A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) enviaram uma carta conjunta ao Presidente da República manifestando preocupação com a ausência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no Conselho Nacional para a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será sediada aqui no Brasil, em Belém (PA), em 2025.

No documento encaminhado nessa terça-feira, 13 de junho, as entidades lembram o compromisso do atual governo com a Ciência como base para as políticas públicas do Estado. “Não há como alcançar sustentabilidade sem ciência em todas as áreas do conhecimento, das humanidades às ciências exatas, da terra e biológicas”, afirmam.

Cópias do documento também foram endereçadas ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, à ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e ao secretário-executivo do MCTI, Luis Manuel Fernandes.

Leia a carta na íntegra abaixo:

“Senhor Presidente,

A Academia Brasileira de Ciências e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em nome da comunidade científica nacional, vêm manifestar sua preocupação com a ausência do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) no Conselho Nacional para a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, constituído pelo Governo Federal – em boa hora – para preparar a participação do Brasil na COP 30.

Com efeito, o Decreto 11.546, de 5 de junho de 2023, se tem o mérito de definir a participação do País como membro e sobretudo como anfitrião da reunião que se realizará em Belém do Pará, esquece, contudo, a relevância dos três institutos do MCTI localizados e dedicados aos estudos da Amazônia (INPA, Museu Goeldi e Mamirauá), sem mencionar os demais institutos do ministério que pesquisam temas relacionados ao clima e à biodiversidade.

Consta, do projeto de Brasil que apoiamos, a convicção de que a ciência é base essencial para as políticas de Estado.

Esta certeza é ainda maior em se tratando da Amazônia e da biodiversidade em geral, fundando as teses de que a floresta de pé vale mais do que derrubada ou queimada e de que uma economia descarbonizada constitui o futuro e a esperança do planeta. Tudo isso requer ciência, muita ciência.

Por estas razões, que constituem um ponto de consenso entre pesquisadores, consideramos que urge incluir o MCTI entre os membros do Conselho definido no art. 3º do referido Decreto, e solicitamos ao Governo Federal que efetive essa inclusão. Não há como alcançar sustentabilidade sem ciência em todas as áreas do conhecimento, das humanidades às ciências exatas, da terra e biológicas.

Respeitosamente,

HELENA BONCIANI NADER

Presidente da ABC

 

RENATO JANINE RIBEIRO

Presidente da SBPC”

Baixe o pdf do documento.