Em parceria com a Rede Global de Academias de Ciências (IAP-Science, na sigla em inglês), a Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas, na sigla em inglês) realizou nos dias 29 e 30 de maio, na Cidade do México, o primeiro de uma série de quatro workshops regionais – os demais serão na África, Ásia e Europa – que têm por objetivo mobilizar e estimular lideranças das áreas de ciência, medicina e engenharia para que contribuam no processo dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Contando com a participação de representantes de Academias de Ciências de 17 países da região, o evento buscou propiciar a seus participantes uma melhor compreensão do que são os ODS e sobre como podem as Academias contribuir para a implementação destes. No debate, os participantes compartilharam as experiências desenvolvidas em cada país e, na discussão, ficou evidenciado que poucas Academias, dentre estas a ABC, estão efetivamente inseridas nos processos nacionais. O relato das Academias já engajadas com os ODS foi bastante produtivo, ajudando a ilustrar para as demais caminhos e experiências que podem ser perseguidos.
O assessor técnico da ABC, Marcos Cortesão, relatou aos participantes do encontro como a Academia vem construindo a sua participação no processo brasileiro de discussão e implementação dos ODS. Com a nomeação de Acadêmicos como representantes da ABC na Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Jailson Bittencourt de Andrade como titular, Adalberto Luis Val como suplente), a Academia busca intervir no processo nacional, mobilizando a comunidade cientifica para que esta contribua com a construção da Agenda 2030 no Brasil. Este é um processo que se encontra em fase inicial, pois é recente a incorporação da ABC à Comissão Nacional.
Representantes de governos presentes ao workshop enfatizaram a importância da potencial participação das Academias, reconhecendo que ainda existem barreiras e culturas institucionais distintas que estabelecem abismos que precisam ser superados. Tal aproximação é fundamental para que o tão necessário diálogo entre ciência e política possa se desenvolver de forma produtiva.
Ao longo do workshop, ficou manifesto o reconhecimento da importância dos ODS. No entanto, dada a diversidade social, cultural e política da região, bem como os diferentes níveis de organização das Academias, cada uma destas deve traçar sua estratégia levando em conta a sua realidade, bem como a de seu país. Para os presentes, o relato das experiências das Academias já inseridas no processo foi percebido como extremamente válido, não somente por mostrar possibilidades de caminhos, mas também por motivar e inspirar outras Academias a construírem suas inserções no debate da Agenda 2030 em seus respectivos países.