O amanhã e as perguntas sobre o amanhã são fundamentais para a manutenção do fazer científico. Com um auditório lotado, a abertura da Reunião Magna 2023, no Museu do Amanhã, contou com representantes da Academia e da sociedade civil. Em suas palavras iniciais, a presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Helena B. Nader, deu as boas-vindas ao público e explicou a importância do tema deste ano, “Ciência básica para o desenvolvimento sustentável”:
“Este é o Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, assim definido pela Organização das Nações Unidas (ONU). Todas as sessões foram pensadas a partir da seguinte pergunta: como a ciência básica contribui para o bem-estar do indivíduo e da sociedade com foco na sustentabilidade?”, colocou.
A sustentabilidade, segundo Nader, precisa ser entendida para além da dimensão ambiental, incorporando questões sociais, culturais, da saúde, economia e de outros segmentos. As pesquisas apresentadas no evento, portanto, têm o intuito de mostrar a construção da ciência no dia a dia, desde as perguntas fundamentais e elementares até grandes aplicações práticas que influenciam a vida de milhares de pessoas, como as vacinas e os elementos tecnológicos.
Os temas das palestras ficaram sob responsabilidade das Acadêmicas Maria Vargas (UFF) e Débora Foguel (UFRJ), a quem Nader agradeceu pelo empenho e dedicação, desde a decisão dos temas até a escolha dos participantes. Segundo Foguel, diversas instituições científicas estão pleiteando que o tema deste Ano Internacional se transforme numa pauta de dez anos, para que ocorram mais mobilizações em direção a líderes econômicos e políticos.
“A pandemia deixou evidente como os conhecimentos prévios foram fundamentais para entender o patógeno causador da Covid-19 e para o desenho das vacinas. Não só a medicina e a saúde, como também a física, a matemática, as ciências sociais e políticas, bem como as artes, nos guiaram nessa caminhada pandêmica”, relembrou Foguel.
Por último, a presidente Helena Nader mencionou os jovens, principalmente os estudantes, pesquisadores, professores e jovens Acadêmicos afiliados à ABC. Para eles, Nader afirmou que é preciso que voltem a ver na ciência e na docência carreiras estimulantes, assim como diversos Acadêmicos presentes foram arrebatados durante a juventude: “Precisamos fazer mais por vocês enquanto nação. Que vocês possam ver no Brasil esse futuro que vamos falar ao longo dos próximos três dias”.
A ponte com a sociedade por meio da parceria com o Museu do Amanhã
Em seguida, Bruna Baffa, diretora do Museu do Amanhã, explicou que receber a Reunião Magna no auditório principal do Museu por mais um ano é motivo de alegria, justamente pela troca de aprendizados entre a Academia e um espaço não formal de ensino.
De acordo com Baffa, o Museu do Amanhã é um museu de ciências diferente. Enquanto muitos falam sobre as evidências do passado e outros sobre os vestígios do presente, o Museu localizado na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, busca falar de ciência e trazer perguntas sobre a construção do futuro, sempre por meio de exposições e inúmeros projetos com a sociedade.
Um dos trabalhos é o podcast Vocações, no qual estudantes puderam falar sobre as cientistas que vivem em suas próprias comunidades. No total, cinco professoras de escolas públicas foram atrás de trajetórias de cientistas junto com suas alunas, mostrando a importância da ciência feita por mulheres no próprio território. Além deste projeto, Baffa comemorou o número de visitantes:
“Ano passado, conquistamos a marca de 5 milhões de pessoas que vieram nos conhecer, o que é muito significativo para um museu de ciências que leva a visão do que é ciência, pesquisa, cultura e educação para diversos estudantes, visitantes do Brasil e do exterior”.
Segundo a comissão organizadora da Reunião Magna, a parceria entre a ABC e o Museu do Amanhã está firmando um novo passo: a ida de Acadêmicos a escolas do entorno do Museu, a fim de explorar temas que possam interessar aos jovens. A primeira conversa e mediação com o público escolar serão lideradas pelo Acadêmico Paulo Artaxo, físico especialista em mudanças climáticas.
Acompanhe todas as notícias sobre a Reunião Magna nos links abaixo!
DIA 9
- Sessão Plenária I – Ciência Básica na Promoção da Qualidade de Vida e da Saúde
- 1a Conferência Magna – Kristi S. Anseth, Dynamic Materials for Biomedical Applications
- 2a Conferência Magna – Michela Massimi, Scientific Knowledge, Multiculturalism, and the Right To Science
- Sessão Plenária II – A Relação da Ciência Básica com o Crescimento Econômico
- Sessão Especial – Apresentação do Projeto Survey: O Perfil do Cientista em Início e Meio de Carreira
DIA 10
- Sessão Plenária III – Ciência e Pesquisa na Construção de Cidades Sustentáveis e Includentes
- 3a Conferência Magna – Colin Waters, The Anthropocene Epoch: the Expression of Overwhelming Human Impact on Planet Earth
- Sessão Plenária IV – Qualidade Ambiental, Políticas Públicas e Saúde de Povos Originários
- Sessão Plenária V – Ciência Básica nas Mudanças Climáticas
DIA 11
- Sessão Plenária Vi – Ciência Para o Combate a Fome
- Conferência Magna – Ernesto Fernandez Polcuch, Science In and For Policymaking: An International Perspective
- Conferência Magna – Jorge Larrosa, A Educação Científica e o Cuidado Com o Mundo
- Sessão Plenária VII – Educação Básica e Divulgação Científica
