Alexander Kellner, editor-chefe AABC

O ano de 2022, que está há poucos dias para terminar, foi bastante complexo em todos os sentidos. Bicentenário, pandemia e eleições são alguns dos fatores que influenciaram muito as relações pessoais e de trabalho das pessoas. Sem contar com a absurda falta de financiamento para a pesquisa, que teve como ápice a ameaça do não-pagamento de bolsas (já há muito defasadas) da Capes a centenas de alunos de pós-graduação.

Também as revistas científicas sofreram muito. Mesmo assim, com o empenho da Diretoria da Academia Brasileira de Ciências, houve no corrente ano a publicação recorde nos Anais da ABC (AABC): 445 artigos, sete cartas e duas apresentações de fascículos especiais, além de oito editoriais. Apesar de há algum tempo os AABC adotarem a publicação continuada, esse periódico fecha fascículos (foram oito em 2022) e imprime um número reduzido de exemplares para, inclusive, manter o ISSN da revista mais antiga em circulação contínua no país, que no ano próximo completará 95 anos.

Entre os fascículos de 2022, tivemos dois especiais, conforme já relatamos aqui anteriormente: um sobre Antártica (94 Suppl. 1) e outro sobre o terrível derramamento de óleo na costa nordestina (94 Suppl. 2), certamente um dos mais graves acidentes ambientais ocorridos no país. Vale a pena consultar ambos.

Para o ano que entra, estamos trabalhando, além dos fascículos regulares, em pelo menos um temático: uma nova publicação sobre a pesquisa na Antártica! Estamos, também, analisando mais algumas sugestões que devem ser noticiadas no início do ano próximo. Aliás, se algum acadêmico tiver interesse em realizar propostas de fascículos especiais, estamos à inteira disposição.

Como pode ser visto nas análises que temos publicado nos editoriais, fascículos especiais têm contribuído muito para os índices bibliométricos da revista. Independentemente das (justas) críticas ao significado desse tipo de índice, o fator de impacto (IF) dos AABC de 2021 divulgado recentemente é o maior da revista em toda sua história: 1.811! Ainda é pouco para o potencial desse periódico. Apenas como referência, se cada um dos Acadêmicos citasse em uma única publicação no ano um dos trabalhos publicados nos últimos dois anos pela revista, o IF dos AABC seria o maior dos periódicos nacionais! Por isso, solicito a todos os Acadêmicos que, dentro de um espírito de normalidade, divulguem a revista para colegas e alunos – inclusive do exterior: certamente haverá um artigo que poderá auxiliar o desenvolvimento do tema de sua pesquisa! Ademais, para quem atua nas pós-graduações nacionais, é sempre bom salientar que os AABC são Qualis A2 em todas as áreas – uma importante conquista recente da revista!

Aproveito para, neste final de ano, agradecer a todos os 90 editores que, de forma abnegada, estão atuando nesse periódico! Nos dias de hoje, onde tempo tem sido um produto bastante escasso, poder contar com profissionais gabaritados para a seleção dos trabalhos é um grande estímulo, já que são os editores que fazem a análise das centenas de manuscritos que são recebidos a cada ano! Registro o meu agradecimento especial à equipe editorial da revista, formada por Maria Lúcia Paixão Maioli, Daniel Lopes Lima Sant’Anna e as três estagiárias Maria Eduarda Caffaros, Marianne Ciranda e Erika Freire Barbosa – todos trabalhando com afinco para que os trabalhos sejam publicados o quanto antes. Também aproveito para reconhecer o excelente trabalho realizado pela empresa E-papers, que se tornou uma parceira da revista!

Finalmente, como não poderia deixar de ser, agradeço aos autores que nos confiaram os resultados da sua pesquisa; são eles, em última análise, os principais responsáveis pela qualidade científica deste periódico tradicional e o único com espectro multidisciplinar amplo editado no Brasil.

Alexander W. A. Kellner
Editor-chefe
Anais da Academia Brasileira de Ciências (AABC)