dez mulheres que fizeram o seu pós-doc e mais de vinte e cinco que fizeram o doutorado e o mestrado. Todo este grupo de mulheres cientistas deram contribuições notáveis para a consolidação do prestígio de que hoje desfruta o Laboratório. E, mais três delas, foram além e fazem parte da diáspora científica brasileira (e do LQES), uma vez que se encontram empregadas em importantes instituições internacionais, como Fraunhofer Institute (Alemanha), State University of Florida e Northwestern University, nos Estados Unidos.
Torcemos para que os vários programas, discussões, iniciativas e políticas públicas afeitos à temática geral da mulher e das mulheres cientistas, continuem a tomar conta dos ambientes progressistas da sociedade brasileira, criando as condições para uma mudança concreta deste quadro incompatível e, muitas vezes cruel, pelo qual passa nosso processo civilizatório.
Leia as matérias da ABC sobre o Fórum Mundial para Mulheres na Ciência – Brasil 2020, destacado pelo Prof. Oswaldo Alves:
Protagonismo das mulheres é fundamental na busca de um modelo sustentável de vida
Amal Amin: “Os desafios para a igualdade de gênero são enormes”
Andrea de Camargo: “Evento com mulheres cientistas foi um ganho para toda a sociedade”
Pesquisadoras de vários países debatem comunicação da ciência na ABC, no Rio de Janeiro