A espera chegou ao fim! Passados quatro meses desde a Mentoria de Comunicação Científica, em julho, a jornalista Catarina Chagas, uma das autoras de “Manual de sobrevivência para divulgar ciência e saúde”, e Herton Escobar, repórter especial do Jornal da USP, se reuniram novamente no Workshop de Comunicação Científica, que ocorreu na última sexta-feira de novembro (26). O workshop recebeu tanto quem participou da mentoria de julho quanto novos interessados.

Antes de dar início ao conteúdo prático, os palestrantes fizeram uma breve recapitulação do conteúdo apresentado na Mentoria de Comunicação Científica. Chagas relembrou critérios básicos da publicação de um bom conteúdo de divulgação científica, sendo eles:

  • escolher um público-alvo específico, para adequar a abordagem a ser utilizada;
  • escolher bem as ferramentas, observando com qual delas o público-alvo pode se identificar mais;
  • buscar divulgar um tema que atenda às necessidades do público e não apenas que o divulgador deseje explicar;
  • substituir a ideia de transmissão de conhecimento para uma ideia de interação com o receptor;
  • ter empatia com o público
  • preferir contar histórias simples e envolventes, com material claro e sucinto, substituindo a linguagem rebuscada e o uso de jargões.

Herton Escobar, jornalista formado pela Western Michigan University, que trabalhou por 20 anos no Estadão, apresentou o “guarda-chuva da comunicação de ciência”, composto por jornalismo, divulgação, educação e assessoria de imprensa. Todas essas áreas, juntas, buscam proteger a sociedade da desinformação e das fake news.

Para o jornalismo, Escobar frisou que o tema precisa sempre ser inédito e quente, com ganchos que justifiquem a publicação do conteúdo. “Há notícias que não emplacam num jornal nacional, mas emplacam em um jornal local. Fatores como regionalidade e institucionalidade precisam ser levados em conta”, destacou.

Já para a área da divulgação científica,  o ineditismo não é o fator principal. É mais importante a forma como o material – principalmente em caso de texto – é construído.

Na parte prática do workshop, foram propostas duas atividades: a primeira consistia em escolher um público-alvo e montar um texto de um minuto falando sobre seu projeto de pesquisa, como se ele fosse ser apresentado em um vídeo ou podcast. Os  participantes foram manifestando interesse em apresentarem suas respostas pelo chat e receberam feedback dos jornalistas. Nessa atividade, Catarina Chagas cronometrava a fala do participante e todos conseguiram apresentar seu texto em menos de um minuto, prestando atençao no ritmo da fala. Catarina destacou que não adianta falar muita coisa muito rápido, pois não atinge a apreensão do ouvinte. O ritmo pausado, como quem de fato está contando uma história, é o mais adequado. Todos conseguiram utilizar um vocabulário simples para passar sua mensagem.

A segunda proposta foi que os participantes escolhessem seu paper favorito ou de maior relevância e propusessem uma manchete para ele. O principal objetivo desta tarefa era escrever um título com menos de 12 palavras, sem siglas, que vendesse a descoberta explorada no paper. Escobar chamou atenção para o fato de que, na maioria das vezes, as matérias não são lidas por inteiro; portanto, é importante que o jornalista consiga transmitir a informação principal no título, subtítulo e no primeiro parágrafo da reportagem. Os presentes podiam escolher uma das atividades ou realizar ambas. Escobar criou uma página fake de  um grande jornal e ia inserindo as palavras ditadas pelos participantes. Quando não  cabia ou não comunicava, ia junto com o autor ajustando o texto, troando palavras, até caber no espaço destinado ao título. 

Curtiu as atividades? Que tal colocá-las em prática? O Workshop de Comunicação Científica da ABC está disponível em nosso canal do YouTube, e você pode assisti-lo quantas vezes quiser. 

O que você está esperando? Dê o play agora mesmo!