Mozart Neves Ramos

Confira a coluna de Mozart Ramos, ex-reitor da UFPE, que esteve recentemente em debate sobre o tema na ABC:

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) me convidaram recentemente para falar sobre o futuro da universidade no Brasil. Na oportunidade, comecei dizendo que só vamos alcançar um futuro promissor para o ensino superior em nosso país quando formos capazes de resolver o problema da qualidade da nossa educação básica. Isso implica, entre outras coisas, que as universidades precisarão colocar este nível educacional na sua apertada agenda de prioridades.

Nossos jovens estão ingressando no ensino superior com muitos déficits de aprendizagens que impactam fortemente a própria qualidade do ensino nas universidades. Basta ver os atuais índices de reprovação e de abandono. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que de cada 100 ingressantes no ensino superior, 59 desistem. Outro dado preocupante desta mesma fonte: dos que ingressam nos cursos de Pedagogia, 50% não alcançam sequer 450 pontos no Enem. O que isso significa? Que esses estudantes não receberiam o certificado de conclusão do ensino médio com tal pontuação, mas mesmo assim estão entrando na universidade. E eles supostamente serão os futuros professores de nossas crianças.

Outro exemplo alarmante: de cada 100 concluintes do ensino médio, apenas 7 aprenderam o que seria esperado em matemática, de acordo com os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2021. Um desastre que virou rotina nos últimos 20 anos, já que não se vê uma ação concreta e estruturante para reverter esse quadro.

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Leia a coluna completa no Jornal do Commercio.