A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) acaba de anunciar o resultado de edital inédito de Apoio à Jovem Cientista Mulher com vínculo em Instituições de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro.

A Faperj recebeu 355 propostas e foram aprovados 70 projetos, avaliados por um comitê externo de julgamento. Cada proposta receberá auxílio de até R$ 700 mil, incluindo bolsas de Iniciação Científica.

São projetos nas áreas de Ciências da Saúde, Sociais e Exatas. Entre os projetos, está o desenvolvimento de políticas humanitárias de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, da pesquisadora Adriana Leiras, da PUC-Rio. Já a cientista Carolina Gil Marcelino, da UFRJ, se aprofundará em estudos de inteligência artificial como ferramenta de otimização para geração eficiente de eletricidade. Outra iniciativa, da cientista Daniella Regina Mullinari, da Uerj, revalorizará resíduos agroindustriais para obtenção de materiais porosos aplicados à remoção de metais provenientes de água contaminada. O impacto da regulamentação do ambiente escolar alimentar é projeto assinado por Letícia Oliveira Cardoso, da Fiocruz, e também aprovado no edital.

O programa é uma chamada exclusiva para jovens cientistas mulheres e visa apoiar projetos científicos de excelência, com metodologias inovadoras com foco, preferencialmente, à criação de novas linhas de pesquisa, liderados por jovens cientistas mulheres em Instituições de Ciência e Tecnologia sediadas em território fluminense e com menos de 12 anos de doutoramento.

A diretora Científica da Fundação, Eliete Bouskela, é uma das idealizadoras desse Programa e vem inserindo na Fundação ações que visam mitigar a queda de produtividade decorrente do afastamento legal pela licença maternidade das atividades de pesquisa em institutos e universidades fluminenses. Nesse edital mais de 50% das pesquisadoras contempladas foram mães no período de análise do currículo, e puderam se beneficiar do acréscimo de dois anos ao período de avaliação de produtividade. Segundo Bouskela, esse programa é um exemplo de quão fundamental é o apoio a políticas de maternidade na ciência. “É importante salientar que a diversidade melhora e aumenta a produtividade científica”, concluiu.

Para o presidente da Faperj, Jerson Lima, esse programa fortalece a pesquisa científica e tecnológica no estado, além de corroborar para as políticas que promovam a diversidade na ciência. “Com a inserção de ações e programas, que visem diminuir as desigualdades que atingem as pesquisadoras fluminenses, permitimos que elas continuem exercendo seus trabalhos e produzindo conhecimento científico de ponta”, disse.

Para a pesquisadora e neurocientista Leticia de Oliveira, presidente da Comissão de Equidade, Diversidade e Inclusão da Fundação e membro do movimento “Parent in Science”, esse edital é extremamente importante para minimizar a perda de jovens mulheres cientistas que ocorre nesta fase por vários fatores, incluindo a maternidade. “A presença de mulheres cientistas em algumas áreas do conhecimento e, principalmente, nos espaços de decisão ainda é incipiente. Além disto, há pouco sinal de melhora com o passar do tempo. Precisamos de políticas efetivas, como a presença deste edital, para evitar a perda de mulheres cientistas garantindo a continuidade de suas carreiras acadêmicas”, afirmou Oliveira.

As instituições com o maior número de propostas contempladas, em ordem decrescente são: Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (22); Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Uerj (13); Universidade Federal Fluminense – UFF (09); e outras 13 instituições de ensino e pesquisa do nosso estado.

Confira abaixo a lista das pesquisadoras contempladas no programa:

Resultado Preliminar: Edital FAPERJ Nº 07/2023 – Programa de Apoio à Jovem Cientista Mulher com Vínculo em ICTs do Estado do Rio de Janeiro

Nota: recursos deverão ser enviados via SisFaperj, no período de 18 a 22 de setembro de 2023.