Lidando com os trancos da vida, o cientista Sérgio Mascarenhas, de 91 anos, se tornou Ph.D. em transformar problemas em coisas positivas. Quando recebeu diagnóstico de hidrocefalia, que o obrigou a andar com uma válvula na cabeça, desenvolveu um método revolucionário.

Ana Paula Paiva/Valor

Assim surgiu a brain4care, startup que comercializa um dispositivo de medição da pressão intracraniana de forma não invasiva. Em 2017, um grupo encabeçado pelo empresário Horácio Lafer Piva fez um aporte de US$ 5 milhões. O método tem patente nos EUA e na Europa. Foi adotado pelo Sírio-Libanês, está em implementação na Rede D’Or e deve entrar em mais dez hospitais.

Professor aposentado da USP e visitante de Harvard e Princeton, Mascarenhas se interessa por temas que vão da física às artes. O futuro da humanidade, diz ele “À Mesa com o Valor “, depende dessa mistura. “O governo é um desastre. Ignora que filosofia e humanidades são relevantes, ignora que a grande força das ciências está nas universidades públicas. A ignorância é mortal”. Segundo cientistas do Vale do Silício, a  startup de Mascarenhas tem potencial para beneficiar um bilhão de pessoas nos próximos dez anos.