Leia a matéria de Tiago Jokura para o portal Uol Notícias, publicada em 9/1:

A pandemia do novo coronavírus acometeu ao longo de 2020 mais de 80 milhões de pessoas no mundo e matou cerca de 1,8 milhão. Este ano, a humanidade espera contar com as vacinas para conter o vírus e a COVID-19, doença causada por ele. Para isso, os imunizantes precisam ser distribuídos para um contingente de pelo menos 5 bilhões de pessoas ao redor do planeta, numa intervenção logística

Para facilitar o uso das vacinas da Pfizer no país, a ABC (Academia Brasileira de Ciências) sugeriu a utilização de ultracongeladores dos laboratórios de pesquisa das universidades brasileiras. “Embora esses equipamentos estejam em uso, sempre é possível liberar algum espaço”, diz a física Márcia Bernardes Barbosa, diretora da ABC e professora do IF-UFRGS (Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

O grupo de pesquisa de Barbosa está explorando uma alternativa para o transporte do imunizante da Pfizer. “Hoje se usa gelo-seco, mas se tivermos um grande número de vacinas a produção nacional de gelo-seco não dará conta. Estamos explorando a possibilidade de um equipamento para transporte à base de nitrogênio líquido. Esperamos ter um resultado positivo até o fim de janeiro”, afirma a pesquisadora.

A rede de frio brasileira, de acordo com documento do Programa Nacional de Imunizações, está preparada para receber qualquer outra das vacinas em fase final de testes, incluindo a mRNA-1273, da Moderna, cuja temperatura ideal de manejo está na casa dos -20 °C —e que pode permanecer em resfriamento comum por 30 dias.

sem precedentes. Essa operação já tem tamanho e duração estimados: 10 bilhões de doses devem ser aplicadas até o fim de 2022, segundo o estudo Delivering Pandemic Resilience, feito pela empresa de logística alemã DHL em parceria com a consultoria norte-americana McKinsey.

Esse é o esforço necessário para imunizar 65% da população global, de 7,8 bilhões de indivíduos, considerando que a maioria das candidatas a vacinas já aprovadas ou em fase final de aprovação preveem duas doses por pessoa. Com esse percentual de pessoas imunizadas, atinge-se a imunidade coletiva, situação em que o espalhamento do vírus é contido por haver pouca gente suscetível a contraí-lo. Para alcançar a meta, a DHL projeta que serão necessários 15 mil voos e 15 milhões de traslados com caixas refrigeradas contendo imunizantes.

Do grupo de vacinas que inaugura o arsenal da ciência contra a Covid-19, a mais complexa de distribuir é a da Pfizer, que precisa ser transportada e armazenada a -70 graus Celsius (ºC). A maior parte da estrutura logística brasileira, formada por galpões de armazenamento, caminhões refrigerados e salas de vacinação contendo refrigeradores e freezers, não está adequada para receber o imunizante. Os equipamentos da chamada rede de frio para a distribuição de vacinas operam na faixa de 2 °C a 8 °C (para produtos que precisam ser conservados sob refrigeração) ou entre -15 °C e -25 °C (para aqueles que devem ser mantidos congelados).

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