Na manhã do dia 2 de dezembro, o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich, participou da sessão de abertura do 1º Encontro da Diáspora Brasileira de Ciência, Tecnologia e Inovação na França, reunião de integrantes da comunidade científica brasileira em instituições francesas organizada pela Embaixada do Brasil na França.

Apenas em 2021, essa foi a terceira atividade do tipo que contou com o envolvimento da ABC, sendo as anteriores promovidas pelas Embaixadas do Brasil na Alemanha (25 de fevereiro) e na Áustria (29 de abril, também com Eslováquia e Eslovênia). Iniciativa semelhante, prevista para 2022, está sendo organizada pela Embaixada do Brasil no Japão.

Além de Davidovich, a sessão de abertura do encontro contou com a participação de Luís Fernando Serra, Embaixador do Brasil na França, que, em sua fala, destacou diversas atividades de colaboração educacional, científica e tecnológica entre os dois países. O Embaixador também colocou a Embaixada à disposição da comunidade científica brasileira na França.

Presidente da ABC, Luiz Davidovich

O presidente da ABC, por sua vez, fez uma apresentação sobre o atual cenário de CT&I no Brasil, ressaltando o seu impacto extremamente positivo na economia brasileira (da indústria ao agronegócio, passando pelo setor de serviços) e a importância do investimento em ciência e tecnologia, lembrando que a liberação dos recursos do FNDCT mostra-se fundamental neste momento. Luiz Davidovich também salientou a relevância da diplomacia científica, que, muitas vezes, consegue ultrapassar barreiras enfrentadas pela diplomacia política tradicional. Bons exemplos da cooperação da ABC com a Academia de Ciências da França são o projeto Mão na Massa e os simpósios sobre biodiversidade realizados em 2017 e 2018.

Ao final, Davidovich fez considerações sobre o futuro da ciência no Brasil e destacou as propostas apresentadas em documentos da Academia, como o Projeto de Ciência para o Brasil, e no Livro Azul da 4ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável. Davidovich também indicou pontos que devem ser abordados no Brasil no futuro próximo: educação básica de qualidade para todos; recuperação das universidades públicas e demais instituições de ciência e tecnologia; e aumento da capacidade de pesquisa público e privada.

O evento seguiu com duas mesas temáticas. Na primeira delas, “A atuação da diáspora brasileira de CT&I na França”, pesquisadores mostraram iniciativas e projetos que confirmam a destacada presença da ciência brasileira em algumas das principais instituições francesas, como o Instituto Pasteur, o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) e a Universidade de Nantes. Na sequência, a mesa “Redes da diáspora brasileira” apresentou organizações que oferecem oportunidades de interação a cientistas brasileiros radicados no exterior: a SciBr, que busca conectar pesquisadores, artistas e empresários brasileiros que trabalham no exterior (especialmente nos EUA), e a Associação dos Pesquisadores e Estudantes Brasileiros na França (APEB-FR).

O 1º Encontro da Diáspora Brasileira de CT&I na França teve formato híbrido, com a maior parte dos participantes presentes no auditório da Embaixada e outros mais conectados vitualmente.