Participantes do evento organizado pela TWAS reunidos em conferência online. O presidente da ABC, Luiz Davidovich, e o diretor da ABC Virgílio Almeida estavam entre os presentes.

 

O evento InnSciD 2021 (Escola de Diplomacia de Inovação e Ciência de São Paulo) teve sua abertura no dia 4/8, quarta-feira. A conferência é uma iniciativa da Academia Mundial de Ciências (TWAS, na sigla em inglês) e do Lacrep (Latin America and the Caribbean Regional Partner, braço da TWAS voltado para países da América Latina e do Caribe) em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a Universidade de São Paulo (USP).

Ao todo, serão oito dias de evento, entre os dias 4 e 13 de agosto, para discussão de tópicos associados a diplomacia científica. As palavras-chave do evento Conferência sobre diplomacia científica organizada pela TWAS, TWAS-Lacrep e USP são ciência, internacionalizaçãointerdisciplinaridade e inovação.

Na manhã do dia 4/8, a cerimônia de abertura reuniu cientistas de renome para falar sobre os objetivos a serem alcançados ao longo dos oito dias de debate e as metas estabelecidas para os próximos anos.

 

Janaina Onuki, do Instituto de Relações Internacionais da USP (IRI/USP), destacou a magnitude da iniciativa e a importância de superar as dificuldades impostas pela pandemia. “A parceria entre a TWAS e a USP é um exemplo de como a cooperação internacional é fundamental para o desenvolvimento de estudos em ciência e inovação”, declarou Onuki.

Luiz Davidovich ressaltou que o evento é uma grande e importantíssima iniciativa de diplomacia científica, algo que tem se mostrado cada vez mais necessário no mundo. O presidente da ABC destacou o surgimento e o avanço de grandes tecnologias, como inteligência artificial e big data, que exigem novas posturas por parte dos governos. “O atual momento que vivemos, com essa terrível pandemia, pede uma governança global. Não é uma questão de escolha: agora, é obrigatório pensar em segurança alimentar, mudanças climáticas, questões associadas à governança e tantas outras. A lista de prioridades está crescendo”. 

Davidovich, que também é secretário geral da TWAS, destacou que a cooperação internacional e a integração de cientistas de várias partes do mundo é o caminho para dias melhores, e concluiu afirmando que “a ciência ajuda a quebrar as barreiras do medo e da desinformação.”

Guilherme Ary Plonski, diretor do Instituto de Estudos Aplicados da USP (IEA/USP), sinalizou a importância de estabelecer conexões em diversos níveis: não apenas dentro da academia, mas também com representantes do governo, do setor industrial, entre outros. Ele mencionou que o evento é uma grande oportunidade de compartilhamento de conhecimento. “Torcemos para que seja uma expressão de esperança para essa geração, que será melhor do que a geração anterior a nossa, responsável pela 2a Guerra Mundial”, observou.

Para ele, a diplomacia científica inclui muitos tópicos e tem seus próprios “lado iluminado” e “lado obscuro” – que ficou evidenciado com a negociação das vacinas ao longo do último ano. Plonski explicou: “Nós não temos apenas desigualdade, temos também conexões complicadas entre inovação científica e relações internacionais. Essas conexões podem ser usadas para o bem, como também podem não ser. Precisamos nos unir e nos ajudar enquanto comunidade.” Ele também disse que é importante que a comunidade esteja ciente das “sombras” e compartilhou o desejo de unir esforços para usar a ciência e inovação para o bem.

Coordenador do TWAS-Lacrep e diretor da ABC, o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Virgílio Almeida comentou que enquanto o mundo buscava forças para emergir da pandemia, cientistas da região enfrentam o tipo de ciência a América Latina e Caribe precisam.

O objetivo geral do workshop, segundo ele, é discutir essas respostas, importantes para o futuro da ciência na região. “Precisamos debater a colaboração entre os países e os desafios que enfrentamos na nossa região. Os jovens cientistas precisam valorizar a colaboração internacional, entender sua importância.  Além disso, temos que considerar as questões internacionais, como a pandemia e as mudanças climáticas”. 

Almeida destacou alguns dos assuntos de alta relevância que serão abordados ao longo dos dias de evento, como as iniciativas de suporte à pesquisa na América Latina e a contenção da fuga de cérebros através de investimentos em ciência e tecnologia. Ele também ressaltou as sessões que abordarão a pandemia de COVID-19 e as regras da ciência e da diplomacia. 

O CEO da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), que publica a revista Science, Sudip Parikh disse que a importância do evento é para todas as pessoas de uma maneira geral. “A COVID-19 expôs a necessidade de trabalharmos juntos. Mas não se enganem: esta não será a última vez que a ciência será essencial para o futuro da humanidade”, disse Parikh, reforçando os tópicos de mudanças climáticas e segurança alimentar. Ele destacou a necessidade de criar pontes entre cientistas de diversas nações e transformar experts em líderes que possam incitar debates e inovação tecnológica no mundo.

Durante o dia, os cientistas presentes – incluindo membros da ABC – se reuniram em paineis de introdução à diplomacia científica. Os participantes dos 16 grupos da atividade prática se reuniram a partir de 12h30 para a apresentação do case e um debate preliminar sobre “A necessidade de mais multilateralismo e cooperação internacional em face da COVID-19”.

Leia abaixo todas as matérias da ABC sobre o evento!

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