Na última quarta-feira, 23 de março, aconteceu o 1º Encontro da Diáspora Científica e Acadêmica Brasileira na África do Sul, organizado pela Embaixada do Brasil em Pretória, pelo Consulado-Geral do Brasil na Cidade do Cabo e pelo Programa de Diplomacia da Inovação do Itamaraty. O evento reuniu diplomatas, cientistas brasileiros estabelecidos no país e pesquisadores de outras diásporas para trocar experiências e pensar novos laços a serem estabelecidos com a comunidade científica brasileira na África do Sul.

A ABC participou do evento através de seu presidente, Luiz Davidovich, que falou sobre a importância de manter conexões com brasileiros no exterior para minimizar o crescente problema da emigração de pesquisadores. Davidovich valorizou a colaboração internacional, e avaliou que as academias de ciência são fundamentais nesse processo, visto que a relação entre academias é mais ágil que a relação entre governos. “Queremos que Brasil e África do Sul estejam cada vez mais unidos em ciência e inovação”, finalizou.

Durante a reunião, os participantes tiveram a oportunidade de apresentar diferentes modelos de colaboração. O biomédico Luiz Zerbini, que vive no país africano há 13 anos, contou sua experiencia no Centro Internacional para Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB), entidade que fomenta a ciência biomédica com atenção especial para países em desenvolvimento. “Uma preocupação que temos é em criar incentivos para que os cientistas voltem aos seus países de origem, diminuindo o impacto da fuga de cérebros”, contou Zerbini.

O químico Walter Waldman, que compõe a diáspora brasileira na Alemanha, trouxe o exemplo da Rede Apoena, que institucionaliza a colaboração científica com o país europeu. Para Waldman, o objetivo da Rede deve sempre levar em conta os benefícios para o Brasil, para não se tornar apenas uma plataforma de saída de cientistas rumo ao exterior. O pesquisador trouxe exemplos pessoais de situações em que os contatos da Apoena foram fundamentais no avanço do trabalho, e finalizou com um recado: “Quando se está numa rede, sempre existe alguém para quem pedir ajuda”.

O papel da Academia Mundial de Ciências (TWAS, da sigla em inglês) na formação de pessoal capacitado na África também foi destacado por vários dos participantes radicados no continente. Ao final, o espaço foi aberto para os ouvintes contarem um pouco sobre suas trajetórias e trabalhos, e discutirem novas formas de fomentar a colaboração dentro da diáspora.

A ABC já esteve presente em eventos semelhantes com as diásporas Brasileiras na Alemanha, Áustria (também com Eslováquia e Eslovênia) e França.

Os participantes do 1º Encontro da Diáspora Científica e Acadêmica Brasileira na África do Sul.