A discussão das principais potencialidades e demandas existentes na região para o desenvolvimento da ciência e seu impacto social e econômico na vida dos amazônidas movimentou o segundo dia do 3° Encontro Preparatório para o Fórum Mundial de Ciência, que acontece em Manaus até o dia 30 de novembro na sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).
Sylvio Mario Puga Ferreira, Philip Fearnside e Maria Teresa Fernandez Piedade
Os debates contaram com a participação dos pesquisadores: doutor em Ciências Biológicas Philip Fearnside e a doutora em Ecologia Maria Teresa Fernandez Piedade, ambos do Inpa, e o doutor em Ciências Econômicas Sylvio Mario Puga Ferreira, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), que abordaram o tema Trópico úmido: singularidades, potencialidades, demandas para seu desenvolvimento e o papel da ciência.
Singularidades
Na oportunidade, Fearnside destacou a importância da definição do que é realmente singular e relevante na Amazônia. “O desafio para muitos cientistas ainda é saber o que é realmente singularidade e o que não é. É conhecer a fundo o que de certo está acontecendo em todas as partes. E, dessa forma, contribuir para manter e reforçar os serviços ambientais na região”, afirmou.
O pesquisador ainda ressaltou o papel da pesquisa no desenvolvimento científico da região. Segundo ele, a pesquisa em inovação não deve ser apenas para criar patentes, mas também para construir ideias que contribuem para o desenvolvimento da ciência.
Potencialidades
Setores como a pesca, agricultura, pecuária e silvicultura foram apontados como as principais potencialidades da região e destacadas por Piedade em sua palestra. De acordo com a pesquisadora, tais recursos se encontram de forma mais relevante nas áreas alagadas da região e estão muito presentes na vida econômica e social dos ribeirinhos. “As áreas alagáveis, em geral, e as amazônicas, em particular, oferecem diversos serviços ambientais altamente válidos para o homem. De uma maneira geral, os ribeirinhos estão bastante adaptados a estes aspectos da Amazônia”, declarou.
Demandas para o desenvolvimento
No panorama econômico, Ferreira explanou as principais iniciativas e esforços realizados na região para o desenvolvimento científico e econômico da Amazônia. Conforme Ferreira, muito tem se produzido para a abrangência deste cenário na região. “É notório que vários esforços têm sido realizados na região, mas esses esforços não devem ser restritos à ciência e à tecnologia, mas também devem contribuir para a difusão das cadeias produtivas locais”, destacou.
Sobre o Fórum Mundial
O Fórum Mundial de Ciência foi criado em 1999, em Budapeste (Hungria), e ocorre bianualmente desde 2003, com o apoio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Pela primeira vez em sua história, o Fórum ocorrerá fora de seu país de origem, tendo sua 6ª edição, cujo tema é A Ciência para o Desenvolvimento Sustentável Global, realizada em novembro de 2013, no Rio de Janeiro. A coordenação das ações dos eventos preparatórios no Brasil é de responsabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com as principais instituições científicas brasileiras. A organização do Fórum Mundial em si é atribuição da Academia Brasileira de CIências e da Academia de Ciências da Hungria, com patrocínio do MCTI.