Tendo em vista a importância de levantar debates sobre a ética na prática científica, a Diretoria da ABC anunciou, em outubro de 2011, a criação de um Grupo de Estudos voltado para essa questão. Coordenada por Carlos Henrique de Brito-Cruz, diretor-científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a comissão é composta por Carlos Aragão, diretor-geral do Centro de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM); Elisa Reis, vice-presidente regional da ABC no Rio de Janeiro e Professora da UFRJ; Fernando Galembeck, diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia, no Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais; Luiz Davidovich, diretor da ABC e Professor da UFRJ; e Sérgio Pena, fundador do Laboratório GENE – Núcleo de Genética Médica.
Algumas outras publicações foram utilizadas na elaboração do documento da ABC. Entre as nacionais, destacam-se os documentos produzidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Fapesp. Já entre as internacionais, o “The European Code of Conduct”, o código da European Federation of National Academies of Sciences and Humanities (ALLEA) e a publicação do National Research Council, “On Being a Scientist”.
De acordo com o Grupo de Estudos, uma vez que os resultados de um trabalho científico podem repercutir na qualidade de vida de uma sociedade, o seu apoio à ciência depende da confiança na boa conduta dos pesquisadores e das instituições responsáveis pelo acompanhamento dessas atividades. “Sem desconhecer as especificidades das diferentes formas do conhecimento e de seus métodos de investigação, identificam-se valores fundamentais para a boa prática de pesquisa, comuns aos distintos campos científicos”, afirma a introdução do texto, que reconhece não abarcar a totalidade das questões afeitas à ética no campo da ciência.