Estímulo ao ensino de ciências no dia a dia das escolas a partir de uma postura investigativa, crítica e criativa. Esse foi um dos principais focos da discussão intensa que aconteceu nos dois dias do VII Seminário Nacional do programa “ABC na Educação Científica”, realizado em Niterói. Organizado pela ABC, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pela Fundação Municipal de Educação de Niterói, o evento tornou possível um debate produtivo entre os diferentes pólos em que o programa atua. Entre as atividades do seminário, incluíam-se mesas redondas com representantes de diversas instituições e oficinas, como “(Re) Ciclagem Ecológica” e “Ciência dos Brinquedos”. O evento contou com a participação dos Acadêmicos Ernst Hamburger, Luiz Bevilacqua, Diógenes Campos e Alexander Kellner.
Da esquerda para a direita: o coordenador de mesa Alfredo Tolmasquim, o Acadêmico Alexander Kellner,
o conferencista Ennio Candotti, o assessor técnico da ABC Marcos Cortesão e os Acadêmicos Diógenes Campos e Ernst Hamburger
“Esses seminários nacionais são muito importantes porque representam um momento de troca de informações e ideias, além de pensarmos nas perspectivas do programa”, declarou a pesquisadora do Setor de Alfabetismo Científico da Fiocruz e coordenadora do “ABC na Educação Científica” no Rio de Janeiro, Danielle Grynszpan. “São debates de alto nível.” Segundo ela, o fato de que os participantes do seminário lidem com realidades diferentes contribui para que o programa seja nacional.
Grynszpan afirmou que o trabalho realizado pelo “ABC na Educação Científica” em Niterói é fundamental, uma vez que o município está passando por um momento importante de investimento na área de educação científica. “Isso não é algo que vai ser feito, é concreto. Criamos um projeto de melhoria do ensino de ciências e formação de professores que vem se desenvolvendo”. A pesquisadora contou que a Fundação Municipal de Educação de Niterói entendeu como era essencial a construção de salas-ambiente para educação científica em cada uma das escolas de terceiro e quarto ciclos. “Toda a gestão de Niterói está participando, assim como os pofessores de acompanhamento e os regentes”. Os professores acompanhadores de projeto e os regentes ministram as aulas nas salas-ambiente, equipadas com microscópios, lupas e reagentes.
De acordo com Grynszpan, ela já recebeu propostas de professores e profissionais da educação, interessados nos desdobramentos do programa. “Em Niterói, temos a esperança de que, mesmo com a troca do governo, o projeto continue, porque ele já não é mais nosso, está bem inserido na rede. Esperamos que ele tenha ganhado sustentabilidade social suficiente que o ajude a se perpetuar”. A representante do “ABC na Educação Científica” comentou que o seminário, por promover um ótimo nível de debate entre excelentes profissionais, abriu muitas perspectivas com possibilidades de serem concretizadas: “Se a ABC sustentar algumas ideias politicamente, poderemos realizar cada vez mais pela educação científica”.
Leia aqui uma entrevista de Danielle Grynszpan ao jornal Folha Dirigida, intitulada “As causas do fracasso na educação científica”.