Identificar os jovens talentos de todas as regiões do país, incentivando uma nova geração de cientistas de excelência. Essa é a proposta da ABC que deu origem ao Programa de Membros Afiliados, indicados pelas seis Vice-Presidências Regionais da ABC a cada ano.
Estes jovens – no máximo cinco de cada Regional por ano – devem ter até 40 anos e são indicados pelos Membros Titulares da ABC das respectivas regiões, ficando vinculados à Academia Brasileira de Ciências por cinco anos. Neste período, apresentam seu trabalho em eventos da ABC ou indicados por ela, interagindo intensamente com os cientistas seniores da Academia, o que enriquece ambas as partes.
De acordo com o presidente da ABC, Jacob Palis, essa nova categoria foi criada em sua gestão porque “o país é muito grande e é preciso prestar atenção nos talentos regionais, buscá-los onde estiverem. A ABC precisa estar presente em todo o Brasil.”
Compuseram a mesa da cerimônia o presidente da ABC, o vice-presidente da região Sul Francisco Salzano, o coordenador do curso de Pós-Graduação em Genética Claiton Henrique Dotto Bau, a chefe do Departamento de Genética Lavínia Schüler-Faccini e o diretor do Instituto de Biociências, João Ito Bergonci. Estavam presentes na platéia lotada, além de colegas e familiares dos pesquisadores que se apresentaram, os Membros Afiliados indicados em anos anteriores Cristiano Krug e Fábio Klamt, além dos Acadêmicos Titulares da UFRGS Gerhard Jacob, Milton Formoso, Moacir Wajner, Miriani Pastoriza, Ruben Oliven e Vera Valente.
Claiton Bau, Jacob Palis, Francisco Salzano, João Ito Bergonci e Lavínia S.Faccini
Os novos membros Afiliados receberam então seus diplomas das mãos do presidente da ABC e fizeram suas apresentações. O Prof. Diego Bonatto, do Centro de Biotecnologia da UFRGS, tratou de redes protéicas associadas ao envelhecimento em modelos biológicos.
A Profa Maria Martha Campos, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), abordou os fatores determinantes dos processos inflamatórios. A Dra. Patrícia Schuck, professora Titular da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), falou sobre o metabolismo energético cerebral em modelos animais de erros inatos.
A seguir, a Profa Lisiane Porciúncula, do Departamento de Bioquímica do Instituto de Ciências da Saúde da UFRGS apresentou seu trabalho sobre adenosina, cafeína e neuroproteção. Para finalizar, a Dra. Tatiana Roman, professora do Departamento de Genética da UFRGS, abordou a genética do déficit de atenção, hiperatividade e condições psiquiátricas afins. O evento foi encerrado com um coquetel na própria universidade.
Diego Bonatto, Maria Martha Campos, Jacob Palis, Lisiane Porciúncula,
Tatiana Roman, Francisco Salzano e Patricia Schuck
Veja a seguir o perfil dos novos Membros Afiliados da ABC da Regional Sul para o período de 2011 a 2015.
Estudando as redes biológicas
Para entender o que chamamos de vida, Diego Bonatto dedica-se á Biologia de Sistemas, área que estuda as interações necessárias entre os elementos constituintes de um organismo para que ele possa responder aos sinais vindos do ambiente.
Pelo aproveitamento de todo o potencial da cafeína
A professora de Bioquímica e Neurociência da UFRGS Lisiane Porciúncula pesquisa os efeitos da substância estimulante como neuroprotetora, estudando sua capacidade de prevenir a degeneração de neurônios em doenças como o Mal de Alzheimer.
À procura de tratamento para dor e inflamações crônicas
Formada em Odontologia com pós-graduação em Farmacologia, Maria Martha Campos busca novos alvos estratégicos para o tratamento de alterações crônicas envolvendo dor, inflamação e distúrbios de depressão.
Qualidade de vida para crianças com doenças genéticas
Com apenas 29 anos, Patrícia Fernanda Schuck já cursou pós-doutorado, é professora universitária e pesquisadora premiada, estudando os mecanismos que levam ao dano tecidual apresentado por pacientes afetados por erros inatos do metabolismo.
Conhecer para lidar melhor
A gaúcha Tatiana Roman, professora da UFRGS, dedica-se a pesquisas na área da Genética Psiquiátrica, buscando conhecer os genes que são a base biológica dos comportamentos e das doenças para poder controlá-los no futuro.