A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a British Academy realizaram, entre os dias 6 e 8 de março, no Rio de Janeiro, o Simpósio Brasil-Reino Unido sobre Violência Urbana. O evento visava apoiar a próxima geração de cientistas das áreas de ciências humanas e sociais atuantes no tema, tecer uma rede de interação entre jovens pesquisadores de ambos os países e fortalecer os vínculos acadêmicos entre Brasil e Reino Unido.

Elisa Reis e Roberto Kant

“O simpósio pode trazer a criação de intercâmbios, seminários conjuntos, projetos futuros e publicações, envolvendo as diferentes realidades sociais para a compreensão do fenômeno da violência urbana”, disse o Acadêmico Roberto Kant, um dos organizadores do evento.

As atividades mostraram como o espaço urbano, somado às desigualdades sociais, produz criminalidade ao longo do tempo.

Alcides Peron

Ao todo, 18 jovens pesquisadores brasileiros e 14 britânicos participaram do evento, apresentaram seus estudos e interagiram em um formato inovador de apresentações e debates desenvolvido pela University of Queensland. “Durante o evento, pude expor e ampliar bastante a discussão sobre tecnologias de vigilância e controle, objetos de meu estudo, e todos puderam se expressar e construir pontes”, afirmou Alcides Peron, jovem pesquisador da Universidade de São Paulo (USP),. “O formato desse simpósio foi totalmente distinto do que a gente conhece, dava liberdade para que todos pudessem se comunicar e privilegiava a interação entre os pesquisadores”, disse.

Elizabete Albernaz

 

Segundo a Acadêmica Elisa Reis, que participou do comitê científico do evento, a motivação para organizar o simpósio partiu de um convite da British Academy que correspondia à missão geral da ABC. Para ela, a relevância do tema “violência urbana” pode ser destacada pelas estatísticas que mostram a magnitude do problema da criminalidade presente nos grandes centros urbanos. “Guardadas as óbvias diferenças entre a sociedade brasileira e a do Reino Unido, é inegável que nos dois casos o problema da violência urbana é cada vez mais central”, afirmou.

“Foi uma oportunidade de conhecer pesquisadores com interesses semelhantes de diversos outros centros de pesquisa, tanto brasileiros quanto britânicos, ampliamos nossa rede de contatos”, contou Elizabete Albernaz, jovem pesquisadora da Universidade Federal Fluminense (UFF). “Tivemos acesso a novas possibilidade de financiamentos para reuniões de pesquisa e a trocas intelectuais que são importantes para a consolidação do nosso campo”, disse. Para incentivar a construção de saberes entre os pesquisadores em longo prazo, cada participante pôde apresentar um projeto colaborativo a British Academy para concorrer a um financiamento de estudos.