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Contaminação por mercúrio: por que precisamos de um plano de ação?

Nos últimos anos, o mundo tem se voltado às questões ambientais — principalmente pelas consequências da ação humana, com alguns efeitos já irreversíveis. Apesar da discussão ganhar cada vez mais espaço no debate público, um tema ainda tem pouco destaque: as emissões de mercúrio (Hg).

Problema global com sérias repercussões sobre a saúde humana e planetária, essas emissões se distribuem facilmente pela atmosfera, percorrendo longas distâncias. Embora diversas localidades brasileiras sejam afetadas pela contaminação, o mercúrio está fortemente associado ao garimpo ilegal e a seu uso na extração do ouro. Esses processos impactam diretamente as populações indígenas, tradicionais e ribeirinhas, alterando seus territórios e inviabilizando a continuidade de seus modos de vida e de suas culturas.

A Constituição brasileira é clara ao proibir o garimpo em terras indígenas. Entretanto, o que se tem assistido ultimamente é a invasão sistemática de garimpeiros nesses territórios, sem que o Estado cumpra seu papel. O resultado é o assassinato das populações locais e a intensa destruição ambiental. Para além do mercúrio, que afeta a pesca por contaminar peixes e seus consumidores, o garimpo desestrutura a organização social ao incluir a busca do ouro na dinâmica das comunidades.

Sabe-se que os povos indígenas e tradicionais têm papel fundamental na conservação das florestas, sendo verdadeiros guardiões da Amazônia. Análises do Instituto Socioambiental1 demonstram que os povos indígenas e tradicionais são responsáveis pela proteção de um terço das florestas do Brasil. Nos últimos 35 anos, as terras indígenas protegeram 20% do total de florestas do país.

Em função dos significativos impactos da presença de Hg em concentrações tóxicas na atmosfera, hidrosfera, pedosfera e, em especial, na biosfera, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) criou um Grupo de Trabalho para organizar o presente documento, que aborda as questões mais relevantes sobre o tema. O objetivo é mitigar os impactos da liberação deste elemento no ambiente, provocada pelo comércio (legal e ilegal) e pelo uso de Hg em atividades artesanais e industriais. A ABC destaca, ainda, as consequências da presença do mercúrio no ar e na alimentação, iniciando um debate sobre a gestão do
metal no Brasil.

Leia a publicação na íntegra aqui.

Biomas e Agro

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