Leia matéria da Folha de São Paulo, publicada em 21/4, sobre manifesto que pede atenção para pesquisadores com risco de contaminação, com depoimentos dos Acadêmicos Fernando de Queiroz Cunha, Angélica Vieira, Marcelo Mori e Vanderlan Bolzani:

Pesquisadores que trabalham na linha de frente da investigação da Covid-19, muitos deles lidando com amostras de pacientes contaminados pelo vírus Sars-CoV-2 e cobaias infectadas, não foram incluídos nos grupos prioritários para a vacinação.

Há um movimento em curso pedindo às autoridades de saúde que incluam esses grupos nos planos de imunização. Muitos desses cientistas atuam no desenvolvimento de vacinas, medicamentos e testes diagnósticos, além de linhas de pesquisa para entender a dinâmica da doença e suas sequelas.

Os pesquisadores que conseguiram ser vacinados até agora o foram por meio de acordos locais, entre as universidades e os municípios.

Mas, na falta de uma política clara que os coloquem como prioritários, a maioria segue sem imunização. Um abaixo-assinado reúne assinaturas de quase mil pesquisadores pelo país que enfrentam essa situação.

“O ministro, os secretários da Saúde, o governador, todo mundo diz que segue a ciência. Mas parece que quem faz a ciência foi cancelado, não existe. Os cientistas são invisíveis”, diz o pesquisador Fernando de Queiroz Cunha, professor do departamento de farmacologia da USP Ribeirão Preto.

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Para a química Vanderlan Bolzani, presidente da Aciesp (Academia de Ciências do Estado de São Paulo), é um contrassenso das autoridades esse esquecimento daqueles que fazem a ciência brasileira a andar. Ela diz que a Aciesp encaminhou ofício à Secretaria de Estado da Saúde pedindo que os cientistas sejam colocados nas listas de prioridades de vacinação.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde diz que não foi localizada solicitação da Aciesp, mas que, de todo modo, tanto o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19 definido pelo Ministério da Saúde quanto os documentos técnicos do Plano Estadual de Imunização de São Paulo deixam claras as subcategorias de trabalhadores de saúde, e os cientistas estariam incluídos nelas.

 

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