A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) produziram um manifesto no dia 6 de maio ressaltando a importância da manutenção dos investimentos em ciência e da preservação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Intitulado “Em defesa de uma política de Estado para a ciência, a tecnologia e a inovação”, o documento demonstra preocupação com os possíveis rumos do setor.
Segundo a carta, o aumento do impacto da ciência e da tecnologia brasileiras nas últimas décadas, com aplicações relevantes em vários setores da economia nacional, foi possível graças a políticas de longo prazo. “Esse ciclo foi recentemente interrompido por cortes substanciais nos orçamentos do MCTI e do MEC, que paralisam redes de pesquisa, reduzem a oferta de bolsas, precarizam a investigação científica, a inovação e a educação”, explica.
O texto cita exemplos de outros países que, ao invés de cortarem os investimentos na ciência por conta de uma crise econômica, ampliaram a aplicação de recursos nesse setor justamente como uma alternativa para superar essa situação. “Em meio à crise global, a China vai investir pesadamente em C&T, projetando um investimento de 2,5% do produto interno bruto para 2020, com a esperança de que a inovação ajude o país a enfrentar a sua desaceleração econômica.”
Os presidentes da ABC, Luiz Davidovich, e da SBPC, Helena Nader, pedem a preservação do MCTI e suas agências no caso de eventuais reformas administrativas. “Consideramos, portanto, preocupante quando programas partidários de governo não vislumbram Ciência, Tecnologia e Inovação como um instrumento imperativo para alavancar o desenvolvimento econômico e social do país.”
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