Entre 25 e 27 de outubro a Acadêmica Belita Koiller representou a ABC na 13ª Reunião Bianual da Rede Internacional de Academias e Sociedades Científicas pelos Direitos Humanos (HRNetwork, na sigla em inglês), realizada em Seul, na Coreia do Sul.

A Rede é um consórcio de Academias e de Sociedades em Ciências, Engenharias e Medicina, com interesses comuns em direitos humanos. Fundado em 1993, a Rede congrega hoje mais de 80 academias, entre elas a Academia Brasileira de Ciências (ABC). Sua ação inclui verificar internacionalmente denuncias de abusos e violações de direitos humanos praticados contra cientistas, engenheiros ou médicos. Em casos confirmados, a secretaria – baseada em Washington DC – envia alertas aos membros para que se manifestem.

O Comitê Executivo da Rede é composto de membros de academias de 12 países, inclusive um premiado com o Nobel. A Acadêmica Belita Koiller é membro deste Comitê desde 2006, que elabora e envia periodicamente documentos alertando as academias a respeito de situações que demandem atenção.

O encontro em Seul foi organizado em duas partes. Uma parte foi um simpósio aberto, intitulado “Ciência e o Direito ao Desenvolvimento”, que contou com apresentações de assuntos de interesse atual como desenvolvimento, desigualdade, mudanças climáticas e a universalidade dos direitos humanos.

A segunda parte, mais específica e fechada, foi o 13º Encontro Bienal da Rede, no formato de workshop. Participaram 30 cientistas, membros do Comitê Executivo e representantes de academias, dentre as quais a Academia Mundial de Ciências (TWAS) e a Academia de Ciências da América Latina (ACAL). Foram relatados 14 casos resolvidos desde 2016 e 18 casos ainda em andamento. Estes envolvem homens e mulheres cientistas da Arábia Saudita, Azerbaijão, Bahreim, China, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Filipinas, Irã, Sudão, Turquia e Vietnam.

Durante o encontro, vários dos participantes mencionaram preocupação com a situação da Venezuela e Nicarágua e seguem com atenção os acontecimentos no Brasil – o encontro foi encerrado no dia 28/10, dia do segundo turno das eleições presidenciais brasileiras.  “Todos esperam que o Brasil, cuja participação é considerada um gesto de apoio e solidariedade a países onde há violação de direitos humanos, siga democrático e solidário”, afirmou Belita Koiller.