Nos dias 13 e 14 de agosto foi realizada, em Bogotá, na Colômbia, reunião do Programa Mulheres para Ciências da Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas, na sigla em inglês). Participaram do encontro representantes de 18 Academias das Américas, tendo a Academia Brasileira de Ciências (ABC) sido representada pela Acadêmica Márcia Margis e por Marcos Cortesão, secretário-executivo de Relações Internacionais. A vice-presidente da ABC, Helena Nader, participou virtualmente de parte da atividade, na qualidade de copresidente recém-eleita da rede. Em sua mensagem às participantes da reunião, Nader enfatizou a importância da temática, seu reconhecimento do sucesso já alcançado e sua disponibilidade para contribuir para a construção de novas ações e o fortalecimento do programa.
No encontro, os participantes fizeram uma avaliação da interação do programa Mulheres para a Ciência com as diferentes iniciativas da rede: Ensino de Ciências; Água; Energia; e Segurança Alimentar e Nutricional. Por ser a questão de gênero uma temática transdisciplinar, o esforço de construção de ações conjuntas foi uma estratégia adotada pelo programa para buscar ampliar a sinergia dentro da Ianas, uma vez que cada uma das iniciativas tem aspectos intrínsecos relacionados à questão de gênero. Na avaliação realizada, concluiu-se que o programa foi exitoso, com diferentes níveis de sucesso, em construir estas interações.
Também foi discutida a continuidade do Prêmio Mulheres para a Ciência, concedido em parceria com Representação para a América Latina e Caribe (Lacrep) da Academia Mundial de CIências (Twas). A iniciativa, que foca nos países com menor grau de densidade científica e que não possuem prêmios nacionais em parceira com a L’Oréal, teve sua primeira edição em 2012. A partir de uma articulação da ABC com a Twas-Lacrep, o prêmio foi retomado em 2016 e, em 2018, foi realizado em sua terceira edição. Com o propósito de se manter como uma atividade bianual, decidiu-se pelo lançamento de um edital para a concessão de novo prêmio em 2020.
Outra decisão importante foi a aprovação da realização de novo censo sobre o status da participação das mulheres nas Academias das Américas. Os anteriores foram realizados em 2016 e 2013 e agora, com a perspectiva de se revisitar a questão a cada três anos, os pontos focais do programa irão coletar novos dados sobre o peso da participação feminina em cada uma das Academias associadas à Ianas. A proposta é que se construa uma série histórica que demonstre a evolução, ou não, da presença da mulher nas Academias da região.
Outras iniciativas, como a divulgação das ações do Programa nas mídias sociais e a realização de um concurso de vídeos sobre temas relacionados à participação da mulher na ciência, também foram discutidas. Foram estabelecidos grupos de trabalho, com a proposta de que serjam montados comitês em cada um dos países para desenvolver ações no plano nacional. Este foi um aspecto considerado fundamental, pois os desafios são enormes e a ação deve ser ampliadas, saindo do âmbito das reuniões do Programa.