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Elon Lages Lima

Nasceu em Maceió, AL, filho de Manoel de Albuquerque Lima e Adelaide Lages Lima. No ginásio, foi aluno do Professor Benedito de Morais, que lhe despertou o interesse pela Matemática. Aos dezessete anos ingressou na Escola Preparatória de Fortaleza, de onde saiu um ano depois. Logo em seguida iniciou sua carreira como professor no Ginásio Farias Brito, e depois no Colégio Estadual do Ceará, em cujo corpo docente foi admitido por concurso no qual obteve o primeiro lugar, aos dezenove anos. Fez os dois primeiros anos da Licenciatura em Matemática na Faculdade Católica de Filosofia do Ceará. Graças a uma bolsa de estudos do CNPq, transferiu-se em 1952 para a Universidade do Brasil, onde obteve o Bacharelado em Matemática, em dezembro de 1953. Logo após sua chegada ao Rio de Janeiro, presenciou a fundação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, criado em torno das figuras de Leopoldo Nachbin e Maurício Matos Peixoto. Por influência do primeiro, orientou seus estudos para a Análise Funcional. Em 1954 foi admitido na Universidade de Chicago, onde obteve o grau de Mestre em 1955 e de Doutor em 1958, com uma tese sobre Topologia Algébrica, sob a orientação de Edwin Spanier. O projeto de Análise Funcional não resistira ao extraordinário desenvolvimento da Topologia, que teve em Chicago um dos focos. Na sua dissertação de doutoramento introduziu a noção de espectro de espaço topológico, que hoje se constitui uma das idéias avançadas mais fundamentais para a pesquisa na área. Regressando ao Brasil, foi admitido como pesquisador do IMPA, porém, manteve seu interesse pelo desenvolvimento da Matemática na Universidade Federal do Ceará, tendo colaborado com a organização da licenciatura, do bacharelado e posteriormente da pós-graduação. Em reconhecimento, a UFC lhe concedeu, em 1989, o título de Professor Honoris Causa.
De 1962 a 1964 desfrutou de uma bolsa Guggenheim, primeiro no Institute for Advanced Study em Princeton e depois na Columbia University em New York. Sob a influência de Stephen Smale dedicou-se à Topologia Diferencial, tendo obtido nessa época importantes resultados pioneiros sobre campos de vetores comutativos. Regressando ao Brasil, participou, junto com Roberto Salmerón, Otto Gottlieb, Jaime Tiomno e outros, da brilhante fase inicial da Universidade de Brasília, infelizmente desmoronada pela intolerância política. Junto com a maioria dos professores daquela Universidade, pediu demissão em 1965, seguindo pouco depois para os Estados Unidos. Em 1968 voltou para o IMPA, onde permanece até hoje, tendo sido seu Vice-Diretor por mais de uma década e Diretor em três ocasiões (1969-1971; 1979-1980; 1989-1993). Seu interesse pela divulgação do conhecimento matemático o levou a escrever 24 livros, a criar as coleções “Projeto Euclides” e “Coleção Matemática Universitária”, mantidas pelo IMPA e dirigidas por ele, bem como a escrever vários artigos expositórios na “Revista do Professor de Matemática” e na “Matemática Universitária”, publicadas pela SBM, Sociedade da qual foi Presidente em 1973-1975. Com o financiamento da Sociedade VITAE e o apoio do IMPA, dirige desde 1990, primeiro no Rio de Janeiro e depois em outras 10 cidades brasileiras um projeto de reciclagem de professores de Matemática do segundo grau.

Fernando Antonio Figueiredo Cardoso da Silva

Fez o curso secundário no Colégio Estadual de Pernambuco (1951-1957). Obteve o título de Engenheiro Eletricista pela UFPE em 1962, sendo distinguido como o melhor aluno do curso. Em 1959, ainda estudante de Engenharia, foi convidado pelo Prof. A. Pereira Gomes a participar de atividades do então Instituto de Física e Matemática da UFPE, na qualidade de bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Com a vinda do Prof. Ruy Luis Gomes para o Recife, em 1962, passou a ser seu orientando, tendo recebido do mesmo, forte estímulo para a sua formação matemática. Em setembro de 1963 iniciou seus estudos no Courant Institute of Mathematical Sciences – New York University onde obteve os graus M.Sc. e Ph.D. em 1965 e 1968, respectivamente. Retornou ao Brasil sendo contratado pela UFPE inicialmente como Professor Visitante, a partir de 01 de janeiro de 1968 e, posteiormente, como Professor Titular do Departamento de Matemática. Recebeu bolsa da John Simon Guggenheim Memorial Foundation (1972-1973) e da National Sciences Foundation, USA (1973-1974), período em que permaneceu como Membro Visitante do Institute for Advanced Study, Princeton, USA. Foi Membro Visitante da École Polytechnique de Paris e da Université de Paris Sud-Orsay (1979-1980), na qualidade de bolsista do programa de pós-doutorado do CNPq e Professor Associado da Université de Paris-Nord em 1985. Visitou por 2 meses em 1987, as Universidades de Torino e Bologna, Itália, através de uma ajuda do Consiglio Nazionale delle Ricerche (CNR-Itália). Em 1992, permaneceu por 2 meses no Fachbereich Mathematik, Technische Hochschule, Darmstadt, Alemanha, como integrante do programa GMD-CNPq. Em 1996 e 1997, visitou por 2 meses as Universidades de Nantes e Rennes, França, respectivamente. É Pesquisador Titular I-A do CNPq, desde 1976. Participou e pronunciou conferências em vários congressos e universidades, no Brasil e no exterior, em países como EE.UU., França, Itália, Alemanha, Portugal, Rússia, Bulgária, Argentina, Peru e Venezuela. Orientou seis dissertações de Mestrado e duas teses de doutorado e possui cerca de 40 trabalhos publicados. Foi chefe do Departamento de Matemática da UFPE durante seis anos e Coordenador do seu programa de Pós-Graduação por igual período. Presidiu a Comissão de Consultores da CAPES na área de Matemática e Estatística em 1981-1982. Foi membro do Conselho Tecnico-Científico do IMPA, 1984-1990, do Conselho Científico e Tecnológico do CNPq, 1984-1985 e do Comitê Assessor de Matemática do CNPq, 1977-1978.

Floris Takens

Floris Takens foi um matemático neerlandês, que trabalhou com sistemas dinâmicos e teoria do caos.
Takens estudou na Universidade de Amsterdã, onde obteve em 1969 um doutorado, orientado por Nicolaas Kuiper, com a tese The minimal number of critical points of a function on a compact manifold and the Ljusternik-Schnirelmann category. Esteve depois no pós-doutorado no Institut des Hautes Études Scientifiques, onde trabalhou com David Ruelle, René Thom e Jacob Palis, com quem frequentemente foi convidado no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada na cidade do Rio de Janeiro.
Takens foi membro da Academia Real das Artes e Ciências dos Países Baixos e da Academia Brasileira de Ciências. Foi palestrante convidado do Congresso Internacional de Matemáticos em Berkeley.

Frederico José de Vasconcellos Xavier

Frederico José de Vasconcelos Xavier nasceu em Vitória de Santo Antão, Pernambuco. Tem cinco irmãos, formados em Medicina, Direito, Geologia, Engenharia e Arquitetura. É filho de Aloísio de Melo Xavier e Eunice de Vasconcelos Xavier. Seu pai é Juiz de Direito aposentado e possuidor de uma das maiores bibliotecas particulares de Pernambuco. Sua mãe, a quem coube a tarefa laboriosa da educação direta dos filhos, tem sido por vários anos a diretora do Instituto Histórico de sua cidade natal. Fred fez o curso primário no Instituto Maria Goretti e o curso ginasial no Ginásio Três de Agosto, ambos em Vitória. No Recife cursou o Colégio Nóbrega e, depois, obteve os graus de Bacharel e Mestre em Matemática pela Universidade Federal de Pernambuco. Em 1973 foi levado pelo Prof. L. Nachbin para a Universidade de Rochester onde se doutorou em 1977 sob a direção de R. Lavine. Regressou ao Brasil e trabalhou na Universidade Federal de Pernambuco. Posteriormente foi Membro Visitante do “Institute for Advanced Study” em Princeton e Professor Visitante em “Purdue University”. Desde 1985 está na University of Notre Dame onde é “Full Professor”. Durante sua permanência no Brasil recebeu bolsa do CNPq e nos Estados Unidos tem sido pesquisador da NSF.
A área de pesquisa do acadêmico é Geometria Diferencial, com ramificações em análise complexa, análise harmônica, teoria dos operadores, análise não linear e aplicações polinomiais. É autor de 17 trabalhos de pesquisa que se caracterizam pela dificuldade das conjecturas abordadas, pela originalidade e a diversidade das áreas e dos métodos aplicados. Suas contribuições à teoria das superfícies mínimas completas são consideradas fundamentais e deram ao seu autor prestígio internacional. Trabalhou também na teoria espectral do Laplaciano, em teoremas de anulamento de formas harmônicas e em teoremas globais de não imersão de variedades riemannianas. Nesta última área obteve resultados importantes versando sobre generalizações em dimensões superiores do teorema de Efimov e do teorema de Hilbert sobre o plano hiperbólico. Atualmente estuda problemas de injetividade global, tendo obtido resultados na interface da teoria dos sistemas dinâmicos e geometria algébrica real. Descobriu recentemente uma conexão inesperada entre a teoria das equações parciais hiperbólicas e a topologia dos pontos umbílicos, o que permitiu progresso considerável em certas conjecturas clássicas de geometria.
O acadêmico é casado desde 1974 com Joana D’Arc, bela e talentosa pernambucana de Serra Talhada. A família se completa com duas filhas maravilhosas, Karina e Andrea.
Frederico gosta de música erudita, de música popular brasileira (e.g. os sambas do colega Vanzolini) e também de poesia, principalmente de Bandeira, Cabral e Drummond. É torcedor in absentia do Santa Cruz de Recife. Uma vez por semana joga futebol e se imagina um razoável centroavante.

Geraldo Severo de Souza Ávila

Geraldo Severo de Souza Ávila nasceu em Alfenas, MG, em 1933, onde fez seus primeiros estudos. Aos 15 anos mudou-se para São Paulo com a família. Aí terminou os estudos secundários e ingressou na USP, onde bacharelou-se em Matemática. Em 1957, agraciado com bolsa do CNPq, ingressou na New York University, onde doutorou-se em 1961. Regressando ao Brasil, após um breve período no Instituto de Física Teórica de São Paulo, integrou a primeira turma de professores da recém-fundada Universidade de Brasília. Passou dois anos como pós-doutorando na Universidade de Wisconsin e em 1965 foi contratado pela Universidade de Georgetown. Aí permaneceu durante sete anos, voltando para Brasília em 1972, de onde transferiu-se para a UNICAMP em 1987, onde se aposentou em 1994. Atualmente é Professor na Universidade Federal de Goiás.
Ávila é autor de vários trabalhos de pesquisa em equações diferenciais parciais e monografias especializadas ligadas a fenômenos ondulatórios e de vários textos universitários. Por vários anos tem-se dedicado a problemas de ensino, exercendo atividade editorial e de autor junto às revistas de divulgação da Sociedade Brasileira de Matemática.

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