
McNutt lembrou de grandes desastres, como o vazamento do navio petroleiro Exxon Valdez na costa do Alasca, em 1989. A tragédia ambiental causou a morte de mais de 250 mil pássaros marinhos, 3 mil lontras, 300 focas, 300 águias e um número incalculável de peixes como salmão e arenque. O vazamento de óleo no Golfo do México, em 2010, que se manteve ininterrupto por 87 dias, também foi recordado.
“Essa gestão de um recurso único está pobremente adaptada para confrontar os desafios modernos do complexo sistema que acopla o ser humano e a natureza em tempos de escassez”, afirmou McNutt. “Se nao podemos tomar conta da natureza, ela nao pode tomar conta de nós.” A cientista propôs uma nova abordagem de gestão de recursos naturais, cujo objetivo é promover conhecimento útil para decisões nesse âmbito, especialmente em tempos de crise, relacionadas, por exemplo, a vazamentos de óleo ou mudanças climáticas.
Esse novo modelo trabalha com alguns conceitos, tais como: capacidade de reserva (para que o sistema continue a funcionar mesmo sem a entrada de novos recursos); elasticidade (montante pelo qual a capacidade de reserva pode aumentar e diminuir por fatores externos); consequências em cascata (uma sequência de eventos que são causa e efeito); e resiliência (a habilidade do sistema de de fazer uma grande ação e retornar ao seu nível normal de funcionamento sem intervenções caras).
O futuro da gestão de recursos naturais deve levar em conta o aumento na demanda por energia, água, alimentos e matéria-prima no mundo, além de uma vulnerabilidade maior a desastres naturais, mudanças climáticas, doenças e a um colapso do ecossistema. Por isso, defende McNutt, são necessárias medidas mais efetivas que abranjam uma ciência de qualidade, as necessidades dos gestores e a participação política.
Educação e conhecimento


Na sessão “Educação científica e em engenharia”, também foi defendida a priorização do conhecimento para se alcançar um futuro sustentável, baseado na conservação ambiental, equidade social e crescimento econômico. O vice-presidente da Royal Society de Edimburgo, Escócia, Tarik Durrani, enfatizou a importância de uma abordagem multidisciplinar na educação, que estimule a criatividade e o pensamento crítico.
Educação científica hands-on

Léna diz que esse investimento inclui recursos para a sala de aula e uma preparação qualificada dos professores, o que custa dinheiro. “É preciso convencer os ministros e autoridades em educação que uma mudança no currículo não basta”, alegou o francês. “Também é essencial abrir a escola, que deve ser um espaço coletivo, para os pais e a comunidade.”
A educação científica baseada na investigação, informa Léna, promove a universalidade da curiosidade, ciência, diversidade de culturas e linguagens. “Investigação é um termo usado tanto na educação quanto no cotidiano para se referir à busca pela informação e conhecimento através de perguntas. É enriquecedor.”