Em março, mês da mais importante festa nacional da Grécia, o físico Constantino Tsallis, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), receberá a honraria máxima – Aristion- da Academia de Atenas pela excelência do seu trabalho científico, desenvolvido em torno da “Estatística de Tsallis”. Desde que foi enunciada, em 1988, a teoria de Tsallis, que generaliza a mecânica estatística formulada por Boltzmann e Gibbs no século 19, tem sido objeto de estudo em dezenas de países do mundo, abriu caminho para um sem número de aplicações em diferentes áreas, especialmente em Medicina, Biologia e
Economia, e acumula milhares de citações, tendo se tornado o trabalho científico exclusivamente brasileiro mais citado de todos os tempos.

A Academia de Atenas, inspirada na antiga Academia de Platão (de 387a.C.), foi fundada em 1926 e é a mais importante sociedade científica da Grécia. Vinculada ao Ministério da Educação, está estruturada nas áreas de Ciências Exatas e Naturais, Letras e Artes, e Ciências Morais e Políticas e controla 12 centros de pesquisas, além de uma dezena de agências no país.

O Aristion, concedido anualmente a um único cientista ou artista de origem grega, independentemente de sua nacionalidade ou país de residência, contempla este ano a área de Ciências Exatas e Naturais e foi outorgada a Tsallis. A cerimônia, marcada para 22 de março, é tradicionalmente prestigiada pelos membros do governo e pelo presidente da Grécia, dois deles, aliás, Michail Stasinopulos e Konstantinos Karamanlis, nomes ilustres da Academia.