Representantes da ABC, CAS e instituições científicas do Amazonas se reuniram em 7 de novembro, no INPA. Foto: Cimone Barros/INPA

Após a participação no 2º Encontro das Academias de Ciências dos BRICS, no Rio de Janeiro, a delegação da Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês) aproveitou sua passagem pelo Brasil para conhecer as principais instituições científicas no estado do Amazonas. Ocorrido em 7 de novembro, no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o encontro foi promovido pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) e facilitado por seu vice-presidente da Regional Norte, Adalberto Luis Val.

Representando a CAS, estiveram presentes o diretor geral do Xishuangbanna Tropical Botanical Garden, Jin Chen, e a diretora adjuntada Divisão de Programas Internacionais da CAS, Kai Feng. Além do professor Adalberto Val, a ABC teve como representante seu coordenador da área de Cooperação Internacional, Marcos Cortesão.

Participaram ainda o reitor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Sylvio Mário Puga Ferreira; o reitor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Cleinaldo de Almeida Costa; o gestor do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), Fábio Calderaro; o diretor presidente da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Marcus Vinítius de Farias Guerra; a coordenadora de Biodiversidade do INPA, Lucia Rapp; e a chefe do Departamento de Políticas Públicas da Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Amazonas (SEPLANCTI), Nina Best.

Adalberto Luis Val. Foto: Cimone Barros/INPA

O objetivo da reunião foi estabelecer um contato que possa, eventualmente, resultar em uma oportunidade de cooperação. Na UFAM, já existe uma cooperação inicial entre Brasil e China, com o Instituto Confúcio – que tem como finalidade difundir o mandarim, a língua oficial chinesa. Para o Acadêmico Adalberto Val, esse é um ótimo ponto de partida. Mas ele defendeu: “A Fapeam [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas] tem que coordenar uma colaboração mais próxima com a CAS. E a cooperação deve ir além do estado do Amazonas”.

Segundo o professor, essa parceria deve englobar não só os estados brasileiros amazônicos, como também as regiões dos demais países que abrigam a Amazônia. Ele informou ainda que a China é um agente extremamente importante do ponto de vista científico, especialmente quando se trata de mudanças climáticas.

Durante a reunião, esse foi um dos temas debatidos, em conjunto com a biodiversidade e a agricultura tropical. O coordenador da ABC Marcos Cortesão destacou que a Amazônia não deve ser uma prioridade retórica, mas sim prática: “Em termos de biodiversidade, é fundamental que a gente crie condições efetivas para que a região possa desenvolver seu enorme potencial”.

O Acadêmico Adalberto Val relatou ainda que é um desafio muito grande fazer um acordo de cooperação efetivo com países fora do eixo convencional. Mas explicou o porquê dessa parceria ser tão relevante: “As grandes questões científicas estão na interface das diferentes áreas do saber. É muito importante ter cooperações com visões diferentes, sobre os diferentes aspectos da ciência. A gente não faz ciência sozinho”.

Foto: Cimone Barros/INPA